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Distribuição do risco em derivados OTC por áreas geográficas

No documento Relatório Anual 5. l 05 (páginas 147-151)

Espanha 20,4% Reino Unido 17,6% Resto Europa 31,2% América Latina 11,8% Estados Unidos 18,2% Outros 0,8% Total 100,00% Rating % AAA 0,6% AA 55,9% A 31,8% BBB 8,6% BB 3,0% B 0,1% Sem rating 0,0% Total 100,0% 122-160 Riesgos BR.qxd 4/7/06 12:57 Página 143

4.2 Metodologias

Atividade de negociação

A metodologia padrão aplicada no exercício de 2005, no âmbito do Grupo Santander para a atividade de

negociação, é o Valor em Risco (VaR). Utiliza-se como base o padrão de Simulação Histórica com um nível de confiança de 99%, bem como um horizonte temporal de um dia e foram aplicados ajustes estatísticos que nos permitiram incluir de forma rápida e eficaz os acontecimentos mais recentes que condicionam os níveis de riscos assumidos. Adicionalmente, em função da dimensão ou natureza das carteiras que assim o exija, o Grupo vem aplicando outras metodologias, como simulação de Montecarlo e modelos paramétricos.

O VaR não é a única medida. Este é utilizado devido à sua facilidade de cálculo e pela sua boa referência do nível de risco em que o Grupo incorre, mas, ao mesmo tempo, estão sendo colocadas em prática outras medidas que nos permitem ter um maior controle dos riscos em todos os mercados onde o Grupo participa.

No âmbito destas medidas está a Análise de Cenários, que consiste em definir cenários do comportamento de

diferentes variáveis financeiras e obter o impacto nos resultados ao aplicá-los sobre as atividades. Estes cenários podem replicar fatos ocorridos no passado (como crises) ou, pelo contrário, podemos determinar cenários plausíveis que não correspondem a eventos passados. No mínimo, são definidos três tipos de cenários: plausíveis, severos e extremos, obtendo, em conjunto com o VaR, um espectro muito mais completo do perfil de riscos.

Da mesma forma, é efetuado um acompanhamento diário das posições, realizando um controle exaustivo das mudanças que ocorrem nas carteiras com o objetivo de detectar as eventuais incidências que possam ocorrer para a sua imediata correção. A elaboração diária da conta de resultados é um excelente indicador de riscos, na medida em que nos permite ver e detectar a incidência que tenha tido variações nas variáveis financeiras ou nas carteiras. Por fim, para o controle das atividades de derivados e gestão de crédito, devido ao seu caráter atípico, são realizadas diariamente medidas específicas. No primeiro caso, referimo-nos às sensibilidades aos movimentos de preço do subjacente (delta e gamma), da volatilidade (vega) e do tempo (theta). No segundo, são controladas medidas tais como a sensibilidade ao spread, “jump-to-default”, concentrações de posições por nível de rating etc.

Gestão de Balanço

Risco de Juros

O Grupo realiza análises de sensibilidade da Margem Financeira e do Valor Patrimonial perante variações das taxas de juro. Esta sensibilidade está condicionada pelas defasagens nas datas de vencimento e de revisão das taxas de juros dos diferentes conceitos do balanço.

As carteiras direcionais, por sua natureza puramente direcional, são responsabilidade do Tesoureiro, enquanto no caso da Gestão de Balanço é a Gestão Financeira que, com base nas deliberações tomadas nos ALCOs, realiza a gestão. Em função do posicionamento da taxa de juros do balanço, considerando a situação e perspectivas do mercado, são acordadas as medidas financeiras para adequar o referido posicionamento ao desejado pelo Banco. Estas medidas podem incluir desde a tomada de posições em mercados até à definição das características de taxa de juros dos produtos comerciais. Esta atividade adquire especial importância nas conjunturas de taxas de juros baixas como as atuais, quando as margens do sistema bancário comercial são pressionadas a baixar.

As medidas usadas pelo Grupo para o controle do risco de juros nestas atividades são o gap de taxas de juro, as sensibilidades da margem financeira e do valor patrimonial a variações nos níveis de taxas de juros, a duração dos recursos próprios, o Valor em Risco (VaR) e a análise de cenários.

a) Gap de Taxas de Juros de Ativos e Passivos

A análise de gaps de taxas de juros trata as defasagens entre os prazos de reavaliação de massas patrimoniais nos conceitos, tanto do balanço (ativo e passivo) como das contas de ordem (fora de balanço). Disponibiliza uma representação básica da estrutura do balanço e permite detectar concentrações de risco de juros nos diversos prazos. Além disso, é uma ferramenta útil para as

estimativas de eventuais impactos de possíveis movimentos nas taxas de juros sobre a Margem Financeira e sobre o Valor Patrimonial da entidade.

Todas as massas do balanço e fora de balanço devem ser desagrupadas nos seus fluxos e colocadas no ponto do novo preço/vencimento. Para o caso das massas que não apresentam um vencimento contratual, é utilizado um modelo interno de análise e estimativa para as durações e sensibilidades das mesmas.

b) Sensibilidade da Margem Financeira (NIM)

A sensibilidade da Margem Financeira mede a mudança nas rendas esperadas para um prazo determinado (12 meses) face a um deslocamento da curva das taxas de juros.

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O cálculo da sensibilidade da Margem Financeira é realizado por meio da simulação da margem, tanto para um cenário de movimento da curva de taxas como para o cenário atual, sendo a sensibilidade a diferença entre ambas as margens calculadas.

c) Sensibilidade do Valor Patrimonial (MVE) A sensibilidade do Valor Patrimonial é uma medida complementar à sensibilidade da Margem Financeira. Mede o risco de juros implícito no Valor Patrimonial (Recursos Próprios) sobre a base da incidência que tem uma variação das taxas de juros nos valores atuais dos ativos e passivos financeiros.

d) Valor em Risco (VaR)

Para a atividade de Balanço e Carteiras de Investimento é calculado o Valor em Risco com o mesmo padrão da Negociação: Simulação Histórica com um nível de confiança de 99% e um horizonte temporal de um dia. Foram aplicados ajustes estatísticos que permitem englobar de forma eficaz e rápida os acontecimentos mais recentes que condicionam os níveis de riscos assumidos.

e) Análise de cenários

São estabelecidos dois cenários do comportamento das taxas de juro: máxima volatilidade e crise repentina. Estes cenários são aplicados sobre as atividades sob análise, sendo obtido o impacto no Valor Patrimonial assim como as projeções de margem financeira para o ano.

Risco de Liquidez

O risco de liquidez está associado à capacidade do Grupo para financiar os compromissos adquiridos a preços de mercado razoáveis, assim como para por em andamento os seus planos de negócio com fontes de financiamento estáveis. O Grupo realiza uma vigilância permanente de perfis máximos de defasagem temporal.

As medidas utilizadas para o controle do risco de liquidez na Gestão de Balanço são o gap de liquidez, quocientes de liquidez, cenários de stress e planos de contingência. a) Gap de Liquidez

O gap de Liquidez proporciona informação sobre as entradas e saídas de caixa contratuais e esperadas para um determinado período, em cada uma das moedas em que o Grupo opera. Mede a necessidade ou o excesso líquido de fundos em uma data e reflete o nível de liquidez mantido em condições normais de mercado.

São realizados dois tipos de análise do gap de Liquidez: 1.- Gap de Liquidez contratual: São analisadas todas as

massas dentro e fora do balanço, sempre que envolvam fluxos de caixa, colocadas no seu ponto de vencimento contratual.

Para os ativos e passivos sem vencimento contratual utiliza-se um modelo interno de análise, baseado no estudo estatístico da série histórica dos produtos, e determina-se o que denominamos de saldo estável e instável para efeitos de liquidez.

2.- Gap de Liquidez Operacional: Constitui uma visão de cenário em condições normais do perfil de liquidez, porque os fluxos dos preceitos de balanço são

colocados no ponto de liquidez provável e não no ponto de vencimento contratual. Nesta análise, a definição do cenário de comportamento (renovação de passivos, descontos em vendas de carteiras, renovação de ativos, etc.) constitui o ponto fundamental.

b) Coeficiente de Liquidez

O Coeficiente de Liquidez compara os ativos líquidos disponíveis para venda ou cessão (uma vez aplicados os descontos e ajustes pertinentes) com o total dos passivos exigíveis (incluindo contingências). Demonstra, por moeda não-consolidável, a capacidade de resposta imediata que a instituição tem face aos compromissos assumidos. A Liquidez Líquida Acumulada fica definida pelo gap acumulado a 30 dias, obtido do gap de liquidez modificado. O gap de liquidez contratual modificado é elaborado partindo do gap de liquidez contratual e colocando os ativos líquidos no ponto de liquidação ou cessão e não no seu ponto de vencimento.

c) Análise de cenários/ Plano de Contingência

A gestão de liquidez do Grupo Santander está centrada na adoção de todas as medidas necessárias para prevenir uma crise. Nem sempre é possível prever as causas de uma crise de liquidez; por isso, os planos de contingência baseiam-se em modelar crises em potencial por meio da análise de diferentes cenários, na identificação dos tipos de crises, nas comunicações internas e externas e nas responsabilidades individuais.

O Plano de Contingência cobre o âmbito de direção de uma unidade local e da sede central. Ao primeiro sinal de crise, especifica linhas claras de comunicação e recomenda uma vasta gama de respostas face a diferentes níveis de crise.

Considerando que as crises podem evoluir numa base local ou global, exige-se que cada unidade local prepare um Plano de Contingência de Financiamento, indicando o montante que poderia ser, eventualmente, exigido como ajuda ou financiamento a partir da unidade central durante uma crise. O Plano de Contingência de cada unidade local deve ser comunicado à unidade central (Madri) pelo menos semestralmente, a fim de ser revisado e atualizado. Porém, sempre que as circunstâncias dos mercados assim o aconselhem, estes planos devem ser atualizados em intervalos menores.

Gestão de Risco

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Risco de Câmbio Estrutural. Cobertura de Resultados. Renda Variável Estrutural.

O acompanhamento destas atividades é realizado por meio de medidas de posição, VaR e resultados.

Medidas complementares

Medidas de calibração e comparação

As provas de comparação, “a posteriori” ou back-testing, constituem uma análise comparativa entre os cálculos do Valor em Risco (VaR) e dos resultados diários “limpos” (resultado das carteiras do fim do dia anterior avaliadas aos preços do dia seguinte), Estes testes visam verificar e proporcionar uma medida da precisão dos modelos utilizados para o cálculo do VaR.

As análises de back-testing que são realizadas no Grupo Santander cumprem, no mínimo, as recomendações do BIS em matéria de comparação dos sistemas internos utilizados na medição e gestão dos riscos financeiros. Adicionalmente, no back-testing são efetuados testes de hipóteses: testes de excessos, testes de normalidade, Spearman rank correlation, medidas de excesso médio etc.

São calibrados e comprovados os modelos de avaliação de forma regular por uma unidade especializada.

Coordenação com outras áreas

Diariamente, está sendo realizado um trabalho conjunto com outras áreas que permite atenuar o risco operacional. Fundamentalmente, isto envolve a conciliação de posições, riscos e resultados.

Benchmarking

Em função da periodicidade de publicação de informações pelos reguladores locais, é efetuado um estudo

comparativo da posição do Banco relativamente aos seus principais concorrentes e do sistema.

Perfil Vencimento da dívida

A cada 15 dias é realizada uma análise do perfil de vencimento dos títulos que há em carteira (negociação e investimento) para conhecer em que prazos existe maior concentração de fluxos de caixa.

4.3 Sistema de Controle

Definição de Limites

O processo de fixação de limites tem lugar junto com o exercício de realização do orçamento e é o instrumento utilizado para estabelecer o patrimônio disponível de cada

atividade. O estabelecimento de limites é concebido como um processo dinâmico que responde ao nível de risco considerado aceitável pela Alta Direção.

Objetivos da estrutura de limites

A estrutura de limites visa, entre outras, as seguintes finalidades:

• Identificar e delimitar, de forma eficiente e compreensível, os principais tipos de Riscos Financeiros assumidos, de modo que sejam consistentes com a gestão do negócio e com a estratégia definida.

• Quantificar e comunicar às áreas de negócio os níveis e o perfil de risco que a Alta Direção considera assumíveis, para evitar que se incorra em riscos não-desejados. • Dar flexibilidade às áreas de negócio na assunção de

riscos financeiros de forma eficiente e oportuna segundo as mudanças no mercado, nas estratégias de negócio, e sempre dentro dos níveis de risco que forem considerados aceitáveis.

• Permitir aos geradores de negócio uma tomada de riscos prudente, mas suficiente para alcançar os resultados orçados.

• Delimitar o âmbito de produtos e subjacentes em que cada unidade de Tesouraria possa operar, tendo em conta características como o modelo e sistemas de avaliação, a liquidez dos instrumentos envolvidos etc.

4.4 Riscos e resultados em 2005

A. Atividade de Negociação

Análise quantitativa do VaR no ano

A evolução do risco do Grupo relativo à atividade de negociação nos mercados financeiros durante 2005, quantificado através do VaR, é expressa no gráfico superior da página seguinte.

O VaR total das carteiras de negociação do Grupo começou o ano com a incorporação das posições do Abbey. Embora estas apresentassem um VaR de 9,6 milhões de euros, o VaR total teve um aumento menor, de 4 milhões de euros para18,3 milhões de euros, devido ao efeito da

diversificação.

Ao longo do ano, o VaR reportado foi condicionado pela reclassificação das carteiras devido a mudanças na contabilidade (BICs), embora isso não se tenha traduzido num aumento efetivo do risco ao nível do Grupo. Este processo se intensificou no final do ano, devido às transferências realizadas nas unidades do México (19 de

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* Banesto não está incluído no VaR do Grupo relativo à atividade de negociação. 122-160 Riesgos BR.qxd 4/7/06 12:57 Página 146

dezembro) e Brasil (30 de dezembro), a partir das carteiras de tesouraria proprietária até as de negociação. São posições em derivados de renda fixo (swaps de taxas de juros, principalmente), que por NICs serão contabilizadas pelo valor de mercado (Marked-to-Market).

As transferências referidas conduziram a um perfil de VaR na atividade de negociação superior ao assumido nos últimos anos. Não obstante, em termos relativos e em comparação com outros grupos financeiros, pode-se dizer que o Grupo continua mantendo um perfil de risco de negociação médio/baixo. A gestão dinâmica do mesmo permite ao Grupo adotar mudanças de estratégia para aproveitar oportunidades numa conjuntura de incerteza. O nível de risco máximo (27 milhões de euros, medido em termos de VaR) foi alcançado no fim do ano, em

conseqüência da referida reclassificação de posições no Brasil. Os níveis mínimos (17,4 milhões de euros) foram alcançados em 25 de janeiro, em conseqüência,

principalmente, da redução das posições de taxas de juros no México. O risco médio no ano ficou em 19,3 milhões de VaR.

O seguinte histograma descreve a distribuição de freqüências que teve o risco medido em termos de VaR durante 2005. Pode se observar a acumulação de dias

com níveis entre 18 e 21,5 milhões de euros (92,9%). Os 3,7% de dias com risco superior a 23 milhões

concentram-se em dezembro e são explicados pelas transferências referidas de posições no México e Brasil.

Gestão de Risco

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