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DIMINUIÇÃO DO DINAMISMO DO CRESCIMENTO AO LONGO DE

Após uma recuperação em 2010, o crescimento do PIB real abrandou em 2011. O crescimento anual do PIB real situou-se em 1.5%, o que compara com 1.9% em 2010 (ver Quadro 3). O padrão de crescimento do PIB em 2011 foi fortemente infl uenciado pelo investimento e pelas exportações. Embora o abrandamento do crescimento no segundo semestre de 2011 se Gráfico 21 Evolução dos preços dos edifícios

residenciais na área do euro

(taxas de variação homólogas (%); dados anuais)

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 preços dos edifícios residenciais em termos nominais

1993

1991 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 Fonte: Cálculos do BCE com base em dados nacionais não harmonizados.

Nota: Os dados para 2011 incluem informação até ao terceiro trimestre.

Quadro 2 Indicadores de custos do trabalho

(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

2009 2010 2011 2010 T4 2011 T1 2011 T2 2011 T3 2011 T4 Acordos salariais 2.6 1.7 2.0 1.6 2.0 1.9 2.1 2.0

Custos horários totais do

trabalho 2.7 1.6 . 1.7 2.5 3.2 2.7 .

Remuneração por empregado 1.4 1.6 . 1.6 2.4 2.5 2.4 .

Por memória

Produtividade do trabalho -2.5 2.4 . 1.9 2.2 1.3 1.0 .

Custos unitários do trabalho 4.0 0.8 . -0.3 0.2 1.2 1.3 .

tenha generalizado a todas as componentes da despesa, o investimento e as exportações tiveram o impacto mais forte na determinação do perfi l de crescimento, dado que estas componentes registaram os abrandamentos mais acentuados. No que respeita à evolução trimestral em cadeia, o PIB real da área do euro aumentou 0.8% no primeiro trimestre de 2011, face a 0.3% no quarto trimestre de 2010. No entanto, no primeiro trimestre o crescimento foi infl uenciado por vários factores especiais e, consequentemente, previa-se um abrandamento acentuado do ritmo de recuperação no segundo trimestre, quando o PIB aumentou 0.2%, em termos trimestrais em cadeia. Embora o PIB tenha continuado a crescer no terceiro trimestre de 2011 (em 0.1%), eram já visíveis sinais de que riscos de sentido descendente

anteriormente identifi cados se estariam a

concretizar. Estes riscos refl ectiram-se na deterioração dos resultados dos inquéritos às empresas e aos consumidores e incluíram um abrandamento do ritmo da procura mundial,

bem como efeitos desfavoráveis sobre as condições de fi nanciamento globais resultantes das tensões observadas nos mercados de dívida soberana da área do euro. A primeira estimativa do Eurostat para o quarto trimestre indica que o crescimento trimestral em cadeia se terá situado em -0.3%. Não se encontra ainda disponível uma desagregação, mas a informação existente aponta no sentido de uma evolução fraca da actividade industrial (incluindo construção), enquanto o sector dos serviços parece ter mantido um ritmo ligeiramente melhor.

O crescimento do consumo privado em 2011 foi inferior ao de 2010, quando aumentou 0.9%. Este abrandamento parece refl ectir um menor crescimento das despesas de consumo em bens de retalho e, em menor medida, nos serviços. Os dados sobre os registos de automóveis novos de passageiros indicam que as compras de automóveis diminuíram em 2011, embora não tão acentuadamente como no ano anterior. A fraqueza do consumo está em linha com a erosão do rendimento real causada pela crescente Quadro 3 Composição do crescimento do PIB real

(variações em percentagem; dados corrigidos de sazonalidade, salvo indicação em contrário)

Taxas anuais 1) Taxas trimestrais 2) 2009 2010 2011 2010 T4 2011 T1 2011 T2 2011 T3 2011 T4 2010 T4 2011 T1 2011 T2 2011 T3 2011 T4

Produto interno bruto real -4.3 1.9 1.5 2.0 2.4 1.6 1.3 0.7 0.3 0.8 0.2 0.1 -0.3

do qual:

Procura interna 3) -3.7 1.1 . 1.5 1.6 0.7 0.4 . 0.2 0.5 -0.2 -0.1 .

Consumo privado -1.2 0.9 . 1.1 0.9 0.2 0.0 . 0.3 0.0 -0.5 0.2 .

Consumo público 2.5 0.6 . -0.1 0.5 0.1 0.0 . 0.0 0.2 -0.1 -0.1 .

Formação bruta de capital fi xo -12.0 -0.6 . 1.3 3.6 1.6 1.3 . -0.4 1.8 -0.1 -0.1 .

Variação de existências 3), 4) -0.9 0.5 . 0.7 0.3 0.3 0.1 . 0.1 0.0 0.2 -0.1 .

Exportações líquidas 3) -0.6 0.8 . 0.5 0.8 0.9 0.9 . 0.1 0.3 0.3 0.2 .

Exportações 5) -12.8 11.5 . 12.0 10.4 6.8 5.8 . 1.5 1.8 1.2 1.2 .

Importações 5) -11.7 9.7 . 11.2 8.5 4.6 3.7 . 1.3 1.1 0.5 0.8 .

Valor acrescentado bruto real

do qual:

Indústria excluindo construção -13.3 6.6 . 6.7 5.7 4.2 3.5 . 1.3 1.2 0.6 0.3 .

Construção -6.8 -4.4 . -2.9 0.7 -0.8 -0.6 . -1.2 1.4 -0.2 -0.5 .

Serviços -1.6 1.4 - 1.3 1.5 1.3 1.0 - 0.2 0.5 0.2 0.1 -

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

Notas: Os dados anuais são calculados com base em dados não corrigidos de sazonalidade. A segunda divulgação pelo Eurostat das contas nacionais para o quarto trimestre de 2011 (que inclui a desagregação da despesa) ocorreu após a data de fecho dos dados incluídos no presente relatório (2 de Março de 2012).

1) Variação em percentagem face ao período homólogo. 2) Variação em percentagem face ao trimestre anterior.

3) Como contributo para o crescimento do PIB real; em pontos percentuais. 4) Incluindo aquisições líquidas de cessões de objectos de valor.

infl ação. Pelo contrário, o emprego aumentou, em média, em 2011, apoiando de certa forma o crescimento do rendimento. A fraca evolução do rendimento em 2011 terá provavelmente contribuído para a nova descida da taxa de poupança, dado que as famílias tiveram de recorrer às suas poupanças. O indicador da confi ança dos consumidores, que fornece uma noção razoável da evolução tendencial do consumo, diminuiu acentuadamente durante a segunda metade de 2011, após um período de estabilidade na primeira metade do ano. Em Dezembro de 2011, situava-se no mesmo nível do que no Outono de 2009 (ver Gráfi co 22). O crescimento do investimento fi xo total foi relativamente robusto em 2011 e, deste modo, situou-se muito acima do valor de 2010, quando o investimento registou uma contracção de 0.6%. Porém, grande parte desta robustez fi cou a dever-se a um primeiro trimestre muito forte, refl ectindo o dinamismo do investimento em construção, particularmente no que respeita à habitação. Por sua vez, tal deveria ser visto

como uma retoma após a fragilidade causada por temperaturas invulgarmente baixas no fi nal de 2010 em algumas zonas da área do euro. O crescimento do investimento quer em construção quer noutros sectores excepto construção abrandou ao longo de 2011.

Muito provavelmente, o crescimento anual do consumo público foi ligeiramente positivo em 2011 e, assim, situou-se abaixo do valor de 2010, quando cresceu 0.6%. Caso se confi rme, esta seria a taxa anual mais baixa desde 1996. O crescimento reduzido refl ecte novos esforços de consolidação orçamental em vários países. Estes esforços de consolidação provêm essencialmente da contenção da remuneração dos funcionários públicos, que representa cerca de metade do total do consumo público. Outras componentes do consumo público, como, por exemplo, a despesa em consumo intermédio, também têm vindo a crescer apenas moderadamente à luz dos requisitos de consolidação.

O contributo para o crescimento das existências deverá ter sido limitado em 2011. Tal representaria um abrandamento da taxa de constituição de stocks face a 2010, quando as existências contribuíram 0.5 pontos percentuais para o crescimento do PIB. Em conformidade com a queda do crescimento e a deterioração das perspectivas para a actividade económica, o contributo para o crescimento global das existências tornou-se negativo, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre de 2011.

O comércio da área do euro continuou a recuperar ao longo do ano até ao terceiro trimestre de 2011. No entanto, o ritmo de expansão situou- -se signifi cativamente abaixo das taxas de crescimento de dois dígitos observadas no mesmo período um ano antes. As exportações de bens e serviços, em termos reais, aumentaram 5.8% no ano até ao terceiro trimestre de 2011, enquanto as importações, em termos reais, aumentaram 3.7%. No decurso deste período, as exportações ultrapassaram consistentemente as importações numa base trimestral. Consequentemente, os contributos das exportações líquidas para o Gráfico 22 Indicadores de confiança

(saldos de respostas extremas; corrigidos de sazonalidade)

-40 -40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15

confiança dos consumidores confiança na indústria confiança nos serviços

2011

2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Inquéritos da Comissão Europeia a Empresas e Consumidores.

Nota: Os dados apresentados são calculados como desvios da média ao longo do período desde Janeiro de 1985, para a confi ança dos consumidores e a confi ança na indústria, e desde Abril de 1995, para a confi ança nos serviços.

crescimento trimestral do PIB foram positivos em cada trimestre, suportando assim a recuperação observada na área do euro ao longo deste período. Em termos globais, a dinâmica do comércio no ano até ao terceiro trimestre de 2011 refl ectiu, em larga medida, a expansão desigual da economia mundial. O crescimento do comércio intra- -área do euro e as importações de países fora da área do euro permaneceram bastante contidos à medida que a persistência da crise da dívida soberana afectava a procura da área do euro. As exportações extra-área do euro foram robustas, particularmente as destinadas à Ásia e à América Latina (ver Gráfi co 23), enquanto as exportações para a maioria das economias avançadas – incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido – se expandiram lentamente. O aumento dos volumes das exportações de bens extra-área do euro no ano até ao terceiro trimestre de 2011 foi generalizado a todas as principais categorias de

produtos. Em contraste, o aumento moderado dos volumes das importações fi cou a dever-se, em larga medida, aos bens intermédios (que também são utilizados como factores de produção em produtos exportados), enquanto as importações de bens de consumo diminuíram, devido ao fraco consumo privado na área do euro. A balança corrente do conjunto da área do euro manteve-se próximo do equilíbrio em 2011.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL AUMENTOU NOVAMENTE,

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