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Resumo do exercício de

No documento Relatório Anual 5. l 05 (páginas 77-79)

O Grupo Santander desenvolveu a sua atividade em um cenário no qual a economia mundial manteve taxas de crescimento um pouco superiores a 4%. Os EUA e os países asiáticos emergentes, liderados pela China, foram novamente as áreas mais dinâmicas. A América Latina, que apresenta três anos de crescimento sólido, e o Leste Europeu

beneficiaram-se desta expansão. Também merece destaque a

consolidação da recuperação do Japão e os melhores sintomas apresentados pela zona do euro. A continuidade desta expansão mantém como principais riscos os relacionados ao déficit externo dos EUA, o mercado do petróleo, a situação do mercado imobiliário de algumas economias e a confiança dos consumidores. A economia dos EUA apresenta um crescimento de 3,5% em 2005, mostrando indicadores que apontam para taxas superiores a 4% para o início de 2006. A Reserva Federal continuou subindo a taxa oficial, até situá-la nos 4,5%, sendo provável que a tendência prossiga, levando em consideração a solidez econômica. A América Latina apresenta um crescimento de 4%, finalizando o ano com novos sinais de vitalidade e melhora da inflação no México e no Brasil, o que deu margem às novas baixas das taxas de juros. As taxas de câmbio subiram, baseadas em um contexto internacional positivo e na sólida posição externa das principais economias.

A zona do euro cresceu 1,4% no ano, embora os dados de confiança empresarial, a situação do mercado profissional e a situação das empresas

apontem para uma nova aceleração nos primeiros meses de 2006. A inflação, promovida pelos preços da energia, atingiu 2,4%, superior ao objetivo inicial de 2%. É prevista uma nova alta da taxa oficial, que dê seqüência às realizadas em novembro de 2005 (2,25%) e em fevereiro de 2006 (2,50%). O câmbio do euro face ao dólar desvalorizou 13% no ano, fechando o exercício em 1,18 dólares/euro.

Na Espanha, o PIB registrou um crescimento de 3,4% no ano, dois pontos acima da zona do euro, um comportamento que foi promovido pelo consumo, pela construção e pelo investimento em equipamento, que compensam o aporte negativo do setor externo. As perspectivas apontam para uma estabilização nestes ritmos, embora a inflação (4,2% em janeiro) e o desequilíbrio externo continuem a ser elevados. No Reino Unido, a atividade consolidou a ligeira revitalização apontada após o verão (crescimento de 2,5% trimestral anualizado no 4º trimestre de 2005) graças ao consumo, com um setor imobiliário também mais firme. A inflação se mantém perto dos 2%, enquanto a taxa oficial do Banco da Inglaterra continua nos 4,5%, após a baixa de 0,25 p.p. de agosto.

No que se refere às taxas de câmbio, estas tiveram um impacto positivo de, aproximadamente, quatro pontos porcentuais, tanto nos resultados como no balanço, devido à valorização da maior parte das moedas latino-americanas. As demonstrações financeiras de 2005 que são comentadas a seguir foram elaboradas de acordo com os critérios das novas Normas

Internacionais de Informação Financeira (NIIF). Para permitir a sua comparação com os períodos anteriores, as demonstrações financeiras de 2004 foram novamente elaboradas aplicando a nova regulamentação. Na nota 2 das Contas Anuais deste Relatório estão incluídas notas explicativas com os princípios de contabilidade e critérios de avaliação aplicados.

Neste capítulo do Relatório Anual, os dados de resultados e balanço do Grupo, assim como os seus detalhes, são apresentados com e sem o Abbey, com as suas

correspondentes evoluções interanuais. Os comentários são realizados, na maior parte, sobre os dados sem o Abbey, posto que ao serem realizados sobre um padrão equivalente proporcionam uma visão mais correta da evolução do Grupo.

Em 2005, o Grupo Santander expandiu o seu negócio, aumentando muito os resultados ordinários, avançou na integração do Abbey, desenvolveu projetos globais e abordou iniciativas que reforçam a posição do Grupo para enfrentar desafios futuros.

Os aspectos fundamentais do ano foram:

• O Grupo Santander obteve um lucro atribuído recorde de 6,22 bilhões de euros, 72,5% superior ao de 2004. Esse resultado é o maior alcançado na história por uma empresa espanhola.

• Este aumento abrange, por um lado, o efeito da incorporação do Abbey, 811 milhões de euros e, por outro, a contabilização do montante líquido dos ganhos e reestruturações extraordinárias realizadas em 2005, que têm um impacto no lucro atribuído de 1,008 bilhão de euros. Excluindo ambos, o lucro atribuído ordinário do Grupo Santander chega a 4,401 bilhões de euros, com um aumento de 22%.

• Os ganhos resultam da venda de participações no The Royal Bank of Scotland, Unión Fenosa e Auna. Conjuntamente, chegam a um montante bruto de 2,229 bilhões de euros. Desse valor, 658 milhões destinaram-se à amortização antecipada dos encargos de reestruturação do Abbey e 608 milhões a

aposentadorias antecipadas.

• Após a incorporação do Abbey, o conjunto da Europa obtém um lucro de 3,795 bilhões de euros (68% das áreas operacionais), enquanto a América Latina registra 1,776 bilhão de euros (32%).

* Os resultados demonstraram uma tendência crescente no exercício. As taxas de variação aumentam trimestre

a trimestre em receitas e margem de exploração, que fecham (sem o Abbey) com os maiores aumentos do ano, 14% e 18%, respectivamente.

• Este aumento da margem de exploração é sólido e diversificado. Ocorre em todas as áreas, na sua dupla visão geográfica e por negócios, apoiado na força comercial das mesmas. Os créditos crescem 24% e os recursos de clientes geridos 20% (incluindo o Abbey, os crescimentos são de 18% e 14%, respectivamente). • Os principais quocientes de gestão evoluem

favoravelmente no exercício.

• Melhoria de dois pontos porcentuais no quociente de eficiência sem o Abbey, de 52,0% para 50,0%

(incluindo amortizações). Todas as grandes unidades da Europa e América melhoraram acentuadamente no ano. Com o Abbey, que também melhora a sua eficiência em 2005, o quociente fica em 52,5%. • A taxa de inadimplência registra mínimos históricos

(0,89% face a 1,00% em dezembro de 2004) e a cobertura aumenta 16 pontos percentuais, até os 182%.

• Os quocientes de capital melhoram no ano, atingindo um core capital de 6,05% no fim do exercício. • A rentabilidade dos fundos próprios (ROE) chega a

16,6%, considerando o lucro ordinário, ou em 19,9%, considerando o lucro total. A sua comparação com 2004 é afetada pelo aumento do capital realizado no fim do referido ano em relação à aquisição do Abbey, embora a sua evolução em 2005 tenha sido positiva, melhorando trimestre a trimestre.

• A força demonstrada pelo Grupo permite aumentar o lucro por ação e o dividendo de forma notável no primeiro ano após a aquisição do Abbey.

• O lucro por ação atinge a 0,9967 euros, o que representa um aumento de 36,8%. Considerando o lucro ordinário, o aumento é de 14,7%.

• Em consonância com estes resultados, o dividendo por ação com débito aos resultados do exercício, proposto pelo Conselho de Administração à Assembléia Geral de Acionistas é de 0,4165 euros, 25% superior ao de 2004. Este dividendo traduz um pay-out de 49,98% do lucro ordinário, em consonância com a política de remuneração do Grupo, e equivale a uma rentabilidade de 4,21% sobre o preço médio da ação em 2005.

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Abordando a evolução dos negócios, no nível principal de segmentação ou geográfico, apresentam-se quatro segmentos: três áreas operacionais e Gestão Financeira e Participações. As áreas operacionais englobam a totalidade dos negócios que o Grupo desenvolve nas mesmas, sendo: Europa Continental, Reino Unido e América Latina.

Em 2005, a Europa Continental apresenta uma evolução sólida, o Abbey ultrapassa os seus objetivos para o ano e a América Latina mantém os elevados ritmos de

crescimento de atividade e resultados, principalmente no negócio com clientes.

A Europa Continental, responsável por 54% do lucro atribuído das áreas operacionais do Grupo, registra no ano um notável aumento das receitas face à evolução positiva da margem de intermediação, custos quase planos e menores necessidades de saneamentos devido ao efeito que a elevada qualidade do risco teve na aplicação das NIIF (Normas Internacionais de Informação Financeira). Tudo isso envolve crescimentos de 11,2% na margem ordinária, de 19,8% na margem de exploração e o aumento do lucro atribuído para 2,984 bilhões de euros, com uma alta de 38,2% face a 2004. Estes resultados apóiam-se nos crescimentos de todas as unidades de banco comercial (Rede Santander, Banesto, Santander Consumer Finance, Portugal e Banif), assim como de gestão de ativos e seguros, bem como no banco de grandes clientes. O Reino Unido (Abbey) aportou ao Grupo, em seu primeiro exercício, um lucro atribuído de 811 milhões de euros (555 milhões de libras), o que representa 14% das áreas operacionais. Além disso, as receitas e os lucros aumentam trimestre a trimestre.

Para 2005, o Abbey tinha três objetivos prioritários: estabilização das receitas recorrentes, economia de 150 milhões de libras e melhoria das vendas e produtividade comercial. Todos eles foram ultrapassados: as receitas recorrentes aumentaram 4%, os custos objetivo foram reduzidos em 224 milhões de libras e os principais produtos melhoraram suas produções face a 2004. A América Latina obteve em 2005 um lucro atribuído de 1,776 bilhão de euros (32% do obtido pelas áreas operacionais do Grupo), com um aumento de 20,8% em relação a 2004. Este crescimento se apóia no forte impulso da atividade e no notável aumento das receitas comerciais nos últimos trimestres, que ultrapassam amplamente o aumento dos custos de expansão da atividade. Em dólares, a sua moeda de gestão, a margem de exploração aumenta 31,8% e o lucro atribuído atinge os 2,208 bilhões de dólares (+21,0%).

Estes crescimentos são generalizados em receitas, margem de exploração e lucro. Assim, a margem de exploração, tanto nos três grandes países como no conjunto de “outros países” e Santander Private Banking, aumentam mais de 20%. Este crescimento é obtido com uma forte melhoria da eficiência e evolução positiva da qualidade do crédito. Para o conjunto da região o quociente de inadimplência passa de 2,94%, em 2004, para 1,91 % em 2005, enquanto a cobertura sobe de 155% para 183%.

No nível secundário ou por negócios distinguimos entre Banco Comercial, Gestão de Ativos, Seguros e Banco de Grandes Clientes Global, cuja soma equivale à das três áreas operacionais geográficas do nível principal. O negócio de Banco Comercial, que representa 84% do total de receitas das áreas operacionais e 78% do resultado, antes de impostos, apresentou uma evolução positiva no ano. Sem contar com o aporte do Abbey, o resto do banco comercial do Grupo apresenta em 2005 um crescimento de 26,1% na margem de exploração e de 38,2% no resultado, antes de impostos. Na Europa Continental o aumento foi de 21,3% na margem de exploração e de 39,1% no resultado, antes de impostos. Na América Latina, os crescimentos, em euros, são de 38,2% e 36,2%, respectivamente, impulsionados pela aceleração do negócio com clientes nos principais mercados.

Em 2005, a Gestão de Ativos e Seguros avançou para a sua consolidação como negócio global. Assim, unificou a marca comercial das gestoras em todos os países e mercados onde opera, passando a designar-se

Santander Asset Management, e criou a Unidade Global de Seguros, que integra a atividade na Espanha e América Latina. Com ambas as iniciativas, acrescenta-se o

conhecimento dos mercados e das necessidades locais às capacidades globais do Grupo na gestão e

desenvolvimento de produtos de alto valor agregado. O segmento obteve um resultado, antes de impostos, de 688 milhões de euros, valor que representa 9% do total das áreas operacionais, com um crescimento, sem incluir o Abbey, de 37,2% face a 2004. O total de receitas obtidas nos produtos geridos a partir deste segmento (fundos de investimento, de pensões e seguros) chegou a 3,696 bilhões de euros, 62,9% acima do valor de 2004 (sem considerar o Abbey: +20,3%).

O Banco de Grandes Clientes Global obteve no ano um resultado, antes de impostos, de 1,069 bilhão de euros (13% das áreas operacionais), depois de um aumento de 21,9%. As receitas crescem 9,2% en relação a 2004,

Relatório financeiro consolidado

No documento Relatório Anual 5. l 05 (páginas 77-79)