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Apreciação das CAL sobre o trabalho das escolas

DOS DOCUMENTOS DE AUTONOMIA

3) Avaliação e monitorização das acções desenvolvidas.

2.9. Apreciação das CAL sobre o trabalho das escolas

As conclusões constantes dos pareceres da CAL, quer no primeiro quer no segundo ano, vão maioritariamente no sentido de louvar ao trabalho desenvolvido pelas escolas:

Gostaríamos de felicitar o Agrupamento pelo modo como tem conseguido levar a cabo os seus objectivos em condições nem sempre fáceis, quer pelas dificuldades habituais da sua missão quer, ainda, pelas condições de alguma instabilidade e trabalho acrescido – frequentemente mais de natureza burocrática, não resultando na melhoria do processo educativo – decorrentes das muitas modificações no funcionamento e enquadramento das escolas, em período recente (AE1-1).

A CAL louva os órgãos directivos da escola pelo seu empenho e resultados alcançados no desenvolvimento do CA (ES2-1). Reconhece o esforço que tem sido feito pelo órgão de gestão e muitos dos professores e técnicos para proporcionar condições de sucesso bem como o empenho para melhorar a imagem social do AE (AE4-1). Confirma o mérito do trabalho desenvolvido pelas várias estruturas da escola (ES7-1). Exorta a Escola e os seus profissionais de educação a continuarem o esforço de desenvolvimento organizacional (ES2-1).

Por sua vez, atendendo à especificidade a da ES9-1, refere que “o ano lectivo em análise foi uma espécie de ano zero, em que o contrato foi objecto de reflexão “ e que “ainda há muito por explorar”. No entanto, os resultados apresentados revelam que “as metas negociadas com o Ministério da Educação são plausíveis e passíveis de cumprir pela escola”. A estes resultados está associado, “o desenvolvimento do projecto Turma Mais de que esta escola é pioneira”.

Nos pareceres relativos a 2008/2009, volta a ser enfatizado o papel da escola, por várias CAL:

Congratula-se pela forma como o AE tem conseguido levar a cabo os seus objectivos, como consistentemente vem melhorando os seus (já excelentes) resultados, como mantém uma reflexão interna que lhe permite reconhecer o que de positivo deve ser mantido e aprofundado, ao mesmo tempo que identifica os aspectos em que deverá focar a sua atenção no futuro. É muito salutar e estimulante verificar que uma comunidade se avalia, como acto de reflexão e de acção em ordem à melhoria permanente, estabelecendo compromissos e os cumpre (AE1-2).

Também a do ES2-2 decidiu dar um louvor à Direcção e à Escola e a da ES7-2

reconhece que a Escola se empenhou no cumprimento dos objectivos que se propôs atingir. A ES1-2 “exulta com o cumprimento dos compromissos por parte da Escola e do Ministério da Educação e apoia a pretensão da escola para que o sistema de

recrutamento dos professores seja aperfeiçoado no sentido de capacitar a escola para melhorar o serviço público de educação”.

Assegura que a análise do relatório anual de progresso dá garantias de uma evolução em continuidade do processo de melhoria, graças ao envolvimento dos actores escolares, à persistência das lideranças internas e ao comprometimento dos actores externos, nomeadamente os membros da DRE (AE3-2).

Em jeito de síntese, a maioria das escolas superou durante o primeiro ano de contrato os objectivos a que se propôs, tendo em linha de conta que entre a assinatura do contrato e o início da sua aplicação decorreram pouco mais que três semanas, o que impossibilitou a realização de um planeamento eficaz de implementação das medidas necessárias para a concretização dos objectivos propostos.

Pretendiam, no entanto, capacidade das escolas e dos professores para liderarem as mudanças que o dia-a-dia de cada escola impõe; adaptar os normativos e emanações vindas do exterior às necessidades dos alunos e ao contexto; encontrar soluções criativas e inovar práticas e dinâmicas; aproveitar, ao máximo, as margens de autonomia que os normativos possibilitam – em suma – libertar-se da lógica burocrática (ES7-1).

O contrato de autonomia não constituiu um corte com o trabalho desenvolvido pela Escola, mas sim a continuidade das linhas de acção em curso e a oportunidade de aprofundamento e melhoria das práticas. Por esse facto é firme convicção de alguns (ES7-1, AE9-1) que os bons resultados alcançados resultaram muito mais da acção continuada e do empenho de todos quantos trabalham na escola para consecução dos objectivos a que se propunha e das metas que definiram do que do CA, embora a assinatura do contrato tenha consciencializado para a definição de metas claras e responsabilizado todos os actores para o seu cumprimento.

Enfim, espera-se das escolas com contrato de autonomia uma melhoria dos resultados escolares. No entanto, também se deveria esperar que as normas e regras que a regem fossem distintas daquelas que regem as escolas sem Contrato de Autonomia (ES1-1).

Reconhecem as CAL que, na generalidade, as escolas cumpriram os compromissos constantes no Contrato de Autonomia que celebraram com o Ministério da Educação.

As actividades das escolas visaram a consecução de três objectivos:

1. Promover acções e medidas que permitissem identificar a melhoria os resultados dos alunos quer na avaliação interna quer na avaliação externa (produto).

2. Promover acções e medidas impulsionadoras da qualidade de ensino e do sucesso educativo: diferenciação da organização pedagógica e curricular, articulação e sequencialidade entre ciclos, ofertas educativas diferenciadas, articulação da escola com o meio, co-responsabilização dos Encarregados de Educação (processo organizacional, pedagógico e curricular, institucional).

3. Promover acções e medidas de melhoria dos processos de gestão da escola e afectação de recursos, que assegurassem uma resposta às necessidades efectivas dos alunos e maior qualidade e acessibilidade na utilização dos recursos (processo de gestão da escola/gestão de recursos).

Há uma relação estreita e inevitável entre a concretização da autonomia da escola e o seu projecto educativo, quer a nível normativo, quer a nível dos processos de inovação e mudança que se operam na escola, traduzidos na definição e implementação de projectos e actividades localmente significativas.

Pese embora as suas particularidades, em todos os relatórios estão subjacentes objectivos comuns a todas as escolas. Todas:

 pretendem promover o desenvolvimento das escolas enquanto organizações escolares de qualidade, prestígio e referência, na prestação de um serviço de ensino e de educação públicos, a nível local e nacional;

 aspiram modernizar, inovar e melhorar a qualidade do serviço prestado à comunidade educativa;

 ambicionam criar as condições formais necessárias à melhoria do exercício de uma efectiva autonomia;

 propuseram, através dos planos de desenvolvimento, um conjunto de acções capazes de contribuir para a consecução dos principais objectivos definidos;

 verificam, através de um plano de monitorização/avaliação interna o grau de consecução de cada um dos objectivos operacionais.

O desenvolvimento do Contrato de Autonomia, assumido como mais um “desafio”, tem sido um instrumento de dinamização de todos os processos na escola, podendo alargar as possibilidades de concretizar melhorias (ES7-2). A Escola tomou- o como mais um instrumento de gestão, que, envolvendo todos os intervenientes, possibilitará construir aquilo que é mais adequado à escola, e aos seus alunos, na convicção de que é decidindo que se aprende a decidir (ES7-1).

O Contrato de Autonomia, mesmo nos casos em que não é executado na sua plenitude, afigura-se como um instrumento que pode funcionar como catalisador de mudança na dinâmica organizacional (AE11-1).

Consideram, no entanto, que:

 O contrato de autonomia e desenvolvimento resultou de uma “negociação tímida” da parte da Administração Educativa, uma vez que não foi possível ir mais longe no processo de autonomia, conferindo à escola, por exemplo, mais competências em áreas como a gestão de recursos humanos (ES10-1).

 O contrato consubstanciou-se numa modesta atribuição de competências que, na sua maioria, já faziam parte da actuação das escolas ou vieram mais tarde a verter-se nos normativos legais entretanto publicados (ES10-1).

 A implementação do processo de autonomia não tem vindo a ser fácil e esbarra, muitas vezes, nos constrangimentos sentidos pela escola (gestão financeira e contratação de pessoal docente e técnicos) (AE3-1-2).

 As alterações legislativas dos últimos anos não tiveram em conta a autonomia das escolas, tendo condicionado a implementação deste processo (AE3-1-2).

 O desenvolvimento do Projecto de Autonomia no ano lectivo de 2008/2009 encontrou dois obstáculos: por um lado, a conjuntura educativa que desviou as atenções e as energias dos agentes escolares para a resolução de novos problemas, resultantes das profundas mudanças no interior das escolas – a

introdução de um novo modelo de avaliação de desempenho dos professores e de um novo modelo de gestão (ES1-2).

 Os esforços desenvolvidos e os resultados alcançados deveriam ter a respectiva correspondência, por parte da Administração Educativa, nos meios postos à disposição da escola e na concretização dos compromissos assumidos pelo ME no artigo 5º do Contrato de Autonomia (ES7-1, AE9-1).

Pretende-se, em síntese, uma coerência retórico-normativa que permita uma organização para a acção, que responda em conformidade às exigências de um serviço público de educação.

CAPÍTULO VI