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Desempenhos Operacionais – Comparativo entre as Cadeias de Suprimentos

4.6 Comparativo dos Parâmetros Operacionais entre as Cadeias de Suprimentos

4.6.3 Desempenhos Operacionais – Comparativo entre as Cadeias de Suprimentos

Seguindo o que foi apresentado para as Práticas e Capacidades Operacionais, neste tópico são apresentadas as análises comparadas dos Desempenhos Operacionais entre os Elos Agrícolas e os Elos de Processamento das Cadeias de Suprimentos pesquisadas. Assim como foi realizado para os demais Parâmetros Operacionais, a fim de facilitar as análises, elas foram separadas entre os referidos elos, conforme apresentadas nos quadros a seguir.

Desempenhos Operacionais

Elos Agrícolas das Cadeias de Suprimentos Elos Agrícolas

Caju Elos Agrícolas Coco Elos Agrícolas Marañón

D Qualidade Moderado Fraco Moderado

D Entrega Moderado Moderado -

D Flexibilidade (Produto) Moderado Moderado Moderado

D Custos Forte Moderado Fraco

D Negócio Fraco Forte Moderado

D Produtividade Moderado Forte Fraco

Quadro 56 – Comparativo de Desempenhos Operacionais dos Elos Agrícolas das Cadeias de Suprimentos. Fonte: Elaboração própria.

Desempenhos Operacionais

Elos de Processamento das Cadeias de Suprimentos Elos de Processamento Caju Elos de Processamento Coco Elos de Processamento Marañón

D Qualidade Forte Fraco Moderado

D Entrega Moderado Moderado Fraco

D Flexibilidade

(Produto) Moderado Forte Fraco

D Custos Moderado Fraco Moderado

D Negócio Moderado Fraco Moderado

D Produtividade Moderado Fraco Moderado

Quadro 57 – Comparativo de Desempenhos Operacionais dos Elos de Processamento das Cadeias de Suprimentos.

Fonte: Elaboração própria.

Ao se analisar os Desempenhos Operacionais dos Elos Agrícolas das Cadeias de Suprimentos pesquisadas tem-se que eles se apresentaram um pouco mais intensamente na Cadeia de Suprimentos de Envase de Água de Coco Verde. Para estes elos, destaca-se o Desempenho de Negócios e de Produtividade. A maior intensidade nestas duas dimensões se deve ao fato de que a inserção da tecnologia de processos de envase de água

de coco verde proporcionou maiores possibilidades de uso dos frutos, uma vez que, para o processamento industrial, os frutos não necessitam ter o mesmo padrão de qualidade estética ou pontos de maturação, quando comparado com os frutos que vão para o consumo in natura, conforme já detalhado nas análises dos elos desta Cadeia. Com isso, praticamente todos os frutos passaram a ser comercializados e contabilizados como produção, o que influenciou diretamente nas referidas dimensões.

Os Elos Agrícolas da Cadeia de Suprimentos de Caju também apresentaram boas intensidades em Desempenho Operacional, comparativamente às demais Cadeias, principalmente no que diz respeito à dimensão de Custos. Neste caso, a inserção da tecnologia de clones de cajueiro anão proporcionou maior redução de custos operacionais, quando comparado com os demais Elos Agrícolas e tecnologias. Isto se deve às características próprias da tecnologia, conforme abordado nas análises específicas destes elos, ao proporcionar operações agrícolas que não eram possíveis sem a tecnologia, como a possibilidade de mecanização mais intensiva, bem como acesso mais próximo às árvores (devido à baixa estatura), reduzindo custos de manutenção e tratos culturais. Já os Elos Agrícolas da Cadeia de Suprimentos de Marañón não obtiveram, comparativamente, intensidades expressivas, devido à recente expansão do uso da tecnologia de marañóns clonados, bem como ao fato da planta demorar pelo menos três anos para começar a fornecer produção mais expressiva, o que faz com que os referidos elos ainda estejam ajustando os demais Parâmetros Operacionais.

Com relação aos Elos de Processamento, a análise comparativa mostrou que a Cadeia de Suprimentos de Caju apresentou resultados mais intensos quanto ao Desempenho Operacional. Destaca-se a dimensão de Desempenho de Qualidade que foi afetada, principalmente, pelas características de padrão para processamento, maior rendimento industrial, além de características organolépticas intrínsecas aos frutos advindos da tecnologia de clones de cajueiro anão, conforme apresentados nas análises dos elos. Para a Cadeia de Envase de Água de Coco Verde, o destaque se dá na dimensão de Desempenho de Flexibilidade de Produtos. Isto se deve ao fato de que a tecnologia de processos de envase de água de coco verde proporcionou a este elo mais possibilidades de flexibilização dos produtos finais, tanto quanto aos tipos de embalagens, comercialização, como mix de produtos, conforme apontado nas análises dos elos. Já a Cadeia de Suprimentos de Marañón, apesar de não ter apresentado nenhuma intensidade

comparativa expressiva nos Desempenhos Operacionais, apresentou resultados moderados em quatro das seis dimensões deste Parâmetro Operacional, o que aponta para tendência evolutiva destes elos, apesar do pouco tempo de uso e processamento da tecnologia.

Conforme apontado e corroborado pelo referencial teórico deste trabalho, entende-se que Práticas Operacionais contribuem para o desenvolvimento de Capacidades Operacionais, que são responsáveis pelos diferenciais competitivos operacionais das empresas, que repercutem nos Desempenhos Operacionais. Estes últimos Parâmetros Operacionais vão aperfeiçoando-se à medida em que as Práticas e Capacidades Operacionais vão se estabelecendo nas Cadeias de Suprimentos, conforme foi verificado nas análises comparativas dos Desempenhos Operacionais. Ao contrário do que foi verificado nas Capacidades Operacionais, os Desempenhos se desenvolvem à medida em que as Cadeias vão se estabelecendo operacionalmente e com o tempo de uso da tecnologia.

5 CONCLUSÕES

Na seção anterior, foram apresentadas as análises dos dados coletados em campo para esta pesquisa, no que diz respeito às Cadeias de Suprimentos pesquisadas, bem como algumas discussões sobre estes resultados. Primeiramente, foram apresentadas as novas configurações das dimensões dos Parâmetros Operacionais de Práticas, Capacidades e Desempenhos Operacionais, com os acréscimos das dimensões que surgiram durante a etapa de coleta de dados. Em seguida, foram apresentados os resultados por Cadeia de Suprimentos, com relação aos Parâmetros Operacionais para as referidas Cadeias, bem como análise comparativa entre os elos das Cadeias. Estes dados visam atender aos objetivos (primário e secundários) propostos para esta pesquisa, bem como responder à pergunta de pesquisa: “Como Capacidades Operacionais das Cadeias de Suprimentos podem ser desenvolvidas a partir da interação com um agente externo”? Para responder a esta pergunta, o Objetivo Principal proposto foi “analisar o desenvolvimento de Capacidades Operacionais em Cadeias de Suprimentos Agroindustriais, a partir de alterações nas Práticas Operacionais, resultantes da interação com empresa de serviços intensiva em tecnologia”. Para este objetivo, foram propostos cinco Objetivos Secundários (OS), os quais serão analisados a seguir.

O primeiro Objetivo Secundário proposto para esta pesquisa foi:

- OS1: Verificar o processo de alteração de Práticas Operacionais nos elos das Cadeias

de Suprimentos, a partir da interação com empresa de serviços intensiva em tecnologia. O primeiro ponto a ser destacado refere-se às dimensões de Práticas Operacionais utilizadas nesta pesquisa. Durante a Revisão de Literatura, identificou-se sete dimensões que serviram como base para a pesquisa de campo, inclusive a elaboração do questionário de entrevista semiaberta. Com isso, para a execução do OS1, foram analisadas as referidas sete dimensões de Práticas Operacionais de 37 empresas e dois grupos focais, pertencentes a oito elos de três Cadeias de Suprimentos Agroindustriais, que receberam, diretamente, três tecnologias operacionais, sendo um grupo controle (que não recebeu tecnologia), advindas de duas empresas de serviços intensiva em tecnologia (T-KIBS).

Nestas análises foi verificado se as tecnologias desenvolvidas pelas T-KIBS ou o relacionamento operacional com as T-KIBS alteram as dimensões das Práticas

Operacionais das empresas. De acordo com os dados apresentados, verificou-se que as tecnologias alteraram as dimensões de Práticas Operacionais, conforme foi apresentado na Cadeia de Suprimentos de Caju e na Cadeia de Suprimentos de Envase de Água de Coco. No entanto, deve ser destacado que, somente a utilização da tecnologia fornecida pela T-KIBS não é suficiente para realizar tais alterações. Isto foi demonstrado na Cadeia de Suprimentos de Marañón, a qual os elos receberam a tecnologia, porém, por limitações operacionais da T-KIBS, não foram realizadas interações com a referida Cadeia. Como consequência, as empresas não se beneficiaram das vantagens operacionais da tecnologia. Inclusive, nesta Cadeia, fez-se o contraponto com outro sub elo do mesmo elo, que continha empresas que não utilizaram a referida tecnologia e apresentaram resultados equivalentes ou mais intensos do que os elos que fizeram uso da tecnologia. Logo, para esta Cadeia, as empresas não tiveram suas Práticas Operacionais impactadas de forma relevante com o uso da tecnologia.

Outra conclusão advém das diferenças de intensidades entre as dimensões das Práticas Operacionais, mesmo quando analisadas situações de empresas de mesmo porte, pertencentes ao mesmo elo e tendo a mesma tecnologia como base de suas ações operacionais. Estes fatos foram observados dentro do mesmo elo e entre elos diferentes da mesma Cadeia de Suprimentos, mesmo quando a tecnologia possuía alto nível de influência operacional. Tais acontecimentos apontam para o fato de que, apesar de todo o potencial operacional das tecnologias e do relacionamento operacional com a T-KIBS, as dimensões das Práticas Operacionais foram impactadas e desenvolvidas de formas diferentes nas empresas. Isto deriva do próprio conceito de Práticas Operacionais, que, conforme apontado na Revisão Teórica, são atividades executadas em determinadas estruturas e com uso de recursos operacionais (não só as tecnologias das T-KIBS), podendo apresentar diferentes resultados, dependendo, inclusive da forma como são implementadas (BROMILEY; RAU, 2014; SWINK; NARASIMHAN; KIM, 2005; WU; MELNYK; FLYNN, 2010). No caso de utilização das tecnologias de T-KIBS como recurso operacional, tem-se que a infraestrutura, os recursos e a estratégia operacional das empresas, bem como a forma como esta tecnologia é implementada, alteram a intensidade de desenvolvimento de Práticas Operacionais. Assim, além de ter-se cumprido o Objetivo Secundário OS1, chega-se à primeira proposição desta pesquisa, voltada para alterações nas Práticas Operacionais a partir do uso de tecnologias de T-KIBS como recursos operacionais.

Proposição 1: Recursos operacionais desenvolvidos a partir de tecnologias de T-KIBS

alteram as dimensões das Práticas Operacionais e são influenciados pelo nível de interação com a T-KIBS.

O segundo Objetivo Secundário proposto para esta pesquisa foi:

- OS2: Verificar o desenvolvimento de Capacidades Operacionais nos elos das Cadeia de

Suprimentos, a partir das alterações nas Práticas Operacionais identificadas no OS1. Para o alcance deste OS, foram analisadas as Capacidades Operacionais das empresas pesquisadas e que utilizavam tecnologia de T-KIBS como recurso operacional. Destaca- se que durante a Revisão Teórica, identificou-se seis dimensões que serviram como base para a pesquisa de campo, inclusive a elaboração do questionário de entrevista semiaberta. Porém, durante a fase de análise de dados das entrevistas, utilizando-se da técnica de códigos abertos, foram identificadas outras duas dimensões, a saber: “Capacidades de Cooperação em Cadeia de Suprimentos” e “Capacidades de Cooperação Tecnológica”. Estas duas Capacidades surgiram a partir de códigos que apresentavam aderência aos conceitos de Capacidades Operacionais, mas que não apresentavam compatibilidade com as demais dimensões existentes. Assim, após trabalho de agrupamento e análise, conforme pertinência temática, chegou-se a estas duas novas dimensões.

A dimensão de Capacidade de Cooperação em Cadeia de Suprimentos é uma contribuição desta pesquisa, ao entender que toda empresa, independente de qual elo ela pertença, possui atividades que são voltadas para relações entre empresas do mesmo elo e entre empresas de elos diferentes, em prol de benefício mútuo. Além disso, apesar de já existirem dimensões referentes ao atendimento de demandas dos clientes, bem como com fornecedores, algumas atividades transcendem relações comerciais destas díades e passam a contribuir para o benefício da empresa foco, ou em prol de outra empresa da Cadeia. Isto foi percebido nas Cadeias de Suprimentos Agroindustriais, principalmente quando existem ações entre empresas que não possuíam relações comerciais entre si, por serem de elos não subjacentes, ou por haver intermediários comerciais que fazem a compra e venda dos produtos entre elos. Assim, ao exercerem tais atividades, as empresas estão atuando em parceria para obtenção de benefícios diretos ou indiretos, uma vez que

toda a Cadeia, ou parte dela, será beneficiada. Com isso, tem-se a segunda proposição desta pesquisa que se refere às dimensões de Capacidades Operacionais.

Proposição 2: Capacidades Operacionais de Cadeia de Suprimentos são criadas a partir

de interações entre empresas com relações diretas ou indiretas na Cadeia de Suprimentos.

A dimensão de Capacidades de Cooperação Tecnológica surgiu de códigos abertos com similaridades aos conceitos e características das Capacidades Operacionais e que não se encaixavam em nenhuma das dimensões que haviam sido elencadas pela Revisão Teórica. Neste agrupamento constam códigos que retratam ações que necessitam do uso de recursos, processos e Práticas Operacionais, juntamente com cooperação tecnológica com T-KIBS, ou outra empresa tecnológica. Esta cooperação, juntamente com os recursos e práticas disponíveis, auxiliou na resolução de problemas e geração de resultados positivos para as empresas, à medida em que possibilitaram o acesso a conhecimentos específicos e técnicas operacionais que não dispunham internamente. Esta nova dimensão foi devidamente trabalhada na análise dos dados, bem como suportada pelos relatos de campo, conforme apresentados na seção anterior e nos apêndices. Assim, ao estabelecer ações de Cooperação Tecnológica com T-KIBS, ou outra instituição de tecnologia, as empresas obtêm benefícios voltados para soluções de problemas, juntamente com seus recursos e Práticas Operacionais, gerando diferenciais competitivos em sua área de atuação. Com isso, tem-se a terceira proposição desta pesquisa que se refere às dimensões de Capacidades Operacionais.

Proposição 3: Capacidades Operacionais são criadas a partir de interações operacionais

de cooperação tecnológica com T-KIBS ou outras instituições de tecnologia, visando a solução de problemas.

Em continuidade à execução do OS2, foram analisados os desenvolvimentos das referidas oito dimensões de Capacidades Operacionais, como consequência das Práticas Operacionais identificadas no OS1, nas 37 empresas e dois grupos focais, pertencentes a oito elos, sendo um grupo controle, das três Cadeias de Suprimentos Agroindustriais. Conforme os dados e análises apresentados, verificou-se o desenvolvimento de Capacidades Operacionais nas empresas das Cadeias de Suprimentos, a partir das alterações nas Práticas Operacionais identificadas no OS1, conforme foi apresentado. No

entanto, vale destacar que nem todas as dimensões das Capacidades Operacionais recebem influência da tecnologia ou do relacionamento com T-KIBS. Outro ponto relevante refere-se ao fato de que, assim como nas Práticas Operacionais, dimensões das Capacidades Operacionais foram desenvolvidas em intensidades diferentes, mesmo quando analisadas situações de empresas de mesmo porte, pertencentes ao mesmo elo e tendo a mesma tecnologia como base de suas ações operacionais. Estes fatos foram observados nas referidas análises, tanto dentro do mesmo elo, como entre elos diferentes da mesma Cadeia de Suprimentos, mesmo quando a tecnologia possuía alto nível de influência operacional, assim como no OS1. Tais acontecimentos apontam para o fato de que, apesar de todo o potencial operacional das tecnologias e da interação operacional com a T-KIBS, as dimensões das Capacidades Operacionais são impactadas e desenvolvidas de formas diferentes nas empresas. Isto deriva do próprio conceito de Capacidades Operacionais, que, conforme apontado na Revisão Teórica, são específicas de cada empresa, consequentes das habilidades, processos e Práticas Operacionais (WU; MELNYK; FLYNN, 2010).

Além disso, verificou-se que, quando a tecnologia fornecida pela T-KIBS não possui influência nas Prática Operacionais, sua influência para o desenvolvimento de Capacidades Operacionais é reduzida. Isto foi demonstrado na Cadeia de Suprimentos de Marañón, a qual, apesar de não ter suas Práticas Operacionais influenciadas pela tecnologia, recebeu influência tecnológica para as Capacidades Operacionais. No entanto, estas influências foram de fraca intensidade, em âmbito geral, não promovendo diferenciais competitivos para as empresas. Inclusive, nesta Cadeia, fez-se o contraponto com outro sub elo do mesmo elo, formado por empresas que não utilizaram a referida tecnologia e apresentaram resultados equivalentes ou mais intensos do que os elos que fizeram uso da tecnologia. Logo, para esta Cadeia, as empresas não tiveram suas Capacidades Operacionais desenvolvidas a partir das Práticas Operacionais alteradas pelo uso de tecnologia fornecdia por T-KIBS, uma vez que tiveram acesso a tal tecnologia. Assim, além de ter-se cumprido o Objetivo Secundário OS2, chega-se à quarta proposição desta pesquisa, voltada para o desenvolvimento de Capacidades Operacionais a partir de alterações nas Práticas Operacionais promovidas pelo uso de tecnologias, de T-KIBS, como recursos operacionais.

Proposição 4: Recursos operacionais, criados a partir de tecnologias de T-KIBS,

desenvolvem Capacidades Operacionais quando as Práticas Operacionais são alteradas variando quanto a tecnologia, habilidades, processos, rotinas e recursos de cada empresa.

O terceiro Objetivo Secundário proposto para esta pesquisa foi:

- OS3: Verificar se estas Capacidades Operacionais também repercutem no

desenvolvimento de Capacidades em outros elos da mesma cadeia ou na cadeia inteira. Para a realização deste OS, foram analisadas as Capacidades Operacionais em empresas, das mesmas Cadeias, mas que pertencem a elos que não receberam a tecnologia de forma direta. Assim, conforme os dados e análises destas empresas, seus elos e de suas relações com os elos que receberam as tecnologias, conforme já apresentado, verificou-se o desenvolvimento de Capacidades Operacionais nas demais empresas das Cadeias de Suprimentos, mas que não receberam as tecnologias de forma direta. Destaca-se que as análises apontam que as tecnologias apresentam influência no desenvolvimento de Capacidades Operacionais, mesmo não sendo utilizadas diretamente nos processos operacionais. Com isso, tem-se que, quando se insere tecnologia de T-KIBS, capazes de alterar as Práticas Operacionais e desenvolver Capacidades Operacionais em um dos elos das Cadeias de Suprimentos, estes fatos reverberam seus efeitos para os demais elos das Cadeias, mesmo que eles não tenham contato com a tecnologia. Reforça-se que, conforme apresentado nas análises, tal fato ocorre a jusante, como foi o caso da Cadeia de Suprimentos de Caju, ou a montante, como foi o caso da Cadeia de Suprimentos de Envase de Água de Coco.

No entanto, vale destacar que nem todas as dimensões das Capacidades Operacionais recebem esta influência indireta da tecnologia ou do relacionamento com T-KIBS, apesar destes casos não terem sido a maioria. Outro ponto relevante refere-se ao fato de que, assim como para os elos que receberam as tecnologias diretamente, as dimensões das Capacidades Operacionais, que foram desenvolvidas indiretamente, apresentaram intensidades diferentes, mesmo quando analisadas situações de empresas de mesmo porte, pertencentes ao mesmo elo. Estes fatos foram observados nas referidas análises, tanto dentro do mesmo elo, como entre elos diferentes da mesma Cadeia de Suprimentos, mesmo quando a tecnologia possuía alto nível de influência operacional indireta, assim como apontado nos OS1 e OS2. Tais acontecimentos apontam para o fato de que, apesar de todo o potencial operacional da tecnologia, direto ou indireto, bem como da interação

operacional com a T-KIBS, as dimensões das Capacidades Operacionais são impactadas e desenvolvidas com intensidades diferentes nas empresas. Isto deriva do próprio conceito de Capacidades Operacionais, que, conforme apontado na Revisão Teórica, são específicas de cada empresa, consequentes das habilidades, processos e Práticas Operacionais (WU; MELNYK; FLYNN, 2010), conforme já relatado.

Além disso, verificou-se que, quando a tecnologia, fornecida pela T-KIBS e adotada diretamente pelas empresas, que possui reduzida influência sobre as Capacidades Operacionais, também apresenta reduzida influência sobre as Capacidades Operacionais das empresas que são impactadas indiretamente. Isto foi demonstrado na Cadeia de Suprimentos de Marañón, a qual mostrou a baixa influência no desenvolvimento de Capacidades Operacionais quando a tecnologia foi utilizada de forma direta. Quando se analisou o elo seguinte, que foi impactado pela tecnologia indiretamente, verificou-se que a fraca influência também apareceu sobre suas Capacidades Operacionais, porém, sua interferência para o desenvolvimento de Capacidades Operacionais foi baixa, não promovendo diferenciais competitivos para as empresas. Nesta Cadeia, fez-se o contraponto com outro sub elo do mesmo elo, formado por empresas que não utilizaram a referida tecnologia e apresentaram resultados equivalentes ou mais intensos do que os