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As taxas de glicemia convencionalmente consideradas “normais” na verdade não são saudáveis. Atualmente, considera-se que a taxa ideal de glicemia de jejum – ou seja, o nível de glicose no sangue pela manhã, antes de se alimentar – deve ser de 85. Mas a faixa saudável é entre 70 e 85. O envelhecimento acelerado, e com ele a morte prematura, ocorre quando essa taxa alcança 86 ou mais. Agora é que começamos a entender que mesmo uma taxa normal de glicemia pode acabar se tornando uma séria ameaça à saúde. A questão é que precisamos nos dar conta dos complexos efeitos tóxicos que as altas taxas de glicose no sangue, ou hiperglicemia, geram no organismo. O que precisa ficar claro é que a glicemia alta prejudica as células por múltiplos mecanismos e acelera o envelhecimento em todos os aspectos.

A relação a seguir mostra os problemas que podem surgir com uma alimentação altamente glicêmica. Os itens marcados com asterisco (*) foram compilados e listados pela doutora Nancy Appleton, autora do livro Lick the sugar habit [Acabe com o hábito do açúcar] e publicados no Health

Freedom News, em junho de 1994:

Hipoglicemia Asma*

Diminuição e desequilíbrio de neurotransmissores Enxaqueca*

Ansiedade Aterosclerose* Depressão

Úlcera gástrica e duodenal* TPM (aumento de 275%) Doença periodontal* Aumento de triglicerídios Alcoolismo*

Interferência na absorção de proteínas * Obesidade*

Grande produção de ácido pelo estômago* Diabetes

Colesterol alto*

Elevação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL, o colesterol ruim)* Redução das lipoproteínas de alta densidade (HDL, o colesterol bom)* Resistência à insulina

Artrite* Hipertensão

Aumento de prostaglandinas inflamatórias Catarata*

Candidíase e outras infecções fúngicas

Diminuição da capacidade de funcionamento das enzimas*

Perda do cálcio dos dentes por ter sido retirado do sangue e dos ossos pela combinação com o açúcar

Câncer de mamas, ovários, intestinos, próstata e reto*

Aumento dos produtos finais da glicação avançada AGEs, ou complexos de proteínas glicosiladas,

que aceleram o envelhecimento

Maior risco de doença de Crohn e colite ulcerativa*

Hiperatividade, ansiedade, dificuldade de concentração e irritação em crianças Reações exacerbadas de glicose e insulina em usuárias de contraceptivos orais* Má absorção naqueles que sofrem de distúrbio funcional do intestino*

Envelhecimento da pele, decorrente de mudanças na estrutura do colágeno* Deficiência de cromo

Debilitação da estrutura do DNA*

Diminuição da secreção do hormônio do crescimento Eczema em crianças*

Doença cardíaca

Aumento de radicais livres na corrente sanguínea* Enfraquecimento do sistema imunológico

Enfisema* Apendicite* Hemorroidas*

Problemas nos rins*

Desarranjo de minerais no organismo*

Taxas aumentadas de glicose e insulina de jejum* Alteração na absorção de cálcio e magnésio* Níveis elevados de adrenalina em crianças* Veias varicosas*

Cálculos biliares* Cáries dentárias* Esclerose múltipla* Deficiência de cobre* Visão enfraquecida* Osteoporose* Acidez na saliva*

Sonolência e diminuição das atividades em crianças* Alteração da estrutura das proteínas*

Alergias alimentares*

O segredo para curar o diabetes é manter a glicemia de jejum entre 70 e 85. Uma boa maneira de conseguir isso é restringir a ingestão de calorias. Sabe-se disso por meio de estudos com animais e por nossa experiência clínica, em que a restrição calórica levou a reduções significativas das taxas de glicose no sangue.11,12,13 É muito simples: quanto menos comemos, mais vivemos, e maior é o

controle que temos sobre a glicemia. Dessa maneira, reduzimos os riscos de doenças degenerativas e o processo de envelhecimento é retardado.14,15,16,17,18,19,20,21,22 Pessoas que comem muito costumam ter taxas

de glicose elevadas. Numa dieta de restrição calórica, a glicemia tende a se manter normalizada. Posso dizer isso por experiência, ao observar pessoas que carregam um sinal de alerta, pois têm diabetes tipo 1 ou são sujeitas ao tipo 2. Eu pedia a elas que provassem um alimento específico ou tentassem comer além da conta e observava seus índices glicêmicos. Não é tão preciso quanto o método duplo-cego, mas certamente me colocou no caminho certo. Com a idade, a glicemia de jejum aumenta e a saúde decai.

Para ilustrar melhor a questão, um estudo com 2.000 homens por um período de vinte anos revelou que aqueles com taxas de glicose em jejum acima de 85 tinham 40% mais risco de morrer por doenças cardiovasculares.23 A partir dessa informação, não surpreende que o autor que vos fala

defina a glicemia de jejum acima de 85 como intoxicação por glicose. Os pesquisadores concluíram que “a glicemia de jejum próxima do limite superior considerado normal aparentemente constitui um importante indicador de morte cardiovascular independente em homens de meia-idade não diabéticos”.

E como os pesquisadores estabeleceram o limite de 85? O pâncreas é crucial para o controle da glicose, liberando insulina no organismo. A insulina leva a gordura para o interior das células, evita que a gordura seja liberada por elas e faz as pessoas sentirem fome. Altas taxas de insulina contribuem para a obesidade, pois levam gordura para dentro das células. A hiperinsulinemia é associada a sobrepeso, diabetes tipo 2, doença cardiovascular, doença renal e certos tipos de câncer. Numa pessoa normal, o pâncreas para de secretar insulina quando os níveis de glicose ficam abaixo de 83 mg/dL.24,25,26 Isso é muito importante para compreendermos o que significa uma taxa saudável de

presumir um estado pré-diabético. Hoje, encaramos isso de forma bem diferente. A insulina continua sendo secretada quando a glicemia está acima de 83. Assim, nosso corpo está nos dizendo que o pâncreas quer manter as taxas de glicose baixas, em uma faixa mais saudável do que aquela que os alopatas consideram segura ou conveniente. O trabalho do doutor Roy Walford sobre restrição calórica mostrou que o baixo consumo de calorias diminui a glicose em jejum em cerca de 21%, de 92 para 74, em seres humanos. Além disso, ele descobriu que aqueles que restringiram as calorias tiveram também uma redução de 42% na insulina em jejum.27 Antes de o pâncreas finalmente se

exaurir, pessoas acima do peso ou obesas apresentaram altas taxas de insulina.28,29 Esse estudo

sustenta o dito “quanto menos se come, mais se vive”. Essa afirmação também tem apoio nos indivíduos das sociedades mais longevas, que consomem em média 1.500 calorias por dia, contra aqueles das culturas ocidentais, que ingerem de 3.000 a 3.500 calorias diárias. Minhas observações clínicas indicam também que as taxas de glicose no sangue também se elevam quando diabéticos comem demais, mesmo que sejam alimentos saudáveis em excesso.

Neste livro, recomendamos que a glicemia de jejum fique entre 79 e 85. Segundo os padrões do Programa de 21 Dias do Tree of Life, de 86 a 99 é a taxa limítrofe de intolerância à glicose (um precursor do pré-diabetes); de 100 para cima já se pode considerar um estado pré-diabético. Isso é muito diferente do que se diz hoje em dia. Em 24 de outubro de 2003, o comitê científico da Associação Americana de Diabetes estabeleceu a condição de pré-diabetes ou intolerância à glicose numa taxa maior ou igual a 100. O ponto de referência foi reduzido de 109 para 100 mg/dL, o que hoje significa que a taxa igual ou maior que 100 pode levar a um diagnóstico de intolerância à glicose ou pré-diabetes. Segundo dados científicos, os que estão na faixa dos pré-diabéticos têm grande probabilidade de ser tornar diabéticos dentro de dez anos.