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Parte I – Investigação Teórica

2.5. Escrita e design da mensagem

2.5.3. Cabeçalho da mensagem

O cabeçalho de uma mensagem de correio electrónico inclui todos os detalhes como o remetente, o destinatário, o assunto, os servidores de envio e recepção, etc. Este ponto não pretende de forma alguma apresentar os respectivos detalhes técnicos, mas sim apenas fazer 56 Sendo o JPG um formato que perde informação com a compressão e o PNG não, uma comparação justa deve considerar vários factores como o uso de canais alpha, nível de compressão escolhido, o peso final admissível para a imagem relacionado com o espectro e a tipologia desta, etc.

referência a alguns pormenores que são importantes, especialmente para o receptor.

Remetente

No remetente deverá sempre constar o nome da instituição (no caso de uma newsletter institucional ou empresarial) ou um nome pessoal (no caso de uma publicação em nome individual, por exemplo) junto com um endereço de e-mail válido (Rivis, 2009; Arnold, 2008). Este e-mail, no caso de ser institucional, deve ter um departamento associado, do tipo “secretariado@dominio.tld”57, “comunicação@dominio.tld” ou simplesmente

“newsletter@dominio.tld”. Uma rápida análise a uma caixa de correio que receba variadíssimas newsletters, comprova esta opção por parte das empresas.

A utilização do nome pessoal está normalmente associada à edição de especialistas de determinada área (como é o caso da Alterbox de Jacob Nielsen), ou quando é necessária uma relação de proximidade entre subscritores e redactores.

A importância do nome do remetente está bem patente e justificada nas preocupações de Brown (2002). Explica que, enquanto estava a apagar spam, surgiu-lhe um e-mail de “Jeff Bezos” com o assunto “New Apparel Store Now Open”. Embora tenha reconhecido o nome, acabou por eliminar a comunicação. Uns minutos mais tarde acabou por se lembrar que Jeff (Jeffrey) Bezos é o CEO da Amazon.com, e ao recuperar o e-mail do “caixote do lixo” este continha uma comunicação para todos os Amazon.com Associates (afiliados da Amazon.com).

Este exemplo reflecte o que pode estar mal numa promoção. Brown sugere então que no campo do remetente deveria constar o nome da Amazon.com, pois enquanto afiliada, nunca antes tinha recebido uma promoção com um nome individual.

Brown (2002) e Roberts et al (2001) defendem então duas situações distintas. Na primeira, caso a newsletter seja enviada por um individual (um treinador, consultor, freelancer, etc.) o nome é identificado como a própria marca, logo este é familiar aos receptores. Faz então todo o sentido que este conste no campo “De” da newsletter quando esta é enviada.

Na segunda situação, quando a newsletter é enviada por uma marca ou por uma 57 Alias (também chamado de utilizador) antes da arroba (@), seguida do domínio e por fim a sigla de top

empresa, o receptor já está familiarizado com o nome respectivo. Então, é esse o nome que deve preencher o campo “De” do e-mail, mas logo como primeira ou segunda palavra.

Brown ainda enuncia mais um exemplo dos erros de branding. Hipoteticamente falando, a menina “Suzy Q” é marketeer da empresa Clinique's. Se a comunicação for enviada em seu nome, o mais provável é que seja apagada imediatamente, pois ninguém conhece o seu nome. Mas, se ao contrário, colocar o nome da empresa com um assunto relacionado com a empresa, o reconhecimento será instantâneo. O seu nome pode muito bem constar apenas na assinatura final.

Assunto

Em quaisquer que seja a plataforma de visualização do correio electrónico (software cliente de e-mail, webmail, etc.), os primeiros detalhes que são apresentados e que são imediatamente lidos pelo cliente são o “Assunto” e o “De” ou “Remetente”.

Filipe Carrera (2009) coloca uma questão pertinente. Quando se está a verificar a caixa do correio, a capacidade de decisão tende primeiro para seleccionar quais as que vão ser apagadas e quais as que vão ser lidas. Nesta rápida análise, Carrera afirma que é senso comum o utilizador verificar em primeiro lugar o assunto, e de seguida o remetente. Se a mensagem passar por estas duas fazes, é muito provável que seja lida.

Para além de ser o primeiro detalhe da mensagem a ser visto pelo receptor, é também um dos campos a serem vistos em primeiro lugar pelos filtros de spam, portanto, de modo algum, pode ser um mero detalhe na construção de uma comunicação (Brown, 2007; Arnold, 2008; Rivis, 2009).

É então importante que no “Assunto” conste algo que seja importante e relevante para o receptor. Normalmente o e-mail Marketing opta por um assunto sugestivo, enquanto uma newsletter informativa opta por um assunto mais descritivo (Pires, 2002). É importante associar aqui alguns dos pontos já abordados da personalização.

Carrera (2009) sugere também a utilização de termos que estejam ligados com as necessidades dos destinatários, que seja claro e directo e que evite ao máximo interpretações dúbias e por fim que acrescente verbos de acção como: “Aproveite já...”, “Ganhe...”, “Compre...”.

Um estudo realizado pela Return Path58 tenta perceber quais as motivações que levam

os consumidores a abrir uns e-mails e não outros. “O estudo considerou que das razões de topo que levam os receptores a abrir as mensagens é "o valor (para si) da campanha de e- mail Marketing". O reconhecimento da marca, o assunto e o aliciamento através de ofertas especiais foram também algumas das razões citadas.” (Equi=Media, 2007a).

Estas conclusões acabam por verificar o que foi dito por Alexandria K. Brown (2002) e Carrera (2009) em “remetente” neste ponto. É importante destacar a importância da relação do consumidor com a marca, o cuidado com o conteúdo do assunto e ainda a incitação a ofertas.

Rizzi (2002) acrescenta que normalmente os receptores apagam em primeiro lugar todas as mensagens de nomes desconhecidos com assuntos do tipo “EARN MILLIONS THIS YEAR!!!”59. As mensagens que serão abertas, serão as de empresas que conhece, em que

confia, tem alguma afinidade e prefere para realizar as suas compras ou realizar os seus negócios. Abrirá mensagens remetidas apenas por aqueles que já provaram que qualquer e- mail por eles enviado anteriormente, contém informação para ele relevante.

No caso de uma e-zine, no assunto pode constar uma descrição dessa edição, como por exemplo: “Revista do computador, n.º #128” (Brown, 2007).

“Comunicações de e-mail Marketing bem executadas podem ser extremamente eficazes para ganhar a confiança, o respeito, e mais importante, criar oportunidades de negócio online, mas não é de todo fácil” (Rizzi, 2002).

Brown (2007) e Arnold (2008) deixam uma série de sugestões listadas numa secção exclusivamente relacionada com o assunto:

Não utilizar CAPS60, na gíria da web é considerado como gritar, e não é por isso

que chama mais a atenção, bem pelo contrário.

• Não utilizar palavras óbvias, nem caracteres que possam ser considerados como spam. Os filtros de lixo electrónico têm vindo a ser cada vez mais treinados para palavras como “grátis”, “oferta” e “promoção” assim como o “$” e os “€”.

• O assunto deve sempre ser relacionado com o conteúdo da mensagem. A discrepância entre estes dois campos é mal vista pelo receptor, podendo ser vista como tentativa de engano e sofrer a classificação do remetente como spam.

58 http://www.returnpath.net

59 [Ing.] (Ganhe milhões este ano!!!) 60 [Ing.] (Letras maiúsculas)

• Não deve ser usada pontuação de exclamação (!) e interrogação (?) no assunto, muito menos pontuação excessiva.

• Verificar sempre com um corrector ortográfico o assunto da mensagem. É muito fácil surgir um simples engano, que passa facilmente despercebido ao emissor. Mas passa-se exactamente o contrário no lado do receptor, podendo passar uma imagem de falta de cuidado e desleixo.

• Enfatizar um carácter de urgência no e-mail pode ser uma boa técnica de vendas. As promoções com limites de tempo costumam a ser bastantes consultadas (50% do total de compras neste modelo são colocadas antes da meia noite).

• O assunto deve ser pequeno, simples e directo.

Incorporar o nome da empresa no assunto reforça o Branding. Normalmente também ajuda a reforçar a ligação de confiança, entre a empresa e o cliente.

Destinatário

Esta opção poderá ser configurada diferentemente, em vários sistemas e plataformas de distribuição de newsletters. Existem três principais opções: em branco, um remetente colectivo e com o nome do destinatário.

A resposta aqui é imediata, após todas as preocupações com a personalização de conteúdos, no campo de “Para” ou “Destinatário” deverá constar o nome (se possível) e o endereço de correio electrónico para quem a mensagem é destinada (Pires, 2002).

Para o caso da construção de uma newsletter caseira, existem alguns cuidados que devem ser tomados em conta. É preferível que o campo “Para” ou “Destinatário” vá em branco ao invés de todos os destinatários irem listados – o que violara a lei e a privacidade dos subscritores. Para enviar então os e-mails, deverá ser usado o campo BCC61.

Para que o campo do destinatário não vá em branco, se a plataforma o permitir, poderá colocar-se o e-mail do emissor sob uma designação, por exemplo - “«nome da empresa» Newsletter”.

61 Blind carbon copy - [Ing.] (Cópia escondida) Envio de correio electrónico para vários destinatários sem que se consigam visualizar entre si.