• Nenhum resultado encontrado

A respeito da disputa crescente sobre a definição de indígenas e quilombolas

No documento Revista Sinais Sociais / Sesc (páginas 41-44)

Fronteiras raciais, clausuras sociais

5 A respeito da disputa crescente sobre a definição de indígenas e quilombolas

e as aporias entre auto e heteroclassificação ver, entre outros, Boyer (2014).

6 “Não há, pois, ilegalidade na realização da entrevista. Contudo, o que se

exige do candidato é a condição de afrodescendente e não a vivência anterior de situações que possam caracterizar racismo. Portanto, entendo que a decisão administrativa carece de fundamentação, pois não está baseada em qualquer critério objetivo [...] Considero que o fato de alguém ‘se sentir’ ou não discriminado em função de sua raça é critério de caráter muito subjetivo, que depende da experiência de toda uma vida e até de características próprias da personalidade de cada um, bem como do meio social em que vive. Por isso, não reconheço tal aspecto como elemento apto a comprovar a raça de qualquer pessoa” (BRASIL, 2013).

7 “O negro, como o trabalhador branco, é uma vítima da estrutura capitalista

da nossa sociedade; esta situação revela a sua estreita solidariedade, para além dos tons de pele, com certos grupos de europeus oprimidos como ele. Tal situação encorajou-o a projetar uma sociedade sem privilégios, onde a pigmentação da pele será um simples acidente” (SARTRE, 1948, p. XIII).

Sinais Sociais | Rio de Janeiro | v. 12 n. 34 | p. 21-43 | set./dez. 2018 Antonio Sérgio Alfredo Guimarães

41

Referências

AZEVEDO, Thales. Les élites de couleur dans une ville brésilienne. Paris: Uneso, 1953. BANTON, Michael. International Action Against Racial Discrimination. Oxford: Clarendon Press, 1996.

BAILEY, Stanley R. et al. Measures of “Race” and the Analysis of Racial Inequality in Brazil. Social Science Research, v. 42, n. 1, p.106-119, 2013.

BOYER, Véronique. Misnaming Social Conflict: ‘Identity’, Land and Family Histories in a Quilombola Community in the Brazilian Amazon. Journal of Latin American Studies, Cambridge, v. 46, n. 3, p. 527-555, 2014.

BRASIL. Ministério da Cultura. Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correlata. Declaração e plano de ação, 2001. Disponível em: <http://www.unfpa.org.br/Arquivos/declaracao_durban. pdf>. Acesso em: 03 abr. 2017.

BRASIL. Ministério Público Federal. Conselho Nacional do Ministério Público. Ata da Audiência Pública, 03 nov. 2015. Fraudes nos sistemas de cotas e mecanismos de fiscalização: o papel do Ministério Público. Disponível em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/acoes_afirmativas/Ata_ Audi%C3%AAnciaP%C3%BAblica_CNMP_FraudesSistemasCotas.pdf.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2017.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Inteiro Teor do Acórdão. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 186, 26 mar. 2012. Disponível em: <http:// redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6984693>. Acesso em: 03 abr. 2017.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário com Agravo ARE 726611 RS. Diário da Justiça Eletrônico, n. 176, p. 132, 09 set. 2013. Disponível em: <http:// www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.asp?id=4481777&tipo=DJ&descricao=D JE%20N%BA%20176%20-%2006/09/2013>. Acesso em: 03 abr. 2017.

DAFLON, Veronica Toste. Tão longe, tão perto: identidades, discriminação e estereótipos de pretos e pardos no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad X, 2017.

DAFLON, Veronica Toste et al. Ações afirmativas raciais no ensino superior público brasileiro: um panorama analítico.Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 43, n. 148, p. 302-327, 2013.

EL-HAJ, Nadia. The Genealogical Science: Genetics, the Origins of the Jews, and the Politics of Epistemology. Chicago: The University of Chicago Press, 2012.

EL-HAJ, Nadia. The Genetic Reinscription of Race. Annual Review of Anthropology, v. 36, p. 283-300, 2007.

FRY, Peter. A lógica das cotas raciais. O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 14 abr. 2004. GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. The Brazilian System of Racial Classification. Ethnic and Racial Studies, v. 35, n. 7, p. 1157-1162, 2012.

HARRIS, Marvin. Patterns of Race in the Americas. New York, Walker, 1964.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2018. Disponível em: <https:// www.ibge.gov.br/busca.html?searchword=censo&searchphrase=all>. Acesso em: 03 abr. 2017.

LAMONT, Michelle at al. Getting Respect: Responding to Stigma and Discrimination in the United States, Brazil, and Israel. Princeton: Princeton University Press, 2016. MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura. Política de cotas raciais: os olhos da sociedade e os usos da antropologia: o caso do vestibular da UnB. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 11, n. 23, p. 181-214, 2005.

MULHOLLAND, Timothy. Cotas: por um debate sério. Correio Brasiliense, Brasília, 21 jun. 2004.

OLIVEIRA, Tory. Como evitar fraudes nas cotas raciais? Carta Capital, São Paulo, 16/08/2016. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/como- evitar-fraudes-nas-cotas-raciais>. Acesso em: 03 abr. 2017.

PAIVA, Angela Randolpho. Entre dados e fatos: ação afirmativa nas universidades públicas brasileiras. Rio de Janeiro: Pallas; PUC-Rio, 2010.

PARKIN, Frank. Marxism and Class Theory: a Bourgeois Critique. New York: Columbia University Press,1979.

PENA, Sergio. Humanidade sem raças? São Paulo: Publifolha, 2008.

SÃO PAULO (Cidade). Câmara Municipal de São Paulo. Decreto nº 57.557, de 21 de dezembro de 2016. Regulamenta a Lei nº 15.939, de 23 de dezembro de 2013, que dispõe sobre o estabelecimento de cotas raciais para o ingresso de negros, negras ou afrodescendentes no serviço público municipal. Disponível em: <http:// documentacao.camara.sp.gov.br/iah/fulltext/decretos/D57557.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2017.

SARTRE, Jean-Paul. Orphée noir: préface. In: SENGHOR, Léopold Sédar. Anthologie de la nouvelle poésie nègre et malgache de langue française. Paris: PUF, 1948, p. IX-XLIV. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARTZMAN, Luisa Farah. Who are the Blacks? The Question of Racial Classification in Brazilian Affirmative Action Policies in Higher Education. Cahiers de la Recherche sur l’Éducation et les Savoirs, Paris, n. 7, p. 27-47, Oct. 2008.

Sinais Sociais | Rio de Janeiro | v. 12 n. 34 | p. 21-43 | set./dez. 2018 Antonio Sérgio Alfredo Guimarães

43

No documento Revista Sinais Sociais / Sesc (páginas 41-44)