• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO IV – REFLEXÕES SOBRE A REFORMA DO SISTEMA DE

V. UMA CONCLUSÃO: POSSIBILIDADE DE DIÁLOGO ENTRE PODERES

Os casos estudados pela pesquisa caracterizam-se por uma ausência de resposta do Estado frente a violações de direitos, fazendo com que as vítimas recorram a outros mecanismos e estruturas de reparação e reconhecimento desses direitos. Maria Joel da Costa sofre ameaças em função da sua atuação como defensora de Direitos Humanos e por buscar a responsabilização dos autores do assassinato de Dezinho, morto em decorrência de sua luta pela reforma agrária. O Estado brasileiro, reconhecendo a gravidade dessas ameaças, garante proteção a sua vida e integridade física por meio do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos.

Diante da ausência de responsabilização sobre o homicídio de Dezinho, o Estado brasileiro firmou acordo com Maria Joel perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, pactuando uma série de obrigações no âmbito judicial, reparatório e de adoção de ações de enfrentamento à violência no campo. Já no caso Sétimo Garibaldi, diante da omissão do Estado em promover as garantias judiciais da família da vítima, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil pela ausência de uma investigação adequada e responsabilização dos autores do homicídio do trabalhador rural.

As violações de Direitos Humanos de que trataram a pesquisa revestem-se de gravidade porque: i) relacionadas a defensor ou defensora de Direitos Humanos, que recebe proteção do Estado em função de ameaça à vida e integridade física decorrente da sua atuação enquanto tal ou ii) os órgãos que compõem o SIDH afirmam ter o Estado brasileiro violado normas internacionais de proteção aos Direitos Humanos. A gravidade advém justamente desse reconhecimento pelo Estado brasileiro de que o sujeito de direito precisa de proteção para manter-se vivo, por meio de um programa específico (o PPDDH) ou ainda da constatação por um sistema internacional de proteção aos Direitos Humanos, legitimado pelo Brasil para apontar violações e indicar reparações, de que vítimas sofreram por ações ou omissões do Estado. Representa uma filtragem pela qual o Estado brasileiro reconhece a gravidade da violação sofrida pela vítima.

sua capacidade de automobilização e organização tenha alcançado um grau ameaçador” (DEBRUN, 1983, p. 137).

192

Assim, o que diferencia esses casos de inúmeras outras situações de violações de diretos que não recebem uma resposta adequada e efetiva do Estado é justamente o “retorno” dessas violações ao próprio Estado, por meio de estruturas criadas e/ou aderidas por ele para restaurar ou reparar esses direitos: Maria Joel, como esposa de Dezinho, buscou o SIDH para garantir o julgamento dos autores do homicídio do marido, tendo feito um acordo com o Brasil e é protegida por um programa por sofrer ameaças cujos autores não foram responsabilizados; já os familiares de Sétimo Garibaldi são beneficiários de uma sentença de um tribunal internacional do qual o Brasil reconhece a competência.

Esse “retorno” das violações recai sobre o Poder Executivo diretamente, como expus nos capítulos segundo e terceiro, cabendo a ele executar as ações para proteger a vida de Maria Joel, responder à Comissão Interamericana sobre a solução amistosa e garantir o cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Daí os movimentos realizados pelo Poder Executivo frente ao Sistema de Justiça em busca da responsabilização dos autores dos homicídios e das ameaças. Mas, em ambos os casos, é a ausência da prestação jurisdicional às vítimas que os caracteriza fortemente e que se torna ainda mais grave por ter sido justamente essa ausência, essa omissão do Sistema de Justiça, que motivou o acionamento de mecanismos extraordinários pela busca por reparação ou restauração dos direitos. A relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça torna-se, assim, imperiosa. São esses os elementos que caracterizam uma grave violação de Direitos Humanos, levantados a partir dos casos estudados, conceito que propus a delinear quando tratei dos apontamentos preliminares sobre a narrativa dos casos no capítulo segundo.

Então, para concluir as reflexões da pesquisa, me propus a refletir sobre a seguinte pergunta: considerando que é necessário o estabelecimento de uma relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça nos casos em estudo, por força dos mecanismos extraordinários que foram acionados para garantir a prestação jurisdicional às vítimas, é possível identificar os elementos que caracterizassem essa relação como um diálogo?

O conceito mais usual de diálogo entre poderes está no campo da judicialização da política ou ainda no campo da jurisdição constitucional, especificamente a separação entre poderes e controle de constitucionalidade de leis.170 Vianna et al. (1999) tomaram

170 Há uma vasta produção sobre a judicialização da política no Brasil. A proposta, nessa seção, é levantar o conteúdo desse conceito para verificar se é cabível aos casos em estudo. Mas é importante destacar duas

193

a expressão judicialização da política para descrever as transformações constitucionais pós-Constituição Federal de 1988, que permitiram o maior protagonismo dos tribunais em virtude da ampliação dos instrumentos de proteção judicial e que passaram a ser utilizadas por minorias parlamentares, governos estaduais, associações civis e profissionais ao analisar as ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas entre 1989 e 1998.171

Para Marona (2013), a judicialização da política pode ser compreendida como a crescente intervenção do Poder Judiciário nos processos decisórios das democracias liberais contemporâneas, resultante de um conjunto de mecanismos de delegação da autoridade parlamentar, instituído pelo constituinte, especialmente ao garantir ampla independência ao Poder Judiciário e instituir mecanismos de revisão constitucional tão extensos quanto o rol de direitos que o previu.

Mendes (2008) desenvolve tese acerca do dilema do controle de constitucionalidade de leis na teoria democrática (juízes não eleitos dando a última palavra sobre o significado de direitos fundamentais — “teoria da última palavra”), apontando para uma saída alternativa a esse dilema, por meio das “teorias do diálogo institucional”, que propõem uma interação de caráter deliberativo, e não somente adversial, entre os poderes para garantir, ao longo prazo, a elaboração de boas respostas sobre direitos fundamentais. Benvindo (2014) desmistifica a “última palavra” do Supremo Tribunal Federal em sede de jurisdição constitucional e propõe uma relação dialógica entre os três poderes para afirmação do constitucionalismo e da democracia.

Garavito e Franco (2010; 2015) desenvolveram o conceito de ativismo judicial dialógico ou ainda jurisdição dialógica ao analisarem a atuação da Corte Constitucional da Colômbia com a edição da sentença T-025, de 2004, sobre a situação dos mais de três milhões de pessoas deslocadas em virtude da violência no país. A sentença declara que essa situação constitui um “estado de coisas inconstitucional” e que se trata de uma violação massiva e reiterada de Direitos Humanos da população deslocada e que as falhas estruturais das políticas públicas colombianas são um fator central que contribui para que a violação perpetue.

obras fundamentais sobre o assunto, além das já mencionadas: VIANNA, Luís Werneck (org.). A democracia e os três poderes no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002 e ARANTES, Rogério Bastos. Ministério Público e política no Brasil. São Paulo: Editora Sumaré, 2002.

171 Vianna et al. (2007) atualizaram a investigação posteriormente ao analisar as referidas ações entre os anos de 1999 e 2005.

194

Segundo Garavito e Franco (2015), a partir de uma renovada perspectiva do ativismo judicial, a Corte Constitucional colombiana empreendeu esforços no fomento de diálogo institucional direto e constante entre os atores institucionais e sociais envolvidos, por meio da participação ativa dos órgãos estatais de controle, da academia, de organizações de Direitos Humanos e dos próprios desalojados, no processo de execução da sentença.172 No mesmo sentido, Uprimny e García-Villegas (2002), também analisando a atuação do Tribunal Constitucional da Colômbia, apontam o ativismo judicial com potencial emancipatório em suas decisões por promoverem um diálogo entre as partes envolvidas, notadamente o Poder Executivo.

A pesquisa demonstrou, entretanto, que essas duas concepções de diálogo não se aplicam aos casos estudados, pois pressupõem que a relação entre poderes se estabeleça a partir de uma ação do Sistema de Justiça, ou seja, a partir de uma decisão judicial ou por meio do processo decisório do Poder Judiciário (e, em segunda medida, do Ministério Público). Tanto sobre o controle de constitucionalidade das leis como sobre uma declaração de “estado de coisas inconstitucional”, o diálogo ocorre entre os poderes porque o Sistema de Justiça atua frente ao caso concreto, mediante uma decisão.

Nos casos em estudo, é justamente a ausência da decisão judicial, a omissão do Sistema de Justiça em garantir a devida prestação jurisdicional à vítima, que motiva o Poder Executivo a estabelecer uma relação com o Poder Judiciário e o Ministério Público. E porque, em primeira medida, e sobretudo, o Poder Executivo foi provocado pelas vítimas que acionaram mecanismos extraordinários de reparação e restauração de direitos, obrigando-o a adotar medidas frente ao Sistema de Justiça.

Graves violações de Direitos Humanos requerem outra concepção de diálogo entre poderes, que inclua a percepção do Sistema de Justiça não como balizador da relação, ou como responsável por estabelecer os parâmetros e as finalidades da relação, mas como violador de direitos porque não garante a adequada prestação jurisdicional.

Essa concepção de diálogo entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça, tendo como definidor dos parâmetros da relação o Poder Judiciário, insere-se numa concepção

172 Em 9 de setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal, ao decidir medida cautelar em Arguição Declaratória de Preceito Fundamental nº 347 sobre a situação do sistema prisional brasileiro, declarou haver um estado de coisas inconstitucional, com um quadro permanente de violação de direitos fundamentais a exigir intervenção do Poder Judiciário, de caráter estrutural e orçamentário. Entretanto, a decisão limitou-se a determinar a realização de audiências de custódia por juízes e tribunais, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, para viabilizar a apresentação do preso perante autoridade judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas. Para uma crítica à importação do conceito de “estados de coisas inconstitucional” sem a devida mudança da postura institucional pelo STF, ver Vieira e Bezerra (2015).

195

liberal do direito, que, como apontam Avritzer, Marona e Gomes (2014), limita o acesso à justiça ao tratamento de querelas entre indivíduos privados localizados na mesma posição de detentores de iguais direitos e que as ações dos indivíduos se situam numa esfera privada e que recorrem à justiça em última análise e com poder igual ao sistema.173 Ainda segundo os autores

Os direitos compreendidos em uma acepção mais ampla demandam uma ressignificação sociopolítica do Poder Judiciário que passa por três novos elementos: a territorialidade/identidade; a desagregação dos atores e dos interesses e a possibilidade de uma justiça pós-liberal que reconheça tanto o individual quanto o coletivo, o social e o

comunitário [...] (AVRITZER, MARONA, GOMES, 2014, p. 16) Retomando os dados e as análises feitas nos capítulos anteriores, os elementos

que caracterizam a relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça nos casos em estudo e nas demais violações referidas pelos sujeitos que atuam no PPDDH e que atuam para dar cumprimento às decisões do SIDH são: i) ausência de uma definição clara das atribuições do Poder Executivo quanto ao Sistema de Justiça, frente a casos de violações de Direitos Humanos que aguardam definição de reparação ou restauração de direitos pelo Poder Judiciário e/ou Ministério Público; ii) pessoalização da relação com o Ministério Público; iii) repulsa do Poder Judiciário em relação ao Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos e indiferença quanto ao cumprimento das decisões do Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos.174

Refletindo sobre essa realidade e para que a relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça possa saltar de uma indiferença/repulsa, é fundamental a ampliação da participação social nesse espaço: que a relação deixe de se estabelecer prioritariamente entre dois polos (Sistema de Justiça-Poder Executivo) e passe a considerar a centralidade das vítimas e organizações de Direitos Humanos e movimentos sociais que atuam conjuntamente. A definição sobre as atribuições do

173 A atuação do Tribunal Constitucional da Colômbia foge um pouco dessa concepção liberal do direito, mas, como aponta Lauris (2016, p. 419), trata-se de uma atuação em uma “franja de exceção jurídica”. 174 Nesse cenário, verifiquei que se excetua a relação estabelecida entre a Ouvidoria Agrária Nacional e o Sistema de Justiça, sobretudo em função da figura do ouvidor agrário nacional, que é desembargador do Tribunal de Justiça do Acre. Como expuseram Márcio, Cristiana, Álvaro e Lúcia, a condição de integrante do Poder Judiciário garante ao ouvidor um maior trânsito e legitimidade para se relacionar com juízes e promotores. Até a linguagem utilizada nos documentos elaborados pela Ouvidoria remete aos expedientes de um processo judicial, o que, segundo os entrevistados, também favorece o atendimento das demandas formuladas pela Ouvidoria ao Sistema de Justiça. A exceção vem confirmar a regra, tendo em vista que o diálogo só é possível, segundo os entrevistados, porque estabelecido por um representante do Poder Executivo que originariamente vem dos quadros do Judiciário.

196

Poder Executivo perante o Sistema de Justiça deve incorporar a perspectiva de aprofundamento democrático da sua relação com as organizações e os movimentos sociais.

A relação Poder Executivo-Sistema de Justiça tem como ponto inicial, é provocada e impulsionada por movimentos sociais e organizações de Direitos Humanos que têm suas lideranças protegidas pelo Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (porque ameaçadas ou criminalizadas em virtude de sua atuação enquanto tal) ou que denunciaram o Estado brasileiro no Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos por violações à Convenção Americana de Direitos Humanos.

Assim, é a liderança da luta pela terra que, protegida pelo PPDDH, pressiona o Poder Executivo para, no âmbito do programa, alcançar a condenação do seu ameaçador e, assim, pôr fim às ameaças ou, ainda, é o movimento social que pressiona o Poder Executivo para que se relacione com o Sistema de Justiça e obtenha a responsabilização dos violadores, dando cumprimento às recomendações ou decisões do SIDH, referentes àquele caso que o mesmo movimento social levou à CIDH ou à Corte IDH.

É no âmbito do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos ou no trâmite de casos no Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos que o Poder Executivo é tensionado pelos movimentos sociais e pelas organizações de Direitos Humanos para que se relacione (e para também tensionar) o Sistema de Justiça para a efetivação e proteção de direitos. Daí a necessidade de transformar a relação firmada entre dois polos para uma relação entre três partes. Os conceitos de diálogo entre poderes que mencionei ao início não se aplicam a graves violações de Direitos Humanos justamente por desconsiderar a vítima, as organizações de Direitos Humanos e os movimentos sociais como sujeitos centrais da relação.

É preciso considerar, como ensina Sousa Jr. (2008; 2015), uma concepção alargada do acesso à justiça, que não se reafirma somente no sistema judicial, levando em conta que a ampliação do conceito “se fortalece em espaços de sociabilidades que se localizam fora ou na fronteira do Sistema de Justiça. Contudo, ambos os níveis se referem a uma mesma sociedade, na qual se pretende o exercício constante da democracia” (Sousa Jr.; 2008; p. 7).

Os casos protegidos pelo PPDDH e denunciados ao SIDH, sobretudo os abordados na pesquisa, possibilitam a construção de outro diálogo entre os poderes, numa perspectiva não liberal, porque apresentam justamente os elementos da

197

territorialidade/identidade e da desagregação dos atores e dos interesses, com a possibilidade de efetivação de uma justiça pós-liberal, que reconheça tanto o individual quanto o coletivo, o social e o comunitário. São trabalhadores/as rurais ameaçados/as e assassinados/as em decorrência de conflitos no campo e da luta pela terra.

Trata-se de uma noção de diálogo que demanda uma participação social ativa, um aprofundamento democrático da relação entre Estado e sociedade civil que, obviamente, é construído em bases conflituosas. Mas, como aponta Sá e Silva (2016), os Direitos Humanos são o resultado sempre contingente desse processo permanente de afirmação de novos sentidos para a organização social das liberdades, sendo o Estado uma grande e complexa arena para a qual tendem a confluir, mas na qual não se esgotam as lutas sociais que marcam aquele processo.

A adoção de uma metodologia empírica, de caráter qualitativo, com a utilização da estratégia de estudo de casos e da teorização fundamentada nos dados, foi fundamental para verificar as nuances da relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça, incluindo o papel da participação social em Direitos Humanos e seu conteúdo em relação ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Com as unidades de análise que emergiram dos dados — ações do Poder Executivo sobre violações de Direitos Humanos; relação entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça a partir de violações de Direitos Humanos e reformas do Sistema de Justiça na perspectiva dos Direitos Humanos —, as análises percorreram todo o fenômeno estudado porque integraram estrutura, processo e consequências do processo em relação à pergunta que norteia a pesquisa.

Presumi, no início da pesquisa, que haveria um diálogo entre o Poder Executivo e o Sistema de Justiça ao tratarem de graves violações de Direitos Humanos, um diálogo marcado por tensões, é claro, mas que haveria um diálogo. Talvez influenciada pela dinâmica da judicialização da política, pelas minhas vivências como militante ou ainda por um desejo de que as relações, todas elas, fossem inerentemente pautadas pelo diálogo. A presunção caiu por terra no decorrer da pesquisa. O Sistema de Justiça é incapaz de escutar, porque não quer ouvir, não assume suas responsabilidades como sujeito participante da relação. É a indiferença, ou mesmo a repulsa, a causa dessa incapacidade de escuta.

É possível transformar essa relação? É possível abrir os ouvidos do Sistema de Justiça para que escute efetivamente o quanto contribui para a perpetuação de graves violações de Direitos Humanos e assuma sua responsabilidade? Sim, dentro de outra

198

concepção de direito e justiça, como expus ao longo da tese. Uma concepção pós-liberal que reconheça direitos coletivos e sujeitos coletivos de direito e na qual a participação social aprofunde sua reivindicação por justiça para além da ampliação das estruturas do Sistema de Justiça e enfatize a atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público como violadores de direitos.

Uma concepção que considere a democratização das relações e instituições, com ênfase na participação social, como um elemento necessário para fundamentar o diálogo entre os poderes. Uma concepção que reconheça as lutas sociais como centrais para a transformação dessa relação: a luta de Maria Joel da Costa, de Dezinho, de Sétimo Garibaldi e sua família; a luta diária de tantos/as trabalhadores/as, lideranças e militantes populares, defensores/as de Direitos Humanos.