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3. A PRODUÇÃO DO ANTICOMUNISMO NO RIO GRANDE DO NORTE

3.1. O espaço social norte-rio-grandense na década de 1930

Nossa pesquisa revela a conexão da produção nacional da revista A Ordem em consonância à produção local do jornal A Ordem no estado do Rio Grande do Norte e, seguiremos nosso exame no sentido apontado por Pierre Bourdieu de: “apanhar o invariante, a estrutura, na variante observada”196

, buscando compreender e relacionar ambas as escalas de produção do anticomunismo e da atuação desse campo no espaço social. No entanto, através da análise empírica das fontes, nos é permitido perceber uma estrutura relacional entre a revista A Ordem e o jornal A Ordem. Mediante sua análise comparativa podemos afirmar que ambos os periódicos fazem parte da mesma estrutura, porém, não por serem produções contemporâneas e ligadas a mesma instituição, e sim, por identificamos a produção de saberes, práticas e dispositivos como resultados de suas atuações. Em ambos os periódicos se configura e confirma uma estrutura que percebemos por meio do habitus que define suas representações sociais.

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Encerramento do 2° Congresso Eucharistico Parochial de Currais Novos. In: A Ordem, 30 de outubro de 1937. p. 1.

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100 A estrutura do espaço social católico pode ser compreendida pelo modo com que a distribuição do capital religioso se dissemina no estado do Rio Grande do Norte em consonância com a política, através dos mecanismos de produção do campo religioso e político. Há uma relação de aproximação e reelaboração de um mesmo discurso embutido de certo capital político e religioso em consonância a um mesmo ideal que é a defesa contra os postulados do sistema político do comunismo na década de 1930. Podemos entender essa estrutura na constatação que ambos reelaboram, tanto a Igreja como a política no Rio Grande do Norte, um discurso anticomunista que o remete a toda a desordem no mundo.

Mediante a análise da linguagem, percebemos a construção do anticomunismo produzido pela Igreja Católica e, a especificidade do anticomunismo católico construído pela sociedade norte-rio-grandense. Em cada periódico a construção do discurso anticomunista tinha propósitos diversos, pois cada um deles pode deve ser compreendido enquanto campo e subcampo sociais católicos que se encontram em escalas espaciais diferentes e, com propósitos diferentes em relação ao espaço que estão inseridos. À vista disso, podemos constatar que o anticomunismo é parte de uma linguagem da Igreja Católica, e em particular também parte de uma linguagem peculiar da Diocese de Natal. É nesta abordagem teórica e metodológica que se difere do modelo historicista de análise, que avançaremos na tentativa de compreender o papel da Igreja norte-rio-grandense no processo histórico, contudo, devemos afirmar, primeiro, o conjunto de posições da Igreja Católica na década de 1930.

Por meio da análise da variante observamos a correlação que se realiza na invariante. Em ambos percebemos uma estrutura semelhante que insere o paralelo da produção da revista

A Ordem e do jornal A Ordem, para depois averiguamos o que levou à produção da variante.

Nesse sentido, nossa pesquisa se realiza primeiro ao examinar, por meio do processo empírico da história comparada, para depois formular a teoria.

Porém, como ambos os processos caminham juntos, exige-se que pensar o prático teoricamente, elaborando a teoria de modo que se descortine essa estrutura por meio da empiria, indo à busca de se apanhar na invariante a estrutura dos mecanismos que nos fornece sua estrutura por meio da história comparada. Perceberemos, por conseguinte, nosso objeto de pesquisa pela noção de relação das posições de práticas e dos saberes no real, a partir do qual o catolicismo na década de 1930 tenta reproduzir e se fazer produzir.

101 O que era o espaço social católico na década de 1930? Podemos tentar responder a essa questão tentando definir as relações do espaço social católico brasileiro em relação ao espaço social católico do Rio Grande do Norte. Podemos compreender o anticomunismo católico produzido nacionalmente ao compreender o anticomunismo católico norte-rio- grandense. No caso, podemos avançar colocando que este último serviu para dar reposta aos postulados da maçonaria, do Rotary, do protestantismo, do comunismo e aos opositores políticos da Diocese de Natal.

Este anticomunismo local apresenta uma ressignificação diferente da apresentada no nível nacional, pois analisando a Revista e o Jornal, verificamos que os anticomunismos de cada periódico é diferentes do outro, pois têm finalidades e objetivos próprios. Não são anticomunismos homogêneos, o que foi apresentado â sociedade norte-rio-grandense teve finalidades tópicas e, resultou na formulação de um anticomunismo local. Na criação desse espaço próprio se está também criando uma série de relações que criam uma classe distintiva, representando algo no jornal que é o antagonista do norte-rio-grandense, definido em contraposição ao católico, ao nacionalista, ao religioso.

Desse modo, a pesquisa nos proporciona a definir um capital específico do espaço religioso que podemos retratar como o capital religioso, que é produzido em uma propriedade relacional, neste caso, percebendo a relação entre o Centro Dom Vital e a produção do jornal

A Ordem, editado pela Congregação Mariana do Rio Grande do Norte. Nessas duas escalas

de produção, o capital religioso é inserido como um traço distintivo, em um vínculo relacional existente em referência a outras propriedades próprias do espaço religioso católico. A forma de proceder e estabelecer os mecanismos desse espaço é próprio do meio católico e, este espaço será determinado através de códigos, premissas, distinções, por diferenças em determinadas relações e do que significará em cada especificidade.

Entretanto, podemos falar de um tipo específico de formulação de capital, neste caso o capital religioso. O que é o capital religioso nas fontes? Podemos afirmar ser a própria formulação de um discurso anticomunista católico por meio da própria instituição, que na década de 1930 construiu a partir do esforço dos intelectuais leigos católicos, como o Centro Dom Vital e por meio das diretrizes católicas na política, na educação e na participação dos sindicatos. Essa concretização de ações foi o resultado positivo, construído gradualmente na

102 sua propagação pela imprensa católica, em nosso caso de exame, a revista A Ordem e do jornal A Ordem.

Compreendemos que nos diferentes segmentos da sociedade a distribuição do capital religioso se transforma no campo político e, assim, é importante perceber o espaço social católico em suas dinâmicas de produção para determinar relações e posições, e assim descobrir suas posições sociais naquele campo.

Para isso é interessante lembrarmos ao leitor que a classe para Bourdieu não é economicista, mas é a tomada de posições. A classe é definida pela posição no social, no cultural, por meio da sua identificação do habitus. Para o espaço social católico, é necessário o definir por meio de posições e relações e de sua junção com outro capital específico.

No caso, pensamos que o habitus nos permite definir quem é o católico anticomunista por meio da análise mútua relacional: como uma determinada classe seria definida pelo vínculo dentro do campo religioso, a partir de uma relação e posição no espaço social, perceber-se-ia a formulação do anticomunismo entre os agentes do espaço religioso católico por conta da construção heterogênea desse discurso, tanto pelos agentes, quanto nas diferenças espaciais e temporais. Assim, o anticomunismo da revista A Ordem tem suas peculiaridades que o diferem do anticomunismo do jornal A Ordem.

Nesta construção teórica percebemos o processo eclesiástico como uma dinâmica em um campo de forças e lutas específico da década de 1930. Para identificá-la é necessário compreender a dinâmica e as especificidades do espaço social, definir a partir de relações e posições por meio da identificação dos diferentes capitais.

Que anticomunismo é esse no período de 1930? É anticomunismo ou não? Se sim? Refere-se a quem, a que? Mediante esses questionamentos, a estrutura do campo religioso católico no seu microcosmo, em seus próprios objetivos e dinâmicas não se utiliza de uma análise mecanicista, porém, se esse anticomunismo é utilizado em tal contexto e quais manobras e se faz emergir em tais problemáticas para identificar e definir o seu adversário do momento.

Assim, entendemos que o anticomunismo não é apenas um discurso contra o Partido Comunista ou a ideologia de esquerda, mas, sendo analisado a partir de uma visão

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externalista, com a autonomia do campo, podemos chegar à conclusão de que o

anticomunismo é mais parte de uma estratégia e que está localizado num outro discurso.

O que nós trazemos como proposta é a necessidade de rever essas análises mecanicistas e de apontar a compreensão do anticomunismo católico a partir de uma análise internalista que considera o espaço social como um de seus elementos formadores.

Doravante, definimos como o nosso espaço social de exame aquele que remete a toda uma elaboração do campo específico, frente a dinâmicas e estratégias da produção da estrutura do discurso anticomunista, afinal, “é a estrutura da mensagem que é condição de realização da função, se há função”. 197

Como nossa análise requer uma dimensão sociológica, a linguagem será perscrutada a partir de outros referenciais, por isso a importância de conhecer e perceber os microcosmos sociais do espaço religioso católico. Compreender e perceber a estrutura desse campo, os próprios significados, as suas regularidades, sua estrutura e termos próprios que se define nas posições e relações de forças ao campo que se remetem reciprocamente por relações objetivas: pela análise das lutas, das produções do campo e das inserções é que vai se propiciar a compreensão do anticomunismo no espaço religioso e deste nas suas variâncias espaciais, seja no nacional, seja no local.

Por isso é importante refletirmos neste capítulo sobre a importância da Congregação Mariana em relação ao jornal A Ordem. Suas especificidades e ações como um microcosmo social no campo religioso nos permitem perceber a produção e participação dos Marianos na imprensa e na produção intelectual.

A produção anticomunista na revista A Ordem de difere do Jornal A Ordem, apesar do discurso anticomunista norte-rio-grandense emergir da produção do periódico A Ordem do Rio de Janeiro. Porém, ambos reutilizaram a produção dos ideais anticomunistas para propósitos diversos, próprios da localização no espaço social. A utilização desse discurso no jornal católico serviu para a inserção e domínio da Igreja norte-rio-grandense como ator político, com fins, lutas e estratégias de poder.

197 Ibidem, p. 60.

104 A partir desse propósito, podemos entender a aproximação da Igreja com o integralismo no Rio Grande do Norte, em que foi preciso firmar alianças para a Igreja se redefinir como ator político no estado, onde se posicionava contra os grupos oligárquicos. Podemos afirmar que a Igreja no Rio Grande do Norte manteve o esforço de se aliar ao integralismo, para atuar no campo político. Os novos estudos na área de acordo com o conceito ‘Fascismo Clerical’198

nos permitiram compreender a relação de aproximação e as dinâmicas e ações entre Igreja e o regime político integralista que se fez presente no cenário político da década de 1930, por meio da ideia de colusão e, podemos assim dizer que fez parte das estratégias políticas à aproximação com preceitos religiosos, e vice-versa, com a utilização do capital religioso que foi fomentado pela instituição eclesiástica.

FIGURA 2 – ESPAÇO SOCIAL NORTE-RIO-GRANDENSE

Fonte: elaborado pela autora.

O espaço religioso se forma como um espaço de lutas, de disputas de poder, como um campo de tensões e se insere em vários campos sociais amplos que possuem vários subcampos que se definem por múltiplas dominâncias expressas no campo do poder. Dessa forma, só poderemos compreender o campo religioso católico se nele adentrarmos,

198 PEIXOTO, Renato Amado. 'Creio no espírito cristão e nacionalista do Sigma': Integralismo e Catolicismo nos escritos de Gustavo Barroso, Padre J. Cabral e Câmara Cascudo. In: RODRIGUES, Cândido et al. (Org.). Manifestações do pensamento católico na América do Sul. São Paulo: Fonte Editorial, 2015. p. 10.

Campo de poder Campo político Espaço social norteriograndense Interventoria Partido Popular Aliança Liberal Integralistas Comunistas Campo religioso católico | Congregação Mariana

105 percebendo suas particularidades, pois este possui regras e princípios inerentes a ele mesmo e, uma lógica própria que se mantém independente dos aspectos externos.

Eis por que, sem dúvida, não há instrumento de ruptura mais poderoso do que a reconstrução da gênese: ao fazer com que ressurjam os conflitos e os confrontos dos primeiros momentos e, concomitantemente, os possíveis excluídos, ela reatualiza a possibilidade de que houvesse sido (e de que seja) de outro modo e, por meio dessa utopia prática, recoloca em questão o possível que se concretizou entre todos os outros. 199

No entanto, a identidade é o resultado de práticas. A formação da identidade nacional não é inventada e nem imaginada, ela emerge a partir das práticas do Estado. Dessa maneira, a identidade católica norte-rio-grandense na década de 1930, emerge através das lutas do período e por meio das ações para enfrentar os seus problemas. A Igreja formulou uma identidade própria como resposta a toda a problemática local.

As instituições e os intelectuais ligados à Diocese de Natal perceberam a formulação do capital simbólico nacional. A Igreja que fala dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu hoje não é igual à Igreja norte-rio-grandense doutras temporalidades, pois observamos na especificidade da Igreja na década de 1930 uma concentração de capital simbólico local que propiciou produção de um anticomunismo católico como parte das estratégias de luta e em sua aproximação com o integralismo.

Assim, pensamos essa atuação da Igreja como meta-estruturante, a partir de dinâmicas internas dos loci de onde emanou o poder simbólico, caso do Centro Dom Vital e da

Congregação Mariana de Moços da Diocese de Natal. Nesta última se demonstra a formação

de um capital simbólico que emerge a partir da década de 1930, por meio de novas práticas e processos da Diocese, que culminaram em novas estruturas mentais desencadeando o capital simbólico que emergiu uma identidade e espacialidade católica a partir da tradução dos conteúdos intelectuais formulados e incorporados da revista A Ordem.

O capital simbólico é uma propriedade qualquer (de qualquer tipo de capital, físico, econômico, cultural, social), percebida pelos agentes sociais cujas categorias de percepção são tais que eles podem entende-las (percebê-las) e reconhece-las, atribuindo-lhes valor. (...) Mais precisamente, é a forma que

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106 todo tipo de capital assume quando é percebido através das categorias de percepção, produtos da incorporação das divisões ou das oposições inscritas na estrutura da distribuição desse tipo de capital (como forte/frágil, grande/pequeno, rico/pobre, culto/inculto etc.) 200

3.2. ‘A Crise de 1935’ - As disputas para a Assembleia Constituinte Nacional e para a Assembleia Constituinte Estadual

Neste capítulo analisaremos o problema da produção do anticomunismo no Rio Grande do Norte examinando suas duas manifestações: a produção da Diocese de Natal, que foi desenvolvida a partir do ‘anticomunismo católico’; a produção das oligarquias locais, referente às demandas das organizações familiares. Dessa forma, procuraremos compreender as diferentes formulações do anticomunismo produzidas no Rio Grande do Norte para verificar suas diferenças antes e depois do Levante Comunista de 1935, entendido como o marco para a definição das posições anticomunistas em geral.

A conjuntura política no estado do Rio Grande do Norte é de ruptura com os antigos grupos oligárquicos da antiga república. A cena política se reconfigura com a indicação de interventores, na maioria, militares e não ligados à política local. Juarez Távora, na direção da chamada “Delegacia do Norte”, foi um dos responsáveis em intermediar com as novas lideranças na incumbência de direcionar e administrar as interventorias em cada estado da região.

Nesse contexto o estado do Rio Grande do Norte passou por cinco interventores, Irineo Joffili, Aluisio de Andrade Moura, Hercolino Cascardo Marinha, Bertino Dutra da Silva e Mário Leopoldo da Câmara e foi um dos estados em que mais houve mudanças de governo. Podemos afirmar a instabilidade se devia às medidas centralizadoras da nova administração política que quebrava com a velha estrutura do poder estadual, continuamente nas mãos dos mesmo grupos políticos desde a queda da Monarquia.

Com vários dirigentes políticos colocados à margem da administração política, estes passaram a manobrar e restabelecer sua participação no quadro político e, esta possibilidade surgiu após a Revolta Constitucionalista de 1932 que possibilitou novas diretrizes ao

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107 comando político do país e a busca de sua formalização por meio de uma Assembleia Constituinte, com a volta do regime político presidencialista e com base parlamentar.

Foi na interventoria de Bertino Dutra, o quarto interventor, que surgiu um dos momentos de maior agitação no campo político norte-rio-grandense: a agitação ocasionada pela Revolução Constitucionalista em São Paulo fez surgir nos estados o clima de disputa em relação às eleições para a Assembleia Constituinte que se reuniria entre 1933 e 1934.

A participação do Rio Grande do Norte no apoio ao Governo central fez surgir o partido ‘União Democrática Norte-rio-grandense’, sob a liderança do Monsenhor João da Mata e de Gentil Ferreira de Souza enquanto que o partido de oposição ao governo estadual e central, o Partido Popular, reunia os representantes da antiga força política da Primeira República.201 Seus principais líderes eram José Augusto Bezerra de Medeiros, Dinarte Mariz e o ex-governador Juvenal Lamartine.202 Proprietários e dirigentes do poder econômico no estado defendiam medidas liberais e difundia seu posicionamento político e social por meio do jornal A Razão. 203 Era uma das manobras de retomada do poder, movida pela insatisfação

contra as diretrizes da revolução e a oposição à atuação de Café Filho como Chefe de Polícia e líder sindical. De todo modo, na situação e na oposição ao governo, prevalecia à organização feita com base nos interesses de indivíduos representantes de grupos familiares tradicionais ou da antiga dinâmica política, enraizada no velho Partido Republicano Norte- Rio-Grandense.

De acordo com Mariz, o Partido Popular defendia o sistema parlamentarista e o pensamento de “que não seria reacionário nem revolucionário, mas o Estado conjugado na defesa de seus legítimos interesses”.204

Assim, a autora afirma que o posicionamento ideológico do Partido Popular se apresentava de acordo com as circunstâncias, apenas como forma de angariar prestígio e voto nas eleições. Isto pode ser observado na coligação que formou visando a Constituinte Nacional, integrada por Francisco Martins Veras, participante do Governo provisório em Recife, pelo capitão Júlio Perouse Pontes, ex-integrante do

201 MARIZ, Marlene da Silva. Revolução de 1930 no Rio Grande do Norte 1930-1934. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1984, p.103.

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MONTEIRO, Denise Matos. Introdução à História do Rio Grande do Norte. Natal, EDUFRN – Editora da UFRN, 2007, p. 150.

203 MARIZ, Marlene da Silva. SUASSUNA, Luiz Eduardo Brandão. História do Rio Grande do Norte: Império

e República. Natal, Gráfica Santa Maria, 1999, p. 188.

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108 governo da Interventoria e que havia liderado os combatentes revolucionários no estado, com a participação de Alberto Roselli e José Ferreira de Souza, políticos conservadores.

Mesmo os seus dirigentes sendo os antigos membros do Partido Republicano, utilizou como estratégia um discurso em prol das camadas sociais mais populares como o próprio nome do partido, sugerindo a conquista de direitos civis para os operários, como também pregando a abertura para o estabelecimento de novos sindicatos e do cooperativismo.205

Em contraposição, surgiria também o Partido Social Nacionalista do Rio Grande do Norte, como representante da Interventoria, em oposição à política tradicional representada pelo Partido Popular. Tendo na liderança o interventor Bertino Dutra e João Café Filho, que, como figura de destaque na contribuição fornecida à Revolução de 30 no estado, havia se tornado Chefe de Segurança Pública. Tendo influência dos ideais do Partido Revolucionário Mineiro e da Legião de Outubro, nos seus objetivos prevalecia o amparo aos direitos das classes trabalhadoras e o interesse nas questões sociais. Porém, defendia a atuação do Estado