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Fontes do Direito Europeu Considerações pontuais

e os instrumentos de controle da corrupção Brief appointments on the european legal system

3.  Fontes do Direito Europeu Considerações pontuais

A ordem jurídica da União Europeia possui características que a tornam especial, tendo em vista que ela é distinta da ordem jurídica interna e tam- bém da ordem jurídica internacional. Essa divide-se em Direito Originário e Direito Derivado.

O Direito Originário constitui-se na primeira fonte do direito da União Europeia e serve de parâmetro para validar outras regras. Os Tratados institutivos12 são a espinha dorsal do Direito Originário, constituindo fonte

direta e primária do direito da União Europeia, os quais fixam a divisão de poderes entre a União e os Estados.

Registre-se que a ordem jurídica da União Europeia funda-se em dois tratados, o TUE13 e o TFUE14, com suas alterações, em especial aquelas

feitas pelo Tratado de Lisboa,15 os quais se constituem na base fundamental

e encontram-se no topo da hierarquia do Direito da União Europeia. O Tratado de Lisboa estabeleceu uma nova arquitetura institucional, com alterações no Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Comissões, Tribunal de Justiça da União, sendo, por conseguinte, um tratado de destaque dentro do bloco. Institui-se uma hierarquia de normas e atos da União, com o critério distintivo dos atos que são de natureza legislativa e os de natureza não legislativa, dentre outras alterações. No referido tratado 12 Englobam todos os Tratados originários. (Tratado de Paris, Tratados de Roma, Tratado

de Fusão, Ato Único Europeu, Tratado de Maastrich, Tratado de Amsterdã, Tratado de Nice, Tratado de Lisboa). Leia mais em: <https://www.webartigos.com/artigos/os-tratados- constitutivos-da-uniao-europeia-breve-analise/74168#ixzz53jnUYGeZ>.

13 O Tratado de Maastricht alterou os tratados europeus anteriores e criou uma União

Europeia assente em três pilares: as Comunidades Europeias, a política externa e de segurança comum (PESC) e a cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos (JAI). Tendo em vista o alargamento da União, o Tratado de Amsterdã introduziu as adaptações necessárias a um funcionamento mais eficaz e democrático da União.

14 O antigo TCE, assinados em 25 de março de 1957 em Roma, foi renomeado para Tratado

sobre o funcionamento da União Europeia (TFUE) com o Tratado de Lisboa.

15 O Tratado de Lisboa, também conhecido como Tratado Reformador é um tratado que

foi assinado pelos Estados-membros da União Europeia (UE), em 13 de dezembro de 2007, e que reformou o funcionamento da União em 1º de dezembro de 2009, quando entrou em vigor. Ele emenda o Tratado da União Europeia (TUE, Maastricht; 1992) e o Tratado que estabelece a Comunidade Europeia (TCE, Roma; 1957). Neste processo, o TCE foi renomeado para Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).

houve também o reconhecimento dos direitos, liberdades e princípios contidos na CDFUE16, de 07 de dezembro de 2000, com as adaptações que

lhe foram introduzidas em 12 de dezembro de 2007, em Estrasburgo, que possui o mesmo valor jurídico que os Tratados.

A vigência dos Tratados, fixada como ilimitada, está preconizada no artigo 53º17 do TUE e no artigo 356º18 do TFUE.

Por sua vez, os Princípios Gerais de Direito possuem importante papel no ordenamento jurídico europeu, pois são aplicados de forma reiterada nos julgados do Tribunal de Justiça da União Europeia. A interpretação e aplicação dos Tratados não dispensa a utilização dos Princípios Gerais de Direito, cuja função são de referência de legalidade, integrativas do Direito Originário e do Direito Derivado.

O Direito Derivado é constituído pelos atos unilaterais19 e pelos acordos20.

O TFUE, em seu artigo 288º,21 preconiza que para exercerem as competências

da União, as instituições adotam regularmente, diretivas, decisões, recomenda-

16 Disponível em: <http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=

CELEX:12016P/TXT&from=PT>. Acesso em: 31 jan. 2018.

17 Artigo 53º: O presente Tratado tem vigência ilimitada. Disponível em: <http://eur-

-lex.europa.eu/resource.html?uri=cellar:9e8d52e1-2c70-11e6-b497-01aa75ed71a1.0019.01/ DOC_2&format=PDF> e <https://europa.eu/european-union/sites/europaeu/files/docs/ body/treaty_of_amsterdam_pt.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2018.

18 Artigo 356º: O presente Tratado tem vigência ilimitada. Disponível em: <https://www.

parlamento.pt/europa/Documents/Tratado_Versao_Consolidada.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2018.

19 Os actos unilaterais são sobretudo os referidos no artigo 288º do Tratado sobre o

Funcionamento da UE: regulamentos, directivas, decisões, pareceres e recomendações. Há ainda actos específicos que se baseiam em Tratados anteriores: por exemplo, no domínio penal algumas «decisões-quadro» continuam em vigor (apesar terem sido adoptadas antes da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, num período em que a cooperação judiciária e policial em matéria penal tinha um estatuto específico – pode encontrar mais informações sobre esta questão seguindo a ligação sínteses – matéria penal até Novembro de 2009). Os actos juridicamente vinculativos adoptados nos termos do processo legislativo (como os regulamentos, directivas e decisões-quadro) são designados actos legislativos ou «legislação». Disponível em: <https://e-justice.europa.eu/content_eu_law-3-pt.do>. Acesso em: 31 jan. 2018.

20 Os acordos incluem: acordos ou convenções internacionais assinadas pela Comunidade

ou pela União Europeia e um país ou organização exteriores à UE, acordos entre Estados- Membros e acordos interinstitucionais celebrados por várias instituições da UE. Disponível em: <https://e-justice.europa.eu/content_eu_law-3-pt.do>. Acesso em: 31 jan. 2018.

21 Art. 288: Para exercerem as competências da União, as instituições adoptam regula-

ções e pareceres. Sendo assim, se faz necessário, mesmo que brevemente,

conceituá-los. O regulamento, conforme definição extraída do §2º, do artigo 288º do TFUE, tem caráter geral. É obrigatório em todos os seus elementos

e diretamente aplicável em todos os Estados-membros; A diretiva, conforme

definição do §3º, do TFUE, vincula o Estado-membro destinatário quanto ao

resultado a alcançar, deixando, no entanto, às instâncias nacionais a competência quanto à forma e aos meios; Já a decisão, conforme definição do §4º, do artigo

288º TFUE, é obrigatória em todos os seus elementos. Quando designa destinatários

só é obrigatória para estes; e por fim, as recomendações e pareceres são atos

não vinculativos, dentro da sistemática proposta.

Sem dúvida, a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia exerce função primordial e essencial na interpretação e aplicação do direito da União Europeia, como será demonstrado. A Jurisprudência possui métodos interpretativos, tais quais, subjetivista,22 textual,23 teleológico24

ou funcional e o sistemático.25

Sem qualquer pretensão exauriente sobre o tema acima, trata-se da relação entre as ordens jurídicas vigentes.

4.  As relações entre o direito da União Europeia e os dos Estados-

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