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SUICIDALIDADE EM ADOLESCENTES E ADULTOS PORTUGUESES I Coordenador de simpósio: Sofia Tavares e Rui C Campos

Email: tavares.sofia@uevora.pt

Resumo do simpósio: Este simpósio reúne 4 trabalhos que têm em comum o facto de abordarem dimensões sociais da suicidalidade. Partimos do pressuposto que há uma continuidade entre o comportamento humano e o mundo social, no qual as realidades são construídas, negociadas e transformadas, num espaço e tempo relacionais, através da linguagem. Por sua vez, as representações simbólicas partilhadas por uma comunidade linguística regulam as práticas sociais, moldando as experiências individuais, ou seja, o que as pessoas pensam, sentem e como se comportam. Neste quadro teórico, a primeira comunicação consiste numa reflexão sobre a suicidalidade no âmbito das abordagens narrativo-dialógicas. A segunda centra-se no estudo de um conjunto de narrativas de experiências de tentativa de suicídio. Na terceira é apresentado um estudo que pretende aceder aos repertórios de significado sobre o suicídio. Por fim, será apresentada uma revisão da literatura sobre o impacto do suicídio nos familiares e outros significativos.

Título: Um ensaio sobre a construção discursiva do suicídio Autores: Catarina RosaP

1 P e Sofia TavaresP 2 P 1 P Universidade de Aveiro P 2 P Universidade de Évora Email: catarina.rosa@gmail.com

Resumo: Enquanto investigadores e clínicos procuramos novas formas de perspetivar os fenómenos, especificamente o do suicídio. A abordagem construtivista, que se foca na forma como as pessoas individual, relacional e socialmente constroem significado para os acontecimentos de vida e procuram temas recorrentes para interpretar, antecipar e negociar as mudanças e desafios com que são confrontadas, tem sido o nosso pilar teórico. A narrativa autobiográfica confere o sentido de coerência à nossa identidade. Quando algo interfere nesta coerência, ocorre uma quebra na continuidade de construção narrativa da identidade que priva o indivíduo do sentido de si próprio, e sem o qual a vida é facilmente desvalorizada e o suicídio torna-se uma opção. Acreditamos que um modelo construtivista, narrativo e dialógico do comportamento suicidário – que apresentaremos nesta comunicação – possibilitará o desenvolvimento de abordagens mais efetivas de compreensão/intervenção com pacientes suicidas.

Palavras-chave: suicídio; construtivismo; narrativa; identidade.

Título: Histórias de suicídios não consumados Autores: Marisa SantosP

1 P e Sofia TavaresP 1 P P 1 P Universidade de Évora Email: mivs_27@hotmail.com

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Resumo: Partindo do pressuposto de que os seres humanos constroem significado para as suas experiências de vida através da narração (para si e para os outros) de histórias, neste estudo analisamos histórias de tentativas de suicídio com o objetivo de aceder aos significados sobre os quais os sujeitos edificam este comportamento. Nomeadamente, pretende-se explorar os motivos, os elementos presentes no processo de tomada de decisão, os procedimentos utilizados para pôr termo à vida e os fatores/recursos que permitiram sobreviver à tentativa de suicídio. Para tal foi aplicada uma entrevista semi-estruturada a 8 sujeitos, residentes na região do Alentejo e que fizeram pelo menos uma tentativa de suicídio. Os discursos produzidos foram submetidos a uma análise temática e os resultados encontrados serão apresentados e discutidos nesta comunicação.

Palavras-chave: suicídio; narrativa; alentejo; tentativa de suicídio; análise temática.

Título: Representações do suicídio no Alentejo Autores: Joana CostaP

1 P e Sofia TavaresP 1 P 1 P Universidade de Évora Email: naninhah@live.com.pt

Resumo: Em Portugal ocorrem aproximadamente mil suicídios por ano. Porém, é assimetria entre norte e sul, com o Alentejo a registar taxas de suicídio muito superiores às de outras regiões do norte do país, que levanta maior curiosidade. Para se compreender este fenómeno importa conhecer o contexto social e cultural onde o mesmo ocorre e adquire significado, nomeadamente os repertórios linguísticos. Este estudo procura apreender os campos semânticos associados ao suicídio na região do Alentejo e compreender se a perceção das pessoas é modelada pelo nível de escolaridade, situação profissional, religiosidade e/ou contacto com alguém que tenha cometido suicídio. Duzentos adultos da comunidade residentes no Alentejo foram convidados a completar as frases: O Suicídio faz-me pensar em…; O suicídio faz-me sentir…; As pessoas que se suicidam são... Os dados recolhidos foram submetidos a uma análise de correspondências e os resultados obtidos serão apresentados e discutidos nesta comunicação.

Palavras-chave: suicídio; Alentejo; representações; análise de correspondências.

Título: Sobreviventes: impacto da exposição ao suicídio Autores: Sofia Tavares, Sara SantosP

1 P, e Rui C. CamposP 1 P 1 P Universidade de Évora Email: tavares.sofia@uevora.pt

Resumo: As consequências da “exposição” ao suicídio têm merecido pouca atenção por parte da comunidade científica – se comparadas com outros tópicos da suicidologia. Contudo, os efeitos negativos (e.g. psicológicos, sociais) desta experiência são amplamente reconhecidos por todos os que contactam com pessoas que foram sujeitas à mesma. Aos que sofrem de dor intensa e prolongada pela morte por suicídio de outra pessoa a literatura apelida de sobreviventes. Esta comunicação pretende reunir e analisar criticamente o conhecimento acumulado sobre esta população. Depois de apresentado o conceito central de sobrevivente, faremos uma incursão sobre as diferentes formas que o impacto do suicídio pode assumir nos

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sobreviventes, as especificidades do processo de luto por suicídio e as necessidades particulares destes enlutados. Por fim, deter-nos-emos nas ações de pósvenção, cujo objetivo último é a diminuição de mortes por suicídio.

Palavras-chave: sobreviventes; suicídio; pósvenção.

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