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a) Dados gerais necessários para a parametrização dos critérios de análise.

Módulo 6 Custos Indiretos,

Tributos e Lucro

Traz espaço para os tributos (federais, estaduais e municipais) bem com o lucro da empresa contratada e seu custo indireto (preposto, material administrativo, gasolina etc)

Cabe salientar que no caso específico dos serviços de vigilância e limpeza existem algumas particularidades específicas quanto o cálculo do custo e a formação de preços, pois devem observar além da regra geral (Anexo VII-D), deve seguir uma continuação do específica contida neste dispositivo (Anexo VII-D itens 5 para vigilância e item 6 e 7 para limpeza). Por outro lado, para os serviços de vigilância e limpeza devem ser observado os parâmetros técnicos dos limites disciplinado pela Portaria nº 213, de 25 de setembro de 2017, e conforme cadernos técnicos elaborados pela Secretaria de gestão (SEGES), em atendimento ao disposto do Art.1° da referida portaria.

Está consolidado o conhecimento de que repactuação é uma espécie de reajuste (em sentido lato ele retrata a variação efetiva do custo de produção) e que esta se aplica tão somente aos contratos continuados com dedicação exclusiva de mão-de-obra. Ao contrário da espécie reajuste de preços (em sentido estrito) a qual tem a variação calculada por índice econômico previamente definido no edital, a repactuação tem sua variação direcionada pelas convenções coletivas originárias das negociações coletivas, ou assemelhados, além de decreto com aumento de tarifas conforme justificado no itens 5.2.2 e 5.3.2.1 deste trabalho.

Em observação a planilha de custo e formação de preços, a legislação pertinente e a observação empírica, é possível afirmar que o principal custo na formação de preço deste tipo de contração, está atrelado a folha de pagamento (remuneração, benefícios, encargos trabalhistas e previdenciários) justamente os componentes disciplinado por acordo, CCT, dissídio coletivo ou documento legal de aumento de tarifa de transporte. Contudo, este custo ainda é base para o cálculo das outras rubricas.

Diante disso, é necessário conhecer, a priori, a variação dos aumentos salarias das categoria e a composição remuneratória e benefícios destas, para então iniciar esta análise de fato. Porém, é necessário demonstrar o comportamento inflacionário (ou deflacionário) das principais variáveis relacionados à composição remuneratória, assim como, esta rubrica se comporta aos índices econômicos do consumo. Apesar da contra indicação, por parte de muitos especialistas, quanto ao uso, em alguns casos, do salário mínimo como indexador, cabe destacar que este é um parâmetro relevante quando utilizado

como critério de análise comparativa com a variação dos outros salários no país. Sendo assim, foi construído a tabela abaixo que demonstra a variação nominal do salário mínimo.

Tabela 6 - Variação nominal do salário mínimo

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Salário mínimo R$ 678,00 R$ 724,00 R$ 788,00 R$ 880,00 R$ 937,00 R$ 954,00 R$ 998,00

Variação nominal (%) 9,00% 6,78% 8,84% 11,68% 6,48% 1,81% 4,61%

Ganho real (%) 2,64% 1,16% 2,46% 0.36% -0,10% -0,25% -

Fonte: Elaboração do autor. Dados extraídos do Ipeadata e Dieese

Observa-se que o período dos dados apresentados engloba 3 (três) governos presidenciais (Dilma até 2016, Temer 2017 e 2018 e a partir de 2019 Bolsonaro), visto isso cabe destacar que a atualmente vigora a regra do aumento real do salário mínimo que foi estabelecida em 2011 no governo Dilma, onde a atualização do salário mínimo é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, esta regra foi prorrogada até 2019 pela MP 672/2015, que foi convertida na lei 1315. Contudo, deve se observar que no governo Temer entre 2017 e 2018 ocorreu uma perda real no salário mínimo, justamente pelo fato de que houve retração em 2015 e 2016, a regra aplicada foi apenas o INPC do ano anterior.

Atualmente, este cálculo do salário mínimo é considerado um grande problema para às contas públicas, pois basicamente o aumento dele impacta diretamente a previdência social, que é hoje o maior gastos corrente do governo. Em contraposto a isso, cabe lembrar que a EC n. 95 limitou o aumento do gasto público à variação da inflação por 20 anos pelo IPCA sem considerar o crescimento econômico (PIB). Diante destes fatos, é justificável a necessidade de conhecer os principais índices econômicos atrelados ao tema deste trabalho.

Tabela 7 - Peso percentual da parcela de serviços de terceirização de mão-de-obra

comparado à despesa total executada.

Índices/Ano 2013 2014 2015 2016 2017 2018

IPCA 3,74% 2,21% 6,29% 10,67% 6,41% 5,91%

INPC 3,43% 1,62% 6,58% 11,28% 6,23% 5,56%

IGP-M 7,55% -0,53% 7,19% 10,54% 3,67% 5,52%

INCC 3,83% 4,24% 6,11% 7,49% 6,94% 8,08%

Fonte: Elaboração do autor. Dados extraídos do IBGE. Disponível em:

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos.html

Os índices IPCA e INPC têm metodologias semelhantes, ambos de responsabilidade do IBGE, diferenciando em alguns aspectos como tamanho da cesta analisada (ou peso dos itens) ou faixa salarial considerada, o primeiro o primeiro é considerado o índice oficial que mede a inflação do país e o segundo esta questão do salário mínimo e a inflação das classes mais baixas do país. Talvez esta semelhança metodológica, pudesse ser suficiente para justificar o comportamento de variação mínima entre eles deles na tabela 7, mas isso não deve ser uma verdade absoluta, apenas por observação empírica, pois esta variação depende do comportamento da renda, a qual é é essencial para determinar a quantidade, a qualidade e os preços das escolhas das famílias sejam elas às mais pobres ou às mais ricas.

Contudo, em suma, o que deve se ter em mente é que para este trabalho o INPC é utilizado para aumento do salário mínimo, podendo ser usado para outros salários, e o IPCA é o índice nacional da inflação e atualmente está sendo utilizado como parâmetro para definição do orçamento das despesas primárias do governo, conforme EC n. 95.

Os outros índices IGP-M e INCC, foram apresentados na tabela 7 apenas para demonstrar como a escolha certa do índice é essencial para um melhor resultado, pois além destes existem vários outros, isso dependerá do objetivo a que se almeja aferir e/ou analisar.

Apesar do conhecimento até o momento, deve se considerar que na planilha de custo e formação de preço das contratações de mão-de-obra, a principal rubrica são às

remunerações e que esta é base para os outros itens da formação do preço, sendo assim, cabe destacar que o conceito de remunerações é diferente do de salários.

Remuneração engloba além do salário base, outros itens como, horas extras, benefícios corporativos, participação acionária, adicionais noturnos, adicionais de periculosidade ou insalubridade, premiações, gratificações, comissões, gorjetas. Não considerando neste rol benefícios assistenciais como auxílio transporte, alimentação, assistência médica, funeral, além de parcelas, ainda que habituais, relacionadas abonos, prêmios (assiduidade, triênio, anuênio, biênios, quinquênios), ajuda de custos (qualquer valor), abonos habituais Salário in Natura – fornecimento habitual de qualquer vantagem concedida ao empregado (aluguel de casa, carros, escola de filhos, etc.), diárias para viagem, ainda que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário recebido pelo empregado, segundo disciplina a lei, conforme disciplina a lei 13467/2017, a qual reformou recentemente a norma trabalhistas.

Diante disso cabe destacar também a variação remuneratória média no país conforme tabela baixo:

Tabela 8 - Variação da remuneração média real do Brasil

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Remuneração real

média no Brasil R$ 3.013,49 R$ 3.066,44 R$ 2.988,04 R$ 3.011,56 R$ 3.075,33 3060,88 -

Variação (%) da

rem. média real 3,18% 1,76% -2,56% 0,79% 2,12% -0,47% -

Fonte: Elaboração do autor. Dados extraídos da RAIS ano base 2018. Disponível em http://pdet.mte.gov.br Obs.: Valores deflacionados pelo INPC-IBGE

b) Dados sobre o Contrato de Vigilância desarmada

Sobre o contrato n. 206/2014 de vigilância desarmada, cabe destacar que ele foi firmado em 27/05/2014 e com início efetivo no mesmo dia, com uma previsão inicial de 168 trabalhadores distribuídos em 85 postos de trabalho (tendo em vista que este contrato contempla trabalhadores em jornada 12x36, fato que demanda no mínimo 2 colaboradores, para um posto), ao custo de mensal de R$ 999.985,60 (Novecentos e noventa e nove mil, novecentos e oitenta e cinco reais e sessenta centavos), perfazendo um total de R$

11.999.827,24 (Onze milhões, novecentos e noventa e nove mil, oitocentos e vinte e sete reais e vinte quatro centavos). Sendo assim, após diversas alterações, atualmente o contrato corresponde à seguinte composição:

Tabela 9 - Composição do contrato de vigilância desarmada até dezembro de 2019

(conforme 2° termo de apostilamento)

Nome do Posto: Qtd de Postos Qtd de Trab. Carga Horária Valor do Posto Valor da Remuneração

Vigilante Diurno 44 horas semanais 18 18 44 horas R$ 7.051,03 R$ 2.670,45 Vigilante Diurno 44 horas semanais (15h às 24h) 17 17 44 horas R$ 7.284,87 R$ 2.777,26 Vigilante diurno 12x36 horas 31 62 12x36 horas R$ 13.317,03 R$ 2.670,45 Vigilante noturno 12x36 horas 36 72 12x36 horas R$ 14.956,18 R$ 3.044,84 Vigilante móvel diurno moto 12x36 horas* 0 0 12x36 horas - - Vigilante móvel noturno moto 12x36 horas* 0 0 12x36 horas - - Vigilante diurno veículo 12x36 horas 3 6 12x36 horas R$ 15.416,16 R$ 2.937,49 Vigilante móvel noturno veículo 12x36 horas* 0 0 12x36 horas - - Vigilante móvel diurno veículo 44h (14h às 23h) 3 3 44 horas R$ 8.229,20 R$ 2.996,24 Supervisor 12x36 horas diurno 1 2 12x36 horas R$ 15.587,67 R$ 3.203,14 Supervisor 12x36 horas noturno* 0 0 12x36 horas - -

Subtotal 109 180 C. mensal R$

1.288.835,49 -

* Cargos previstos no início do contrato mas foram suprimidos no decorrer da gestão contratual Fonte: Diretoria de contratos administrativos. Disponível em http://www.daf.unb.br.

A base salarial dos cargos vigilantes do contrato n. 206/2014 é praticamente o mesmo e sabendo que todos recebem adicional de periculosidade de grau médio, cabe destacar apenas que a remuneração varia em apenas determinadas rubricas das quais dependerão das especificidades do cargo, como se necessita dirigir veículo ou trabalho noturno. Isso pode ser observado na tabela abaixo:

Tabela 10 - Variação das rubricas remuneratórias dos cargos de vigilantes desarmados

abrangidos pelo Sindesv/DF.

ANO