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Relatórios Anuais de Progresso e Pareceres

DOS DOCUMENTOS DE AUTONOMIA

2. Relatórios Anuais de Progresso e Pareceres

Pensar os caminhos trilhados, definir trajectos, redesenhar o futuro sustentando-se nas ilações sobre o experimentado é função daqueles que questionam e examinam o seu percurso e por isso sabem para onde se dirigem. É o resultado deste trabalho de auto-análise, de auto-avaliação orientado para a melhoria das práticas e da qualidade das respostas educativas, que as escolas vertem no Relatório Anual de Progresso previsto no nº 8 da Portaria n.º 1260/07, de 26 de Setembro.

Este documento, da responsabilidade do Conselho Executivo, tem como finalidade monitorizar o cumprimento do contrato de autonomia.Enquanto relatório circunstanciado, pretende ser um instrumento de reflexão sobre as práticas, espelhar o trabalho desenvolvido, fazer o ponto da situação relativamente à concretização dos objectivos definidos no contrato de autonomia, dar a conhecer a evolução do processo no decurso do ano lectivo, reconhecer a mudança relativamente às debilidades diagnosticadas, identificar e apresentar estratégias para colmatar

fragilidades ainda sentidas, para que as escolas possam atingir as metas previstas no contrato ou, quiçá, ir mais além.

Este documento é o instrumento essencial de análise e base da fundamentação de um Parecer elaborado pela Comissão de Acompanhamento Local, constituída à luz do art.º 7º da Portaria n.º 1260/07, a quem compete monitorizar o cumprimento e a aplicação do contrato e acompanhar o desenvolvimento do processo e monitorizar o processo de auto-avaliação da escola.

Neste estudo, tivemos acesso a vinte e sete Relatórios Anuais de Progresso, sendo dezoito relativos ao 1º ano de vigência do contrato de autonomia (2007/2008)18 e nove referentes ao 2º ano (2008/2009)19, e a vinte e seis Pareceres, sendo dezasseis respeitantes ao 1º ano de vigência do contrato de autonomia (2007/2008) e dez pertencentes ao 2º ano (2008/2009).

Enquanto os contratos estiveram sujeitos a uma matriz, que os normalizou, constata-se uma heterogeneidade quanto à forma de elaboração dos Relatórios Anuais de Progresso e dos Pareceres.

Globalmente os Relatórios Anuais de Progresso, após a contextualização onde procuram dar a conhecer as particularidades da implementação do contrato, dão visibilidade ao grau de consecução dos quatro eixos principais do Contrato de Autonomia: objectivos gerais e operacionais, competências reconhecidas à escola para o seu desenvolvimento estratégico, os compromissos da escola e acções desenvolvidas, os compromissos do Ministério da Educação. Alguns, numa lógica de avaliação da operacionalização do processo de autonomia, referem os aspectos mais positivos/potencialidades e os constrangimentos e apresentam sugestões de melhoria. Digno de nota é o facto de os referentes ao 1º ano salientarem as limitações inerentes à assinatura tardia do contrato e os segundos darem conta da profunda alteração do clima de escola (fruto da publicação de legislação que alterou profundamente a “vida” das escolas e dos docentes) e temerem pelo “adormecimento do processo”.

Apesar de, quanto à forma, os Pareceres da CAL serem muito díspares, todos referem a aprovação, por unanimidade, do Relatório Anual de Progresso apresentado

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Identificados como AEX-1

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pela direcção da escola. As Comissões de Acompanhamento Local, começaram por executar um “acto confirmatório” dos Relatórios Anuais de Progresso que, nalguns casos, espelham as dimensões do plano de desenvolvimento da escola. Por sua vez, embora uns tenham dado mais ênfase a uns aspectos que outros, na generalidade focalizam o parecer na verificação do grau de cumprimento do plano de desenvolvimento da escola (cruzando objectivos gerais, operacionais e actividades desenvolvidas), o grau de cumprimento dos compromissos assumidos pelas escolas e pelo ME e razões do não cumprimento de alguns, aspectos positivos, constrangimentos e sugestões/recomendações às escolas e ao Ministério.

Atendendo à complementaridade destes documentos de autonomia, mas também, em muitos pontos à coincidência de opiniões descrevemos e cruzamos os aspectos essenciais neles referidos

2.1. Objectivos gerais, operacionais e actividades desenvolvidas

Tendo presente a “missão” e a “visão” da escola pública, as escolas genericamente definiram como objectivos gerais, melhorar os resultados escolares, modernizar e melhorar a qualidade de serviço público prestado à comunidade educativa e avaliar e monitorizar resultados das acções desenvolvidas. Para a prossecução dos objectivos gerais, definiram objectivos operacionais, demonstrando os Relatórios Anuais de Progresso o respectivo grau de concretização.

Sendo a melhoria dos resultados escolares um objectivo transversal e compromisso de todas as escolas, erradicar o abandono escolar, aumentar a taxa de sucesso, aumentar o número de alunos que transita com zero níveis negativos, aumentar a taxa de conclusão foi um desígnio das escolas com CA, variando o valor numérico das metas, em função do ponto de partida e características de cada escola.

Além dos objectivos operacionais comuns a todas as escolas, outros têm em conta a especificidade das escolas e o que pretendem atingir, sendo duas escolas (AE12-1 e a ES10-1), casos paradigmáticos dessa particularidade: a primeira apostou na “reconstrução do currículo” e definiu como objectivos operacionais: “proceder a um reajustamento curricular desde o pré-escolar ao 9º ano, promover a articulação e

sequencialidade das aprendizagens, instituir mecanismos de regulação dos resultados académicos dos alunos, criar mecanismos de monitorização”; a segunda preocupada com o elevado índice de abandono, definiu como objectivos: Acompanhar de forma mais directa os alunos promovendo a sua responsabilização, a dos EE e dos professores do CT, comprometendo-os no processo de ensino aprendizagem; Propor e implementar medidas concretas de combate ao absentismo; Coordenar o trabalho dos Directores de Turma no sentido de diagnosticar problemas, combater a falta de assiduidade, as exclusões por faltas, as anulações de matrícula e os inerentes problemas de socialização; Supervisionar o funcionamento das actividades lectivas, como meio de diagnóstico e de resolução de problemas na sala de aula, implementando medidas educativas ao nível das planificações, das estratégias, dos recursos, da avaliação e da formação; Criar condições para que os órgãos intermédios de gestão possam desempenhar as suas funções de forma mais eficiente.

Visando identificar um desenvolvimento organizacional sustentado, as CAL pronunciaram-se sobre os resultados globais da acção da escola, dando ênfase à melhoria dos resultados dos alunos, à modernização e melhoria da qualidade de serviço prestado à comunidade e à avaliação/monitorização do processo.