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A fisiologia da insulina como hormônio é algo que merece atenção. A insulina é bifásica. A hiperinsulinemia resulta numa reação bifásica da glicose à adrenalina, primeiro fraca, depois mais forte. Nossas emoções têm grande influência tanto na sensibilidade quanto na resistência ao hormônio. Parte de nosso tratamento inclui o uso de insulina homeopática para moderar a comunicação entre o pâncreas e o sistema nervoso.

Na década de 1950, os cientistas adotaram o termo “insulinodependente” para definir a necessidade de insulina por parte de músculos e gorduras para absorver glicose. Pesquisas mais recentes sugerem algo um pouco diferente. A glicose é transferida para as células com ou sem insulina. Existem proteínas transportadoras GLUT-4 suficientes nas membranas celulares para garantir a absorção

adequada de glicose para a respiração celular, mesmo sem insulina. Por exemplo, para a glicose entrar nas células do cérebro ou dos rins, não há necessidade de insulina. Os glóbulos vermelhos também conseguem utilizar o açúcar sem o auxílio da insulina. Além disso, quando a pessoa se exercita, as células musculares podem retirar a glicose do sangue sem insulina, usando as proteínas transportadoras GLUT-4.96 Embora isso possa ter um fundo de verdade, os diabéticos do tipo 1 que não

recebem insulina geralmente morrem. Portanto, a questão é mais complexa. Já se constatou também que regiões adiposas não conseguem absorver glicose sem insulina.97 O interessante é que, no sistema

sobrevivência, o apetite e o aprendizado contém uma grande quantidade de receptores de insulina.98,99

Como homeopata, estudei o uso da insulina homeopática, e os resultados foram muito positivos, como no progresso psicológico, na tranquilidade, na redução da glicemia, em melhora no metabolismo e na excreção, na redução de perda metabólica e das complicações do diabetes. Isso indica um papel da insulina como molécula sinalizadora.

Existe também uma relação entre o hormônio do crescimento e a insulina, sendo o primeiro contrarregulador. Se há muita concentração de um deles, há pouca do outro. A síntese proteica muscular é controlada pelo hormônio do crescimento, e a insulina atua na prevenção do colapso dos músculos. A insulina não é exatamente como costumava ser apresentada. Ela é uma proteína sinalizadora, que tanto estimula quanto inibe atividades numa curva não linear.100 A insulina

em excesso pode, na verdade, inibir a absorção da glicose. A relação entre concentração de insulina e síntese proteica indica que boa parte do efeito estimulador da insulina ocorre sob baixas concentrações, enquanto grandes concentrações podem ter o efeito inverso. A insulina tem sido apresentada como controladora do metabolismo de lipídeos, proteínas e carboidratos, convertendo nutrientes em energia e mantendo a identidade e a replicação celular; e recentemente foi descrita como estimuladora de DNA, TNA e síntese proteica. No entanto, ela inibe as mesmas funções biológicas em concentrações altas demais, o que nos leva a conclusões diferentes a respeito da hiperinsulinemia. Insulina em excesso pode resultar em enfraquecimento do sistema nervoso central e do sistema circulatório por seus efeitos inibidores sobre o metabolismo da glicose.

Em seu livro Hormone deception [Engano dos hormônios], Lindsay Berkson diz que os hormônios naturais são tão fortes que, mesmo em quantidades mínimas, que só podem ser medidas por exames extremamente sensíveis, podem produzir drásticas alterações nas atividades das células. Hormônios como a insulina são medidos em partes por trilhão (PPT), o equivalente a uma gota d’água em um trem de 9,6 quilômetros de comprimento com 660 vagões-tanque. Isso dá uma ideia do impacto causado pela introdução de grandes quantidades de insulina no corpo. Usar a insulina em doses homeopáticas e de maneiras variadas realmente parece ter ajudado; contudo, nosso estudo não era de longo prazo. A aplicação de insulina em pequenas doses funciona tanto no aspecto energético quanto no de sinalização. Mas, em grandes concentrações, pode ser tóxica – é o caso da hiperinsulinemia. Ela funciona em diversos graus, com reações complexas. Cada uma das reações químicas da insulina depende de sinais bioelétricos do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), do controle hormonal, do hormônio do crescimento e das reações enzimáticas. A atividade de sinalização se inicia com a face receptora de insulina na superfície externa da membrana celular. O IGF-1, ou qualquer coisa que estimule os substratos dos receptores de insulina, irá ativar a absorção de glicose. De fato, isso pode acontecer com a insulina homeopática ou com o IGF-1. A molécula de insulina tem como alvos fibras musculares, áreas do cérebro e tecidos adiposos específicos. O metabolismo da glicose é facilitado na célula pelos transportadores de glicose e não necessariamente requer insulina. Todas as células do corpo absorvem glicose até certo ponto, ainda que nem todas sejam providas de receptores de insulina. A família de receptores de insulina regula as vias metabólicas nutricionais. Os receptores IGF-1 estão presentes em todas as células do corpo e sinalizam de maneira semelhante à da insulina. Os substratos dos receptores de insulina transportam a glicose e estimulam o metabolismo.

destino da insulina e armazena glicose em forma de glicogênio. A insulina leva o fígado a um estado repleto de glicogênio e estimula a quebra deste em açúcar; usa o magnésio como mensageiro secundário e ajuda a estabilizar os níveis intracelulares de magnésio; promove a síntese de triglicerídios e absorção de fosfato e potássio. Assim, a insulina homeopática estimula diversas funções por meio de sinalizações celulares. O que importa é que a insulina é um hormônio e afeta todo o funcionamento hormonal como uma proteína sinalizadora. Como foi dito anteriormente, a insulina inibe o esgotamento das fibras musculares. O IGF-1 estimula a síntese de proteínas em tecido

adiposo e é influenciado pela absorção de insulina de ácidos graxos livres.

É um sistema extremamente complexo. O diabetes tipo 2 e a resistência à insulina são afetados hormonalmente. Isso nos dá uma nova percepção do problema. A insulina é liberada como reação à elevada taxa de glicose sérica. A hiperinsulinemia e a resposta aumentada da insulina à glicose são as primeiras respostas mensuráveis. É possível que um dos fatores por trás da resistência à insulina seja um defeito na utilização do glicogênio dentro da célula. Cerca de 80% da glicose é armazenada nos músculos e 20%, no fígado. Portanto, esse é um problema que poderia afetar permanentemente a utilização do glicogênio dentro do músculo e evitar que o músculo use o suprimento de glicogênio. Quando se tem acúmulo de glicogênio, ocorre uma possível reserva no transporte de glicose através da membrana celular para armazenamento na célula. Dentro dela não há mais espaço para armazenar ou utilizar a glicose. Isso gera hiperglicemia como parte da reação a essa reserva, aumentando a liberação de insulina. Em doses pequenas, a insulina é um esteroide anabolizante que favorece a massa corporal magra e a utilização de energia. Em excesso, porém, prejudica o monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) e inibe a liberação de esteroides anabolizantes. Dessa maneira, aumenta os processos catabólicos e reduz a energia disponível para o organismo. Temos agora uma nova maneira de compreender esse processo, ainda no aspecto teórico. Mas, como sabemos, os endocrinologistas tratam com sucesso doenças de insuficiência hormonal como hipotireoidismo e hipoadrenalismo, com as quais o autor se depara frequentemente no diabetes, assim como o hipogonadismo e a deficiência do hormônio do crescimento, tratadas com hormônios. Em doenças com excesso de secreção, tentamos bloquear os hormônios. Pensando dessa forma, tratar hiperinsulinemia com mais insulina não faz muito sentido.