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TENDÊNCIAS OBSERVADAS NO PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

PERFIL DAS FAMÍLIAS, RESULTADOS E IMPACTOS DO BOLSA FAMÍLIA

6 PERFIL DAS PESSOAS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

7 TENDÊNCIAS OBSERVADAS NO PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família alcançou sua meta de expansão em 2006, com 11,2 milhões de famílias. Esta meta foi revista três vezes desde então (2006, 2009, 2012), chegando a 13,7 milhões atualmente.

Vale destacar que, em função do caráter dinâmico da pobreza, ao longo deste período muitas famílias superaram a pobreza monetária enquanto outras ingressavam nesta situação, com isto, observa-se um fluxo periódico de entrada e saída de famílias do PBF13 para assegurar

que o programa chegue a seu público-alvo.

No que se refere à localidade dos domicílios, ilustrada pela tabela 10, é possível iden- tificar um movimento importante no sentido de um perfil predominantemente urbano das famílias do PBF, passando de 69,2% em 2007 para 75,3% em 2013. Quanto ao tipo de cons- 13. Desde a sua criação, muitas famílias deixaram o programa, tendo em vista ocorrências de alterações em características que afetam sua per- manência, como aquelas relativas aos critérios de elegibilidade por exemplo. Ao mesmo tempo, muitas outras famílias entraram no programa porque foram cadastradas posteriormente, registraram alterações cadastrais que lhes permitiram adequar-se aos critérios de elegibilidade do programa ou devido a ampliações nas sua metas de atendimento.

trução dos domicílios, verifica-se também um aumento nas construções em alvenaria (de 70,0% em 2007 para 76,1% em 2013). Na mesma linha, também pelo fato de nas cidades usualmente haver melhor oferta de serviços de infraestrutura domiciliar, identificou-se me- lhoria nos indicadores de acesso à água (de 64,8% em 2007 para 67,5% em 2013), à coleta de lixo (de 66,3% em 2007 para 68,8% em 2013) e ao escoamento sanitário (de 52,5% em 2007 para 57,1% em 2013).

TABELA 10

Perfil dos domicílios de famílias beneficiárias do PBF (mar. 2007 e fev. 2013)

(Em %)

Tipo de localidade 2007 2013

Urbanas 69,2 75,3

Rurais 30,8 24,6

Tipo de construção dos domicílios 2007 2013

Com alvenaria 70,0 76,1

Sem alvenaria 30,0 23,9

Atendimento serviços públicos adequados 2007 2013

Abastecimento de água (rede pública) 64,8 67,5

Coleta de lixo 66,3 68,8

Escoamento sanitário (rede pública ou fossa séptica) 52,5 57,1 Fonte: CadÚnico (SENARC/MDS).

A tabela 11 indica que houve um aumento importante no percentual de beneficiários da cor parda, passando de 60,7% em 2007 para 67,0% em 2013. Paralelamente, é também relevante o movimento de redução proporcional dos beneficiários de cor branca, que passou de 30,1% em 2007 para 24,9% em 2013. Outra tendência no perfil dos beneficiários é o aumento proporcional nas faixas etárias mais jovens, sobretudo de 0 a 6 anos, passando de 10,2% em 2007 para 15,1% em 2013. No sentido inverso, verifica-se um decréscimo impor- tante no percentual de beneficiários entre 16 e 24 anos, que passou de 19,1% em 2007 para 5,7% em 2013.

TABELA 11

Perfil das pessoas beneficiárias do PBF (mar. 2007 e fev. 2013)

(Em %) Sexo 2007 2013 Masculino 47,0 44,5 Feminino 53,0 55,5 Raça/cor 2007 2013 Branca 30,1 24,9 Preta 8,3 7,0 Parda 60,7 67,0 Amarela 0,4 0,4 Indígena 0,5 0,8 (Continua)

Faixas etárias 2007 2013 0 a 6 anos 10,2 15,1 7 a 15 anos 30,3 28,0 16 a 24 anos 19,1 5,7 25 a 34 anos 14,3 11,8 35 a 44 anos 13,6 14,4 45 a 54 anos 7,6 12,7 55 a 64 anos 3,4 7,9 65 anos ou mais 1,4 3,5

Fonte: CadÚnico (SENARC/MDS).

De forma geral, as tabelas acima indicam que tem se acentuado as características de pre- dominância urbana, feminina, de cor parda e de predominância de crianças e adolescentes no perfil dos beneficiários do Programa.

No que tange os responsáveis familiares, a tabela 12 indica uma redução importante do percentual de analfabetos, passando de 17,3% em 2007 para 12,1% em 2013. Destaca-se também o aumento de responsáveis com Ensino Médio, que passou de 13,2% em 2007 para 19,8% em 2013. Isto reflete uma nítida tendência no sentido da maior escolarização desse público, motivada, dentre outros fatores, pelo crescente nível de escolarização no Brasil e possivelmente reforçada com a criação, em 2008, do benefício específico destinado aos ado- lescentes do Bolsa Família de 16 e 17 anos que frequentam a escola.

Sob o aspecto da faixa etária, verificamos o aumento proporcional de responsáveis fami- liares mais jovens, sobretudo na faixa de 16 a 24 anos, passando de 6,7% em 2007 para 9,2% em 2013. No sentido inverso, verifica-se um decréscimo também proporcional no percentual de beneficiários entre 35 e 44 anos, que passou de 33,4% em 2007 para 30,4% em 2013.

TABELA 12

Perfil dos responsáveis familiares do PBF (mar. 2007 e fev. 2013)

(Em %) Sexo 2007 2013 Masculino 7,9 6,9 Feminino 92,1 93,1 Escolaridade 2007 2013 Analfabeto 17,3 12,1 Ensino fundamental 69,2 61,6 Ensino médio 13,2 19,8 Faixas etárias 2007 2013 16 a 24 anos 6,7 9,2 25 a 34 anos 32,6 34,3 35 a 44 anos 33,4 30,4 45 a 54 anos 17,7 17,7 55 a 64 anos 7,2 7,1 65 anos ou mais 2,3 1,2

Fonte: CadÚnico (SENARC/MDS).

A análise do perfil das famílias do PBF leva ao entendimento de que ainda existem importantes vulnerabilidades em relação à população em geral, mas aponta para uma melhoria igualmente importante nas condições de vida em termos de acesso a serviços de infraestrutura domiciliar e escolaridade.

A identificação da presença de vulnerabilidades em diversas dimensões das condições de vida das famílias beneficiárias do PBF se, por um lado, reafirma a boa focalização do programa e o papel do CadÚnico como ferramenta de identificação das famílias de baixa renda, revela, por outro lado, desafios a serem enfrentados para a superação da pobreza. O aprofundamento da compreensão sobre a realidade socioeconômica da população brasileira mais pobre explicita a existência de questões raciais, de gênero, relacionadas à escolaridade e ao acesso a serviços de infraestrutura domiciliar a serem trabalhadas pela implementação de ações intersetoriais em todas as esferas federativas. Neste sentido, destacam-se as ações no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria, voltadas para a transferência de renda, acesso a serviços e inclusão produtiva da parcela mais pobre da população.

REFERÊNCIAS

BARTHOLO, L.; ARAÚJO, L. R. C. Em busca das famílias reconstituídas: mapeamento dos arranjos familiares da população brasileira de baixa renda por meio do Cadastro Único de Programas Sociais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 16., Caxambu, 2008.

BARTHOLO. L. et al. Contribuições e potencialidades do Cadastro Único para a implementação de políticas sociais no Brasil. Brasil. Fome zero. Uma história brasileira. Brasília: MDS, 2010. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Secretaria Nacional de Renda de Cidadania. Perfil das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – 2007. Brasília, 2007. ______. Perfil das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – 2009. Brasília, 2009. ______. Perfil das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – 2011. Brasília, 2013. CURRALERO, C. R. B. O enfrentamento da pobreza como desafio para as políticas sociais

no Brasil: uma análise a partir do Programa Bolsa Família. Tese (Doutorado) – Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 2012.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo

Demográfico 2010: características da população e dos domicílios – resultados do universo. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ censo2010/caracteristicas_da_populacao/resultados_do_universo.pdf>.

OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔ- MICO. Social protection, poverty reduction and pro poor growth. Policy guidance note: social protection, 2009. Disponível em: <http://www.oecd.org/dataoecd/45/63/43573310.pdf>. SOARES, S.; RIBAS, R. P.; SOARES, F. V. Targeting and coverage of the Bolsa Família

Programme: why knowing what you measure is important in choosing the numbers. Brasília: IPC, 2010 (IPC Working Paper Series, n. 71). Disponível em: <http://www.ipc- undp.org/pub/IPCWorkingPaper71.pdf>.

BOLSA FAMÍLIA E SEUS IMPACTOS NAS CONDIÇÕES DE VIDA DA

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