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Diagnóstico diferencial

No documento Manual prático de geriatria (páginas 132-137)

As crises epilépticas devem ser diferenciadas de desmaios e alterações da consciência decorrentes de uma série de outras etiologias, tanto neurológicas como não neurológicas, destacando­se síncopes, AIT, AVE, quedas, delirium, amnésia global transitória,  alterações  psiquiátricas  e  outros.  Convém  ressaltar  que  muitos  desses  diagnósticos  diferenciais,  como  AIT  e AVE, também são causas de crises epilépticas e outros como as quedas podem ser a sua consequência e único sinal, pois a crise pode não ser presenciada.

Em  idosos  caidores,  a  menos  que  a  causa  da  queda  esteja  clara,  e  frequentemente  não  está,  a  possibilidade  de  crise epiléptica deve ser sempre considerada, principalmente naqueles cujas quedas não foram presenciadas.1

Pode  ser  difícil  distinguir  delirium,  na  sua  forma  hipoativa,  de  uma  crise  epiléptica  focal  com  comprometimento  da consciência ou do contato (parcial complexa) ou do SENC, especialmente em pacientes com déficit cognitivo de base. Nas

crises,  os  períodos  de  alterações  da  consciência  são  curtos,  e,  no  SENC,  prolongados,  podendo  ser  confundido  com  o coma. Mudanças dramáticas e episódicas no estado mental com retorno ao normal ou ao estado cognitivo prévio sugerem crise  epiléptica.  Nessa  situação,  o  EEG  é  um  excelente  método  para  auxiliar  no  diagnóstico.  Entretanto,  deve­se  ter  em mente que as duas condições podem coexistir, e as causas de delirium e crises epilépticas podem se sobrepor.

A  amnésia  global  transitória  é  uma  síndrome  clínica  caracterizada  por  amnésia  anterógrada  (incapacidade  de  formar novas  memórias),  acompanhada  de  questionamentos  frequentes  e  repetidos,  algumas  vezes  com  componente  retrógrado, com duração de, no máximo, 24 horas e sem comprometimento de outras funções neurológicas; pode ser confundida com as  crises  epilépticas  focais  sem  comprometimento  da  consciência  (parciais  simples),  mas  com  perda  súbita  de  memória (manifestações discognitivas), conhecida como amnésia epiléptica transitória.25

É importante ressaltar que a amnésia global transitória tem como fator de risco a história prévia de enxaqueca, além de fatores  precipitantes,  principalmente  estresse  pisicológico,  exposição  ao  calor  ou  frio,  manobra  de  Valsalva.  Nas  crises epilépticas, a recorrência é mais frequente e o EEG pode estar alterado, porém, muitas vezes, é necessária prova terapêutica com antiepiléticos para a diferenciação diagnóstica.25

A Tabela 10.5 mostra as variáveis que distinguem as crises convulsivas de outras causas de desmaios entre idosos.19

Tabela 10.5 Variáveis que distinguem as crises convulsivas de outras causas de desmaios entre idosos.

Variáveis Crise epiléptica Síncope

Ataque isquêmico

transitório Psiquiátrica

Sintomas prodrômicos Aura ou nenhum Sudorese, sensação de “cabeça oca” ou nenhum

Nenhum Nenhum

Efeito da postura Nenhum Quase sempre ereto Nenhum Nenhum

Instalação Abrupta Variável Abrupta Varíável

Duração 1 a 2 min Segundos a minutos Minutos a horas Minutos a horas Movimentos Variáveis, tônicos, clônicos,

atônicos

Perda do tônus, mioclonia de pernas

Dé cts motores, sinais localizatórios

Variáveis, bizarros

Incontinência Variável Não Não Não

Frequência cardíaca Aumentada ou diminuída Variável Normal Variável Trauma Laceração de língua,

equimoses

Equimoses, fraturas, TCE Nenhum Nenhum

Eletroencefalograma durante o ictus

Padrão epileptiforme Alentecimento difuso Alentecimento focal ou normal

Normal

Pós-ictus Confusão, sonolência Alerta ou discreta confusão Alerta Alerta

TCE: traumatismo cranioencefálico.

Fonte: Waterhouse e Towne, 2005.19

Exames complementares

No primeiro episódio, deve­se realizar EEG, eletrocardiograma, exames laboratoriais, dosagem séricas de medicamentos e exames de imagem cerebral (tomografia ou ressonância nuclear magnética) para se descartarem condições cardiovasculares, tóxicas,  metabólicas  e  estruturais  cerebrais  como  a  causa  da  crise  epiléptica  ou  prever  o  risco  de  recorrência  e,  portanto, corroborar o diagnóstico de epilepsia e de sua provável causa.1

O EEG é útil no diagnóstico da epilepsia e o mais usado na prática clínica é o EEG interictal. Os padrões de descargas elétricas anormais entre as crises confirmam a anormalidade cerebral e corroboram o diagnóstico de epilepsia. Entretanto, a frequência  de  descargas  elétricas  anormais  diminui  com  o  avançar  da  idade  e  o  EEG  interictal  normal  não  exclui  o diagnóstico de epilepsia. Pode­se, então, usar o EEG prolongado ou o monitoramento por videoeletroencefalograma (vídeo­

• • • • • • • • • • EEG) na tentativa de aumentar as chances de confirmação diagnóstica. No entanto, a realização desses exames, por serem mais invasivos e prolongados, pode ser mais difícil em idosos frágeis, incapacitados ou dementados.19 Os exames laboratoriais indicados são: eletrólitos (cálcio, magnésio, fósforo, sódio, potássio), ureia, creatinina e testes de  função  hepática,  hemograma,  glicemia,  gasometria  arterial  e  função  tireoidiana.  O  exame  toxicológico  para  drogas  e álcool deve ser considerado se houver suspeita de intoxicação, assim como a realização de punção lombar na suspeita de infecção do sistema nervoso central.1

Exames de neuroimagem devem obrigatoriamente fazer parte da avaliação do idoso com crise epiléptica e a ressonância magnética é sensível para detectar mudanças sutis no tecido cerebral como atrofia hipocampal e pequenas áreas isquêmicas. A  tomografia  de  crânio  é  muito  apropriada  para  avaliar  o  idoso  na  emergência  (avalia  sangramentos,  encefalomalacia  e lesões  calcificadas)  ou  quando  a  ressonância  é  contraindicada  (portadores  de  marca­passo  cardíaco,  por  exemplo)  ou  não está disponível.1

Tratamento

A  decisão  de  iniciar  o  tratamento  após  a  primeira  crise  deve  basear­se  em  fatores  de  risco  adicionais  para  um  novo episódio, pois um único fator de risco aumenta em 80% as chances de uma nova crise. Condições como história de AVE, alteração estrutural em sistema nervoso central, diagnóstico de doença degenerativa cerebral (p. ex., doença de Alzheimer) ou EME são indicações para o tratamento com MAE.26 Segundo Krumholz et al. (2015),26 após o primeiro episódio, os pacientes com maior risco de recorrência e, portanto, candidatos a início da terapia são aqueles com: Lesão cerebral anterior causando a crise, como AVE e demência EEG mostrando anormalidades epileptiformes Anormalidades significantes no exame de imagem cerebral (ressonância magnética ou tomografia computadorizada) Crise noturna.

Em  idosos  com  episódio  único,  sem  doença  ou  alteração  estrutural  do  sistema  nervoso  central  e  com  EEG  normal, deve­se  prosseguir  a  investigação  para  eventos  paroxísticos  não  epilépticos  e  postergar  o  início  da  terapêutica  até  que  a segunda  crise  ocorra,  visto  que  grande  parte  dos  idosos  não  apresenta  uma  segunda  crise  epiléptica,  como  também  não retarda  a  obtenção  de  remissão  das  crises  após  3  anos.  Em  alguns  casos,  como  nas  crises  desencadeadas  por  trauma cranioencefálico  ou  por  medicamentos  (quinolonas,  por  exemplo),  os  MAE  podem  ser  necessários  em  decorrência  dos riscos  relacionados  com  as  crises,  entretanto,  após  a  correção  da  causa,  pode  não  ser  mais  necessário  o  uso  prolongado desses medicamentos.26

As  mudanças  relacionadas  com  a  idade  na  farmacocinética  e  farmacodinâmica  das  substâncias,  multimorbidade, polifarmácia  e  maior  risco  de  efeitos  adversos  com  comprometimento  da  capacidade  cognitiva  e  funcional  aumentam  a complexidade da prescrição de MAE para idosos e alguns princípios básicos devem ser observados:1

Procure manter o tratamento com uma única substância (monoterapia)

Inicie  com  dose  mais  baixa,  geralmente  metade  da  preconizada  para  adultos  jovens,  e  aumente  gradualmente,  se necessário Use, preferencialmente, medicamentos de meia­vida curta Fique atento a efeitos adversos, inclusive efeitos diferentes dos descritos para populações mais jovens Nunca suspenda abruptamente um MAE, exceto em caso de reações alérgicas ou com risco à vida Os MAEs podem causar sedação dose­dependente, ataxia de marcha e déficit cognitivo; embora os agentes de segunda geração possam apresentar vantagens com relação a esses efeitos, o custo mais elevado limita o seu uso.

Dentre  os  medicamentos  de  primeira  geração  citam­se  o  fenobarbital,  a  fenitoína,  o  ácido  valproico,  o  valproato,  a primidona,  os  benzodiazepínicos  e  a  carbamazepina.  A  primidona  geralmente  não  é  indicada  para  o  tratamento  de  crises epilépticas  em  idosos  e,  nessa  faixa  etária,  o  seu  uso  fica  restrito  à  segunda  linha  no  tratamento  do  tremor  essencial.  O fenobarbital e a fenitoína, apesar de amplamente usados, são pouco indicados para uso em idosos, em função do perfil de efeitos colaterais e potenciais interações medicamentosas. A carbamazepina está associada à hiponatremia e à síndrome da secreção  inapropriada  do  hormônio  antidiurético  e  todos  os  MAE  podem  ser  responsáveis  por  reações  alérgicas importantes, principalmente rash morbiliforme.

O  uso  prolongado  de  MAE  de  primeira  geração,  principalmente  fenitoína  e  carbamazepina,  está  associado  a anormalidades no metabolismo ósseo, como hipocalcemia, hipofosfatemia, diminuição dos metabólitos ativos da vitamina

• • • • • • 1. D e hiperparatireoidismo secundário, com consequente redução da densidade mineral óssea documentada pela densitometria óssea e maior risco de fraturas.27,28

Os  benzodiazepínicos  podem  ser  indicados  no  controle  agudo  das  crises  e  como  coadjuvantes,  lembrando  que,  em idosos,  esse  grupo  de  medicamentos  tem  importantes  efeitos  adversos,  aumentando  o  risco  de  quedas  e  agravando  ou ocasionando déficit cognitivo.

Os medicamentos de segunda geração como a lamotrigina, a oxcarbazepina, a gabapentina, o topiramato, a vigabatrina, a  pregabalina  e  o  levetiracetam  são  os  mais  apropriados  em  indivíduos  idosos  pelo  seu  melhor  perfil  de  tolerabilidade  e eficácia  comprovada.  Entretanto,  dentre  esses  medicamentos  os  mais  recomendados  são  lamotrigina,  gabapentina  e oxacarbazepina, pois terem sido mais bem estudados em populações geriátricas.

A  lamotrigina  é  bem  tolerada  pela  maioria  dos  pacientes  e  as  diretrizes  da  ILAE  recomendam  a  lamotrigina  e  a gabapentina  como  nível  A  de  evidência  para  tratamento  das  crises  focais  em  pacientes  idosos.29  Entretanto,  o  efeito

colateral mais comum da lamotrigina é o rash morbiliforme que pode se desenvolver durante as primeiras 8 semanas de uso.  O  início  com  baixas  doses  e  a  titulação  lenta  minimiza  o  seu  aparecimento.  O  da  gabapentina  é  a  sonolência,  que diminui com o uso, mas também demanda titulação mais lenta.

Convém  ressaltar  que  alguns  medicamentos  são  considerados  inapropriados  para  idosos  e  a  American  Geriatrics Society (AGS) recomenda fortemente, com base em elevada qualidade de evidência científica, que o fenobarbital e demais barbitúricos sejam evitados em idosos pelas altas taxas de dependência e pelo risco de intoxicação mesmo em baixas doses. Já os benzodiazepínicos são considerados inapropriados para insônia, agitação e delirium, porém podem ser apropriados no controle das crises epilépticas. Existem recomendações importantes para se evitarem alguns MAE, como carbamazepina e oxcarbazepina,  em  associação  com  antidepressivos  inibidores  seletivos  de  recaptação  de  serotonina,  da  recaptação  de norepinefrina e tricíclicos, bem como com diuréticos, pelo risco de hiponatremia e síndrome da secreção inapropriada do hormônio  antidiurético.  Por  fim,  recomenda­se  que  o  levatiracetam,  a  gabapentina  e  a  pregabalina  tenham  suas  doses reduzidas em pacientes com filtração glomerular menor que 60 mℓ/min.30

O EME (status epilepticus), convulsivo ou não, configura emergência médica com alta mortalidade, principalmente em idosos. O tratamento requer internação em unidade de terapia intensiva, monitoramento das funções vitais e prevenção de complicações  como  broncoaspiração,  pneumonias,  traumas,  rabdomiólise  e  insuficiência  renal.  Indicam­se  inicialmente diazepam, midazolam, lorazepam ou clonazepam intravenosos. Se a situação persistir, deve ser feita uma dose de ataque de fenitoína,  seguida  de  dose  adicional.  Em  crises  refratárias,  devem  ser  administrados  agentes  anestésicos.  O  SENC  é  de difícil  diagnóstico,  sendo  frequentemente  confundido  com  delirium.  O  tratamento  é  o  mesmo  do  status  epilepticus convulsivo  e  deve  ser  estabelecido  o  mais  rapidamente  possível,  devido  à  elevada  mortalidade.  Muitas  vezes,  diante  de suspeita clínica e delirium persistente sem que se encontrem os prováveis fatores precipitantes, é possível estabelecer uma prova terapêutica.21,23,24

Recomendações

O passo mais importante é fazer o diagnóstico de crise epiléptica no idoso e determinar o risco de recorrência, o que configura  epilepsia.  Algumas  vezes,  apesar  do  risco  dos  MAE  para  essa  população,  pode  ser  necessária  prova terapêutica

Todo idoso com crise epiléptica de início recente ou suspeita de crise epiléptica deve ser submetido a exame de imagem cerebral, exceto quando um diagnóstico mais acurado não for resultar em mudança de conduta, como em pacientes em cuidados  paliativos  de  fim  de  vida.  Em  caso  de  contraindicação  à  ressonância  e  ao  uso  de  contraste,  uma  tomografia sem contraste pode ser indicada

A  possibilidade  de  medicamentos  ou  de  abstinência  destes,  principalmente  dos  benzodiazepínicos,  deve  ser  sempre aventada como causa de crises epilépticas

No caso de quedas repetidas, principalmente em idosos com risco de doença, as crises epilépticas devem ser excluídas A  maioria  dos  idosos  tem  suas  crises  controladas  com  monoterapia,  o  que  é  importante  pelo  maior  risco  de  efeitos adversos quando se usa mais de um MAE

Exceto para a fenitoína, o monitoramento rotineiro dos níveis terapêuticos dos demais MAE não é recomendado.

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Introdução

A hipertensão arterial (HA) é uma doença de alta prevalência em idosos, tornando­se fator determinante para as elevadas morbidade  e  mortalidade  dessa  população.1­3  No  Brasil,  a  prevalência  estimada  de  HA  em  idosos  é  de  65%,  podendo

chegar a 80% em mulheres.2,3 O componente sistólico da pressão arterial (PA) é mais importante do que o diastólico em

idades  avançadas.  Indiscutivelmente,  o  tratamento  anti­hipertensivo  é  benéfico  e  reduz  a  morbidade  e  mortalidade cardiovascular  nesse  grupo.  Alguns  estudos  mostram  redução  média  de  34%  em  acidentes  vasculares  encefálicos  (AVE), 19% em eventos coronarianos e 23% em mortes vasculares, após redução de 12 a 14 mmHg da pressão arterial sistólica (PAS) e de 5 a 6 mmHg da pressão arterial diastólica (PAD), com o tratamento da HA.4,5

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