Disfagia, sialorreia, disautonomia cardiovascular, disfunção gastrintestinal e incontinência urinária são alterações que ocorrem na doença de Parkinson com impacto negativo na qualidade de vida e contribuindo para a internação do idoso em ILPI.14
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Introdução
Na maioria dos países desenvolvidos, as doenças cerebrovasculares representam a terceira causa de mortalidade, ficando atrás apenas das neoplasias e das doenças cardíacas em geral. Além disso, são a maior causa de incapacitação nos países ocidentais. Cerca de 31% dos sobreviventes de um acidente vascular encefálico (AVE) precisam de auxílio para realizar as atividades de vida diária, 20% requerem ajuda para deambular e 16% necessitam de assistência institucional, como internação em hospitais de apoio.1 No Brasil, as doenças cerebrovasculares ainda são a maior causa de mortalidade, embora
desde 1999 tenham sido ultrapassadas pela doença coronariana nos estados das regiões Sul e Sudeste. Embora o número total de óbitos por doenças cerebrovasculares venha aumentando a cada ano no país, houve redução significativa na mortalidade proporcional por AVE entre 1980 e 2004. Esse fato pode ser observado em ambos os sexos e todas as faixas etárias, sendo mais evidente nos estados das regiões Sul e Sudeste (com maior índice de desenvolvimento humano). As explicações mais prováveis para essa redução da mortalidade são: melhor controle da hipertensão arterial sistêmica (HAS), principalmente relacionado com o maior acesso a medicações antihipertensivas e menor consumo de sal; redução nos níveis de tabagismo, decorrente de campanhas eficazes; maior acesso a atendimento médico, inclusive com métodos mais modernos de diagnóstico; maior disponibilidade de unidades de emergência e terapia intensiva.2 Ainda assim, o Brasil tem
a quarta pior taxa de mortalidade por AVE entre os países da América Latina e Caribe, com letalidade intrahospitalar muito elevada (34,3%), comparada a 6,9% no Canadá e 17,3% na Holanda. Além disso, no Brasil, a prevalência do AVE é muito maior entre os idosos, sem educação formal e residentes de centros urbanos.3 Embora as doenças cerebrovasculares possam ocorrer em todas as faixas etárias, há um aumento significativo da sua incidência a partir da 6a década de vida, praticamente dobrando a incidência a cada nova década. Estimase a incidência de AVE em 30 por 100 mil habitantes em indivíduos com menos de 44 anos e em 1.230 por 100 mil habitantes naqueles com mais de 75 anos.1 Com o aumento da expectativa de vida em praticamente todos os países do mundo e, em particular, no
Brasil, a compreensão e o manejo correto das doenças cerebrovasculares ganham importância crucial nos aspectos preventivo, diagnóstico e terapêutico.
Além de a idade ser, por si só, fator de risco para o AVE, o prognóstico também é pior nos indivíduos mais idosos. Além disso, a investigação diagnóstica e as intervenções terapêuticas são mais negligenciadas nessa população.4 Também
no Brasil, podese observar menor gasto com as internações por doenças cerebrovasculares para pacientes idosos do que para a população geral. Essa é mais uma demonstração da necessidade de compreender melhor as peculiaridades dessas enfermidades em idosos.
Classificação
O AVE pode ser isquêmico ou hemorrágico. O isquêmico é definido como um evento neurológico agudo causado por obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, que impede a perfusão sanguínea em determinada região, ocasionando isquemia e, eventualmente, infarto cerebral. Os principais subtipos são: aterotrombótico, embólico e infarto lacunar. Outros tipos mais raros podem ocorrer, como: trombose venosa cerebral, dissecção arterial, arterites ou por mecanismos hemodinâmicos.5 O AVE hemorrágico, por sua vez, ocorre por ruptura de um vaso sanguíneo cerebral, causando
hemorragia intracraniana. Os principais subtipos são: hipertensivo, angiopatia amiloide (doença exclusiva dos idosos), hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma cerebral, malformação arteriovenosa e coagulopatias.6
O ataque isquêmico transitório (AIT) é classicamente descrito como um evento neurovascular que dura menos de 24 horas. No entanto, a maioria dos AIT dura apenas poucos minutos. O AIT também é considerado doença cerebrovascular,
pois há isquemia cerebral no seu mecanismo, embora sem dano permanente. A tendência é que seja considerado o evento neurovascular com duração menor que 60 minutos e sem sequelas clínicas ou radiológicas. Ou seja, não há alterações permanentes ao exame neurológico, nem aos exames de neuroimagem.5