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Coordenador de simpósio: Conceição Nogueira

Email: cnogueira@fpce.up.pt

Resumo do simpósio: Neste simpósio as comunicações irão de encontro aos pressupostos de uma psicologia feminista, centrada na promoção da igualdade e da justiça social, na crítica aos pressupostos epistemológicos positivistas, especificamente à neutralidade científica e assente na pluralidade metodológica. Uma psicologia feminista crítica, activa na reflexão e na prossecução de trabalhos que possibilitem o conhecimento e a intervenção no sentido do bem-estar quer de homens quer de mulheres de todos os grupos sociais de pertença.

Título: Crítica e perspectivas feministas na Psicologia: caminhos indissociáveis na celebração do humano

Autores: Nuno Santos Carneiro

Email: nunoscarneiro@gmail.com

Resumo: As perspectivas críticas que se têm desenvolvido (também) na psicologia são fortemente inspiradas pelas leituras teóricas sobre o género e a estas leituras devem muito do seu carácter denunciador dos processos tanto sociais quanto subjectivos relacionados com a

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opressão, a injustiça social ou o desrespeito pela diversidade humana (e.g., Carneiro, 2012; Nogueira, Saavedra & Neves, 2006). Lado a lado com estas contribuições teóricas (e delas fazendo parte integrante enquanto palco de acção e de reflexividade), os esforços colectivos destinados à transformação social e a intervenção psicológica de inspiração feminista, em contexto como os das comunidades ou o da escola, passando pela psicoterapia, apresentam-se como dimensões inestimáveis de uma reflexão e de uma praxis que queiram dizer-se críticas na psicologia (e.g., Neves & Nogueira, 2004; Orford, 2008; Prilleltensky & Nelson, 2010) Nesta comunicação, procede-se em primeiro lugar a uma breve resenha de alguns dos mais importantes contributos das abordagens feministas para o (re)pensar das intenções e das formas de actuação pela ciência psicológica. Serão apresentados, num segundo momento, alguns princípios de orientação feminista fulcrais à leitura crítica da psicologia e, portanto, a uma efectiva contribuição deste campo do saber e do fazer para campos sociais e pessoais com os quais tem de estar inerentemente comprometido: o do questionamento do poder, o do combate activo à discriminação e à injustiça sociais e, com estes, o da celebração da diversidade humana.

Palavras-chave: psicologia critica; historia da psicologia.

Título: De vítimas a agressoras: a (aparente) dupla posição das raparigas na violência no namoro heterossexual

Autores: Sofia Neves

Email: asneves@docentes.ismai.pt

Resumo: As raparigas têm vindo a ser retratadas, quer nos estudos nacionais, quer nos internacionais, como simultaneamente vítimas e agressoras nas relações de namoro heterossexual, contrariando uma evidência, embora nem sempre linear, que aponta no sentido das mulheres serem as principais vítimas da violência de género no seio da intimidade. Ancorado a uma grelha de análise feminista crítica, esta apresentação propõe-se problematizar esta (aparente) dupla posição das raparigas no domínio da violência no namoro heterossexual, questionando os seus significados. Defende-se nesta apresentação que, embora os números espelhem uma situação de presumível equidade entre os sexos, em termos de frequência, no que às práticas da violência no namoro heterossexual diz respeito, há especificidades que não podem deixar de ser tidas em consideração na análise do fenómeno, nomeadamente aquelas que decorrem das pertenças de género das vítimas e dos/as agressores/as.

Palavras-chave: violência no namoro; raparigas.

Título: Discriminação das jovens lésbicas no contexto educativo em portugal Autores: Liliana Rodrigues, Joao Oliveira, e Conceição Nogueira

Email: frodrigues.liliana@gmail.com

Resumo: Nesta comunicação pretendemos apresentar dois estudos realizados sobre a discriminação de lésbicas no contexto educativo em Portugal. Esses estudos tiverem como objetivos analisar os discursos dos/as professores/as sobre a existência de discriminação das lésbicas nas escolas e conhecer as experiências de discriminação das próprias lésbicas no contexto escolar. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 24 professores/as dos 1º, 2º, 3º Ciclos e Secundário e a 31 mulheres autoidentificadas como lésbicas. A partir dos

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discursos dos/as professores/as concluiu-se que estes/as têm pouco conhecimento sobre as vivências da sexualidade das jovens lésbicas. Referem que apesar da existência de apoios nas escolas, não estão adequadamente preparados/as para intervir com homossexuais, em especifico com lésbicas dentro e fora do contexto escolar. Segundo os discursos das lésbicas, a escola e a faculdade são espaços que fomentam a homofobia. Referem que deve ser realizado trabalho no ambiente educativo para aumentar o respeito pelas jovens lésbicas, especialmente por parte das/os professoras/es. Estes dois estudos contribuem para alargar o conhecimento sobre as experiências de discriminação das jovens lésbicas no contexto escolar, evidenciando algumas medidas para o combate da homofobia dentro e fora do contexto escolar.

Palavras-chave: discriminação; lésbicas; escola; cidadania.

Título: Consumo de substâncias psicoactivas e condução perigosa em jovens: masculinidades (d)e risco?

Autores: Catarina Leitao, Antonio Marques, e Conceição Nogueira

Email: catarinafcl@gmail.com

Resumo: Em Portugal, o consumo de substâncias psicoactivas e a condução rodoviária perigosa continuam a registar-se com maior prevalência nos jovens do sexo masculino. Mediante o presente estudo procurou-se contribuir para a compreensão deste fenómeno recorrendo a uma perspectiva de género e interseccional. Neste sentido, explorou-se a associação entre a incursão nas práticas referidas e o grau de conformidade com normas masculinas consideradas tradicionais, tendo em conta as intersecções entre as dimensões sexo, classe social de origem e escolaridade dos participantes. Foram administrados questionários a uma amostra constituída por 1534 jovens adultos de ambos os sexos. Os resultados indicaram que a adesão às normas masculinas tradicionais mediava o efeito do sexo e da classe social ao nível dos comportamentos alvo. Tal enfatizou a importância de atender ao género, enquanto construção social, e aos contextos socioeconómico e cultural na investigação e intervenção no âmbito da saúde.

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