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1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Estudo da família de origem dos assistidos

1 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

A Constituição Federal é a lei maior. Assim, todo o ordenamento jurídico deverá estar em conformidade com os preceitos da Constituição, tanto sob o ponto de vista formal, observando-se a correta competência para a edição da norma jurídica e a acertada realização do processo legislativo previsto na elaboração do ato normativo, quanto sob o ponto de vista material, ou seja, a adequação do conteúdo da norma aos princípios e regras constitucionais. (CARVALHO, 2011, p. 320).

Pode-se defini-la como o sistema de normas jurídicas que estabelecem a estrutura do Estado, forma de governo, modo de aquisição, exercício e limitação do poder, bem como a instituição de direitos e garantias fundamentais do cidadão. (BITTENCOURT, 2007, p. 18).

Depreende-se da leitura deste conceito que, constitucional é todo ato normativo do poder público ou lei que estejam conforme interesses constitucionalmente previstos. (CARVALHO, 2011, p. 319). Desse modo, os atos e leis que não se amoldem aos preceitos da Constituição são considerados inconstitucionais.

A inconstitucionalidade consiste, conforme conceitua Marcelo Caetano, “no vício das leis que provenham de órgão que a constituição não considere competente, ou tenham sido elaboradas de acordo com o processo prescrito na constituição ou contenham normas opostas às constitucionalmente consagradas.” (CARVALHO, 2011, p. 325).

A supremacia da Constituição é “a expressão de uma intenção fundacional, configuradora de um sistema todo que nela se baseia; tem uma pretensão permanência ou duração, o que parece assegurar-lhe uma superioridade sobre as normas ordinárias”. (CARVALHO, 2011, p. 322). Mas, de nada valeria a supremacia inerente à Constituição, se

não existisse um meio eficaz de mantê-la, junto à possibilidade de manter a sustentação de sua superioridade e de sua força normativa.

Dirley da Cunha (2011, p. 39) destaca que em razão da supremacia constitucional, todas as normas jurídicas devem compatibilizar-se, formal e materialmente, com a Constituição. Ao contrário, a norma que se apresenta lesiva ao preceito constitucional, deverá ser invalidada e afastada do sistema jurídico positivado, através do controle de constitucionalidade, sendo forma de assegurar a supremacia do texto constitucional.

Quando se trata de averiguar constitucionalidade, é necessário se observar a adequação de uma lei ou de um ato normativo com a constituição nos seus aspectos formais e materiais: o controle de constitucionalidade é

um juízo de adequação da norma infraconstitucional (objeto) à norma constitucional (parâmetro), por meio da verticalização imediata de conformidade vertical entre aquela ou esta, com o fim de impor a sanção da invalidade à norma que seja revestida de incompatibilidade material ou formal com a Constituição. (MORAES, 2006, p. 145).

Contudo, para que haja esta preservação do texto constitucional, tem de haver também a compreensão da Constituição como norma jurídica fundamental, que é o que ocorre no ordenamento brasileiro, pois a Constituição é peça chave para a garantia dos direitos fundamentais. Nesse sentido, a Constituição da República Federativa do Brasil, classificada como escrita, formal e rígida, possui caráter imperativo, tratando-se da norma fundamental do ordenamento jurídico pátrio. Assim, tudo que se posiciona em escalonamento hierárquico inferior a ela, tem de se adequar aos preceitos que ela traz. (PADILHA, 2016).

Ensina Dirley da Cunha (2011, p. 96-100) que o controle de constitucionalidade no Brasil sofreu várias alterações desde a Constituição de 1824 até a atual. Apenas com a Emenda Constitucional de nº 16, de 26 de novembro de 1965, passou a ser utilizado em nosso ordenamento jurídico, o modelo misto de controle constitucional, que abrange tanto o modelo difuso-incidental, a quem compete exercer os juízes e tribunais, quanto o concentrado- principal, o qual é da competência do Supremo Tribunal Federal.

No Brasil adotou-se um sistema de controle predominantemente judicial, competindo assim ao Poder Judiciário exercer o controle de constitucionalidade. Sendo influenciado pelos sistemas de controle de constitucionalidade americano e austríaco, pode-se afirmar que em regra, os órgãos judiciais são os competentes para averiguarem a compatibilidade das leis e atos normativos com a Constituição Federal. (SCHULZE; GONÇALVES, 2013).

No estudo em questão, o entendimento da inconstitucionalidade é a sanção à violação do Texto Magno. Aplicando-se ao caso dos professores, um dos dispositivos do Texto

Constitucional que resta violado quando da redução da remuneração do professor é o art. 7º, VI e VII, senão vejamos:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

[...]

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; [...].

Assim, o texto da OJ nº 244 da SDI – I do TST está violando o texto da Carta Política acima transcrito, tendo em vista a possibilidade da redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição de alunos, logo, há de se perceber que o salário do professor, dessa forma, é atingido.

A interpretação dessas duas normas gera a obrigatoriedade da aplicação do controle de constitucionalidade, tanto por violar a norma do poder constituinte originário, principal característica, como também para se fazer cumprir o sistema de Constituições escritas, do tipo rígidas, adotado pelo Brasil.

É importante destacar que as orientações jurisprudenciais se apresentam como condensação de série de acórdãos, do mesmo tribunal, que adotem idêntica interpretação de preceito jurídico em tese, com caráter obrigatório e de cunho persuasivo, transformando-as em uma norma de caráter geral, abstrato, impessoal e imperativo, equiparando-se à fonte formal.

A fonte formal, inclusive as orientações jurisprudenciais, como jurisprudência, é a reiterada interpretação conferida pelos tribunais às normas jurídicas, a partir do julgamento de casos concretos levados à apreciação do Poder Judiciário.

A primeira consequência – sobremaneira relevante – dessa exigência de formalidades especiais para a reforma da Carta Política é que nos ordenamentos de Constituição rígida vigora o princípio da supremacia formal da Constituição. Vale dizer, nesses sistemas jurídicos que adotam Constituição do tipo rígida, as normas elaboradas pelo poder constituinte originário são colocadas acima de todas as outras manifestações de direito. (PAULO; ALEXANDRINO, 2016, p.771).

Considerando-se que as orientações jurisprudenciais se enquadram na categoria de “outras manifestações de direito”, e confrontando-se o texto da OJ nº 244 da SDI – I do TST com o texto do art. 7º, alíneas VI e VII, da Constituição Federal, há de se perceber a

A segunda consequência está relacionada com o princípio da supremacia da

Constituição, que se caracteriza pelo controle de constitucionalidade das leis, tendo em vista um país que adota um ordenamento de Constituição escrita e rígida.

O reconhecimento da supremacia da Constituição e de sua força vinculante em relação aos Poderes Públicos torna inevitável a discussão sobre formas e modos de defesa da Constituição e sobre a necessidade de controle de constitucionalidade dos atos do Poder Público, especialmente das leis e atos normativos. (MENDES, 2014, p. 1028).

Diante dos argumentos aqui expostos, é de clareza hialina a proteção constitucional que se dá à remuneração do professor. Logo, mais uma vez, podemos reforçar a proibição da redução da remuneração dessa categoria profissional.

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