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4 CONTRATAÇÕES PÚBLICAS

4.2.2 Alterações Contratuais

Primeiramente, cabe destacar que um instrumento da prorrogação contratual, em que não há consenso entre a legislação (que desconsidera) e doutrina ( que considera) sobre sua classificação como alteração contratual , pois cabe destacar que em regra este instrumento geralmente não modifica em nada às especificidade e quantitativos do objeto contratado, o seu objetivo é apenas renovar a validade dos termos inicialmente contratado, ou seja o prazo contratual.

No entanto, cabe destacar que durante o processo de prorrogação é permitido a negociações de alguns termos contratuais, como é o caso dos custos não renováveis. Isso pode ser ratificado quando observado o anexo IX, Item 9 - da vigência e da prorrogação na IN 05/2017, MPOG: A Administração deverá realizar negociação contratual para a

redução e/ou eliminação dos custos fixos ou variáveis não renováveis que já tenham sido

amortizados ou pagos no primeiro ano da contratação

Contudo, diante do possível impacto financeiro desta alteração o resultado é geralmente de menor proporção (isso não exclui a sua importância) quando comparado à outros tipo de alterações contratuais. Cabe destacar que este instrumento, exige alguns pressupostos, conforme sistematizado às instruções e orientações dos órgãos de controle foi possível construir os requisitos abaixo:

● Objeto e escopo do contrato inalterados pela prorrogação; ● Existência de previsão para prorrogação no edital e no contrato; ● Interesse da Administração e do contratado declarados expressamente;

● Vantajosidade da prorrogação devidamente justificada nos autos do processo administrativo;

● Manutenção das condições de habilitação pelo contratado;

● Preço contratado compatível com o mercado fornecedor do objeto contratado.

Em regra, o prazo de vigência original do contrato é de até 12 meses, ou seja, coincidindo com a vigência dos respectivos créditos orçamentários, mas existem casos em que permite excepcionalmente a fixação de períodos superiores a este (este fato deverá ser observado juridicamente), isso em caso de complexidade ou peculiaridade do objeto, desde que tecnicamente demonstrado o benefício pela administração.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório.

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua , que

poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com

vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,

limitada a sessenta meses ;

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Trazendo para a realidade deste trabalho é percebido que no caso específicos dos serviços continuados, a vigência é estendida com às prorrogações, limitando-se à 60 (sessenta) meses. Contudo, cabe ressaltar que existe certa excepção conforme segue os dispositivos do art. 57:

§ 2 o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente

autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3 o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4 o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da

autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (BRASIL, 1993)

Por outro lado, cabe destacar que nos contratos administrativos existe a prerrogativa de alterações contratuais, às quais de forma são diferente das ocorridos quando firmadas apenas entre particulares. Pois além da bilateralidade inerente à todos os contratos, a administração pública usufruir da unilateralidade em algumas destas alterações. Esta vantagem está dentro das chamadas cláusulas exorbitantes, a qual é garantida pelo artigo 58 da lei 8666/93.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público , respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente , nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. § 1 o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos

administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do

contratado .

§ 2 o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do

contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

(BRASIL, 1993, grifo nosso).

Deste artigo é possível destacar os fatores de alteração que geram impactos financeiros ao contrato. O inciso I está tratando da possibilidade de acréscimos e supressões como prerrogativa unilateral da administração, onde

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

§ 1 o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os

acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2 o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites

estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

Contudo, é percebido que mesmo com a prerrogativa unilateral, a administração se sujeita a regras limitantes, como é o caso de supressões acima de 25% a nova limitação em 50% em caso de acordo bilateral entre os contratantes.

Por fim, nesta mesma ideia de limitação jurídica do poder exorbitante da administração, cabe destacar o princípio do equilíbrio econômico financeiro do

contrato (previsto no artigo 58 §1° e 2°) , o qual é o principal objeto de estudo deste trabalho, mas passa isso é necessário um novo capítulo específico ao tema.