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b O início da ampliação: os primeiros anos do HI

III. O futuro em expansão: a fábrica do impensável

III.1. b O início da ampliação: os primeiros anos do HI

Apesar de se apresentar como inovador e cheio de propostas, o Instituto tardou um pouco, conforme Bruce-Briggs, a conseguir seus primeiros contratos e, até então, teve que se manter com poupanças de Kahn e Singer e o dinheiro doado. O processo de obtenção de contratos teve início com os contatos que Kahn fizera no Pentágono durante seu processo de saída da RAND. Com isso, o HI conseguiu um contrato de estudo sobre estratégia e política. Esses estudos estiveram presentes ao longo dos anos 60 no Instituto e foram financiados por meio do gabinete do diretor de pesquisa de defesa. O primeiro desses contratos tratava da interação da defesa civil com as crises internacionais.27

É perceptível que vários contratos vieram também por conta dos contatos que membros do HI tinham ou por causa da fama de Kahn. Na primeira metade da década de 60,

24 MUSTE, A.J. para Singer, Max. Carta. 12 de Jan. 1962. In: Swarthmore College Peace Collection, A.J.

Muste; HUDSON Institute, [s/d.], p. 2.

25 STEVENSON, J. 2008, p. 75-76; KAHN, H., 1962, p. 32-34; KAHN, H., 1971, p. 31-33; HUDSON Institute,

[s/d.], p. 2; DICKSON, P., 1971. p. 94.

26 DICKSON, P., 1971. p. 94-95.

27 SMITH, Mark J., 1972, p.2,4; BRENNAN, D.G. Hudson Institute progress report. Vol.1 No.1. Abr. de

alguns temas estudados foram o controle de armas, sob responsabilidade de Brennan – o matemático que aproximara Kahn e Singer – a partir do contrato com uma nova agência que trataria do controle de armas e de desarmamento, cujo chefe de pesquisa fora colega de um dos funcionários do HI em Harvard.28

Portanto, na primeira metade da década de 60, os temas que dominaram foram os de crises internacionais – com ênfase no controle de armas, defesa civil e a relação desses dois temas – implicações estratégicas e políticas do impacto da tecnologia futura sobre as operações, os sistemas militares e os interesses dos EUA na ordem internacional e o papel do “comando e controle” nas escolhas estratégicas e de políticas básicas. Os estudos sobre controle, comando e comunicações militares e das instâncias de decisão foram desenvolvidos para a MITRE Corporation29, e envolviam também um sistema de computadores, o que levou a contratos com a IBM.30

Na esteira desses estudos, também surgiu um sobre um sistema de defesa contra mísseis balísticos (ABM) frente ao plano e demanda do DoD por um sistema de defesa desse tipo. O HI concluiu que seria muito benéfico aos EUA um tipo de programa limitado de defesa de mísseis. Conforme Smith, os argumentos e recomendações do HI foram bem aceitos no governo, contudo, sem talvez representar grande influência. Em 1964, adicionou-se a esses temas uma preocupação com a questão das forças nucelares futuras.31

Outras temáticas, que agora se relacionavam à DC, estavam dispersas ainda em diferentes pesquisas feitas para os contratantes, que foram, nesses primeiros anos, o Department of State dos EUA, pela agência interessada no controle de armas (ACDA), o Executive Office do Presidente, pelo Escritório de Planejamento de Emergência, a Força Aérea, o Exército dos EUA, a US Atomic Energy Comission (AEC), a comissão de DC de Nova Iorque e empresas e companhias privadas, as quais prestavam serviço para órgãos do governo e forças armadas. O HI ainda enviava propostas para os diversos órgãos governamentais, tentando, com isso, obter algum contrato governamental.32

28 BRENNAN, D.G, Abr. de 1964, p. 1,2,4; SMITH, Mark J., 1972, p.2-3, 6; HUDSON Institute. Schedule of

events: Hudson Institute members‟ meeting. 8-9 de Mai. de 1964, p. 3; BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 149, 164.

29 A MITRE consistia em um prolongamento do Lincoln Laboratories, ligado ao MIT, para uma corporação sem

fins-lucrativos, inspirada na RAND, também prestando serviços para a Força Aérea, principalmente para o setor de sistemas eletrônicos, BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 145-146.

30 HUDSON Institute, [s/d.], p. 3; DISPLAY Ad, Jul 29, 1962, p. 113; GHAMARI-TABRIZI, S., 2005, p. 309;

BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 144-150.p

31 HUDSON Institute. Hudson Institute: a nonprofit policy research center. Março de 1964, p. 5; DICKSON,

P., 1971. p. 591-592; SMITH, Mark J., 1972, p.8-9; BRENNAN, D.G, Abr. de 1964, p. 1-4.

32 HUDSON Institute, [s/d.], p. 3; HUDSON Institute, Março de 1964, p. 5; HERZOG, A., 18 de Nov. de 1963,

Portanto, o HI e Kahn tiveram que se adaptar as demandas externas sobre a defesa civil. No início do governo Kennedy, houve uma tentativa de tapar os buracos na defesa que supostamente tinham sido deixados pela administração anterior. Nesse sentido, McNamara fora convocado para ser o Secretário de Defesa e vários ex-membros e membros da RAND compuseram o departamento, concretizando, na década de 60, toda a discussão perpetrada, na década anterior, sobre a necessidade da substituição da experiência militar pela civil. A defesa do país e a defesa civil eram alguns dos buracos, uma vez que, além do desenvolvimento das bombas nucleares e dos mísseis intercontinentais, o lançamento do Sputnik, em 04 de Outubro de 1957, trouxe uma preocupação a mais, já que o satélite revelava um novo nível de medo, pois parecia que a URSS estava na frente dos EUA na corrida armamentista e tecnológica. Tudo isso levou a mais e maiores investimentos em R&D.33

Como parte da campanha eleitoral e, depois, como plano de governo, Kennedy se mostrou mais inclinado à DC e, inclusive, buscou as ideias da RAND, sendo o plano geral baseado em algumas ideias do relatório de 1958 do grupo de DC de Kahn na RAND e nas ideias de Wohlstetter. Muito dos conceitos e ideias desenvolvidos pela RAND na década anterior marcaram as bases da DC do governo democrata do período, como, por exemplo, as noções de primeiro e segundo ataque e de força de contra ataque. Nesse contexto, Kahn, conforme levantamento de Bruce-Briggs, foi convocado pelo Assessor de Segurança Nacional e pelo seu substituto, Walt Whitman Rostow, para ser ouvido sobre o que pensava. Em 1961, houve uma grande preocupação pública com a defesa civil, porém, dentro dos círculos governamentais, começou uma campanha contrária à DC, com inclinações para uma campanha pública também, com Kahn pouco participando desse debate. Cansado do tema e das vias tomadas pelo debate público, no fim de 1961, a DC já não era mais um tema ao qual Kahn se dedicava.34

Com a morte de Kennedy, em 1963, e com a presidência do país assumida por Lyndon Johnson, a DC foi, gradualmente, tornando-se um assunto periférico, por opção do novo presidente e de McNamara, sendo substituída por outra postura, a da defesa ativa, que consistia em mísseis que interceptariam os mísseis atacantes que teriam potencial nuclear, conhecido como sistema de mísseis antibalísticos. Algumas questões chaves permitiram essa nova postura, como a resolução da crise dos mísseis em Cuba, o Limited Test Ban Treaty, em 1963, que bania os testes nucleares que não fossem os subterrâneos, a crença de detente e de

33 DICKSON, P., 1971. p. 11; GHAMARI-TABRIZI, S., 2005, p. 47, 189-190; BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p.

60, 162; MCMAHON, Robert J., 2003, p. 75-76; STEVENSON, J. 2008, p. 102-104

coexistência pacífica com a URSS e a prevalência da concepção de destruição mútua assegurada, ideia expressada em 1964, que consistia nos dois lados possuírem poder para destruir o outro, sem necessidade de contra-ataque ou defesa. Nesse sentido, McNamara também se preocupou em desenvolver uma força convencional – i.e., aquela que não empregava armas nucleares – na Europa, que era o principal objetivo soviético, o que alterou a ideia de dissuasão em meados dos anos 60, saindo da esfera do apenas nuclear e integrando uma série de outros fatores, os quais não estavam mais restritos às duas potências, mas também compreendiam os aliados e parceiros.35

Essa mudança de postura sobre a defesa permitiu o governo dos EUA encarar a defesa de uma maneira mais ampla, tanto mundialmente, quanto nas possibilidades de conflito, pensando, agora, além do nuclear. Essa mudança resultou, também, em alterações graduais nos estudos de defesa do HI, complementado pelo afastamento de Kahn desses temas. Por exemplo, o estudo sobre controle de armas possuía uma visão diferente sobre a defesa do que a apresentada no OTW, já que propunha que os EUA explorassem as possibilidades para cooperação ou limitação conjunta da defesa civil com a URSS com a finalidade de usar a DC ou como um meio ou como um objetivo para o controle de armas.

Essa transformação também foi acompanhada pelo HI nas suas necessidades de financiamento. Por isso mesmo, as temáticas de segurança nacional e ordem internacional integradas se tornaram característica do Instituto nesse período, sem representar, contudo, um abandono dos fundos provenientes do DoD e dos estudos de DC para o OCD. Além disso, esses estudos também resultavam em outros contratos, como um de 100 mil dólares com a Martin-Marietta Corporation – uma das muitas empresas que prestavam serviço para a Força Aérea, nesse caso, mais enfaticamente no campo de mísseis – em 1961, que pagou por uma análise do interesse nacional dos EUA na ordem internacional. Por ser uma temática ampla, os membros do HI tiveram liberdade para desenvolver outros tópicos de pesquisa e projetos para o futuro, abordando outros temas que caracterizariam o HI, como o de controle de armas, por exemplo, e alguns temas que nunca tiveram apoio e não foram desenvolvidos, que foi o caso, por exemplo, do estudo do interesse dos EUA em um governo mundial.36

35 STEVENSON, J. 2008, p. 101-102, 107-108, 110, 112-113; BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 157-158, 251-158;

CIMBALA, Stephen J. Adaptation and innovation in policy research: the case of Hudson Institute. S/l, 1970, p. 7; BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 251-258; MCMAHON, Robert J., 2003, p. 96-97.

36 SMITH, Mark J., 1972, p.3; CRANE, Brian. On Escalation. Metaphors and Scenarios by Herman Kahn

Review. International Journal, Vol. 20, No. 4 (Autumn, 1965), pp. 541-542. Published by: Canadian International Council. Stable URL: http://www.jstor.org/stable/40199684 .Accessed: 20/08/2013 08:56, p. 541.

O HI, por meio dos seus temas e contratos, intencionava agir em duas frentes. A primeira frente seria mais ampla e tratava de realizar um trabalho melhor para o contratante. Já a segunda frente, mais específica, trataria dos problemas mais imediatos da segurança nacional, ligados com questões postas sob o conceito de "international order". Essas questões, na visão do Instituto, tinham sido negligenciadas no passado e, agora, deveriam ser tratadas com seriedade, com detalhes e com estudos bem alicerçados. A justificativa para isso era a mesma que Kahn dera para escrever o OTW e que permaneceria em seus dois livros posteriores, ou seja, o grande número de bombas H prontas para o uso e a corrida armamentista.37

Os documentos de fundação e os memorandos que circulavam dentro do Instituto indicam que os primeiros anos de funcionamento estavam imbuídos desses ideais. O Certificate of Incorporation, de Dezembro de 1961 e um folheto de 1962, que visava apresentar o HI38, aponta como uma das propostas do Instituto conduzir e apoiar estudos para produzir análises minuciosas, objetivas e esclarecidas de problemas relacionados à ordem internacional e à segurança nacional. É visível a ligação que existe, na concepção do Instituto, entre ordem internacional e segurança nacional – fazendo parte, inclusive, do logotipo do Instituto (Anexo A). Enquanto a ideia de segurança nacional tratava, de forma geral, da proteção da estrutura política, social e material dos EUA contra a ação inimiga e o apoio político-militar aos objetivos políticos internacionais, ordem internacional é entendida como as várias maneiras possíveis de organizar o contexto internacional, cogitando possibilidades futuras que abrangem da anarquia até um governo mundial, atentando às questões de paz e de guerra e a relação disso com os desenvolvimentos econômico, social e político. Portanto, a ordem internacional tem importância uma vez que está imbricada com a segurança do país, que é, agora, entendida não somente pelos aspectos militares, mas também por questões sociais e de desenvolvimento econômico. Além disso, vários dos objetivos de política internacional, com os quais a segurança nacional estava preocupada, estavam intimamente conectados com a realização de formas desejadas da ordem internacional.39

Por trás dessa visão, havia uma compreensão mais concreta de um Ocidente, a qual fora esboçada e iniciada no OTW, também como resposta às necessidades da OTAN e de proteção da Europa Ocidental. Agora, a segurança dos EUA estava conectada à ordem

37 HUDSON Institute, [s/d.], p. 3

38 Sendo inclusive distribuído para os membros ou convidados, como demonstra a sua presença no acervo de

A.J. Muste.

39 BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 135; HUDSON Institute, Março de 1964, p. 3; HUDSON Institute, [s/d.], p. 6;

internacional, o que é influenciada pela situação política do país, com os diversos episódios de disputas frias com a URSS e a alegada influência comunista pelo mundo. Essa situação é evidenciada pelas linhas de projetos, estudos e relatórios do HI nos primeiros quatro anos, até 1965. Um dos contratos, nesse sentido, foi para o Exército dos EUA, iniciado com Kahn como consultor e se estendendo para um contrato, o qual tratava de pensar uma estratégia para a Europa Ocidental e como os EUA poderiam se beneficiar estratégica e taticamente de programas de ajuda internacional. O contrato também planejava estudar os elementos presentes na criação de um poder nacional, tanto nos EUA, quanto em outros países importantes (entre eles, o Brasil), e as maneiras que esses elementos poderiam interagir e influenciar-se entre 1965 e 1980.40

Com esse leque, o Instituto buscava um espectro amplo de agências do governo e fontes privadas. Com esse status de não possuir afiliação com um órgão específico, o HI buscava ser diferente da RAND e, com isso, também intentava obter uma renda substancial de diferentes fontes. Havia, ainda, a intenção de seminários com a finalidade de “educar” o público e, com isso, também obter alguma renda. Essas expectativas, contudo não foram prontamente atendidas. Portanto, em 1962, o dinheiro era curto ainda, mesmo com Smith afirmando que o HI fora fundado em uma época propícia, aproveitando-se da notoriedade de Kahn, a qual se alicerçou e ajudou a lançar o HI com a publicação do TATU, em Junho de 1962, o que teria servido como estímulo para obtenção de contratos de pesquisa naqueles anos.41

O TATU, conforme Bruce-Briggs, tinha um tom mais leve que o OTW, sinalizando que as críticas a este não foram totalmente desconsideradas por Kahn. O livro foi recebido, de forma geral, como uma nova versão do OTW, sendo alvo de elogios e críticas, mas sem a polêmica de antes. Alguns o consideraram uma análise válida e racional das condições da guerra termonuclear, inclusive na sua tentativa de realismo sobre o que poderia acontecer. Contudo, para outros, essa intenção de realismo de Kahn, e o que derivava disso, continuava sendo frio, desumano e não-humanista. Uma edição inglesa saiu em 1963, e, posteriormente,

40 Cf. HUDSON Institute. U.S. National Power and Authority: proposal to the Department of The Army –

Office of Chief of Research & Development. Propostal No. 184. Hudson Institute, 19 de Maio de 1965; Cf. HUDSON Institute. A proposal for the study of military aspects of alternative world futures: proposal to the Department of The Army – Office of Chief of Research & Development. Propostal No. 183. Hudson Institute Inc., 19 de Maio de 1965; Cf. HUDSON Institute. Carta para U.S. Army Research Office. 19 de Maio de 1965; BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 191-192, 210-211.

41 SMITH, J.A., 1991, p. 155; BOOKS Authors. New York Times (1923-Current file), Jun 11, 1962. In:

ProQuest Historical Newspapers: The New York Times (1851-2009), p.. 28; SMITH, Mark J., 1972, p.2; HUDSON Institute, Inc. Statement of income and expenses: for the períod from July 1, 1962 to June 30, 1963, [s/d]

uma sueca e uma japonesa. Outro papel desempenhado pelo livro foi divulgar o HI ao público.42

O TATU também marcou uma forma própria de elaboração dos livros do HI sob a autoria de Kahn. Como vimos, o título do livro já tinha sido proposto, por Kahn, em um artigo que não fora publicado e também era título de uma de suas palestras. A editora veio de um amigo de infância de Singer, que tinha uma pequena editora e resolvera publicar o livro de Kahn após assistir uma palestra sua em New York. Um rascunho fora feito, porém, não foi considerado bom o suficiente. Kahn, então, reconhecendo sua falta de estilo para escrever, transferiu essa tarefa para o HI e, conforme Bruce-Briggs, ele nunca mais escreveu sozinho. Assim, um grupo de jovens advogados do HI, composto por Singer, Anthony Wiener e John Kaplan, entre outros do HI – que Kahn agradece no livro – deram um sentido e uma coerência geral a um resumo – escrito por eles – do OTW e adicionaram vários ensaios que Kahn escrevera, alguns como respostas às críticas ao OTW, palestras que ele proferiu e parte da pesquisa para a Martin-Marietta Corporation.43

Essa centralidade das publicações em torno de Kahn não era algo que surgira somente por questões pessoais e por condições internas ao HI. Uma carta, em Dezembro de 1967, da editora Macmillan, discutindo a publicação de um livro sobre trabalhos do HI a respeito da política dos EUA e o Vietnã expunha o risco financeiro que seria, para ela, lançar uma obra que reuniria um simpósio do HI, uma vez que livros de simpósio não vendiam bem. Contudo, se o livro fosse identificado como um livro de Kahn, o ganho comercial seria maior, uma vez que a reputação cada vez maior do HI não estava desatrelada da figura dele como líder e como o nome sempre procurado e abordado quando o HI era mencionado.44

Como processo de crescimento do HI, em Julho de 1962, o Instituto mudou para uma nova localização, mais próxima do rio Hudson, na intersecção com o rio Croton, resultado do dinheiro que entrava por meio dos contratos. O local encontrado foi um terreno de

42 BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 144; ANDREWS, Marshall. Herman Kahn Thinks Again. The Washington

Post, Times Herald (1959-1973), Jun 17, 1962. In: ProQuest Historical Newspapers: The Washington Post (1877-1996), p. G8; MORGENTHAU, Hans J. 1962, p. D4; BUCHAN, A. 1965, p. 19-20; MARGOLIS, Howard. The Many-Runged Ladder Leads to Nuclear Oblivion. The Washington Post, Times Herald (1959- 1973). May 18, 1965. In: ProQuest Historical Newspapers: The Washington Post (1877-1996), p. A18; FREMONT-SMITH, E . Jun 9, 1965, p. 45; JAKCSON, Hoyt M. On Escalation: Metaphors and Scenarios by Herman Kahn Review. The Western Political Quarterly, Vol. 18, No. 4 (Dec., 1965), pp. 931-932.

Published by: University of Utah on behalf of the Western Political Science AssociationStable URL:

http://www.jstor.org/stable/445922 .Accessed: 20/08/2013 08:55, p. 931-932; Lusky 683-684; LAWRENCE, Robert M., May, 1966, p., 466; MARSHALL, S.L.A. Global Game Called Risk-Taking: ON ESCALATION: Metaphors and ... New York Times (1923-Current file). May 30, 1965. In: ProQuest Historical Newspapers: The New York Times (1851-2009), p. BR3.

43 BRUCE-BRIGGS, B., 2000, p. 139; KAHN, H., 1971, p. 11-12; KAHN, H., 1962, p. 13-14;SMITH, Mark J.,

1972, p.3-4.

aproximadamente oitenta e quatro mil metros quadrados, composto por sete prédios e onde, anteriormente, fora um sanatório chique, seguido, depois, por uma casa de freiras e pela sede dos laboratórios de pesquisa da IBM. O terreno também estava localizado próximo a uma estação de trem e distante uma hora de carro de Nova Iorque. Conforme o documento do próprio HI, o terreno era alugado com opção de compra e os valores eram considerados bons pelo lugar, que permitiria desenvolver as atividades pretendidas de pesquisa. O prédio principal tinha em torno de sessenta cômodos e um porão grande, os quais poderiam ser usados para salas de jantar, sala de conferência e biblioteca. Os outros seis prédios menores poderiam servir como residência para membros. Os prédios já estavam adaptado às necessidades do Instituto, com seus sessenta funcionários, sendo vinte e cinco pesquisadores. A nova sede do HI foi celebrada não só dentro do HI, mas também fora, com o recebimento de vários telegramas de parabenização.45

O fim do ano fiscal de 1963 – que ia de Julho de 1962 a Junho de 1963 – significou um revés para o HI e suas esperanças. As rendas por contrato ficaram niveladas em um milhão por ano e, como Brennan explica em uma carta para os membros no fim de 1963, nenhuma doação privada fora recebida, principalmente porque o HI não conseguiu obter um reconhecimento formal de seu estatuto de organização sem fins lucrativos frente ao Internal Revenue Service (IRS). Tal situação fez com que o staff do Instituto fosse reduzido em quase 40%, além de redução de salários e algumas licenças temporárias. Com tudo isso, o prestígio do HI também ficou abalado. Em Dezembro de 1963, a IRS regulamentou o HI como uma organização sem fins lucrativos, o que, no entanto, não resultou imediatamente em melhoras financeiras uma vez que as doações privadas não vieram.46

Uma forma encontrada para aumentar o arrecadamento foram os seminários sobre segurança nacional e internacional, os quais Kahn já quisera realizar na RAND, sem sucesso. Esses seminários já eram idealizados no HI desde 1962 e fora planejado para durar seis dias, seria anual e buscava uma plateia entre quinhentas e duas mil e quinhentas pessoas oriundas do governo, das indústrias de defesa, de universidades, de organizações de pesquisa, de meios de comunicação e de grupos de questões públicas. O curso teria tanto a versão confidencial,