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ALERGIAS E INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Segundo a Associação Americana de Gastrenterologia, o leite de vaca é a causa número um das alergias alimentares entre bebês e crianças.29 A maioria das pessoas começa a diminuir a produção de

lactase, a enzima que ajuda a digerir o leite, aos 2 anos de idade – o que pode levar à intolerância à lactose.30 Esse problema atinge milhões de americanos, e estima-se que 90% dos americanos de

origem asiática e 75% dos de origem africana ou nativos sofram desse mal, que pode causar distensão abdominal, flatulência, cólica, vômitos, dor de cabeça, erupções na pele e asma.31 Estudos

também constataram que autismo e esquizofrenia em crianças podem ter ligação com a incapacidade do corpo em digerir a caseína, uma das proteínas do leite; os sintomas dessas doenças diminuíram ou desapareceram em 80% das crianças que tiveram o leite excluído de sua alimentação.32 Um estudo no

Reino Unido mostrou que pessoas que sofriam de arritmia, asma, dor de cabeça, fadiga e problemas de digestão “tiveram melhora notável e muitas vezes total em sua saúde depois de cortar o leite da dieta.”33

Walter Willett é presidente do departamento de nutrição da escola de saúde pública de Harvard e foi coautor de um importante estudo com mais de 75.000 enfermeiras americanas, que descobriu que as mulheres que consumiam mais cálcio por meio de laticínios na verdade sofriam muito mais fraturas do que aquelas que ingeriam menos leite. Citando um estudo de 1980 publicado no periódico

Clinical Orthopedics and Related Research, Mark Hegsted, da Universidade Harvard, defende que

os Estados Unidos e os países escandinavos são os lugares onde mais se consome laticínios no mundo, e, apesar disso, têm os maiores índices de osteoporose.34 Conforme alertam o Conscious

Eating e o American Journal of Clinical Nutrition, existe um problema de proteína em demasia na

alimentação. Tal excesso de proteína animal cria acidez e grande concentração de fósforo, que tira o cálcio dos ossos, sendo essa, portanto, uma explicação plausível para o fato de as pessoas que consomem mais derivados do leite terem índices maiores de osteoporose. Em 1985, o American

Journal of Clinical Nutrition publicou um estudo que sugere que os laticínios não previnem a

osteoporose, provavelmente pela grande concentração de proteínas do leite.35

A deficiência de cálcio, então, não é uma ameaça a alguém que tem dieta baseada unicamente de alimentos vegetais. Na verdade, a insuficiência de cálcio aparentemente não constitui problema algum. Uma análise crítica do assunto no Postgraduate Medical Journal, em 1976, revelou que a deficiência de cálcio provocada por quantidade insuficiente de cálcio na alimentação é desconhecida nos seres humanos.36

CÂNCER

T. Colin Campbell fez um estudo de 27 anos, publicado como The China study, organizado juntamente por Cornell, Oxford e pela Academia Chinesa de Medicina Preventiva. Financiado pelo National Institutes of Health, pela Sociedade Americana do Câncer e pelo Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer, o estudo foi chamado pelo jornal The New York Times de “O Grande Prêmio de Epidemiologia”. Sua equipe de pesquisa investigou o papel das proteínas na promoção do câncer e encontrou uma que em muito favorecia a doença – a caseína, presente no leite de vaca. Ela constitui 87% das proteínas nos laticínios e estimula todos os estágios do processo cancerígeno.

E adivinhe quais eram as proteínas saudáveis? As de origem vegetal. O que foi constatado de fato pela pesquisa foi que pessoas que consumiam mais alimentos de origem vegetal eram as mais saudáveis e tinham menor probabilidade de desenvolver doenças crônicas. Acima de tudo, a partir de descobertas de outros pesquisadores e clínicos de diversas partes do mundo, descobriu-se que “a alimentação que frequentemente tem sido apresentada para reverter e/ou prevenir [doenças provocadas pelo consumo de proteína animal] é a mesma dieta à base de vegetais e alimentos integrais tida como promotora da saúde ideal nas pesquisas de laboratório e no China study. As

descobertas têm fundamento”.37

Na Noruega, foi feito um acompanhamento de 15.914 indivíduos por onze anos e meio. Entre aqueles que bebiam dois ou mais copos de leite por dia, a incidência de câncer nos órgãos linfáticos era 3,5 maior.38 Um dos artigos mais reflexivos sobre o assunto foi escrito por Allan S. Cunningham, de

Cooperstown, Nova York, no periódico The Lancet, de 27 de novembro de 1976 (página 1184), intitulado “Lymphomas and animal-protein consumption” [Linfomas e o consumo de proteína animal]. Cunningham acompanhou o consumo de carne vermelha e laticínios em gramas por dia por um período de um ano, 1955-1956, em quinze países. A Nova Zelândia, os Estados Unidos e o Canadá apresentaram o maior consumo, nessa ordem. O Japão teve o consumo mais baixo. A diferença entre o maior e o menor foi de quase trinta vezes: 43,8 gramas/dia entre os neozelandeses contra 1,5 grama entre os japoneses. Nos quinze países analisados, Cunningham descobriu uma significativa relação entre mortes por linfoma e ingestão de carne vermelha e derivados do leite. No caso dos laticínios, a explicação é que seu consumo cria um estresse crônico no sistema imunológico que torna os animais de laboratório mais suscetíveis a linfomas, e possivelmente os seres humanos também. É sabido que a ingestão do leite de vaca pode produzir linfopatia generalizada, inchaço no fígado ou no baço e hipertrofia da adenoide. Pode-se admitir a hipótese de que a proteína da carne some seu efeito carcinogênico geral ao efeito carcinogênico específico dos laticínios sobre a linfa.