• Nenhum resultado encontrado

REFORMAS NO ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL INTERNACIONAL

QUESTÕES INTERNACIONAIS

REFORMAS NO ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL INTERNACIONAL

A concepção e o funcionamento do sistema monetário internacional continuam a ser uma questão importante para a comunidade internacional. Em 2011, o fórum do G20 de economias avançadas e emergentes de importância sistémica, que inclui a UE, continuou a fomentar a cooperação internacional, com o objectivo de fazer face aos actuais desafi os económicos e fi nanceiros a nível mundial e de promover um crescimento mais forte, sustentável e equilibrado.

Na sua sexta cimeira, em Cannes em Novembro de 2011, os líderes do G20 deram seguimento aos compromissos assumidos aquando da reunião realizada em Pittsburgh em Setembro de 2009, onde lançaram um quadro para um crescimento forte, sustentável e equilibrado. O objectivo deste quadro consiste em facilitar a gestão da transição da resposta à crise para um padrão de crescimento mundial forte, sustentável e equilibrado. O quadro prevê um processo de avaliação mútua da articulação das políticas e enquadramentos de política nacionais e regionais dos membros do G20, bem como da sua coerência com o objectivo do quadro. Os líderes do G20 chegaram igualmente a acordo sobre um conjunto de conclusões destinadas a orientar a gestão dos fl uxos de capital, bem como sobre um plano de acção para os mercados obrigacionistas em moeda local. Além disso, em reconhecimento da importância crescente dos acordos de fi nanciamento regionais, o G20 acordou em princípios comuns de cooperação entre o FMI e os acordos de fi nanciamento regionais. Estas medidas destinaram-se a contribuir para um sistema monetário internacional mais estável e resiliente. Neste contexto, os debates incidiram também sobre a supervisão pelo FMI, os instrumentos de concessão de crédito do FMI, os recursos do FMI e o cabaz dos direitos de saque especiais (DSE) 3, bem como sobre os

esforços para avaliar a evolução da liquidez mundial e a análise dos impulsionadores da acumulação de reservas.

No seguimento do compromisso assumido pelos líderes do G20 na sua cimeira em Londres, em Abril de 2009, no sentido de aumentar os recursos à disposição de instituições fi nanceiras internacionais, os Novos Acordos de Empréstimo (New Arrangements to Borrow – NAB 4) entraram

em vigor em Março de 2011, após um processo de reforma e alargamento. A participação nos Novos Acordos de Empréstimo foi ampliada de 26 para 40 membros, sendo que o montante global destas linhas de crédito ao FMI aumentou de DSE 34 mil milhões para DSE 370 mil milhões. A maior parte dos acordos de empréstimo bilaterais ou notas promissórias assinados desde 2009 entre o FMI e os seus países-membros, num montante de aproximadamente DSE 180 mil milhões, deverá ser gradualmente incorporada nos Novos Acordos de Empréstimo. Em Novembro de 2011, o FMI concordou em introduzir novas alterações nos seus instrumentos de concessão de empréstimos a fi m de fazer face às necessidades de liquidez dos países com fundamentos sólidos que são afectados por contágio. Neste contexto, decidiu-se aumentar a fl exibilidade da Linha de Crédito Preventivo (Precautionary Credit Line – PCL) criada em Agosto de 2010, ao permitir que seja utilizada por membros com necessidades efectivas de balança de pagamentos e ao possibilitar o acesso a acordos com a duração de seis meses para além das opções já existentes de acordos com a duração de um ou dois anos. Dadas estas mudanças, a Linha de Crédito Preventivo foi redenominada Linha de Precaução e Liquidez (Precautionary and Liquidity Line – PLL 5).

Em 2011, o G20 e o Directório Executivo do FMI também trocaram impressões sobre a composição do cabaz de moedas que determina

O direito de saque especial (DSE) é uma unidade de conta 3

utilizada pelo FMI e outras instituições internacionais, bem como um direito potencial sobre as moedas livremente utilizáveis dos membros do FMI.

Os Novos Acordos de Empréstimo são acordos de concessão de 4

crédito entre o FMI e um grupo de países-membros e instituições que fornecem recursos suplementares ao FMI.

Os outros critérios de qualifi cação da Linha de Crédito 5

o valor do DSE. Afi rmou-se que a composição do cabaz deveria continuar a refl ectir o papel relativo das moedas no sistema de negociação e fi nanceiro mundial, e que os princípios orientadores da valorização dos DSE, incluindo a estabilidade em termos das principais moedas, continuavam a ser válidos, embora seja ainda necessária uma maior clarifi cação relativamente aos critérios de admissão ao cabaz. No actual cabaz de DSE composto por quatro moedas, a contribuição do euro foi fi xada em 1 de Janeiro de 2011 em €0.423, ou 37.4% do cabaz naquela data.

Em 2011, procedeu-se à análise trienal regular da supervisão, uma das actividades fundamentais do FMI. Este exercício tomou em linha de conta as lições a tirar da crise fi nanceira mundial no que respeita à supervisão e reviu os progressos alcançados desde 2008 (incluindo os novos relatórios respeitantes à repercussão de políticas mencionados mais acima). Decidiu-se que o quadro de supervisão deveria ser mais integrado, equitativo e efi caz, de modo a poder mais facilmente identifi car e fazer face aos riscos para a estabilidade económica e fi nanceira, incluindo os riscos de repercussão.

2 COOPERAÇÃO COM PAÍSES NÃO

PERTENCENTES À UE

À semelhança de anos anteriores, o Eurosistema organizou seminários e encontros de trabalho com bancos centrais não pertencentes à UE com o objectivo de fomentar o diálogo de política. O BCE também participou activamente, juntamente com a Comissão Europeia, no diálogo macroeconómico da UE com as principais economias dos mercados emergentes e com países vizinhos da UE. Além disso, a cooperação técnica proporcionada pelo Eurosistema continuou a ser um importante instrumento para o reforço da capacidade administrativa dos bancos centrais fora da UE, particularmente nas regiões suas vizinhas, e para um melhor cumprimento dos padrões europeus e internacionais.

Outline

Documentos relacionados