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PARTE III ESTUDOS DE CASOS

Anexos 4 e 5 que foram eliminados no projeto do restauro

15.5 O PROJETO DO MUSEU DA ENERGIA

críticas precisariam ter sido tomadas, como por exemplo, a ampliação das salas internas com a eliminação de algumas paredes, criando-se ambientes mais amplos que permitissem instalações adequadas ao tema e a reunião de um público maior. A atitude de manter todos os elementos históricos rigidamente, como já foi interpretado pelo Professor Benedito Lima de Toledo, como uma “atitude monumento histórico” refletindo possivelmente uma falta de ato crítico na condução do projeto de restauro. “Ampliar espaços implica em destruir paredes, Construir paredes implica em destruir espacialidade,”264 e essa atitude deveria ter levado à reflexão de como o espaço do casarão poderia ter sido adaptado às necessidades do programa de uso definido para o projeto de requalificação proposto para o Museu da Energia.

O depoimento da arquiteta Mariana com relação à limitação de público que o Museu recebe é contundente neste quesito:

- No ano passado tivemos 8 mil visitantes neste museu. Foi um aumento de quase 200% em relação a 2008. Acreditamos que vamos conseguir chegar a 20 ou 30 mil visitantes por ano. Para este ano estimamos que vamos chegar a ter pelo menos 15 mil visitantes. Temos dois problemas: um é a questão do tema, então a gente tem uma limitação por conta disso, e o outro problema é a casa em si, que não é o melhor dos lugares pra se ter um museu. Porque você tem salas muito pequenas, tanto que quando você olha a exposição sozinha, tem até a sensação de que o espaço está um pouco vazio, como são salinhas recortadas, você tem que pensar que vai ter um grupo de 30 ou 20 pessoas andando pela casa com dificuldades para serem reunidos em um mesmo espaço, tornando a visita técnica muito complicado, o que nos mostra que a casa é um limitador grande.

Teve uma época, assim que abrimos que o Casarão Santos Dumont foi solicitado para um exposição para o aniversário do 14 Bis, houve uma série de eventos e depois tivemos o lançamento de alguns livros. O pessoal do Mauricio de Souza entrou em contato, porque eles fizeram uma exposição para a data e eles queriam montar a exposição aqui, mas acabou ficando inviável por causa do porte do casarão, eles estavam pensando numa exposição que você fosse receber 10.000 visitantes por semana “até para atender ao patrocínio desse projeto, era fundamental ter-se essa meta de público para viabilizar o empreendimento”. O nosso público principal ainda é o público escolar então vem muita gente quarta e quinta-feira, a gente abre de segunda a sexta e aos sábados de forma alternada, no ano que vem vamos abrir todos os sábados.

15.5 O PROJETO DO MUSEU DA ENERGIA

A proposta a seguir foi apresentada como parte do projeto de restauração para servir de programa para o planejamento dos espaços internos ao edifício, todavia ao visitar-se as instalações do Museu, em 2010 vê-se que o que foi realizado ainda está aquém da proposta inicial, nota-se simplificações, a não instalação dos elementos necessários ao funcionamento das instalações previstas. Exposições temporárias têm sido montadas com temas oportunos à energia, mas fora do roteiro planejado inicialmente, o que também se mostra adequado pela evolução

264 TOLEDO, Benedito. Parecer sobre a reconversão do Edifico da Eletropaulo. 1992. in: MORI, Victor

tecnológica do assunto, mas muito ainda falta ser feito para a consolidação desse espaço como um Museu da Energia.

Programa dos espaços previstos na elaboração do projeto: Jardim

Serão implantados no jardim do casarão, cerca de doze postes a gás, originais e em funcionamento. O projeto paisagístico procurará reproduzir os principais elementos botânicos e decorativos que compunham os jardins paulistas no início do século XX. Num segundo ambiente estarão instalados uma série de sete colunas ornamentais da iluminação pública elétrica, trazidas pela Light para São Paulo, no final dos anos1920. Pavimento térreo

A história do gás: usos em São Paulo do século XIX ao XXI Varanda principal

Planta da casa com painel informando as indicações da exposição, chapelaria, sanitários incluindo o para deficientes, elevador, e área externa.

Sala1

Chapelaria e área para monitores. Sala 2

Neste ambiente o visitante terá as primeiras impressões e receberá informações gerais sobre a história do gás e da eletricidade no mundo, no Brasil e em São Paulo e porque é importante contar e recriar esta memória no Museu da Energia.

Um vídeo será projetado no ambiente, usando duas paredes simultaneamente, tendo como trilha músicas de época.

Sala 3

Sala dourada paulistana

A sala será recuperada com ambientação da época da construção do edifício, período de riqueza dos barões do café. Mostrará ao visitante um pouco da arquitetura e do mobiliário utilizado a cem anos atrás. Luminárias a gás, adquiridas em Paris, irão compor a decoração, ao lado de outras a querosene, e velas.

A proposta é que o visitante entre no ambiente escurecido e que o monitor possa iluminá-Io com a luz das velas e das antigas lâmpadas a gás.

Haverá som e narração, acionados com sensor de presença. Sala 4

Esta sala dá continuidade ao tema do consumo de gás durante o século XIX e início do XX. Usaremos reproduções de documentos de arquivo, antigo material de propaganda e objetos do acervo em vitrines.

Sala 5

Sala do gás natural

Os principais usos do gás na atualidade, na indústria e no setor automotivo serão apresentados. Uma maquete interativa irá mostrar ao visitante de onde vem o gás natural e o caminho que ele percorre pelo estado de São Paulo, através dos gasodutos.

Hall de serviço

O gás e a eletricidade na cozinha e no banheiro

Painel indicativo com fotos e ilustrações sobre o consumo de gás e de eletricidade na cozinha e banheiro, mostrando ao visitante esta integração que passou a existir, após a chegada da eletricidade no final do século XIX e que existe até os dias atuais. Sala 6

Banheiros

Os chuveiros e os aquecedores do acervo, e todos os equipamentos a gás e a eletricidade para uso nos banheiros serão mostrados neste espaço, numa perspectiva evolutiva que se inicia nas primeiras décadas século XX. Painéis fotográficos representarão o contexto em que foram utilizados, as propagandas de época, a evolução da arquitetura nesta área no Brasil.

Sala 7

Elevador e acesso para deficientes Sala

Cozinha brasileira

Serão apresentados pequenos cenários de cozinhas brasileiras, para definir as principais transformações que ocorreram neste ambiente, causadas pelo uso dos energéticos - gás e eletricidade.

A pesquisa deverá trazer imagens e a contextualização para realizar uma museografia que represente a evolução da cozinha paulista, através dos equipamentos, das receitas culinárias - de influência indígena, mineira, imigrante, fotos, propagandas e estatísticas de época.

• A cozinha primitiva anterior à chegada do gás e da eletricidade, com um fogão econômico a lenha e coifa original da casa, pia e armário contendo os principais utensílios manuais da época.

• A cozinha nos anos 1920/30, do gás canalizado e da luz elétrica, quando se usavam ainda bem poucos utensílios elétricos no Brasil.

• A cozinha nos anos 1960, com a expansão dos eletrodomésticos, da geladeira elétrica, e do fogão a gás, já trazendo grande conforto e comodidade às donas-de-casa.

• A cozinha hoje será representada por uma situação fictícia que convide o visitante à reflexão. Com quais equipamentos, como e o que cozinhamos? Quais equipamentos consomem mais energia na cozinha? Vídeo com som e narração.

Porão

A história da fabricação do gás e do sistema subterrâneo de distribuição, em São Paulo, nos séculos XIX e XX.

Cenários da produção do gás em São Paulo, na casa das retortas. Reprodução de uma bateria de retortas durante o descarregamento. Painéis fotográficos, bonecos em tamanho real e curta sonorização com narração, relembrará o trabalho naquele ambiente insalubre.

Um vídeo apresentará imagens reais da Casa das Retortas, em funcionamento, no final dos anos 1960.

O tema do trabalho na fábrica estará presente também através de uma seleção de objetos do acervo que inclui ferramentas de trabalho e equipamentos, incluindo uma forja do final do século XIX.

• O espaço de um antigo escritório será cenário para a memória do Solar da Marquesa de Santos, edifício tombado que foi sede da Companhia de Gás durante quase 70 anos.

• A distribuição do gás: do século XIX ao XXI.

• Painéis com propagandas, fotos, mapas e textos explicativos, auxiliarão a apresentar ao visitante este mundo invisível, auxiliado por objetos do acervo:

• tubulação de ferro fundido, de aço e as atuais em polietileno, com seus

acessórios;

• ferramentas de trabalho;

• Maquete interativa de um gasômetro;

• Vitrines com a evolução dos medidores de consumo residencial e industrial

até os medidores de apartamentos. PAVIMENTO SUPERIOR

Hall de serviço pavimento superior:

Elevador, sanitários, incluindo o de deficientes, painel informativo Sala 10

A Light e os Bondes elétricos

O visitante conhecerá um pouco do ambiente de São Paulo, no final do século XIX - quando da chegada da eletricidade em São Paulo com a Light e ainda sobre a história dos bondes elétricos e das primeiras usinas hidrelétricas construídas no estado. Uso de fotografias, mapas e plantas do acervo.

Sala 11

São Paulo Moderna

A construção do Teatro Municipal, a disputa entre os sistemas de iluminação pública, a gás e elétrica, o movimento modernista e os planos de urbanização da nova metrópole serão apresentados neste ambiente.

No centro da sala estarão os modelos originais dos postes do Teatro Municipal, artisticamente esculpidos por A. Adinolffi em 1911.

Sonorização com musicas da época. Sala 9

São Paulo, entre Secas e Guerras

Neste espaço abordaremos o racionamento de energia e suas consequências. Serão apresentados os principais períodos de racionamento de energia em São Paulo , no século passado, dentre eles a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais, a seca dos anos 1950, a crise do petróleo nos anos 70.

Sala 8

A energia e a industrialização paulista

Um vídeo irá mostra o interior das indústrias e a grande transformação, ocorrida neste setor, a partir do século XIX ao XXI, que foi movida a tecnologia e energia. Fotos antigas e atuais irão compor o cenário.