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OUTRAS ATRIBUIÇÕES E ACTIVIDADES

ESTATÍSTICAS

6 OUTRAS ATRIBUIÇÕES E ACTIVIDADES

Em 2011, o BCE adoptou 19 pareceres relativos a propostas de legislação da UE e 88 sobre propostas de legislação nacional, no domínio das suas atribuições. O presente Relatório Anual inclui, em anexo, uma lista dos pareceres adoptados em 2011 e no início de 2012. PARECERES RELATIVOS A PROPOSTAS DE LEGISLAÇÃO DA UE

Os pareceres do BCE emitidos a pedido do Conselho da União Europeia, do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu referiram-se, nomeadamente, a uma alteração do artigo 136.º do Tratado, a propostas de uma directiva e um regulamento para substituir a Directiva relativa aos requisitos de capital, e às regras aplicáveis às vendas a descoberto.

O parecer sobre uma proposta de alteração ao artigo 136.º do Tratado 22 (ver Capítulo 4)

reiterou o apelo do BCE para que se promova

um avanço signifi cativo na governação

económica da UEM e sublinhou a necessidade de estabelecer um regime permanente de gestão de crises que, em última instância, seja capaz de prestar apoio fi nanceiro temporário aos países da área do euro que vejam difi cultado o seu acesso aos mercados para fi nanciamento. O BCE sublinhou que o futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) teria de ser concebido cuidadosamente para que fi que protegido contra o risco moral (moral hazard). Embora reconhecendo que possa actuar como agente fi scal do MEE, o BCE observou que a proibição de fi nanciamento monetário constante do artigo 123.º do Tratado não permitiria que o MEE se tornasse uma contraparte do Eurosistema nos termos do artigo 18.º dos Estatutos do SEBC.

No parecer sobre as propostas de directiva e de regulamento para substituir a Directiva relativa aos requisitos de capital 23, o BCE demonstrou um

forte apoio à implementação atempada e efi caz dos acordos e das normas em matéria de liquidez de Basileia III (ver Secção 3 do Capítulo 3). O BCE apoiou plenamente o objectivo de procurar soluções para exposições ao risco identifi cadas previamente, através de actos delegados que

conferem à Comissão Europeia poderes para impor requisitos prudenciais mais rigorosos, quando necessário para lidar com alterações na intensidade dos riscos micro e macroprudenciais resultantes da evolução do mercado. O BCE recomendou que também fosse permitido às autoridades nacionais impor requisitos prudenciais mais rigorosos para fazer face a preocupações específi cas relativas à estabilidade fi nanceira no Estado-Membro em causa.

O parecer do BCE sobre uma proposta de regulamento relativo às vendas a descoberto e a certos aspectos dos swaps de risco de incumprimento 24 acolheu com agrado o novo

regime de transparência para as vendas de acções a descoberto e a notifi cação obrigatória de posições líquidas curtas signifi cativas em dívida soberana na UE ou de posições equivalentes não cobertas em swaps de risco de incumprimento (ver Secção 3 do Capítulo 3). O parecer também contém recomendações relativas a normas para a notifi cação e divulgação e mecanismos de partilha de informação. PARECERES SOBRE PROPOSTAS DE LEGISLAÇÃO NACIONAL

Houve um número signifi cativo de consultas por autoridades nacionais, muitas das quais sobre medidas relativas à estabilidade do mercado fi nanceiro, incluindo com relação à crise fi nanceira 25.

Diversos Estados-Membros consultaram o BCE sobre medidas de intervenção e resolução para instituições de crédito e fi nanceiras, algumas dando cumprimento a critérios estruturais ao abrigo de programas de apoio da UE/FMI. As propostas tinham como objectivo reforçar os poderes de supervisão na procura de soluções para instituições fi nanceiras em difi culdades, incluindo a possibilidade de transferência dos activos e passivos das instituições em

CON/2011/24. 22 CON/2012/5. 23 CON/2011/17. 24

Ver, por exemplo, CON/2011/21, CON/2011/39, CON/2011/45, 25

CON/2011/72, CON/2011/76, CON/2011/79, CON/2011/82, CON/2011/83, CON/2011/86, CON/2011/95 e CON/2011/103.

difi culdade para outra entidade, tal como um banco de transição (bridge bank). Também previam o estabelecimento de regimes para o fi nanciamento de medidas de resolução. Em relação à Grécia 26, o BCE acolheu com agrado o

estabelecimento de uma instituição de crédito transitória como ferramenta de resolução a ser inteiramente fi nanciada pelo Fundo Helénico de Estabilidade Financeira. O BCE também se congratulou com a responsabilidade do sector bancário pelo fi nanciamento de uma unidade de resolução estabelecida separadamente no Fundo Helénico de Garantia de Depósitos e Investimentos através de taxas especiais. Num outro parecer, o BCE apoiou o estabelecimento de um esquema de compensação para as instituições bancárias em difi culdades na Dinamarca 27. No contexto de propostas de

medidas de intervenção em caso de crise nos Países Baixos 28, o BCE teceu comentários sobre

um regime especial de expropriação para assegurar a estabilidade do sistema fi nanceiro, enfatizando que a expropriação pelo Estado de instituições em difi culdades deverá continuar a ser uma ferramenta para utilização em circunstâncias excepcionais e claramente defi nidas. O parecer sobre o quadro de resolução dos bancos portugueses 29 considerou o impacto

de se conceder privilégios creditórios aos créditos por depósitos garantidos. Os pareceres sobre garantias do Estado em apoio dos planos de reestruturação do Dexia 30 sublinharam a

necessidade de coordenação e consistência das respostas dos Estados-Membros à actual situação fi nanceira e dos critérios relativos às garantias do Estado para a dívida dos bancos. Diversas consultas relacionaram-se com o fi nanciamento e as funções dos sistemas de garantia de depósitos 31. O BCE acolheu com

agrado os mecanismos de fi nanciamento ex ante para o sistema de garantia de depósitos neerlandês, mas referiu que o enquadramento proposto incluía formas de pré-fi nanciamento pelo banco central incompatíveis com a proibição de fi nanciamento monetário.

O BCE também teceu comentários sobre desenvolvimentos importantes nas estruturas de supervisão do mercado fi nanceiro 32, e acolheu

favoravelmente a proposta para integrar a supervisão do mercado fi nanceiro no Lietuvos bankas. No que se refere à transferência de funções de supervisão para o Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique e o Lietuvos bankas ao abrigo dos respectivos projectos de lei, o BCE reconheceu os acordos

para o fi nanciamento das novas funções,

remetendo para o princípio da independência fi nanceira.

O BCE adoptou vários pareceres relativamente aos BCN, incluindo alterações aos estatutos dos BCN da Grécia, Áustria, Eslovénia, Malta,

Lituânia e Hungria 33. O BCE manifestou

preocupação relativamente à independência do banco central no contexto da nomeação, composição e atribuições da Comissão de Segurança Social do Bank of Greece. Em comentário à proposta de alteração da Lei do Oesterreichische Nationalbank, o BCE recomendou que os motivos de demissão dos membros do Conselho de Administração fossem plenamente alinhados com os Estatutos do SEBC. Em relação à Lituânia, o BCE considerou as alterações às regras de distribuição de lucros do Lietuvos bankas no que diz respeito à independência fi nanceira e ao fi nanciamento monetário. Nos seus pareceres relativos ao Magyar Nemzeti Bank 34, o BCE

expressou sérias preocupações relativamente à independência do banco central.

CON/2011/72. 26

CON/2011/45. Para desenvolvimentos relacionados, ver também 27 CON/2011/90. CON/2011/60. 28 CON/2011/83. 29

CON/2011/79, CON/2011/82 e CON/2011/85. 30

CON/2011/15, CON/2011/76 e CON/2011/86. 31

CON/2011/5 e CON/2011/46. 32

CON/2011/36, CON/2011/38, CON/2011/40, CON/2011/43, 33

CON/2011/46, CON/2011/91, CON/2011/99, CON/2011/104 e CON/2011/106.

CON/2011/104 e CON/2011/106. 34

Num parecer sobre um aumento da quota da Roménia no FMI 35, o BCE referiu-se ao princípio

da independência do banco central, de acordo com o qual um BCN incumbido do exercício dos direitos e obrigações resultantes da participação

do respectivo país no FMI toma decisões de forma totalmente independente no que diz respeito à gestão dos direitos de saque especiais.

CON/2011/102. 35

Caixa 9

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