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• Sugestão – A escola poderia promover

eventos nos fins de semana ou à noite (baile da saudade, noite de fotografias, depoimento do nascimento dos filhos), para os pais se conhecer, identificar problemas comuns e propor soluções coletivas.

F3 • Cuidar do aluno e resolver os problemas

apresentados na escola.

• Ensinar conteúdo e preparar para o

vestibular, concurso, trabalho e para a vida. • Informar aos pais sobre um problema do aluno que o pai não percebeu.

• Sugestão – A escola poderia promover

situações para que os pais conheçam os interesses profissionais dos filhos.

• “A gente espera que a escola cuide do seu filho, que a escola resolva às vezes o problema que seu filho tá tendo lá”. • “A gente espera que a escola prepare realmente pra isso, pra vida, pro trabalho, pra vida lá fora”.

• “Poderia sim, poderia trazer os pais pra vê como que é o filho, o que que eles acham que o filho tem a tendência pra depois fazer”.

F4 • Ensinar conteúdo, preparar para o

vestibular e para a vida.

• Educar em termos de comportamento,

quando isso for necessário.

• Sugestões – A escola poderia fazer

reuniões esclarecedoras para falar de sua proposta metodológica e chamar os pais dos alunos que não têm problemas para conversar.

• “É ensinar a matéria o conteúdo ou a disciplina de uma maneira que a gente espera que seja ensinado e espera que ela aprenda... no Ensino Médio realmente tem uma preocupação com o vestibular”.

• “faz a reunião com os pais que

quiserem pra falar da metodologia, falar como eles trabalham... Seria uma maneira da escola se aproximar dos pais né”.

F5 • Preparar para o vestibular e para as

provas.

• Punir comportamentos inadequados e

comunicar aos pais.

• O professor deve monitorar o

comportamento do aluno e ser profissional. • Sugestão – A escola poderia ligar para os pais ou marcar encontros individuais para conversar e esclarecer possíveis dúvidas, independente de problemas.

• “pro 2° grau, o que eu espero é . . . que preparasse meus filhos muito bem pra fazer um vestibular”.

• “o professor tem que monitorar isso aí, esse seja talvez o principal trabalho, agir como profissional e monitorar o comportamento”.

Outros pontos abordados com as famílias referem-se às funções, papéis e responsabilidades atribuídas às famílias, à escola e aos próprios filhos-alunos. Quanto à

Categoria 2 - Funções da escola, todos os pais concordam no que diz respeito a

responsabilidade da escola em ensinar os conteúdos, de cuidar do processo de ensino- aprendizagem e de preparar os alunos para o vestibular. Dessa forma, exemplificam que “o

conteúdo eu acho que é função diretamente da escola sabe” (F3) e que “no Ensino Médio realmente tem uma preocupação com o vestibular” (F4). Essas são, portanto, as funções da escola reconhecidas e esperadas por todos os pais participantes. Em continuidade à essa expectativa de que a escola viabilize uma formação científica e preparatória para o vestibular, os pais indicam também a função da escola em formar o cidadão para o dia-a- dia, preparando-o para o trabalho e para a vida: “eu acho que é formar o cidadão e trabalhar o aluno pro dia-a-dia” (F1) e “a gente espera que a escola prepare realmente pra isso, pra vida, pro trabalho, pra vida lá fora” (F3).

No entanto, no que diz respeito à formação pessoal e de valores, parece surgir uma discordância entre os pais, ao menos quanto a esta ser uma importante função atribuída à escola, pois de um lado F1 diz que “eu botei na escola, um ano inteiro, e eu não vi um trabalho de valor, valor sabe . . . eu não gosto e tô mudando de escola por isso. Eu prefiro uma escola que trate valores”, enquanto de outro lado F5 diz que “então essa parte, vamos falar de formação moral, é legal, é importante, mas pra nossa realidade o que eu sinto mais falta é de preparação técnica-científica, preparação pra prova . . . não acho que isso (formação moral) seja o mais importante”. Nota-se, por essas duas verbalizações, que existe uma valorização dos pais quanto à responsabilidade da escola com a formação ética dos alunos; entretanto, o grau de importância atribuído a essa formação é diferente para cada pai, indicando a necessidade desses pais e da escola discutirem esse aspecto.

Esta questão articula-se à discussão já feita anteriormente ao abordar as concepções dos professores, especificamente quanto ao conteúdo da Categoria 2 – Funções da escola. Naquela ocasião, foi sinalizado que tanto a família quanto a escola conhecem as funções que lhes são próprias e aquelas pertinentes ao outro sistema. Todavia, este conhecimento não tem sido suficiente, pois ainda existem acusações, desentendimentos, conflitos e angústias de ambas as partes quando se referem às tais funções. Diante deste

reconhecimento, entende-se que é preciso retomar as discussões das funções de cada um, destacando o grau ou nível com que esta função será cumprida (como no caso da formação ética dos alunos) e o que deve ser exercido tanto pela escola quanto pela família.

Outra função identificada pelos pais como sendo da escola diz respeito ao comportamento ou às atitudes dos alunos não contexto escolar. Nesses aspectos, eles atribuem à escola a responsabilidade de observar o aluno e estar atento a possíveis mudanças em seu comportamento, informando os pais se for necessário e, também, punindo comportamentos inadequados que os alunos apresentem no contexto escolar. Ao falar das medidas a serem tomadas pela escola diante da ocorrência de um comportamento inadequado, um pai diz que “a escola tem que chamar o pai e falar ‘seu filho fez isso, está suspenso ou expulso’ . . . mas o tipo de sanção que eu acho que tem que dar é da escola” (F5). E, ainda, uma mãe comenta sobre a função da escola de informar os pais dizendo que “às vezes sua filha tem um problema que a gente em casa não percebe tá, então eu acho que seria ideal se a escola desse uma sinalizada de que isso tá acontecendo pra você se inteirar” (F3). A fala desta mãe traz a noção de que escola e família devem trabalhar juntos em prol do desenvolvimento dos filhos-alunos, em vez de simplesmente convocar os pais quando um problema já ocorreu, pois, do contrário, corre-se o risco da escola e dos pais não saberem o que se passa em cada contexto, conforme relata esta mãe: “senão acaba que a escola trabalha do lado de cá, trabalha o que é função dela por exemplo, que eu acho que é ensinar, né?, e a gente não vê outros processos, outras coisas que acontecem na escola” (F3).

Ao se falar das funções das escolas, os pais citaram àquelas que já são de responsabilidade de cada sistema; mas, indo um pouco além do que já está estabelecido, os participantes fizeram algumas sugestões de possíveis ações a serem desenvolvidas. Quanto à família sugerem: a participação em atividades esportivas que acontecem na escola,

inclusive na qualidade de jogadores; irem à escola em momentos diferentes sem que tenham sido chamados por um problema; se envolver no processo de escolha profissional do filho; almoçar com os filhos para ouvi-los; e acompanhar a distância o rendimento e o comportamento dos filhos, inclusive para que estes saibam que os pais se interessam por eles.

Tabela 23