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VOCABULÁRIO DA ÁREA SEMÂNTICA DE TEMPO

1.3 Frases nominais

1.6.0 Como indicar as circunstâncias e outras relações entre as ideias 1.6.1 A análise sintática e a indicação das circunstâncias

1.6.5.5.1 VOCABULÁRIO DA ÁREA SEMÂNTICA DE TEMPO

Tempo em geral: idade, era, época, período, ciclo, fase, temporada, prazo, lapso de tempo,

instante, momento, minuto, hora...

Fluir do tempo: o tempo passa, flui, corre, voa, escoa-se, foge...

Perpetuidade: perenidade, eternidade, duração eterna, permanente, contínua, ininterrupta,

constante, tempo infinito, interminável, infindável... Sempre, duradouro, indelével, imorredouro, imperecível, até a consumação dos séculos...

Longa duração: largo, longo tempo, longevo, macrobio, Matusalém...

Curta duração: tempo breve, curto, rápido, instantaneidade, subita-neidade, pressa, rapidez,

ligeireza, efêmero, num abrir e fechar d'olhos, relance, momentâneo, precário, provisório, transitório, passageiro, interino, de afogadilho, presto...

Cronologia, medição, divisão do tempo: erónos, calendário, folhinha, almanaque, calendas,

cronometría, relógio, milênio, século, centúria, década, lustro, qüinqüênio, trienio, biênio, ano, mês, dia, triduo, trimestre, bimestre, semana, anais, ampulheta, clepsidra...

Simultaneidade: durante, enquanto, ao mesmo tempo, simultâneo, contemporâneo, coevo,

isocronismo, coexistente, coincidência, coetâneo, gêmeo, ao passo que, à medida que...

Antecipação: antes, anterior, primeiro, antecipadamente, prioritário, primordial, prematuro,

primogênito, antecedência, precedência, prenúncio, preliminar, véspera, pródromo...

Posteridade: depois, posteriormente, a seguir, em seguida, sucessivo, por fim, afinal, mais

tarde, póstumo, In fine...

Intervalo: meio tempo, interstício, ínterim, entreato, interregno, pausa, tréguas,

entrementes...

Tempo presente: atualidade, agora, já, neste instante, o dia de hoje, modernamente,

hodiernamente, este ano, este século...

Tempo futuro: amanhã, futuramente, porvir, porvindouro, em breve, dentro em pouco,

proximamente, iminente, prestes a...

Tempo passado: remoto, distante, pretérito, tempos idos, outros tempos, priscas eras,

tempos d'antanho, outrora, antigamente, coisa ante- GA R C I A ♦ 97

diluviaria, do tempo do arroz com casca, tempo de amarrar cachorro com lingüiça...

Freqüência: constante, habitual, costumeiro, usual, corriqueiro, repetição, repetidamente,

Infreqüência: raras vezes, raro, raramente, poucas vezes, nem sempre, ocasionalmente,

acidentalmente, esporadicamente, inusitado, insólito, de quando em quando, de vez em vez, de vez em quando, de tempos em tempos, uma que outra vez...

1.6.6 Condição

As orações subordinadas condicionais mais comuns podem expressar:

a) um fato de realização impossível (hipótese irrealizável), quando o verbo da subordinada e o da principal estão em tempo perfectum, i.e., tempo de ação completa: "Se me tivessem convidado, teria ido" (o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo — tivessem convidado — e o futuro do pretérito composto — teria ido — são tempos de ação completa, ação terminada);

b) um fato cuja realização é possível, provável ou desejável, quando o verbo da subordinada e o da principal exprimem ação incompleta, i.e., são tempos do infectum: "Se me convidassem, iria"; "se me convidarem, irei";

c) desejo, esperança, pesar (geralmente em frase exclamativa e reticencio-sa, em que a oração principal, quase sempre subentendida, traduz um complexo de situações mais ou menos indefinível ou não claramente mentado): "Ah, se eu soubesse!..." "Se ele deixasse!..." "Se a gente não envelhecesse!..."

A conjunção condicional típica é "se", que exige o verbo quase sempre subjuntivo (futuro, imperfeito ou mais-que-perfeito). Mas razões de ordem enfática podem levá-lo ao indicativo, sobretudo quando a oração principal encerra idéia de ameaça, perigo, fato iminente ou fato atuante no momento em que se fala: "Se não me ouvem em silêncio, calo-me"; "Se não te acautelas, corres o risco de ferir-te"; "Se não me ouves, como queres entender-me?"; "Se não queres ir, não vás".

A conjunção "caso" exige modo subjuntivo (presente ou pretérito): "Irei, caso me convidem." "Contanto que", menos comum do que "se", parece dar à condição valor mais imperativo ou mais impositivo; o verbo da oração por ela introduzida deve estar no presente do subjuntivo, quando se faz referência a fato que ainda não se verificou: "Irei, contanto que me convidem" ("contanto que" sugere que a condição de ser convidado é in

dispensável, é mais imperiosa do que a conjunção "se" poderia denotar). Se se trata de ação já realizada, ou supostamente realizada, o tempo deve ser do perfectum, no caso, pretérito perfeito ou mais-que-perfeito do subjuntivo: "Irei contanto que me tenham convidado."

As conjunções "uma vez que", "desde que" (esta, usada também como temporal), "dado que" equivalem a "contanto que" quando o verbo da oração que encabeçam está no subjuntivo: "Irei, desde que (uma vez que, dado que) me convidem." Mas, se estiver no indicativo, elas passam a ter sentido causal: "Irei, desde que (uma vez que) me convidaram"

— i.e., "porque me convidaram". A locução "com tal que", equivalente a "contanto que", é hoje desusada.

Com o valor negativo, "sem que" é sinônimo de "se não", mas parece tornar a condição mais imperiosa: "Não irei sem que me convidem"; "Não teria ido sem que me tivessem convidado". Neste sentido, pode-se empregar "a menos que": "Não irei, a menos que me convidem" (ou "que me tenham convidado", se se pensa no convite como fato possivelmente ocorrido).

A não ser que e a menos que ligam orações que se opõem pelo sentido: se uma é negativa,

a outra será afirmativa. Mas a idéia de negação não precisa ser obrigatoriamente expressa pela partícula "não"; pode sê-lo por outras formas: um sujeito "ninguém", "nada", "nenhum", um adjunto adverbial com preposição "sem", palavras em que entrem prefixos negativos ou privativos (in-, des-) ou opositivos (contra-, anti-), verbos ou nomes que indiquem privação, cessação, oposição, impedimento, impossibilidade, ou ainda pela simples antinomia entre o verbo da principal e o da subordinada. Compare-se:

NEGAÇÃO NA PRINCIPAL AFIRMAÇÃO NA SUBORDINADA

Não irei a menos que, a não ser que me convidem. Ninguém irá a menos que, a não ser que convidem. Deixarei de ir a menos que, a não ser que seja convidado.

AFIRMAÇÃO NA

PRINCIPAL