• Nenhum resultado encontrado

Objetivos Educacionais, Formativos ou Culturais 3 Objetivos Práticos ou Instrumentais

2.3.2 O perfil dos participantes

2- Objetivos Educacionais, Formativos ou Culturais 3 Objetivos Práticos ou Instrumentais

Quadro 10- Objetivos dos participantes

De um modo geral, os temas que concernem às crenças dos participantes sobre o ensino-aprendizagem de LE foram agrupados segundo as seguintes categorias:

1-Onde ensinar/aprender LE/inglês (crenças referentes à escola pública, à escola de idiomas e a países onde a LE é falada como L1)

2-Quando ensinar/aprender LE/inglês (crenças relativas à idade ideal para se aprender línguas)

3-Para que ensinar/aprender LE/inglês (crenças relacionadas às razões que justificam a inclusão desse ensino e aos objetivos que o mesmo deve cumprir) 4-Para quem ensinar LE/inglês (crenças relacionadas aos alunos)

5-Como e o que ensinar/aprender (crenças relacionadas à natureza do ensino/aprendizagem e aos procedimentos e conteúdos considerados adequados dentro do processo)

6-Por quem o ensino de LE/inglês deve ser promovido (crenças referentes ao professor)

Quadro 11- Categorias das crenças dos participantes

Dentro da primeira categoria incluímos crenças que expressam se o ensino deve ser ministrado para as séries iniciais do Ensino Fundamental ou somente a partir do Ciclo 3, se esse ensino deve ocorrer ou não na escola pública, entre outros. Da segunda categoria fazem parte as crenças relacionadas à idade ideal para a aprendizagem da LE enquanto a terceira volta-se para crenças que explicitam as razões dessa aprendizagem.

Dentro da quarta categoria encontram-se as crenças relacionadas ao aluno, sendo a quinta voltada para aspectos que envolvem o processo de ensino-aprendizagem. A sexta, e última categoria, envolve crenças referentes ao papel do professor no ensino da LE.

2.6.3 A análise dos desenhos

Após categorizarmos as crenças inferidas através das entrevistas com o grupo AL, partimos para a análise dos desenhos elaborados pelos alunos, a qual teve como embasamento, conforme já explicitado, referências propostas por Olivero & Palacios (2001). Através dos desenhos e das entrevistas, nas quais os alunos falaram sobre os mesmos, buscamos observar variáveis referentes aos papéis do aluno e do professor na situação de aula, ao objeto de aprendizagem, à relação do aluno com o objeto de aprendizagem, à interação entre os sujeitos e o objeto. Para tanto, levamos em consideração os objetos de cenário, a postura das figuras e a cinesia no desenho.

Embasando-nos nos autores acima citados, entendemos por objetos de cenários “aqueles que contribuem para detalhar o contexto onde a situação é produzida” (Olivero & Palacios, 2001: 4). Nesse sentido, é relevante observarmos se foram inclusos, nos desenhos, objetos diretamente relacionados à cena proposta, bem como objetos que podem desviar nossa atenção do objeto em foco (o ensino-aprendizagem da LE). Isto nos permite interpretar se a aprendizagem da LE está possivelmente vinculada a outros aspectos da vida do aluno, que o mesmo relaciona à escola.

No que se refere à área gráfica, é importante observarmos a discriminação de papéis, através da simetria (ou assimetria) de tamanho e espaço das figuras, diferenciação das figuras do professor e do aluno das figuras parentais ou substitutos, como também a complexidade da integração entre os elementos desenhados. Excessivos aumentos ou diminuições no que concerne ao tamanho ou distância devem ser levados em consideração.

Os objetos de cenário nos possibilitam detalhar o contexto onde a situação é produzida e como a criança percebe essa situação. Outro aspecto a ser levado em consideração é se os desenhos contêm os órgãos sensoriais. Segundo Olivero & Palacios (2001) a presença ou ausência da vista, audição, tato e boca, nos possibilita analisar como a criança relaciona-se com o objeto.

De acordo com Olivero & Palacios (2001), a postura e a cinesia falam sobre a interação e o dinamismo dos personagens entre si e com relação ao objeto de aprendizagem. Quanto à postura, é interessante observarmos se a figura desenhada está de frente, perfil ou de costas, o que indica possível aproximação ou afastamento do personagem representado pela figura em relação a algo que foi também grafado.

No que se refere à cinesia, cabe a observação, quando houver a presença de movimento, dos braços e pernas, por exemplo, no desenho, em que direção a mesma ocorre. Neste sentido, devemos buscar analisar se o movimento ocorre em direção a quem ensina ou a quem aprende. É, também, pertinente analisarmos se as figuras do professor e do aluno encontram-se na mesma posição, indicando aproximação entre os papéis ou distanciamento, fator este em que iremos nos concentrar nesta pesquisa.

A análise na área verbal pauta-se na observação da maneira como as crianças descrevem seus desenhos, o que pode demonstrar aproximação ou distanciamento da situação, seu vínculo com o objeto de ensino e com o professor, entre outros. As falas dos alunos contribuem para a interpretação dos desenhos, pois podem confirmar resultados da análise dos mesmos, ou, ainda, demonstrar conflito.

2.7 Concluindo este capítulo

Neste capítulo foram apresentadas a natureza do estudo e a classificação do tipo da pesquisa aqui efetuada. De forma sucinta, este estudo define-se como qualitativo, de base ou cunho etnográfico (Santos Filho & Gamboa, 2002; André, 2003; Erickson, 1986, entre outros). Quanto aos seus objetivos, é considerado documental e bibliográfico (Gonsalves, 2003; Matos & Vieira, 2002; André & Lüdke, 1986; entre outros), como também exploratório e participante, segundo as acepções de André (2003) e Gonsalves (2003), somente para citar alguns.

Discorremos, também, acerca do contexto da pesquisa, bem como a respeito dos cenários que a compõem e do perfil dos participantes. Os instrumentos de coleta foram apresentados, assim como foram feitas explanações sobre os procedimentos de análise de dados. No capítulo que segue, passaremos a apresentar o referencial teórico que norteia este trabalho.

Documentos relacionados