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Marcos do Desenvolvimento Motor

No documento Sally Wendkos Olds • Ruth Duskin Feldman (páginas 169-172)

O desenvolvimento motor é caracterizado por uma série de "marcos": capacidades que a criança adquire antes de avançar para outras, mais difíceis. Esses marcos não são realizações isoladas; eles se desenvolvem sistematicamente, e cada capacidade adquirida prepara o bebê para lidar com a seguinte. Os bebês primeiramente adqui- rem habilidades simples e depois as combinam em sistemas de ação cada vez mais complexos, os quais permitem uma gama mais ampla ou mais precisa de movimen- tos e um controle mais eficiente do ambiente. No desenvolvimento da ação de agar- rar com precisão, o bebê primeiro tenta pegar as coisas com a mão inteira, fechando os dedos sobre a palma da mão (movimento ulnar); posteriormente, o bebê aprende o movimento em pinça, no qual as pontas do polegar e do indicador encontram-se for- mando um círculo, tornando possível pegar objetos diminutos. Ao aprender a cami- nhar, o bebê primeiro adquire controle dos movimentos separados dos braços, per- nas e pés antes de juntar esses movimentos para dar aquele primeiro passo impor- tante. V E R I F I C A D O R Você é capaz de ... Apresentar evidências do desenvolvimento precoce do sentido do tato? Apresentar evidências dos sentidos do olfato e paladar no recém-nascido e dizer como a amamentação desempenha um papel em seu desenvolvimento? Explicar como a discriminação auditiva nos recém-nascidos está relacionada com a audição fetal?

Relacionar pelo menos três aspectos em que a visão nos recém-nascidos está subdesenvolvida?

Quais são alguns dos primeiros marcos do desenvolvimento motor e quais são algumas influências sobre ele?

sistemas de ação

Combinações cada vez mais complexas de habilidades mais simples previamente adquiridas, as quais permitem uma gama mais ampla ou mais precisa de movimentos e maior controle do ambiente.

Desenvolvimento Humano 177

Erguer e segurar a cabeça quando deitado de bruços, engatinhar pelo chão para alcançar alguma coisa atraente, como o rabo peludo de um gato, e caminhar suficientemente bem para empurrar um carrinho de bonecas, estes são importantes marcos iniciais do desenvolvimento motor.

O Teste de Avaliação do Desenvolvimento de Denver (Frankenburg, Dodds, Fandal, Kazuk e Cohrs, 1975) é usado para acompanhar o desenvolvimento normal entre as idades de 1 mês e 6 anos e identificar as crianças que não estão desenvolvendo-se normalmente. O teste mede as habilidades motoras gerais (aquelas que utilizam os músculos maiores), co- mo virar-se e pegar uma bola, e as habilidades motoras refinadas (que utilizam os múscu- los menores), como pegar um chocalho e copiar um círculo. Ele também avalia o desenvol- vimento lingüístico (por exemplo, saber a definição das palavras) e o desenvolvimento so- cial e da personalidade (como sorrir espontaneamente e vestir-se sem auxílio).

Aversão mais recente, a Escala Denver II (Frankenburg et al., 1992), inclui normas revistas (ver Tabela 4-5 para exemplos). Considera-se que uma criança tem atraso de desenvolvimento quando ela ainda não consegue fazer algo que 90% das crianças de mesma idade já sabem fazer.

Quando falamos sobre o que um bebê "mediano" sabe fazer, referimo-nos às nor- mas de 50% de Denver. Na verdade, a normalidade distribui-se em uma ampla faixa; cerca de metade de todos os bebês dominam essas habilidades antes das idades indica- das, e cerca de metade, depois. Além disso, as normas de Denver foram desenvolvidas com referência a uma população ocidental e não são necessariamente válidas para ava- liar crianças de outras culturas. Por exemplo, crianças do sudeste asiático que foram submetidas ao exame de Denver não brincavam de pat-a-cake*, não colhiam passas de uva e não se vestiam sozinhas nas idades esperadas (Miller, Onotera e Deinard, 1984). Contudo, isso não indicava desenvolvimento lento: em sua cultura, as crianças não

Teste de Avaliação do Desenvolvimento de Denver

Teste aplicado em crianças de I mês a 6 anos para determinar se elas estão desenvolvendo-se normalmente; avalia as habilidades motoras gerais, as habilidades motoras finas, o desenvolvimento lingüístico e o desenvolvimento social e da personalidade.

habilidades motoras gerais

Habilidades físicas, como pular e correr, que envolvem os músculos maiores.

habilidades motoras refinadas

Habilidades, como copiar figuras e abotoar, as quais envolvem os músculos menores e a coordenação entre os olhos e as mãos.

brincam de pat-a-cake; passas de uva são parecidas com um remédio que elas são ensi- nadas a evitar; seus pais continuam ajudando-as a se vestir por muito mais tempo do que os pais ocidentais.

A medida que seguimos a típica evolução no controle da cabeça, controle da mão e locomoção, note como esses desenvolvimentos seguem os princípios cefalo-

caudal (cabeça para a cauda) e próximo-distal (do centro para fora) descritos anterior-

mente.

Controle da Cabeça Ao nascer, a maioria dos bebês é capaz de virar a cabeça de um lado para o outro enquanto estão deitados de costas. De bruços, muitas delas são capazes de erguer a cabeça o suficiente para virar-se. Entre 2 e 3 meses, conse- guem levantar a cabeça cada vez mais alto - às vezes até perderem o equilíbrio e ro- larem sobre as costas. Com 4 meses de idade, quase todos os bebês conseguem man- ter a cabeça ereta enquanto alguém os segura, ou enquanto estão sentados com apoio.

Controle da Mão Os neonatos nascem com o reflexo de preensão. Ao acariciar- mos a palma da mão de um bebê, sua mão fecha-se com força. Aproximadamente aos 3 meses e meio, a maioria dos bebês consegue pegar um objeto de tamanho mo- derado, como um chocalho, mas tem dificuldade para segurar um objeto pequeno. Depois eles começam a pegar os objetos com uma mão e passá-los para a outra e de- pois seguram (mas não recolhem) pequenos objetos. Em algum momento entre os 7 e os 11 meses, suas mãos adquirem coordenação suficiente para pegar um objeto di- minuto, como uma ervilha, com um movimento semelhante ao de uma pinça. De- pois disso, o controle da mão torna-se cada vez mais preciso. Aos 15 meses, o bebê mediano sabe construir uma torre de dois cubos. Alguns meses depois do terceiro aniversário, uma criança mediana sabe copiar um círculo razoavelmente bem.

Locomoção Depois dos 3 meses de idade, o bebê mediano começa a revirar-se deli-

beradamente (e não acidentalmente, como antes) - primeiro de bruços para ficar de costas e depois de costas para ficar de bruços. Um bebê mediano pode ficar sentado sem apoio aos 6 meses e consegue sentar-se sozinho cerca de 2 meses e meio depois.

Entre 6 e 10 meses, a maioria dos bebês começa a se deslocar por sua própria con- ta, engatinhando e rastejando de diversas maneiras. Essa nova capacidade de autoloco- moção tem extraordinárias implicações cognitivas e psicossociais (ver Quadro 4-2).

Apoiando-se em alguém ou em algum móvel, o bebê mediano pode ficar de pé com um pouco mais de 7 meses de idade. Aproximadamente quatro meses depois, após prática constante de colocar-se em posição ereta, a maioria dos bebês consegue se soltar e ficar de pé sozinho. Em média, os bebês conseguem ficar de pé tranqüilamente cerca de duas semanas ou algo assim antes do primeiro aniversário.

Habilidade

Revirar-se Pegar um chocalho Sentar-se sem apoio Ficar de pé com apoio

Agarrar com polegar e indicador Ficar de pé de modo seguro Caminhar bem

Construir torre de dois cubos Subir degraus

Pular no mesmo lugar Copiar um círculo 50% 3,2 meses 3,3 meses 5,9 meses 7,2 meses 8,2 meses 1 1,5 meses 12,3 meses 14,8 meses 16,6 meses 23,8 meses 3,4 anos 90% 5,4 meses 3,9 meses 6,8 meses 8,5 meses 10,2 meses 13,7 meses 14,9 meses 20,6 meses 21,6 meses 2,4 anos 4 anos

Quadro 4-2

No documento Sally Wendkos Olds • Ruth Duskin Feldman (páginas 169-172)