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Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados o Questionário e a Entrevista semi-estruturada.

O questionário é composto por perguntas abertas e fechadas, para identificar a linguagem sensorial dos sujeitos pesquisados, as formas de comunicação e interação professor-aluno e a influência das emoções nesse processo. Este instrumento prestou-se para a busca de informações preliminares, como sondagem realizada junto aos sujeitos pesquisados. Foi efetuado um pré-teste com um grupo professores e alunos, com a finalidade de realizar ajustes nas questões. Os dados levantados através do referido questionário alimentaram o desenvolvimento das entrevistas realizadas posteriormente.

Optou-se pelo questionário respaldado por Gil (1994), que o define como “a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo como objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”.

De igual forma buscou-se fundamentação em Celinski (1995), que considera o questionário como um instrumento elaborado com o objetivo de sistematizar questões a serem levantadas através do pronunciamento escrito das pessoas. Para o autor, o questionário serve a dois propósitos fundamentais: fornece base uniforme para coleta de informações de todos os indivíduos a serem pesquisados e serve como lista de verificação para entrevistas futuras.

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O Questionário (Apêndice A e Apêndice B) foi composto por perguntas abertas e fechadas, distribuídas em três blocos de questões: I Parte: Informações Pessoais: II Parte: Linguagem Sensorial; III Parte: Comunicação em sala de aula e IV Parte: Sentimentos e Emoções em Sala de Aula.

Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas (Apêndice C e Apêndice D), com vistas a complementar os dados levantados através do questionário e captar informações por meio da páralinguagem (gestos, postura, tom de voz).

Ao optar pela entrevista buscou-se embasamento em Lüdke & André (1986) por afirmarem que a entrevista estabelece uma relação de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. É um instrumento que permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante sobre os mais variados tópicos. A entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações que a tornam eficaz na obtenção das informações desejadas.

Ao escolher o tipo de entrevista, optou-se pela entrevista semi- estruturada que, de acordo com Triviños (1987), oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação. Esta forma de entrevista permite que se parta de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, para posteriormente atingir amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante. O informante, por sua vez, seguindo espontaneamente sua linha de pensamento e experiência, dentro do foco colocado pelo

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investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

As entrevistas foram realizadas na sala dos professores do Curso de Pedagogia Empresarial, com o consentimento da coordenação, em horários pré-estabelecidos e de comum acordo com os sujeitos selecionados, observando-se os cuidados sugeridos Lüdke & André (1986) que afirmam haver uma série de exigências e cuidados requeridos por qualquer tipo de entrevista, que englobam desde o local e o horário, previamente marcados e cumpridos, à garantia do sigilo e anonimato, em relação ao informante, se necessário. Registram eles que se deve respeitar, também, o universo próprio de quem fornece as informações, suas opiniões e impressões, sua cultura e valores. O entrevistador deve tomar cuidado na escolha do vocabulário utilizado, desenvolver habilidades para ouvir atentamente, estimular o fluxo de informações e garantir um clima de confiança para que o informante sinta-se à vontade e se expresse livremente.

Para análise do conteúdo foram buscados subsídios em Bardin (1979) por considerar que “a análise do conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferir conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens”.

Para ele autor “tudo o que é dito ou escrito é susceptível de ser submetido a uma análise de conteúdo”. Uma das peculiaridades essenciais da análise de conteúdo é o de ser um meio para estudar as “comunicações” entre os homens, colocando ênfase no conteúdo das “mensagens”.

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O método de trabalho foi organizado considerando-se todos os passos necessários para uma pré-análise, exploração do material coletado, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

Para tratamento, análise e interpretação dos dados levantados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo categorial, também conhecido como o método das categorias. O material de análise foi constituído pela totalidade dos “textos” coletados, neste caso representados pelo conteúdo das entrevistas e pelas respostas às questões abertas apresentadas através dos questionários. Estes textos passaram pelo crivo da classificação e do recenseamento, segundo a freqüência de presença (ou ausência) das categorias pré- estabelecidas, já mencionadas neste capítulo. Ao se trabalhar os dados, emergiram novas categorias, consideradas relevantes em função da sua incidência as quais passaram a fazer parte do estudo, quais sejam: conhecimento, motivação e aprendizagem.

Para apresentação das falas dos sujeitos em torno das categorias de análise houve o cuidado em preservar a integridade e a fidelidade das mesmas. Estas foram colocadas sempre entre aspas e escritas em itálico. As falas, assim como os sujeitos pesquisados, não receberam nenhum tipo de codificação ou numeração. Os sujeitos pesquisados foram identificados somente com a denominação: Professor, Aluno.