• Nenhum resultado encontrado

Complicações autonômicas

No documento Manual prático de geriatria (páginas 98-101)

Disfagia,  sialorreia,  disautonomia  cardiovascular,  disfunção  gastrintestinal  e  incontinência  urinária  são  alterações  que ocorrem na doença de Parkinson com impacto negativo na qualidade de vida e contribuindo para a internação do idoso em ILPI.14

Referências bibliográficas

Braak H, Del Tredici K, Rüb U et al. Staging of brain pathology related to sporadic Parkinson’s disease. Neurobiol Aging. 2003; 24:197­211. Chaudhuri KR, Healy D, Schapira AHV. The non motor symptoms of Parkinson’s disease: diagnosis and management. Lancet Neurol. 2006; 5:235­45.

O’Sullivan  SS,  Willians  DR,  Gallagher  DA  et  al.  Non  motor  symptoms  as  presenting  complaints  in  Parkinson’s  disease: clinicopathological study. Mov Disord. 2008; 213:101­6.

Postuma RB, Aarsland D, Barone P et al. Identifying prodromal Parkinson’s disease: pre­motor disorders in Parkinson’s disease. Mov Disord. 2012; 27:617­26.

Przedborski S. Etiology and pathogenesis of Parkinson’s disease. In: Jankovic J, Tolosa E. Parkinson’s disease & movement disorders. 5. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2015.

6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

Berg  D,  Postuma  RB,  Bloem  B  et  al.  Time  to  redefine  PD?  Introductory  statement  of  the  MDS  task  force  on  the  definition  of Parkinson’s disease. Mov Disord. 2014; 29:454­62. Barbosa MT, Caramelli P, Maia DP et al. Parkinsonism and Parkinson’s disease in the elderly: a community­based survy in Brazil (the Bambui study). Mov Disord. 2006; 21:800­8. Adler CH, Beach TG, Hentz JG et al. Low clinical diagnostic accuracy of early vs. advanced Parkinson’s disease: clinicopathologic study. Neurology. 2014; 83:406­12. Postuma RB, Berg D, Stern M et al. MDS clinical diagnostic criteria for Parkinson’s disease. Mov Disord. 2015; 30:1591­601. Politis M. Neuroimaging in Parkinson disease: from research setting to clinical practice. Nat Rev Neurol. 2014; 10:708­22. Connolly BS, Lang AE. Pharmacological treatment of Parkinson disease. A review. JAMA. 2014; 311(16):1670­83.

Goetz  CG,  Poewe  W,  Rascol  O  et  al.  Evidence­based  medical  review  update:  pharmacological  and  surgical  tretaments  of Parkinson’s disease: 2001­2004. Mov Disord. 2005; 20:523­39.

Kalia LV, Lang AE. Parkinson’s disease. Lancet. 2015; 386:896­912.

Pinheiro JES, Barbosa MT. Doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento em idosos. In: Freitas EV, Py L (Orgs.). Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. p. 360­70.

Introdução

Na  maioria  dos  países  desenvolvidos,  as  doenças  cerebrovasculares  representam  a  terceira  causa  de  mortalidade,  ficando atrás apenas das neoplasias e das doenças cardíacas em geral. Além disso, são a maior causa de incapacitação nos países ocidentais. Cerca de 31% dos sobreviventes de um acidente vascular encefálico (AVE) precisam de auxílio para realizar as atividades  de  vida  diária,  20%  requerem  ajuda  para  deambular  e  16%  necessitam  de  assistência  institucional,  como internação em hospitais de apoio.1 No Brasil, as doenças cerebrovasculares ainda são a maior causa de mortalidade, embora

desde 1999 tenham sido ultrapassadas pela doença coronariana nos estados das regiões Sul e Sudeste. Embora o número total  de  óbitos  por  doenças  cerebrovasculares  venha  aumentando  a  cada  ano  no  país,  houve  redução  significativa  na mortalidade proporcional por AVE entre 1980 e 2004. Esse fato pode ser observado em ambos os sexos e todas as faixas etárias,  sendo  mais  evidente  nos  estados  das  regiões  Sul  e  Sudeste  (com  maior  índice  de  desenvolvimento  humano).  As explicações mais prováveis para essa redução da mortalidade são: melhor controle da hipertensão arterial sistêmica (HAS), principalmente  relacionado  com  o  maior  acesso  a  medicações  anti­hipertensivas  e  menor  consumo  de  sal;  redução  nos níveis de tabagismo, decorrente de campanhas eficazes; maior acesso a atendimento médico, inclusive com métodos mais modernos de diagnóstico; maior disponibilidade de unidades de emergência e terapia intensiva.2 Ainda assim, o Brasil tem

a  quarta  pior  taxa  de  mortalidade  por  AVE  entre  os  países  da  América  Latina  e  Caribe,  com  letalidade  intra­hospitalar muito elevada (34,3%), comparada a 6,9% no Canadá e 17,3% na Holanda. Além disso, no Brasil, a prevalência do AVE é muito maior entre os idosos, sem educação formal e residentes de centros urbanos.3 Embora as doenças cerebrovasculares possam ocorrer em todas as faixas etárias, há um aumento significativo da sua incidência a partir da 6a década de vida, praticamente dobrando a incidência a cada nova década. Estima­se a incidência de AVE em 30 por 100 mil habitantes em indivíduos com menos de 44 anos e em 1.230 por 100 mil habitantes naqueles com mais de 75 anos.1 Com o aumento da expectativa de vida em praticamente todos os países do mundo e, em particular, no

Brasil,  a  compreensão  e  o  manejo  correto  das  doenças  cerebrovasculares  ganham  importância  crucial  nos  aspectos preventivo, diagnóstico e terapêutico.

Além de a idade ser, por si só, fator de risco para o AVE, o prognóstico também é pior nos indivíduos mais idosos. Além disso, a investigação diagnóstica e as intervenções terapêuticas são mais negligenciadas nessa população.4 Também

no Brasil, pode­se observar menor gasto com as internações por doenças cerebrovasculares para pacientes idosos do que para  a  população  geral.  Essa  é  mais  uma  demonstração  da  necessidade  de  compreender  melhor  as  peculiaridades  dessas enfermidades em idosos.

Classificação

O  AVE  pode  ser  isquêmico  ou  hemorrágico.  O  isquêmico  é  definido  como  um  evento  neurológico  agudo  causado  por obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, que impede a perfusão sanguínea em determinada região, ocasionando isquemia e,  eventualmente,  infarto  cerebral.  Os  principais  subtipos  são:  aterotrombótico,  embólico  e  infarto  lacunar.  Outros  tipos mais  raros  podem  ocorrer,  como:  trombose  venosa  cerebral,  dissecção  arterial,  arterites  ou  por  mecanismos hemodinâmicos.5  O  AVE  hemorrágico,  por  sua  vez,  ocorre  por  ruptura  de  um  vaso  sanguíneo  cerebral,  causando

hemorragia  intracraniana.  Os  principais  subtipos  são:  hipertensivo,  angiopatia  amiloide  (doença  exclusiva  dos  idosos), hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma cerebral, malformação arteriovenosa e coagulopatias.6

O  ataque  isquêmico  transitório  (AIT)  é  classicamente  descrito  como  um  evento  neurovascular  que  dura  menos  de  24 horas. No entanto, a maioria dos AIT dura apenas poucos minutos. O AIT também é considerado doença cerebrovascular,

pois há isquemia cerebral no seu mecanismo, embora sem dano permanente. A tendência é que seja considerado o evento neurovascular  com  duração  menor  que  60  minutos  e  sem  sequelas  clínicas  ou  radiológicas.  Ou  seja,  não  há  alterações permanentes ao exame neurológico, nem aos exames de neuroimagem.5

No documento Manual prático de geriatria (páginas 98-101)