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Princípios e Parâmetros para a criação da Política Nacional de Educação Museal/PNEM

4 NOÇÕES SOBRE A DIMENSÃO EDUCATIVA DO CAMPO MUSEAL BRASILEIRO

4.3 Princípios e Parâmetros para a criação da Política Nacional de Educação Museal/PNEM

Nas últimas décadas avançamos na discussão referente aos princípios, mas enfrentamos enormes dificuldades para sua implementação, no que se refere às tarefas de conservação, documentação, exposição e ação educativa da herança patrimonial que recebemos e temos a responsabilidade de legar para o futuro. Neste contexto, os museus ainda são muito vulneráveis às oscilações políticas, à falta de estrutura técnica e as imposições do marketing cultural.

Maria Cristina Oliveira Bruno,

Em 2010, uma política especifica para a área da educação museal começou a surgir, através do I Encontro de Educadores do Instituto Brasileiro de Museus/Ibram. O resultado desse evento foi à elaboração da Carta de Petrópolis (2010), documento considerado o marco inicial para a construção de uma Política Nacional de Educação Museal. Em 2011, com a apresentação pública da Carta de Petrópolis (2010), o Ibram divulgou as bases para o Programa Nacional de Educação Museal/PNEM. Em 2012, o programa foi lançado, com os objetivos de: favorecer a realização das práticas educacionais em instituições museológicas, fortalecer a dimensão educativa em todos os espaços do museu e subsidiar a atuação dos educadores.

Com o intuito de estimular a participação de todos os interessados no debate para a construção do PNEM, foi feita uma plataforma virtual para o programa através do blog do PNEM (2012). No entanto, o blog só foi aberto para receber propostas, após a realização do 5º Fórum Nacional de Museus (FNM) em 2013. Através de um Fórum Virtual, criado para debater o Programa Nacional de Educação Museal, e a partir dos documentos orientadores40 do PNEM, foram criados nove (9) eixos temáticos para o Programa, que deram origem a Fóruns temáticos e Grupos de Trabalhos, com a mesma nomenclatura, são eles:

 Perspectivas conceituais;  Gestão;

 Profissionais de Educação Museal;  Formação,

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O PNEM também tem como referencia os textos das: Metas do Plano Nacional de Cultura, o Plano Nacional de Cultura /PNC, o Plano Nacional Setorial de Museus/PNSM e a Política Nacional de Museus/PNM.

 Capacitação e qualificação;  Redes e parcerias;  Estudos e pesquisas;  Acessibilidade;  Sustentabilidade;  Museus e Comunidade.

A Coordenação de Museologia Social e Educação do Departamento de Processos Museais do Ibram foi a responsável pela organização da condução do processo e da moderação da plataforma de diálogo virtual. Para a metodologia dos Fóruns e construção do PNEM, o IBRAM elaborou uma divisão entre os profissionais e voluntários, como: moderadores, coordenadores de GTs e articuladores41: O Fórum virtual ficou aberto ao público de 26 de novembro de 2012 a 07 de abril de 2013. O Documento Preliminar do Programa Nacional de Educação Museal (2013) reuniu as propostas surgidas nos fóruns de discussão do Blog do PNEM

A estrutura do documento reuniu as propostas apresentadas nos fóruns de discussão do Blog do PNEM, alocando-as em três grupos, seguindo o formato do Plano Nacional Setorial de Museus: Diretrizes – Apresentam os princípios que devem reger o trabalho educativo museal. Estratégias – Formas como devem ser implementadas as diretrizes a médio e longo prazos. Ações – Propõem o que de imediato pode ser implementado e que concretizará os princípios norteadores do PNEM a partir de uma visão estratégica de resultados. (DOCUMENTO PRELIMINAR DO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO MUSEAL, 2013, p. 06)

A plataforma virtual do PNEM reuni um acervo diverso, um dos critérios de analise, para esse estudo, foi a escolha dos tópicos voltados especificadamente para a educação

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Moderadores: servidores da Coordenação de Museologia Social e Educação do IBRAM que atuaram na condução técnica do blog e na gerência de seus conteúdos, bem como na coordenação geral das atividades administrativas decorrentes. foi facultado a estes servidores o direito de colaborar com o PNEM por meio dos fóruns virtuais, como toda e qualquer pessoa que tenha interesse. Caberá, ainda, aos moderadores a redação do texto final do PNEM após a realização da Plenária presencial, sendo possível para tal consulta aos coordenadores e articuladores; Coordenadores dos GTs: servidores das unidades museológicas do IBRAM, convidados pela COMUSE por sua expressiva atuação na área de competência do Grupo de Trabalho, sob sua responsabilidade; Articuladores: voluntários que atuam no campo museal brasileiro. Atuaram na mobilização da comunidade, sensibilizando-a a participar das discussões promovidas no Blog, contribuindo para a construção do Programa nos mais diversos espaços de atuação (redes sociais, reuniões com interessados, encontros locais, envio de e- mails, articulação com organizações, etc). Blog Pnem: pnem@museus.gov.br

museal. Assim, concentramos as observações nos Grupos: Perspectivas Conceituais e Profissionais de Educação Museal. Os pontos de cada GT estão destacados abaixo:

O GT Perspectivas Conceituais teve como propostas preliminares os seguintes pontos:

1. Explicitar as concepções de Museu, Museologia e Educação adotadas no desenvolvimento das ações educacionais, contextualizando os métodos e técnicas, levando em consideração as especificidades de cada museu, bem como o perfil e os anseios de seus públicos;

2. Fomentar ações educativas, a partir do conceito de patrimônio integral, voltadas para a promoção da cidadania e ação social;

3. Assegurar que os museus e espaços de memória sejam importantes ferramentas de educação, e que por meio de ações transversais colaborem para o desenvolvimento cultural, social e econômico, regional e local.

Os principais debates desse GT versaram sobre:

 ―museus virtuais‖

 ―educação museal ou educação patrimonial nos museus?‖  ―educação e patrimônio integral‖

 ―construção de uma política nacional de educação museal‖  ―mediação ou visita guiada?‖

 ―planejamento participativo‖  ―parceria e colaboração‖  ―função dos museus‖

 ―museu como lugar ou espaço de memória?‖

O GT Profissionais de Educação Museal teve como propostas preliminares os seguintes tópicos:

1. Preocupação com o lugar que o profissional de educação museal possa ocupar dentro das instituições. Uma vez que sua função é muitas vezes desempenhada por outros atores institucionais; é necessária uma sensibilização do próprio museu no sentido de perceber esta como uma atividade profissional, com particularidades e conhecimentos específicos.

2- A necessidade da participação dos profissionais de educação museal na construção da gestão, planejamento de programas, projetos e ações dos museus e instituições culturais, tratando com a devida atenção os assuntos concernentes à educação museal.

3-Os setores educativos devem estar presentes no organograma institucional e, como tais, precisam receber equipe, orçamento, espaço e ter participação efetiva nas ações desenvolvidas pelo museu.

Os principais debates desse GT versaram sobre:

 ―reconhecimento do museu como instituição não formal de ensino‖.

 ―processos dialógicos entre os diferentes espaços, instituições e grupos sociais‖.  ―parceria Museu-Escola‖

 ―profissionais de educação museal‖.  ―novas práticas de educação museal‖

 ―professores especializados em educação museal‖

 ―desenvolvimento de práticas pedagógicas para os museus‖

 ―financiamentos exclusivos voltados para os educativos dos museus‖

Ao propor uma análise da educação museal, na Plataforma virtual do Pnem, nosso intuito, não é descrever objetivamente dados, mas perceber como os discursos se articulam nesse cenário; em relação, as aproximações ou distanciamentos com a forma escolar. Nessa incursão, podemos dizer que, o museu é percebido como um lugar tópico para aprendizagem, um espaço eminentemente educacional. Existe um destaque para uma dimensão instrumental da educação, própria da ciência e da técnica moderna. No sentido, de promover a ideia de um acesso direto e verdadeiro ao conhecimento.

As discussões proposta no Blog do Pnem, em relação à educação museal, em grande parte, ainda atribuem aos museus o papel de complementar, direto, da educação escolar. Mesmo quando a associação não é feita diretamente, a educação que ocorre nos museus, classificada como não-formal, parece, só ter ―validade‖ se estiver voltada para a educação formal. Como se, a construção do conhecimento por meio da educação museal; parti-se, e tive-se como finalidade a educação escolar. Os investimentos para a construção de experiências que se diferenciem da proposta pela forma escolar aparecem de modo bem discreto.

A construção do Programa do PNEM foi organizada em duas etapas, a primeira refere- se às reflexões, discussões do envio de propostas relacionadas aos eixos temáticos por meio do Blog do Pnem. Como citado acima, e o segundo momento, estava relacionado à apresentação do texto- Documento Preliminar, como resultado da primeira etapa, em uma plenária presencial, voltada para consolidação das propostas42.

Essa nova etapa, presencial, deu origem a Carta de Belém (2014), documento que sintetiza os princípios centrais para a construção de uma Política Nacional de Educação Museal, e não mais um Programa, como estava até o momento em debate. A polêmica sobre a implantação de um Programa ou uma Política teve inicio com a apresentação pública da Carta

de Petrópolis (2010). Pois, o Ibram lançou as bases para um Programa, ao invés de uma

Política. O fato de não ser mais uma Política, como havia sido debatido no I Encontro de Educadores do Ibram, trouxe algumas inquietações para o campo, como salienta Castro:

Analisando a Política Nacional de Museus e o Plano Nacional Setorial de Museus concluímos que esta questão não é tão simples assim. É certo que a educação museal está presente nesses dois documentos, com mais propostas objetivas no PNSM do que no PNM, mas os apontamentos levantados pela Carta de Petrópolis, reapresentados e ampliadas pelo Fórum Virtual do PNEM apontam para um outro sentido. O de que essas políticas não são o bastante. De que é necessária a consolidação de diretrizes para o campo museal que passam obrigatoriamente pela votação de uma Política Nacional de Educação Museal e não de um Programa. (CASTRO, 2013, p.78).

Essa discussão sobre as diferentes significações, das expressões ―Programa‖ e ―Política‖, demarcam os diferentes potenciais, atribuídos aos termos, e o tipo de construção discursiva cada um pode alcançar. De acordo com Castro:

Se pensarmos que uma Política votada por um governo permanece, mesmo que sujeita a alterações, em governos posteriores, estamos assim falando de políticas públicas de Estado, enquanto um Programa, que na verdade é um conjunto de ações a ser implementado em um determinado governo, que pode ser facilmente suspenso por este mesmo governo ou outros, difere bastante das necessidades apresentadas tanto pelo coletivo de educadores reunidos em Petrópolis, em 2010, quanto pelos participantes do Fórum Virtual do PNEM em 2012. (CASTRO, 2013, p.78).

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Durante a Plenária presencial para consolidação do texto do PNEM, cada coordenador de GT encaminhou as proposições oriundas dos debates realizados nos respectivos eixos sob sua responsabilidade, apresentando ao término minuta de texto a ser discutido pelos presentes. Blog Pnem: pnem@museus.gov.br

No Documento Preliminar do Pnem (2013), em um texto de apoio, intitulado ―Por uma Política Nacional de Educação em Museus‖ Luciana Conrado Martins, aponta argumentos aproximados aos de Castro para rechaçar a ideia de um programa:

Um Programa, conforme apontamentos do debate, pode se restringir aos limites temporais de um determinado mandato governamental, ao passo que uma Política carrega em si a possibilidade e determinação legal de transcender a estes limites. É desse modo que se destacam aqui as discussões em torno do uso dos termos ―política‖ e ―programa‖, postulando a necessidade de construção e constituição de uma ―Política Nacional de Educação Museal‖ no Brasil, sem prejuízo às demais disposições legais já existentes ou em complementação a elas. (MARTINS, 2013, 71)

Conforme Castro e Martins, a palavra ―Programa‖ remete a certa ideia de temporalidade, mais passível a mudanças de determinado governo, e a palavra ―Política‖, é entendida como algo mais estável. A permanência da expressão Política está relacionada às necessidades de institucionalização do campo, alvo de diversas demandas; como a busca por políticas governamentais, o reconhecimento da profissão de educador de museu.

Em relação aos Princípios e Parâmetros para a criação da Política Nacional de Educação Museal/PNEM. As Cartas de Petrópolis (2010) e Belém (2014) sinalizam possíveis direcionamentos/apontamentos para os caminhos da institucionalização do campo de Educação Museal. Em relação a Cartas de Petrópolis, fruto da reunião de educadores e gestores dos museus tutelados pelo IBRAM, realizada no Museu Imperial em Petrópolis, nos dias 28, 29, 30 de junho e 1º de julho de 2010. Este Encontro teve como objetivo: traçar diretrizes e estratégias para a elaboração de uma Política de Educação para os museus do Ibram, como já foi mencionado, além de promover a integração, o intercâmbio de experiências e a reflexão acerca de temas considerados prioritários.

A Carta de Petrópolis, enquanto síntese desse encontro lança as bases, para a posterior, construção da Política Nacional de Educação Museal. O encontro teve com referência, as propostas dos educadores dos museus do Ibram, aliada a Política Nacional de Museus (2003) e a Lei 11.904/2009, que instituiu o Estatuto de Museus, com ênfase nos artigos:

Art. 2. São princípios fundamentais dos museus:

I – a valorização da dignidade humana; II – a promoção da cidadania;

IV – a valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental;

V – a universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural; VI – o intercâmbio institucional;

Parágrafo único- A aplicação deste artigo está vinculada aos princípios basilares do Plano Nacional de Cultura e do regime de proteção e valorização do patrimônio cultural.

Art. 19. Todo museu deverá dispor de instalações adequadas ao cumprimento das funções necessárias, bem como ao bem-estar dos usuários e funcionários.

Art. 20. Compete à direção dos museus assegurar o seu bom funcionamento, o cumprimento do plano museológico por meio de funções especializadas, bem como planejar e coordenar a execução do plano anual de atividades.

―Art. 28. O estudo e a pesquisa fundamentam as ações desenvolvidas em todas as áreas dos museus, no cumprimento das suas múltiplas competências.

§ 1o O estudo e a pesquisa nortearão a política de aquisições e descartes, a identificação e caracterização dos bens culturais incorporados ou incorporáveis e as atividades com fins de documentação, de conservação, de interpretação, exposição e de educação.

§ 2o Os museus deverão promover estudos de público, diagnóstico de participação e avaliações periódicas objetivando a progressiva melhoria da qualidade de seu funcionamento e o atendimento às necessidades dos visitantes.

Art. 29. Os museus deverão promover ações educativas, fundamentadas no respeito à diversidade cultural e na participação comunitária, contribuindo para ampliar o acesso da sociedade às manifestações culturais e ao patrimônio material e imaterial da Nação.

Art. 30. Os museus deverão disponibilizar oportunidades de prática profissional aos estabelecimentos de ensino que ministrem cursos de Museologia e afins, nos campos disciplinares relacionados às funções museológicas e à sua vocação.

Art. 35. Os museus caracterizar-se-ão pela acessibilidade universal dos diferentes públicos, na forma da legislação vigente.

A Carta de Petrópolis (2010) traz como síntese das propostas apresentadas:

PLANO MUSEOLÓGICO:

 Fomentar, programar e garantir o desenvolvimento dos Programas Educacionais previamente apresentados no Plano Museológico do museu.

MISSÃO DA ÁREA EDUCACIONAL DOS MUSEUS:

 A partir da missão institucional do museu, definir a missão da área educacional;  Compreender que a ação educacional é importante para o cumprimento da missão do

museu, bem como para o desenvolvimento do processo museológico;

 Considerar o acervo institucional e operacional como referenciais importantes para o desenvolvimento das ações educacionais do museu, levando em consideração a missão da instituição e os anseios dos atores sociais com os quais os projetos estejam sendo desenvolvidos.

BASES CONCEITUAIS QUE ORIENTAM OS MUSEUS:

 Definir teorias educacionais e correntes pedagógicas que melhor se apliquem às ações do museu;

 Explicitar as concepções de Museu, Museologia e Educação adotadas no desenvolvimento das ações educacionais, contextualizando os métodos e técnicas, levando em consideração as especificidades de cada museu, bem como o perfil e os anseios de seus usuários

ESTRUTURAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE SETORES/ SERVIÇOS / DIVISÕES / NÚCLEOS EDUCACIONAIS NOS MUSEUS:

 Garantir a presença do setor/área/coordenação/departamento educacional na estrutura organizacional do museu, dotando-o de infra-estrutura necessária para sua implementação e para o desenvolvimento de seus projetos;

 Garantir no orçamento da instituição um percentual necessário à estrutura e ao funcionamento do setor/área/coordenação/departamento;

 Estimular a elaboração do Projeto Político-Pedagógico para orientar o planejamento, a execução e a avaliação das ações educacionais oferecidas pelo museu;

 Inventariar as ações educativas e sistematizar sua documentação e memória.

PROGRAMA DE FORMAÇÃO, CAPACITAÇÃO E QUALIFICAÇÃO:

 Estimular a qualificação dos profissionais em todos os níveis de formação, a fim de desenvolver um programa de formação continuada;

 Promover e financiar estágios técnicos interinstitucionais nacionais e estrangeiros;  Criar cursos que possibilitem a qualificação dos profissionais, observando as

especificidades de cada museu e os contextos nos quais estão inseridos;

COMUNICAÇÃO, CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE REDES:

 Estimular a promoção e a difusão do conhecimento produzido na área educacional do museu;

 Estimular a criação de redes de informação e de interação entre o museu e a sociedade, a partir de variadas iniciativas, tais como a criação de blogs dos educadores, criação de boletins informativos, a promoção de encontros periódicos de educadores de museus, entre outras;

 Propiciar o intercâmbio do repertório teórico e das práticas educacionais intra e interinstitucionais

INCENTIVO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO DE PARCERIAS

ACADÊMICAS COM FOCO NA EDUCAÇÃO EM MUSEUS:

 Criar mecanismos que favoreçam a produção de conhecimento a partir dos projetos e das pesquisas desenvolvidas no âmbito dos setores educacionais do museu;

 Incentivar o desenvolvimento de pesquisa acadêmica em seus diferentes níveis: graduação, especialização, mestrado e doutorado.

ESTUDOS DE PÚBLICO E AVALIAÇÃO:

 Promover periodicamente estudos de público e não-público, com caráter qualitativo e quantitativo, além de diagnósticos de participação, com o intuito de avaliar o cumprimento dos objetivos do museu, visando à progressiva

melhoria da qualidade de seu funcionamento e ao atendimento às necessidades dos visitantes.

ACESSIBILIDADE:

 Promover ações educacionais que garantam à acessibilidade ao museu;

 Estimular a formação da equipe de educação do museu a partir de parcerias com instituições especializadas no atendimento de pessoas com necessidades especiais.

Em relação à Carta de Belém (2014), ela demarca a ampliação das discussões sobre educação museal, inserindo no debate, não só os profissionais do Ibram, mas todos os profissionais, ou interessados nessa área. A Carta tem como base a Carta de Petrópolis, e documentos políticos da área museal, tais como: o Plano Nacional de Cultura, a Política Nacional de Museus, o Estatuto de Museus e o Plano Nacional Setorial de Museus. Foram formuladas propostas no Fórum Virtual do Programa Nacional de Educação Museal, contando com 708 pessoas cadastradas e 55 articuladores, entre profissionais de educação museal e representantes da sociedade civil e 23 Encontros Regionais, realizados em 13 estados, que reuniram cerca de 650 pessoas, elencando 57 diretrizes.

O encontro realizou-se no Hangar Centro de Convenções, em Belém, nos dias 24 e 25 de novembro de 2014, durante o 6º Fórum Nacional de Museus, o Encontro Nacional do Programa Nacional de Educação Museal-PNEM com o objetivo de definir os princípios e parâmetros para a criação e posterior implementação da Política Nacional de Educação Museal.

O primeiro setor educativo institucionalizado foi criado em 1927, no Museu Nacional no Rio de Janeiro. Desde então existe diversas demandas por uma institucionalização no campo. A construção de uma Política Nacional de Educação Museal foi evidenciada no I Encontro de Educadores do Ibram, realizado em Petrópolis (2010). Tendo continuidade com as ações do Programa Nacional de Educação Museal. Até a Plenária que resultou na Carta de Belém (2014). E definiu os princípios e encaminhamentos na proposta de formulação da minuta da Política Nacional de Educação Museal, que será elaborada pela equipe do PNEM, tendo como base os documentos historicamente criados para a elaboração da Política. Os Princípios foram:

PRINCÍPIO 1: Estabelecer a educação museal como função dos museus reconhecida nas leis e explicitada nos documentos norteadores, juntamente com a preservação, conservação, comunicação e pesquisa.

PRINCÍPIO 2: A educação museal compreende um processo de múltiplas dimensões de ordem teórica, prática e de planejamento, em permanente diálogo com o museu e a sociedade.

PRINCÍPIO 3: Garantir que cada instituição possua setor de educação museal, composto por uma equipe qualificada e multidisciplinar, com a mesma equivalência apontada no organograma para os demais setores técnicos do museu, prevendo dotação orçamentária e participação nas esferas decisórias do museu.

PRINCÍPIO 4: Cada museu deverá construir e atualizar sistematicamente a sua Política Educacional, em consonância ao Plano Museológico, levando em consideração as