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Coordenador de simpósio: Maria Helena Santos e Carla Cerqueira

Email: mhelena.rc.santos@gmail.com

Resumo do simpósio: Reconhecendo a relevância do Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia, propomos um simpósio centrado nos estudos de género e nas carreiras profissionais. Procuramos evidenciar a persistência de uma assimetria de género, sendo esta visível quer nas escolhas efetuadas, quer em termos da ascensão profissional. Os lugares de topo, na hierarquia profissional, ainda são maioritariamente ocupados por homens, nomeadamente na área académica, mesmo quando se coloca a tónica na mobilidade científica, e na política. Os estudos apresentados neste simpósio ressaltam a retórica da meritocracia como justificativa para o apagamento das desigualdades de género visíveis nestas áreas. Além disso, sublinham a continuação da lógica de conciliação família/trabalho como algo que é pensado apenas para as mulheres e que, consequentemente, as impede de progressões na carreira. Revelam, ainda, que continuam a registar-se assimetrias que penalizam as mulheres e para as quais elas, por vezes, contribuem.

Título: Como tecer um caminho: a construção genderizada da(s) carreira(s) Autores: Fátima Rodrigues1

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ISLA Campus Lisboa – Laureate International Universities

Email: maria.fatima.rodrigues@lx.isla.pt

Resumo: Os dados apresentados, resultantes de dois projetos de investigação, revelam uma construção assimétrica dos significados de carreira, que segue o posicionamento social dos grupos envolvidos (homens e mulheres) e a assimetria simbólica associada (Amâncio, 2002). Seguindo uma metodologia qualitativa, com recurso a entrevistas e análise documental, obtivemos que, relativamente ao desenvolvimento de carreira, homens e mulheres percebem as barreiras de forma diferente, escolhem diferentes comportamentos do leque disponível para o efeito, e constroem diferentes significados para elementos relevantes nesse percurso organizacional (e.g., poder). Barreiras como representações de género, disponibilidade, responsabilidades familiares, acesso diferencial a grupos funcionais, apoios organizacionais e o impacto da cultura portuguesa serão discutidas. Através das práticas e discursos quotidianos os membros do grupo dominado contribuem para a sua subordinação, de acordo com Sidanius e Pratto (1999).

Palavras-chave: género; carreira; assimetria simbólica.

Título: A mobilidade de cientistas em Portugal: uma abordagem de género Autores: Emília Araújo1 e Margarida Fontes2

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Departamento de Sociologia, Universidade do Minho, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade

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Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia no DINAMIA/ISCTE-IUL.

Email: era@ics.uminho.pt

Resumo: A comunicação apresenta e discute os resultados de uma pesquisa realizada em Portugal sobre trajetórias de cientistas suportada em entrevistas e num inquérito por questionário. Esta investigação permite explicitar as principais diferenças no modo como homens e mulheres cientistas entendem e usam a mobilidade internacional ao longo das trajetórias profissionais, dando conta das dificuldades acrescidas vivenciadas e verbalizadas pelas mulheres, não só para efetuar mobilidade, mas também para obter todas as vantagens que esta teoricamente propicia. Os resultados indicam que as transformações nas carreiras académicas e de investigação, cada vez mais associadas às lógicas do mercado internacional de trabalho e sujeitas a mecanismos de avaliação de desempenho que incluem a mobilidade como indicador de internacionalização, ocultam, sob um discurso que sobrevaloriza o mérito e a iniciativa, várias desigualdades de género que são de extrema relevância no futuro das carreiras em ciência.

Palavras-chave: género; mobilidade; ciência.

Título: Género e ciência. Progressos e resistências Autores: Lígia Amâncio1 e João Manuel Oliveira1

1CIS-IUL, ISCTE-IUL

Email: lbqa@iscte.pt

Resumo: Em comparação com outros países europeus, Portugal constitui um caso singular no que diz respeito à participação das mulheres na ciência, conforme tem sido evidenciado pelas estatísticas desde, pelo menos, a década de 90 do século passado. No entanto, o percurso das mulheres na carreira académica parece sofrer obstáculos muito semelhantes aos verificados noutros países quando comparamos a presença de mulheres e homens nas categorias de topo das carreiras e nos contextos de competição baseada no mérito. Nesta comunicação começamos por apresentar a evidência sobre a especificidade do caso português, ou seja, o número de mulheres na profissão da ciência e a semelhança do caso português com outros, ou seja, as dificuldades na progressão na carreira, enfrentadas pelas mulheres, para discutir, em seguida, alguns dos factores que podem contribuir para essas dificuldades, como a ideologia de género e a cultura das áreas científicas.

Palavras-chave: género; ciência; profissão; carreira.

Título: Género e política: vivências, interpretações e in/ações face à discriminação pessoal e grupal

Autores: Maria Helena Santos1, Patricia Roux2, e Isabel Correia1

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CEG/UNIL e CIS-IUL / ISCTE-IUL

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CEG/UNIL

Email: helena.santos@iscte.pt

Resumo: Persistem desigualdades de género nas profissões, constituindo um dos maiores problemas atuais para as mulheres na sociedade ocidental. No entanto, este nem sempre é percepcionado como tal pelas própria mulheres, sobretudo ao nível pessoal. De facto, embora, muitas vezes, estas reconheçam que as mulheres em geral são discriminadas, tendem negar ou

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a minimizar a sua experiência pessoal com a discriminação (Crosby, 1982; Roux, Perrin, Modak, & Voutat, 1999). Este paradoxo tem sido identificado como uma estratégia de autoproteção que procura prevenir os custos psicológicos e afectivos, no entanto, também promove a inação, constituindo, assim, um obstáculo à mudança social (Taylor & McKirnan, 1984). Nesta comunicação serão apresentados os discursos de 22 mulheres políticas portuguesas em torno deste fenómeno, demonstrando-se como é que a experiência da discriminação é por estas vivida e interpretada e se (ou como) atuam para a combater.

Palavras-chave: género; discriminação pessoal; discriminação grupal; in/ações.

A ASSIMILAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS PROBLEMÁTICAS AO LONGO DO

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