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PARENTALIDADE: PRÁTICAS EDUCATIVAS E MAUS TRATOS Coordenador do simpósio: Ana Sani e Joana Alexandre

Email do coordenador: anasani@ufp.edu.pt

Resumo do simpósio: O exercício da parentalidade e, neste âmbito, a adoção de certos estilos educativos e práticas parentais têm sido temas centrais em investigações que visam analisar a interferência das mesmas na educação e desenvolvimento das crianças. Conhecer de que forma tais aspetos se podem processar num ambiente familiar adverso, como é aquele em que existe violência, é o propósito deste simpósio. Reunindo diversos estudos quantitativos e qualitativos, cujos participantes são crianças, mães ou magistrados, discutem-se representações sobre o exercício da parentalidade, estilos e práticas educativas no âmbito de famílias em conflito ou com vivência de maus tratos. A aceitação e adoção corrente de algumas práticas mais punitivas, a ausência e inadequação de outras por parte de quem educa podem constituir fatores de risco para a violência nos relacionamentos juvenis. Considerando tal fato este simpósio integra ainda uma comunicação respeitante a um programa de prevenção para jovens.

Título: A perceção de crianças expostas à violência interparental acerca das práticas e cuidados parentais

Autores: Tânia Mendes1 e Ana Sani1

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Universidade Fernando Pessoa

Email: taniamendesufp@hotmail.com

Resumo: Esta comunicação apresenta dados de um estudo realizado com crianças acolhidas numa casa de abrigo para vítimas de violência doméstica, situado na região Norte do país. A pesquisa de cariz qualitativo, exploratório e descritivo teve como objetivo compreender a perceção das crianças acerca das práticas educativas e os cuidados parentais. Realizámos uma entrevista semiestruturada a 9 crianças, com idades entre os 8 e os 15 anos, as quais tinham em comum a experiência de exposição a situações de risco por violência interparental. Os resultados analisados demonstram queas práticas educativas coercivas surgem associadas sobretudo à figura paterna, enquanto a figura materna é representada como fazendo mais uso de práticas indutivas e estratégias que apelam à comunicação, assim como ao exercício de cuidados básicos. Conhecer as representações das crianças acerca dos seus pais enquanto educadores e cuidadores permite, em larga medida, compreender o comportamento destas perante estes.

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Título: Parentalidade e decisão judiciária: As representações dos magistrados na regulação das responsabilidades parentais

Autores: Maria Luís Machado1 e Ana Sani1

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Universidade Fernando Pessoa

Email: 5192@ufp.edu.pt

Resumo: Apresenta-se um estudo qualitativo sobre tomada de decisão judicial no âmbito da regulação das responsabilidades parentais que teve como objetivo aceder às representações, crenças e estereótipos dos magistrados sobre a parentalidade. A amostra de conveniência inclui cinco magistrados, sendo os dados recolhidos através uma entrevista semi-estruturada, gravada em áudio e transcrita para análise categorial. Os resultados mostramque os magistrados reconhecem a existência de crenças e estereótipos, procurando que a sua decisão não seja influenciada por estes. Não há um critério pré-estabelecido que defina o que é ser uma boa mãe ou um bom pai, sendo estes conceitos subjectivos, associados à afetividade e prestação de cuidados, que deverão ser pensados face às especificidades de cada caso. A promoção da autonomia, o contacto e o vínculo afectivo com o progenitor não residente, assim como a capacidade de respeitar o filho e os seus afetos, são aspetos valorizados pelos decisores judiciais.

Palavras-chave: parentalidade; decisão judiciária; responsabilidades parentais.

Título: A punição física como prática educativa em mães vítimas e não vítimas de violência conjugal

Autores: Ana Sani1

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Universidade Fernando Pessoa

Email: anasani@ufp.edu.pt

Resumo: Quando a violência é parte integrante da vida familiar, o exercício da parentalidade torna-se, uma tarefa difícil pela incapacidade de se poder assumir com normatividade, podendo certas alterações estar relacionadas com a inexistência de um posicionamento instrutivo perante os filhos, com a inconsistência na aplicação de estratégias educativas ou com a exibição de práticas disciplinares mais coercivas. Nesta comunicação serão apresentados dados de um estudo quantitativo que avaliou o uso da punição física como estratégia disciplinar numa amostra de 60 mulheres entre 19 e 53 anos, vítimas e não vítimas de violência conjugal. Os dados recolhidos revelam a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos no fator 3, designado por “legitimação da punição física pelo papel punitivo e autoridade do pai”, apresentando as mulheres vítimas de violência valores de médias mais altos. Os dados sugerem-nos a interferência de mitos conjugais no uso das práticas educativas.

Palavras-chave: práticas educativas; punição física; violência conjugal.

Título: O papel da violência conjugal e do suporte nos estilos e práticas parentais das mães

Autores: Filipa Valejo1, Joana Alexandre1 e Rute Agulhas1

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ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

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Resumo: A pesquisa tem evidenciado que mulheres vítimas de violência utilizam mais práticas educativas desadequadas do que mulheres não vítimas. O presente estudo pretende averiguar se existem também diferenças ao nível dos estilos educativos (autoritário, autoritativo e permissivo), bem como analisar em que medida o suporte modera a relação entre violência e práticas educativas e violência e estilos parentais. Tal como esperado, são as mães vítimas, por comparação com mães não vítimas que recorrem mais a práticas inadequadas mas não abusivas e a comportamentos potencialmente maltratantes. Ainda, são as mães não vítimas que tendencialmente parecem utilizar mais um estilo autoritativo por comparação com mães vítimas. Os resultados do teste de moderação indicam que a satisfação com a família e na intimidade moderam a relação entre violência e o estilo autoritário: as mulheres vítimas são mais autoritárias do que as não vitimas quando estão insatisfeitas a nível familiar e na intimidade.

Palavras-chave: práticas educativas; estilos parentais; violência; suporte.

Título: APTUS – Programa de prevenção da violência nas relações de intimidade juvenil: da implementação à avaliação

Autores: Ricarda Aguinha1, Joana Alexandre1 e Helena Carvalho1

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ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

Email: joana.alexandre@iscte.pt

Resumo: O crescente aumento de comportamentos violentos nas relações de intimidade tem levado ao surgimento de um conjunto de programas de prevenção nas escolas junto de populações cada vez mais jovens. A escola assume-se, depois da família e/ou na ausência desta, como um dos contextos de formação privilegiados. O presente trabalho procura apresentar os dados relativos a uma avaliação de necessidades que permitiu explorar as crenças e atitudes dos pré-adolescentes (N=111) acerca da violência na intimidade juvenil, e, com base nesta, o programa APTUS, que visa contribuir para a modificação de crenças, atitudes e comportamentos que legitimam futuros atos de violência em relações desta natureza. Por último apresentam-se os dados relativos á avaliação que foi feita ao programa, tendo em conta que o mesmo foi aplicado a um total de 24 pré-adolescentes de uma escola pública, contemplando-se para o efeito um grupo de controlo com o mesmo número de participantes.

Palavras-chave: violência; prevenção; adolescência.

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