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4.1 Cadeias de Suprimentos

4.1.1 Cadeia de Suprimentos do Caju

Para a análise dos Parâmetros Operacionais, a Cadeia de Suprimentos de Caju foi dividida em quatro grandes elos, sendo que três deles foram subdivididos de acordo com o porte das empresas que os compõem. Esta medida ocorreu com percepções, ainda na fase de coleta de dados, de que o porte das empresas as diferencia significativamente em relação aos Parâmetros Operacionais. Assim, optou-se por considera-las em separado, respeitando os diferentes perfis. Com isso, tem-se os seguintes grupos: Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ); Produtores de Caju (PJ), subdivididos em Produtores de Caju – Pequeno Porte (PJP) e Produtores de Caju – Grande Porte (PJG); Beneficiadores de Castanha (BC), subdivididos em Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) e Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG); Processadores de Pedúnculo de Caju (PP), subdivididos em Processadores de Pedúnculo de Caju – Pequeno Porte (PPP) e Processadores de Pedúnculo de Caju – Grande Porte (PPG).

Figura 8 – Cadeias de Suprimentos de Caju – Elos. Fonte: Elaboração própria.

Para a Cadeia de Suprimentos de Caju, como receptores diretos da tecnologia de clones de cajueiro anão, tem-se os dois elos agrícolas, bem como suas subdivisões, a saber: Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ); Produtores de Caju – Pequeno Porte (PJP); Produtores de Caju – Grande Porte (PJG). Os demais elos são receptores secundários da tecnologia, uma vez que se utilizam dos produtos gerados pela tecnologia implementada

nos elos agrícolas, por meio do fruto (castanha) e do pseudofruto (caju). Com isso, destaca-se o processo de acesso à tecnologia de clones de cajueiro anão, formada por 12 clones, com características e objetivos específicos, quer seja por resistência a pragas e doenças, perfis dos frutos ou indicação de acordo com as características edafoclimaticas para o cultivo. Para isso, os desenvolvimentos e testes de adaptações destes clones ocorreram em parceria da T-KIBS com produtores rurais, possibilitando com que eles fossem avaliados em situações distintas, verificando sua adaptabilidade a diversos fatores.

Dentre estas propriedades rurais, destacam-se as pertencentes às empresas do elo Produtores de Caju – Grande Porte (PJG). Tais propriedades rurais já trabalhavam com cajueiro e participaram de fases de desenvolvimento e testes de alguns dos clones de cajueiro anão. Consequentemente, por conta dos resultados positivos obtidos nas suas próprias áreas de produção agrícola, passaram a implementar a tecnologia ou substituir os pomares de cajueiro comum para os clones de cajueiro anão. Este fator gerou um ponto de inflexão neste elo, marcado pela inserção da tecnologia, a qual passou a coexistir juntamente com os pomares de cajueiro comum, que não foram totalmente substituídos. Ao contrário, devido ao tamanho das referidas propriedades e alto custo de substituição tecnológica, tais empresas optaram por utilizar os clones nas áreas novas ou na renovação de pomares notadamente improdutivos.

Esta mesma característica de implementação tecnológica ocorreu com um dos viveiros de multiplicação de mudas do elo de Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ), especificamente a empresa VMJ3. Esta é uma empresa mais antiga, com maior infraestrutura quando comparada às empresas de sua área de atuação além de possuir estreito relacionamento com a T-KIBS responsável pela tecnologia. Estas características aliadas ao fato de já atuar com multiplicação de mudas de outras fruteiras, viabilizou a incorporação da tecnologia de clones de cajueiro anão aos seus produtos, o que igualmente gerou um ponto de inflexão na empresa com relação ao uso desta tecnologia. Isto faz com que o elo Produtores de Caju – Grande Porte (PJG) e a empresa VMJ3 apresentem informações sobre o período anterior e posterior à implementação da tecnologia. Para estas empresas, as informações obtidas com relação aos Parâmetros Operacionais levaram em consideração as mudanças trazidas pela referida tecnologia.

Por outro lado, as outras empresas do elo de Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ) e as pequenas propriedades produtoras de cajueiro, pertencentes ao elo Produtores de Caju – Pequeno Porte (PJP), surgiram, ou passaram a atuar de forma mais relevante neste mercado, devido à tecnologia de clones de cajueiro anão. Com isso, suas operações produtivas acontecem tendo este recurso como principal propulsor das atividades e rotinas. Além de não apresentarem ponto de inflexão em sua trajetória operacional com relação à tecnologia, estas instituições possuem parâmetros operacionais fortemente ligados a este recurso. Destaca-se ainda que muitas delas tiveram seu início devido a oportunidades de mercado proporcionadas pela tecnologia de clones de cajueiro anão, como os demais viveiros do elo de Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ) e boa parte das pequenas propriedades agrícolas. São empresas que possuem neste recurso não apenas um diferencial tecnológico competitivo, mas função central de suas atividades.

Após a colheita, o caju possui alguns destinos de processamento. Estes elos seguintes não utilizam a tecnologia de clones de cajueiro anão de forma direta. Eles não fazem uso da planta em si, mas dos seus frutos que são recebidos do elo de Produtores de Caju (PJ). Por isso, são considerados como receptores indiretos ou secundários. Para esta pesquisa, levou-se em consideração apenas os mais expressivos economicamente, como o beneficiamento da castanha e o processamento do pedúnculo (pseudofruto), utilizado para fabricação de bebidas ou doces. Além destes, existem outros processos de outros subprodutos. Porém, para fins de pesquisa e recorte amostral, foram consideradas somente os processamentos que apresentam maior relevância econômica para a Cadeia de Suprimentos de Caju, conforme informações obtidas na fase exploratória junto à T- KIBS.

Com relação ao elo de Beneficiadores de Castanha (BC), ele foi subdividido em dois: Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) e Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG). Este último elo, o BCG, já existia antes do advento da tecnologia de cajueiro anão, realizando o processamento de castanha proveniente do cajueiro comum. Com a chegada do cajueiro anão, teve-se a possibilidade de se desenvolver o elo Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP), que até então era ocupado, inexpressivamente, por ações artesanais de processamento, atingindo apenas mercados locais. Esta viabilização ocorreu, dentre outros fatores, devido à padronização da castanha dos clones de cajueiro anão, possibilitando seu processamento em equipamentos de

menor porte, porém, já com características industriais, de padrão, regularidade e escala. Apesar dos elos Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) e Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG) serem secundários quanto ao acesso da tecnologia, tem- se que o BCP surgiu, de forma expressiva economicamente, com a referida tecnologia e o BCG foi afetado pelo novo padrão, adaptando-se ao novo portfólio de oferta de castanhas para processamento. Com isso, o elo Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG) apresenta pontos de inflexões em suas atividades operacionais com o surgimento da referida tecnologia, ao contrário do elo Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) que tem suas atividades e Parâmetros Operacionais totalmente ligados aos frutos da tecnologia.

Com relação processamento do pedúnculo do caju, tem-se o elo Processadores de Pedúnculo de Caju (PP), subdividido em Processadores de Pedúnculo de Caju – Pequeno Porte (PPP) e Processadores de Pedúnculo de Caju – Grande Porte (PPG). Assim como os elos Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) e Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG), os elos Processadores de Pedúnculo – Pequeno Porte (PPP) e Processadores de Pedúnculo – Grande Porte (PPG) são considerados receptores secundários da tecnologia de clones de cajueiro anão. No entanto, expressivamente, somente o elo PPG já existia antes do advento da tecnologia, apresentando pontos de inflexões em sua trajetória operacional, devido ao novo contexto de oferta de matéria prima. Já as empresas do elo Processadores de Pedúnculo – Pequeno Porte (PPP) iniciaram suas atividades ou se desenvolveram de forma mais expressiva, com a oferta de pedúnculo de caju advindo do cajueiro anão que, devido a suas características organolépticas e de processamento, viabilizou o surgimento mais expressivo de tais empresas. O quadro a seguir traz um resumo quantitativo das empresas analisadas em cada um dos referidos elos.

Elos da Cadeia de Suprimentos de Caju Quantidade de Empresas Analisadas

1. Viveiristas de Mudas de Cajueiro (VMJ) 03

2. Produtores de Caju (PJ) 13

2.1 Produtores de Caju – Pequeno Porte (PJP) 11 2.2 Produtores de Caju – Grande Porte (PJG) 02

3. Beneficiadores de Castanha (BC) 13

3.1 Beneficiadores de Castanha – Pequeno Porte (BCP) 11 3.2 Beneficiadores de Castanha – Grande Porte (BCG) 02

4. Processadores de Pedúnculo (PP) 07

4.1 Processadores de Pedúnculo – Pequeno Porte (PPP) 05 4.2 Processadores de Pedúnculo – Grande Porte (PPG) 02

Total de empresas analisadas 35

Quadro 15 – Empresas dos elos da Cadeia de Suprimentos de Caju. Fonte: Elaboração própria.