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Clonagem Humana: Questões e Implicações

No documento Sally Wendkos Olds • Ruth Duskin Feldman (páginas 102-104)

garantias dos direitos e das responsabilidades dos pais e - pa- ra desestimular a utilização comercial da clonagem - limite pa- ra o número de clones oriundos de qualquer indivíduo (Ro- bertson, 1998).

Tanto os possíveis motivos para clonagem como a argu- mentação contra ela podem refletir uma incompreensão do pa- pel dos genes na desenvolvimento humano. Embora a clona- gem possa produzir genótipos idênticos, ela não pode produzir fenótipos idênticos. Como os gêmeos monozigóticos, os clones não pareceriam, sentiriam, seriam ou agiriam exatamente co- mo seus doadores genéticos - na verdade, isso ocorreria ainda menos, pois eles se desenvolveriam em ambientes uterinos di- ferentes e cresceriam em circunstâncias diferentes. Até a apa- rência física pode ser afetada pelas experiências pré-natais, co- mo o modo como um feto liga-se à placenta e as substâncias que absorve do sangue da mãe (Eisenberg, 1999). O desenvol- vimento cerebral, tanto antes como depois do nascimento, de- pende muito de uma combinação de maturação e experiência. E características complexas, como inteligência e personalidade, dependem de um entrelaçamento praticamente inseparável en- tre natureza e experiência.

Assim, "para produzir outro Wolfgang Amadeus Mo- zart, precisaríamos não apenas do genoma (constituição gené- tica) de Mozart, mas também do útero de sua mãe, das aulas de música de seu pai, dos amigos dos pais e do próprio Mozart, da situação da música no século XVIII na Áustria, da proteção de Haydn, e assim por diante.... Não [podemos presumir] que o genoma dele, cultivado em outro mundo e em outra época, re- sultaria no mesmo gênio musical. Se uma determinada espécie de trigo produz diferentes safras em diferentes condições de clima, solo e cultivo, como podemos presumir que um genoma tão mais complexo como o de um ser humano produziria sua desejada safra de óperas, sinfonias e música de câmara sob di- ferentes condições de criação?" (Eisenberg, 1999, p. 474).

Na verdade, em vez de aperfeiçoar a espécie humana, a ampla utilização da clonagem poderia ter um efeito negativo. Ela poderia limitar a adaptabilidade do pool de genes huma- nos ao enfatizar características (como a capacidade musical de Mozart) que tiveram êxito em determinados ambientes, mas que poderiam mostrar-se menos bem-sucedidas em outras cir- cunstâncias imprevistas. "A evolução social exige novos tipos de homens e mulheres. A clonagem nos condenaria a sempre planejar o futuro com base no passado" (Eisenberg, 1999, p. 473).

do um dos genitores tem um gene anormal dominante e um gene normal recessivo, e o outro genitor tem dois genes normais recessivos, cada um de seus filhos tem uma chan- ce de 50% de herdar o gene anormal (ver Figura 3-4). Como o gene anormal é dominan- te, toda criança que o recebe terá o defeito. (Evidentemente, se um dos pais tem dois ge- nes anormais dominantes, ou seja, se um dos pais é homozigótico para a condição, to-

dos os filhos serão afetados.) Entre os 1.800 distúrbios conhecidos que são transmitidos

p o r herança dominante estão a acondroplasia (uma tipo de nanismo) e a doença de Huntington.

Problema Deficiência de a, antitripsina a talassemia fí talassemia (anemia de Cooley) Fibrose cística Distrofia muscular de Duchenne Hemofilia Características da Condição

Deficiência enzimática que pode acarretar cirrose hepática na primeira infância e enfisema e doença pulmonar degenerativa na meia-idade.

Anemia grave que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio; quase todos os bebês afetados são natimortos, ou morrem logo após o nascimento. Anemia grave que provoca fraqueza, fadiga e doenças freqüentes; geralmente fatal na adolescência ou início da idade adulta. O corpo produz muco excessivo, o qual se acumula nos pulmões e no trato digestivo; as crianças não crescem normalmente e geralmente não vivem além dos 30 anos, embora algumas consigam viver mais; o mais comum dos defeitos letais herdados por pessoas brancas.

Doença fatal geralmente encontrada em homens, marcada por fraqueza muscular; retardo mental leve é comum; insuficiência respiratória e morte geralmente ocorrem no início da idade adulta.

Hemorragias excessivas, que geralmente afetam mais os homens do que as mulheres; em sua forma mais grave, pode levar à artrite comprometedora na idade adulta.

Defeitos do Tubo Neural:

Anencefalia Espinha bífida Fenilcetonúria Doença policistica renal Anemia falciforme Doença de Tay-Sachs

Ausência de tecido cerebral; bebês são natimortos, ou morrem logo após o nascimento

Canal espinhal não completamente fechado, resultando em fraqueza ou paralisia dos músculos e perda do controle dos intestinos e da bexiga; freqüentemente acompanhada de hidrocefalia, acúmulo de líquido espinhal no cérebro, que pode levar a retardo mental. Distúrbio metabólico que provoca retardo mental.

Forma infantil: rins dilatados, levando a problemas respiratórios e insuficiência cardíaca congestiva.

Forma adulta: dor renal, pedras nos rins e hipertensão, resultando em insuficiência renal crônica. Sintomas geralmente começam em torno dos 30 anos. Eritrócitos deformados e frágeis que podem obstruir os vasos sangüíneos, privando o organismo de oxigênio; sintomas incluem dor intensa, paralisação do crescimento, infecções freqüentes, ulcerações nas pernas, cálculos biliares, suscetibilidade à pneumonia e a derrame cerebral.

Doença degenerativa do cérebro e das células nervosas, resultando em morte antes dos 5 anos.

Q u e m está em Risco

Um em cada 1.000 nascimentos brancos

Principalmente famílias provenientes da Malásia, África e sudeste asiático

Principalmente famílias de descendência mediterrânica

Um em cada 2 mil nascimentos brancos

Um em cada 3 a 5 mil nascimentos masculinos

Um em cada 10 mil; famílias com história de hemofilia.

Um em cada 1.000

Um em cada 1.000

Um em de 10 mil a 25 mil nascimentos

Um em cada 1.000

Um em cada 500 afro-americanos

Um em cada 3 mil judeus do leste europeu, mais rara em outros grupos

O Q u e Pode ser Feito

Não há tratamento.

Transfusões freqüentes de sangue.

Transfusões freqüentes de sangue.

Terapia física diária para amolecer o muco; antibióticos para infecções pulmonares; enzimas para melhorar digestão; terapia genética (em fase experimental); transplante de pulmão (em fase experimental).

Não há tratamento.

Transfusões de sangue freqüentes com fatores de coagulação.

Não há tratamento.

Cirurgia para fechar o canal espinhal impede danos adicionais; desvio colocado no cérebro drena o excesso de líquido e previne retardo mental.

Dieta especial iniciada nas primeiras semanas de vida pode evitar retardo mental.

Transplante de rins.

Analgésicos, transfusões para anemia e para prevenir derrames, antibióticos para as infecções.

Desenvolvimento Humano 111

No documento Sally Wendkos Olds • Ruth Duskin Feldman (páginas 102-104)