• Nenhum resultado encontrado

Capacidades Operacionais – Cadeia de Suprimentos de Marañón

4.5 Cadeia de Suprimentos de Marañón Análise dos Parâmetros Operacionais

4.5.2 Capacidades Operacionais – Cadeia de Suprimentos de Marañón

Após a análise das Práticas Operacionais da Cadeia de Suprimentos de Marañón, foi realizada a análise das Capacidades Operacionais. Destaca-se que tais análises são

comparativamente entre os elos, tendo em vista as oito dimensões utilizadas nesta pesquisa. Os quadros a seguir apresentam informações quanto ao grau de intensidade destas Capacidades, a partir do panorama encontrado em cada elo, gerando graus de intensidade comparativos entre eles, além da influência da tecnologia e do relacionamento com a T-KIBS para o desenvolvimento das referidas Capacidades.

Capacidades Operacionais Elo PMP Elo PMG Elo PMC Elos da Cadeia de Suprimentos de Marañón Elo

BMM Elo BMC

C Cooperação Operacional Moderado Fraco Forte Fraco Moderado

C Customização Operacional Moderado Forte Forte Moderado Moderado

C Resposta Operacional Fraco Moderado Forte Moderado Fraco

C Melhoria Operacional Moderado Moderado Forte Moderado Fraco

C Inovação Operacional Moderado Fraco Moderado / Moderado

C Reconfiguração Operacional Moderado Forte Fraco Forte Moderado

C Cooperação Tecnológica Forte Moderado Forte Moderado Fraco

C Cooperação em Cadeia de

Suprimentos Forte Moderado Forte Moderado Moderado

Quadro 45 – Capacidades Operacionais da Cadeia de Suprimentos de Marañón. Fonte: Elaboração própria.

Capacidades Operacionais da Cadeia de Suprimentos de Marañón

Influência da Tecnologia nos elos Agrícolas Processamentos

C Cooperação Operacional / /

C Customização Operacional Fraca Fraca

C Resposta Operacional Fraca Fraca

C Melhoria Operacional Fraca Fraca

C Inovação Operacional Moderada Forte

C Reconfiguração Operacional / /

C Cooperação Tecnológica Forte Forte

C Cooperação em Cadeia de Suprimentos / /

Quadro 46 – Influência da Tecnologia nas Capacidades Operacionais da Cadeia de Suprimentos de Marañón.

Fonte: Elaboração própria.

Para a dimensão de Cooperação Operacional, verificou-se que ela foi mais relevante no elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC), seguida pelos elos Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP) e Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC). Tais fatos se devem ao motivo de que estes três elos, com destaque para o Produtores de Marañón Crioulo (PMC), atuam sob práticas de associativismo bastante arraigadas, favorecendo o estabelecimento de cooperações operacionais tanto entre empresas do mesmo elo, como com os fornecedores. Fato contrário ocorre com os elos Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG) e Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM), nos quais as empresas atuam, em sua maioria, de forma individual, fragilizando as relações e reduzindo as ocorrências de cooperações

operacionais. Vale destacar que, conforme já apresentado nas análises anteriores, a tecnologia de clones de marañón ou o relacionamento com a T-KIBS não influenciaram o desenvolvimento desta dimensão.

Com relação à Customização Operacional, verifica-se que todos os elos apresentaram boas intensidades para esta dimensão, aliado ao fato de que a tecnologia possui influência de fraca intensidade para todos os elos. Com isso, tem-se que, apesar da participação da tecnologia, os diferenciais se dão com as gestões operacionais e as estratégias das empresas na busca por customizar processos para melhor alcance dos objetivos operacionais e institucionais. Os destaques se dão para os elos Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG) e Produtores de Marañón Crioulo (PMC) que são dois elos que apresentam maior foco em ajustes internos. O primeiro, devido ao fato de pertencerem a empresas de grande porte e possuírem recursos que viabilizam o aprimoramento das atividades, quer seja com ações próprias, ou via contratação de profissionais especializados. Já o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC), apesar de ser formado por empresas de pequeno porte, atua com bastante proximidade com o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC) e com os compradores finais. Isto faz com que tenham acesso a capacitações e consultorias para desenvolvimento dos processos produtivos e aumento da produtividade, uma vez que um dos gargalos principais para estes elos é a disponibilidade de castanha para processamento.

No que diz respeito à Resposta Operacional, tem-se que a maior relevância foi encontrada no elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC). Conforme já abordado, este resultado se deve ao intenso trabalho associativista, que possui base neste elo, realizado na região que compreende a produção de marañón crioulo. Com isso, este ele apresenta forte sintonia com os seus clientes, o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC), que também pertence às associações. Devido a isto, o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) possui alta Capacidade de Resposta Operacional, uma vez que toda a sua produção é vendida para o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC), além de entender que ao desenvolverem e beneficiarem seus clientes de acordo com as demandas de mercado, o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) está beneficiando, também, a si próprio. Ainda neste contexto, no entanto, verifica-se que o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC) apresenta menores intensidades para esta dimensão, denotando algumas dificuldades no atendimento às demandas dos clientes, conforme foi verificado em

campo. Por outro lado, os elos Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG) e Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM) apresentam intensidades moderadas para esta dimensão, devido ao fato de serem empresas de maior porte e possuírem foco mercadológico bem intenso. No entanto, ainda possuem alguns pontos de melhorias para esta dimensão, apesar das atividades já realizadas. Ressalta-se que, para esta dimensão, conforme apresentado nas análises, a tecnologia de clones de marañón ou o relacionamento com a T-KIBS apresentou fraca intensidade de influência para o desenvolvimento das ações. Isto reforça a participação das ações gerenciais operacionais e das estratégias das empresas no alcance de tais resultados.

Para as ações de Melhoria Operacional, tem-se que o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) apresentou maior intensidade para esta dimensão. Conforme já apresentado, o encadeamento das ações entre os elos Produtores de Marañón Crioulo (PMC), Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC) e Clientes, aponta que um dos principais gargalos está na oferta de castanhas para serem processadas, o que, consequentemente, remete o foco das ações para o aprimoramento da produção agrícola e produtividade de castanhas de marañón. Assim, as empresas do elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) são incentivadas a melhorarem seus processos operacionais (com vistas ao aumento da produtividade) pela empresa, que é a compradora dos produtos processados pelo elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC). Com isso, o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) apresenta maior intensidade nas ações de Melhoria Operacional, quando comparado com os outros elos, inclusive o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC). Este, apesar de também possuir oportunidades para melhorias operacionais, devido a limitações tecnológicas não avança tanto nesta dimensão. Além disso, há excesso de demanda por produtos processados. Com isso, mesmo com problemas em suas etapas operacionais, as empresas conseguem repassar ao mercado seus produtos, o que faz com que o elo Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC) não apresente tanto esforço para o desenvolvimento desta capacidade quanto o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC), que é bastante demandado por produtividade. Com relação aos demais elos que utilizam a tecnologia de clones de marañón, verifica-se que possuem intensidades equiparadas de ações para esta dimensão. Isto se deve, em parte à influência da tecnologia, apesar de sua contribuição, para o desenvolvimento desta dimensão ser de fraca intensidade. Porém, associado à tecnologia está o fato dos elos Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP), Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte

(PMG) e Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM) estarem em processos de aperfeiçoamento de suas atividades, inclusive recebendo capacitações e consultorias técnicas para tal fim. Com isso, tem-se a referida equiparação para esta dimensão.

Com relação à Inovação Operacional, verificou-se que a tecnologia de clones de marañón possui moderada influência no desenvolvimento desta dimensão para os elos agrícolas e forte influência para os elos de processamento. Esta influência se demonstra na possibilidade de se implementar processos ou tecnologia radicalmente novos, mesmo no âmbito das empresas, com reflexos em novos modelos de negócios ou novos tipos de clientes. Porém, ao se analisar os elos que utilizam a referida tecnologia, tem-se que as intensidades para estas ações são moderadas, fracas ou inexistentes. Para os elos agrícolas, Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP) e Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG) verifica-se que há busca por novos modelos de negócios, principalmente por parte das empresas de pequeno porte, que implementam ações de beneficiamento dos produtos, procurando ofertar ao mercado não apenas os frutos, mas alguns produtos já processados, mesmo que artesanalmente. Já as empresas do elo Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG), por possuírem foco em outras atividades, possuem menores intensidades em tais ações, uma vez que o cultivo de marañón não é o único foco. Para o elo Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM), verificou-se que, apesar do potencial de inovação da tecnologia, as empresas possuem o foco atual voltado para o aprimoramento das ações nos modelos de negócios que já atuam. Por isso, as ações para esta dimensão não foram relevantes quando comparadas com os demais elos. Por outro lado, os elos Produtores de Marañón Crioulo (PMC) e Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC) apresentam boas intensidades de ações para esta dimensão devido, principalmente, aos trabalhos de desenvolvimento e avaliação de novo clones de marañón, juntamente com a referida T- KIBS. Tal tecnologia pode alterar seus modelos de negócios, devido às características de processamento e consumo do pseudofruto advindo de clones melhorados geneticamente.

Quanto à dimensão de Reconfiguração Operacional, tem-se que as maiores intensidades foram encontradas para os elos Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG) e Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM). Isto se deve ao fato de que tais elos possuem maior fluxo de atividades comerciais, estando sujeitos

às alterações de mercado, tendo que se adequar rapidamente a tais alterações. Além disso, tais empresas atuam em mercados emergentes, onde o consumo maior de castanhas se dá por importação e agora há a disponibilidade deste produto no mercado local. Com isso, se deparam com necessidades de reconfigurações de suas atividades operacionais para se adequarem às situações que se apresentam. Estes mesmos cenários são encontrados, em menor intensidade, nos elos Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP) e Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC). Para este último, destaca-se o fato de possuírem como cliente, majoritariamente, um grupo empresarial. Com isso, as alterações externas e demandas ocorrem com menor intensidade, quando comparado aos demais casos. Este mesmo cenário ocorre com o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) que, por destinar, praticamente, toda sua produção às unidades de beneficiamento das associações, o elo não está sujeito a grandes variações externas. Vale destacar que, conforme apresentado nas análises, a tecnologia de clones de marañón não mostrou influência para o desenvolvimento desta dimensão, sendo suas ações decorrentes do trabalho gerencial operacional e das estratégias das empresas.

Para a Cooperação Tecnológica, verificou-se que a tecnologia de clones de marañón ou o relacionamento com a T-KIBS apresentou forte influência para o desenvolvimento desta dimensão. Para os elos que utilizam a tecnologia, tem-se que o Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP) apresentou maior intensidade de ações, devido ao fato de que, por serem empresas de menor porte, não possuem tanta estrutura interna ou recursos para o desenvolvimento de soluções, resoluções de problemas ou ajustes em máquinas e equipamentos. Com isso, recorrem à cooperação tecnológica com a T-KIBS ou outras instituições tecnológicas, para capacitações, consultorias, resolução de problemas e desenvolvimento ou adaptação de produtos e máquinas. Já o elo Produtores de Marañón Melhorados – Grande Porte (PMG), por apresentar maior disponibilidade de recursos e possibilidades de contratação de técnicos e serviços especializados, apresenta menor intensidade para esta dimensão. Porém, com elo Beneficiadores de Marañón Melhorados Geneticamente (BMM), destaca-se que a menor intensidade, quando comparado com o elo Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP), refere-se ao fato de que a T-KIBS em questão, bem como as demais empresas de tecnologias, não possuem tanta expertise em processamentos de produtos, quanto possuem para as áreas agrícolas. Assim, a Cooperação Tecnológica é de menor intensidade, comparativamente. Já para os elos Produtores de Marañón Crioulo (PMC) e

Beneficiadores de Marañón Crioulo (BMC), que também possuem ações para esta dimensão, tem-se que o elo agrícola apresenta maior intensidade devido, principalmente, ao foco destes elos no aprimoramento da produtividade agrícola, para maior oferta de matéria prima. Além disso, o elo Produtores de Marañón Crioulo (PMC) tem atuado juntamente com a T-KIBS no desenvolvimento de novos clones de marañón, voltados para suas as características regionais, o que eleva a intensidade das ações.

Quanto às Capacidades de Cooperação em Cadeia de Suprimentos, tem-se que tanto os elos ligados à tecnologia de marañón clonados quanto os ligados ao marañón crioulo apresentaram boas intensidades nas atividades, sendo capitaneados pelos elos agrícolas de propriedades de pequeno porte, com repercussões para os demais elos. Este fato demonstra que as atividades para esta dimensão possuem maior força nos movimentos associativistas, como é o caso dos elos Produtores de Marañón Melhorados – Pequeno Porte (PMP) e Produtores de Marañón Crioulo (PMC), que presam pela atuação em conjunto para o desenvolvimento de toda a cadeia. Destaca-se que, de acordo com as análises anteriores, a tecnologia de clones de marañón não possui influência sobre o desenvolvimento de tais atividades, sendo reflexo do estilo de gestão das propriedades e das estratégias adotadas pelas empresas dos referidos elos.

Após estas análises, verificou-se que a tecnologia de clones de marañón ou o relacionamento com a T-KIBS contribuíram, de forma geral, para o desenvolvimento de Capacidades Operacionais da Cadeia de Suprimentos de Marañón, apesar das diferentes intensidades, além de não ter influenciado todas as dimensões. Estas Capacidades, conforme apresentado, são reflexo da influência exercida pela tecnologia nas Capacidades e Práticas Operacionais dos elos, que se mostram como antecessoras do desenvolvimento de Capacidades. Destaca-se que estas contribuições foram verificadas nas Capacidades de Customização Operacional, Resposta Operacional, Melhoria Operacional, Inovação Operacional, e Cooperação Tecnológica. Reforça-se que esta última Capacidade não estava prevista na proposta inicial desta pesquisa, mostrando-se como relevante para auxiliar na compreensão dos diferenciais competitivos proporcionados pela interação com a T-KIBS pesquisada ou com outras empresas de tecnologia. No entanto, destaca-se que somente duas Capacidades apresentaram resultados mais expressivos, o que chama atenção para oportunidades de desenvolvimento de ações em conjunto com a T-KIBS, quando pertinente, para alcance

de diferenciais competitivos. Apesar de, em todas as Capacidades, ter-se verificado que os resultados também dependem das ações gerenciais operacionais e das estratégias das empresas, isto ficou mais evidente nas dimensões de Cooperação Operacional e Reconfiguração Operacional. Nestas Capacidades, o uso da tecnologia ou o relacionamento com a T-KIBS não apresentaram influência no desenvolvimento destas dimensões. Mesmo assim, tais dimensões apresentaram suas relevâncias, de acordo com os perfis dos elos e do contexto empresarial e mercadológico.