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V EVENTO INSTITUCIONAL DO PIBID

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Academic year: 2019

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TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE GÊNEROS DO JORNAL: TRABALHO COLABORATIVO NO CONTEXTO DO PIBID

Ana Maria de Amorim (PIBID/UENP), Gislayne Marques Tombolin Santos (PIBID/UENP), Eliana Merlin Deganutti de Barros (Orientadora), e-mail:

elianamerlin@uenp.edu.br.

Universidade Estadual do Norte do Paraná/ Campus de Cornélio Procópio/ Centro de Letras, Comunicação e Artes.

Ensino, Subprojeto de Língua Portuguesa.

Palavras-chave: jornal escolar, sequência didática, formação docente.

Introdução

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que oferece bolsas a estudantes de Licenciatura, professores da Universidade e da Educação Básica. O objetivo do PIBID é promover a articulação entre as Licenciaturas e as Instituições de Ensino possibilitando uma complementação entre teoria e prática na formação docente.

O subprojeto de Língua Portuguesa da UENP (Campus Cornélio Procópio) do qual se trata esse trabalho, recebeu o título de “Letramentos na escola: práticas de leitura e produção textual”. Ele foi subdividido em dois eixos: o eixo 1 trabalha na perspectiva do letramento literário e é coordenado pela Profa. Dra. Ana Paula Franco N. Brandileone; o eixo 2 ancora-se na proposta de ensino da língua por meio de gêneros textuais. São os trabalhos deste último eixo que focamos neste trabalho. Sua finalidade é atender às Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008), as quais enfatizam a língua como entidade viva, dialógica, pois a linguagem é vista como fenômeno social que surge da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens. Nessa perspectiva, é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de comunicação.

O eixo 2 do subprojeto “Letramentos na escola: práticas de leitura e

produção textual” fundamenta-se na metodologia das sequências didáticas de

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É, pois, em torno do planejamento e desenvolvimento de ações voltadas para a didatização de gêneros do jornal que o subprojeto se ancora. Nessa perspectiva, são fomentadas tanto a formação inicial dos alunos de Letras participantes do projeto como a formação continuada dos professores da Educação Básica que assumem a função, no projeto, de supervisores. Além disso, os reflexos desse processo de formação ecoam, com certeza, na aprendizagem dos alunos da educação básica atendidos pelo subprojeto PIBID.

O objetivo deste trabalho é trazer o ponto de vista da formação continuada e a visão das professoras supervisoras em relação ao reflexo do trabalho do subprojeto no processo de aprendizagem dos futuros professores e dos alunos da educação básica.

Materiais e métodos

Para Bakhtin (2003), os gêneros do discurso resultam em formas-padrão

“relativamente estáveis” de um enunciado, determinadas sócio-historicamente.

O autor refere que só nos comunicamos, falamos e escrevemos, através de gêneros do discurso. Os sujeitos têm um infindável repertório de gêneros e, muitas vezes, nem se dão conta disso. Até na conversa mais informal, o discurso é moldado pelo gênero em uso. Tais gêneros nos são dados,

conforme Bakhtin (2003, p.282), “quase da mesma forma com que nos é nos é

dada a língua materna, a qual dominamos livremente até começarmos o estudo da gramática”.

A definição dos gêneros textuais a serem trabalhados em sala de aula não é fácil, e segundo Marchuschi(2008), há gêneros mais adequados para a produção e gêneros mais adequados para a leitura. A escolha pelos gêneros que circulam no jornal se justificam, pois o jornal é um suporte textual (ou hipergênero) que incorpora uma variedade de gêneros, com conteúdos/informações/objetivos diversos, advindos de diferentes esferas sociais– do entretenimento, artística, política, etc. (BARROS, 2017)Essa diversidade abre muitas possibilidades para o ensino da língua.

Os gêneros textuais da esfera jornalística permitem inserir o aluno em práticas letradas valorizadas pela sociedade e importantes para o desenvolvimento da criticidade. Os textos veiculadas pelo jornal podem ser adequados e adaptados ao trabalho com a leitura e a produção de textos, a fim de desenvolver nos alunos capacidades de linguagem para atuação em diversas esferas sociais. Para que ocorra a apropriação dessas capacidades de linguagem por parte dos alunos é preciso que haja a didatização desses gêneros, o que, no subprojeto em questão, se dá pela mediação da metodologia das Sequências Didáticas de Gêneros (SDG): “uma sequência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar uma

determinada prática de linguagem”(DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004,

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Cada escola recebe dois grupos de pibidianos. O Colégio André Seugling atende um 1º ano e um 3º ano do Ensino Médio; a escola Padre Manuel da Nóbrega atende um 7ª e um 8º ano do ensino fundamental. Cada turma é atendida por um grupo de pibidianos (alunos de iniciação à docência). Para o trabalho no ano de 2017, foram escolhidos os seguintes gêneros para compor a quarta edição do Jornal PIBID (1ª edição, 2014; 2ª edição, 2015; 3ª edição, 2016): Carta do leitor (carta-resposta e denúncia); Reportagem temática; Artigo de opinião; Horóscopo; Resenha de filmes.

Para a realização do trabalho com os gêneros escolhidos, realizaram-se encontros semanais, durante o primeiro semestre de 2017, entre os alunos bolsistas, professoras supervisoras e orientadora para estudos teóricos da metodologia a ser usada. No segundo semestre, os encontros semanais continuam para a elaboração das sequências didáticas e as oficinas passam a acontecer uma vez por semana nas respectivas escolas.

As sequências didáticas produzidas são ancoradas em um gênero específico, a fim de que o aluno possa aprender a ler e produzir textos desse gênero, os quais são alvos de estudos e análises linguísticas. Tanto a leitura e análise, como a produção escrita se dão em diferentes momentos, permitindo a abordagem dos vários aspectos dos gêneros textuais em estudo.

O jornal Folha de Londrina é o objeto fonte de estudos dos gêneros escolhidos. Esse jornal foi escolhido por ser o de acesso mais fácil em nossa região e por, possivelmente, trazer assuntos próximos à realidade de nossos alunos.

Resultados e Discussão

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é que o aluno interaja com o seu meio, sendo capaz de modificá-lo para atender as suas necessidades e as de sua comunidade.

Na Escola Estadual Padre Manuel da Nóbrega também há a participação de uma professora supervisora e mais seis alunos de Letras bolsistas do PIBID desenvolvendo o trabalho com os gêneros textuais “horóscopo” e “sinopse de filmes”com a turma do sétimo ano e o gênero “reportagem temática” com os alunos do oitavo ano.Sabe-se que o jornal é uma hibridização discursiva, temática e funcional, o que o potencializa como um significativo objeto/instrumento de ensino da língua. Desse modo, optou-se pelo “horóscopo” por ser um gênero textual de entretenimento, que traz informações no intuito de distração dos leitores. Além disso, é um gênero do cotidiano presente em nossa cultura e tem como público-alvo pessoas jovens, entre a fase da adolescência e o começo da vida adulta. A opção pela sinopse de filme, deve-se ao fato de ser um gênero opinativo que, por meio da exposição do ponto de vista de vista sobre um determinado fato, auxilia numa escolha, pois além do resumo da trama, seu texto traz um posicionamento crítico, bem como outras informações importantes para que se tome a decisão de ir ou não assistir àquele filme naquele dia: horário e local em que está passando, atores principais, diretor. No caso da reportagem temática, pelo fato de ser a reportagem um dos gêneros centrais do jornal, o Jornal PIBID não teria como não publicar um texto desse gênero. Entretanto, a reportagem noticiosa seria inviável, pois, como o projeto de intervenção acontece durante o segundo semestre do ano letivo, na época da publicação do jornal – final do ano – o fato relatado não seria mais “novidade”. Assim, optou-se pela reportagem temática, por possuir uma função social muito importante como formadora de opinião, pois informa e, ao mesmo tempo, possibilita uma formação de pontos de vistas nos leitores.

Entre os diversos gêneros, os escolhidos para o desenvolvimento das sequências didáticas visam promover o contato dos alunos com o gênero, diagnosticar os conhecimentos prévios em relação a eles, instigar sobre a função comunicativa de cada um, aprimorar o conhecimento dos alunos, reconhecer a finalidade e características desses gêneros, além de despertar os alunos para o interesse da leitura e produção dos mesmos.

Conclusões

O que se espera ao final do trabalho é a elaboração de um jornal escolar, construído com a colaboração de alunos e professoras das duas escolas participantes, mostrando o resultado dos gêneros produzidos a partir das sequências trabalhadas.

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trabalhar com a leitura, produção textual, oralidade e aspectos gramaticais em conjunto, o que faz mais sentido para o aluno.

Também podemos afirmar que o trabalho com as sequências didáticas é dinâmico, pois durante sua organização é possível fazer inserções de atividades de acordo com a observação do professor e necessidade dos alunos.

Acreditamos que o projeto PIBID tem atendido aos seus objetivos de fomentar a formação inicial dos alunos de Letras, bem como a formação continuada dos professores da Educação Básica, pois permite, aos professores, contato com as teorias que têm direcionado a educação no país, aos estudantes de formação docente, relacionar a teoria à prática e aos alunos da Educação Básica se beneficiar de metodologias que tornam o aprendizado mais dinâmico, adequado as suas necessidades e, portanto, mais eficiente.

Agradecimentos

Agradecemos à UENP pela adesão ao PIBID e a Capes, pelo fomento financeiro.

Referências

BARROS, Eliana Merlin D. de.A didatização do jornal impresso num contexto de formação docente. In: SIMPÓSIO MUNDIAL DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, 5., 2015, Lecce, Itália. Anais... Lecce: Universidade de Salento, 2017 (no prelo).

BRONCKART, Jean-Paul. 2003. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. 2. reimpressão. São Paulo: EDUC.

DOLZ, Joaquim; NOVERRRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2004. Seqüências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY. Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Trad. de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004, p. 95-128.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. 2008. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Básica. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica – Língua Portuguesa. Paraná: SEED, 2008.

Referências

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