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6.7.2.1 DISPONIBILIDADE DE CAIXA

No documento Processo TCE-RJ Nº /22 (páginas 162-165)

A tabela seguinte apresenta as disponibilidades de caixa do Estado em 31.12.2021:

Tabela 74 - Disponibilidades de Caixa do Estado

R$1

Destinação de recursos

Disponibilidade de Caixa

Bruta Obrigações Financeiras

Disponibilidade de Caixa Líquida (antes da inscrição

em RPNP)

(A) (B) (C)=(A-B)

Total dos recursos

vinculados 8.768.609.136 8.367.295.146 401.313.991

Total dos recursos não

vinculados 20.295.652.424 5.953.362.873 14.342.289.551

Total do ERJ 29.064.261.560 14.320.658.019 14.743.603.542

Fonte: Siafe-Rio e Anexo 5 do DCRGF de 2021, republicado em 25.04.2022.

O demonstrativo consolidado apresenta o resultado superavitário da disponibilidade de caixa líquida na monta de R$14,74 bilhões, antes da inscrição em restos a pagar não processados.

O Corpo Técnico solicitou à Sefaz o envio das contas contábeis que compõem o saldo das

“Demais Obrigações” constantes do Anexo 5 do RGF de 2021 (Consolidado e do Poder Executivo), estruturado de forma que seja possível a identificação dos correspondentes saldos por fonte de recursos, visto que as consultas realizadas no Siafe-Rio/Flexvision não retornaram o mesmo valor evidenciado nos respectivos Demonstrativos da Dívida Flutuante.

Em resposta, a Sefaz encaminhou Nota Técnica Sefaz/Subcont 01/2022, em que esclarece que, após a publicação dos anexos da LRF, foram identificadas inconsistências que causaram distorções de valor da ordem de R$ 175,65 mil entre os Anexos 5 Consolidado e o anexo do Poder Executivo e os respectivos Demonstrativos da Dívida Flutuante, fato que obrigou a realização de ajustes posteriores à publicação nas memórias de cálculo dos Anexos 5 do RGF.

163 Impende observar que algumas fontes de recursos apresentaram, individualmente, resultados negativos de disponibilidade líquida antes da inscrição em restos a pagar não processados no patamar total de R$10,89 bilhões. Deste montante, R$1,86 bilhões correspondem às fontes de recursos vinculados. A tabela a seguir apresenta as disponibilidades de caixa líquidas que tiveram resultado deficitário.

Tabela 75 - Disponibilidades de Caixa Líquidas com Resultado Deficitário

R$1

Identificação das fontes de recursos vinculados 2.800.317.310 4.658.355.435 (1.858.038.125)

081 - DDO Depósitos de Diversas Origens 915.788.396 1.808.978.207 (893.189.811)

122 - Adicional do ICMS – FECP 1.753.702.472 2.669.317.615 (915.615.143)

133 - Alienação de Bens 501.490 49.266.399 (48.764.909)

188 – Repasses Constitucionais aos Municípios 130.324.952 130.793.214 (468.262)

Identificação das fontes de recursos não vinculados (2.444.421.337) 6.583.095.145 (9.027.516.483) 100 - Ordinários Provenientes de Impostos (2.474.864.022) 6.519.907.645 (8.994.771.668)

102 – Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal 30.442.685 63.187.500 (32.744.815)

Total 355.895.973 11.241.450.580 (10.885.554.608)

Fonte: Siafe-Rio e Anexo 5 do DCRGF de 2021, republicado em 25.04.2022.

Nota 1: Os valores apresentados na tabela, para “Disponibilidade Bruta” e Restos a Pagar Liquidados e não Pagos”, bem como “Restos a Pagar Empenhados e Não Liquidados de Exercícios Anteriores” foram retirados do demonstrativo encaminhado pela Sefaz, que seguiu a estrutura prevista na 6ª edição do MDF, cujos totais dos recursos vinculados e não vinculados não coincidem com os totais apresentados no demonstrativo publicado pelo ERJ, na forma da 11ª edição do MDF.

Nota 2: As obrigações financeiras foram ajustadas94 de acordo com as informações encaminhadas na Nota Técnica Sefaz/Subcont n.º 01/2022, que alterou os valores das “Demais Obrigações”.

Foram apontados saldos negativos para a Disponibilidade de Caixa Bruta na fonte de recursos 100. A Disponibilidade de Caixa Bruta do Estado tem o seu registro na conta contábil de controle 8.9.9.3.1.01.01 - “Caixa/Bancos Conta Movimento”, que evidencia a disponibilidade financeira correspondente ao saldo registrado em Caixa e em Bancos Conta Movimento, de modo que não é permitida a existência de valores negativos em quaisquer fontes de recursos.

Essa situação é recorrente e já foi apontada como determinação em exercícios anteriores, sem que tenham sido tomadas providências suficientes para o saneamento do problema, de modo que se faz pertinente reiterar, por meio da determinação nº 58, a necessidade de adoção de um controle mais efetivo e transparente das disponibilidades financeiras por fonte de recursos, com o registro contábil sendo realizado por meio de contas de natureza patrimonial

94 Doc.Sub-Contas_Demais Obrigações ajustada.

164 (classes 1 e 2 do PCASP), de forma a permitir que saldos de fontes de recursos com destinação específica sejam identificadas na sua origem.

Importante destacar também que tal procedimento provoca divergência entre o saldo da disponibilidade de caixa bruta, registrado no Balancete Consolidado do Estado do Rio de Janeiro, e aquele registrado no Anexo 5 do DCRGF, conforme demonstrado abaixo, com distorção dos resultados evidenciados:

Tabela 76 - Diferença Disponibilidade de Caixa Bruta entre Contas de Controle x Contas Patrimoniais

Fonte: Siafe-Rio e Anexo 5 do DCRGF do exercício de 2021, publicado em 23.02.2022.

Nota: A disponibilidade de caixa bruta retirada do Balancete Consolidado de 31.12.2021 corresponde à soma dos saldos contábeis dos grupos de contas 1.1.1.1.1.00.00 - CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA EM MOEDA NACIONAL - CONSOLIDAÇÃO, no valor de R$22.766.916.390, 113500000 - DEPÓSITOS RESTITUÍVEIS E VALORES VINCULADOS, no valor de R$ 1.880.319.273 e 1.1.4.0.0.00.00 - INVESTIMENTOS E APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS A CURTO PRAZO, no valor de R$ 4.372.979.258, reduzido dos expurgos mencionados no Peça 13, fls.21, no montante de R$847.933.277 , por se tratarem de valores contabilizados como Caixa e Equivalentes de Caixa, porém com atributo P - permanente.

Essa diferença entre o saldo da disponibilidade de caixa bruta, registrado no Balancete Consolidado do Estado do Rio de Janeiro, e aquele registrado no Anexo 5 do DCRGF será objeto da ressalva nº 20 e da determinação nº 38.

Cumpre apontar que o Relatório de Auditoria Governamental – Auditoria Financeira do exercício de 2021, objeto do processo TCE-RJ nº 106.883-3/21, identificou distorção no montante de R$581.826.064,78 relacionada à subavaliação do saldo contábil da disponibilidade de caixa e equivalentes de caixa evidenciado no Balanço Patrimonial Consolidado de 31.12.2021.

Conforme aponta a supramencionada auditoria, a subavaliação possui duas vertentes. A primeira se refere às diferenças entre os valores evidenciados no balancete e aqueles apresentados em respostas de circularização e/ou extratos bancários, indicando uma subavaliação do saldo de R$ 1,07 bilhão. A segunda vertente evidenciou uma superavaliação dos

165 saldos no balancete de R$ 489,79 milhões envolvendo as seguintes situações: o não registro de valores em contas correntes no Siafe-Rio que apresentaram saldo nas respostas dos bancos para a circularização e o registro de valores em contas correntes no Siafe-Rio que não tiveram seus saldos confirmados na circularização, indicando inexistência ou inatividade.

Ademais, a mesma auditoria financeira verificou a existência de 64495 contas ativas nas instituições financeiras não registradas no Siafe-Rio, totalizando um montante de R$ 26,92 milhões. Dentre estas, 125 possuíam saldo nulo.

Já no que tange à Conta Única do Tesouro Estadual, a fiscalização conclui que a distorção verificada no exercício de 2021 (R$ 349.954.256,32) representou um decréscimo de 73,39% em relação à distorção identificada no Relatório de Auditoria de 2020 (Processo TCE-RJ n°107.384-2/2020) cujo montante naquele exercício foi de R$ 1,32 bilhão.

Tais fatos darão ensejo à ressalva nª 21 e conduzirão à expedição das determinações nº 39 e 40.

No documento Processo TCE-RJ Nº /22 (páginas 162-165)