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Em 2007 os negócios globais integrados no segmento de Gestão de Activos e Seguros representam 3% do total de adesões das áreas operativas e 4% do resultado antes de impostos.

Este último ascende a 537 milhões de euros, mais 13,7% do que em 2006.

Este crescimento é gerado por um aumento de adesões de 13,2% apoiado basicamente nos procedentes de actividades de seguros (+24,3%) dado que o conjunto de comissões repetem-se sobre 2006. Nestas últimas influi o abrandamento do negócio de fundos de investimento em Espanha e o forte impacto das taxas de câmbio sobre as adesões da América Latina (no Chile e México ficam entre 8 e 12 p.p. de crescimento ao passar para euros). Os custos, que reflectem o esforço de construção destes negócios globais, aumentam 12,4%, abaixo das adesões, para situar o crescimento do resultado de exploração em 13,5% e permitir um ligeiro melhoramento da eficiência para 32,0%.

Numa visão mais ampla, considerando a totalidade de adesões geradas para o Grupo pela gestão de activos e seguros, incluindo os contabilizados pelas redes de distribuição, estas alcançam os 3.643 milhões de euros, mais 13% do que em 2006.

Estes dados, tal como o resto do capítulo, não agrupam a contribuição do negócio de pensões obrigatórias da América Latina vendidas em 2007, cujos resultados foram descontinuados nas contas de 2007 e de 2006. Esta venda das gestoras de fundos de pensões da Colômbia, Uruguai, México, Chile e Argentina, em consequência da revisão estratégica do negócio, trouxe ao Grupo mais valias líquidas 622 milhões de euros, contabilizadas na área de Gestão Financeira e Participações.

Gestão de Activos

O negócio global do Santander Asset Management gerou em 2007 um volume total de comissões para o Grupo de 1.891 milhões de euros (+5,9% no ano). O resultado antes de impostos ascende a 243 milhões, mais 8,1% do que no exercício passado, depois de deduzir os custos de exploração e comissões cedidas às redes comerciais. O total de activos geridos supera os 130.000 milhões de euros, depois de descontar os activos das gestoras de pensões vendidas.

A actividade da Gestão de Activos desenvolveu-se no segundo semestre de 2007 numa conjuntura de forte preferência dos agentes económicos pelos recursos de balanço, e da desconfiança generalizada nos mercados, e especialmente nos produtos estruturados que têm créditos hipotecários subjacentes.

Neste contexto destacou-se a qualidade de crédito das carteiras do Santander Asset Management que não tiveram problemas de solvência, nem sequer nas circunstâncias pontuais de menor liquidez dos mercados.

A nível global a estratégia do Santander Asset Management em 2007 continuou focada no desenvolvimento de plataformas de investimento transaccionais, no melhoramento do mix de produtos,

no desenvolvimento de produtos inovadores e na optimização da eficiência para melhorar as suas margens operacionais.

Destaca-se em primeiro lugar a racionalização e concentração de estruturas no Reino Unido, com a criação de uma gestora única sob a marca de Santander Asset Management UK permitindo-lhe abordar a gestão directa dos fundos de investimento britânicos melhorando a sua rentabilidade. No seu primeiro ano alcançámos os nossos objectivos comerciais e de negócio e estamos

assentando as bases para um melhoramento significativo da eficiência operacional.

Num contexto de forte crescimento na América Latina e abrandamento na Europa continuou-se a trabalhar na racionalização da nossa gama de produtos e na utilização progressiva da plataforma luxemburguesa para a unificação de produtos que podem ser distribuídos nos dois continentes.

Por último, e no quarto trimestre, o Grupo procedeu à venda do negócio das gestoras de pensões obrigatórias na América Latina. A pressão crescente sobre as margens deste negócio, unida à necessidade de maiores investimentos comerciais, diminuiu a possibilidade de alcançar sinergias e melhorar a sua contribuição ao Grupo, pelo que foi descontinuado.

Todos estes movimentos, ligados a uma gestão estrita de custos, permitiram ao Santander Asset Management absorver os investimentos efectuados no desenvolvimento da sua plataforma global e fechar o exercício com um dos melhores níveis de eficiência de gestão do sector a nível internacional: os seus custos de exploração representam apenas 0,13% dos activos sob gestão.

É detalhada de seguida a evolução do negócio das duas unidades de gestão em que a área está organizada.

Gestão tradicional de activos

Agrupa os activos correspondentes a fundos de investimento e planos de pensões, com excepção dos fundos de investimento alternativos. O seu património situa-se em 120.000 milhões de euros, o que representa 92% do total de activos geridos.

Em Espanha os activos sob gestão tradicional em fundos e sociedades de investimento superam os 55.000 milhões de euros,

RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS RESULTADOS DE

EXPLORAÇÃO

Milhões de euros Milhões de euros

GESTÃO DE ACTIVOS E SEGUROS

2006 2007 2006 2007 472 537 +13,7% 487 553 +13,5%

o que consolida a nossa gestora como líder do sector com uma quota de 22% em fundos mobiliários, segundo a Inverco.

A sua evolução esteve condicionada no exercício pelas maiores necessidades de liquidez dos mercados financeiros que deram lugar a ofertas muito agressivas de depósitos bancários. Esta maior concorrência financeira nos depósitos, em conjunto com a equiparação fiscal de ambos produtos, diminuiu o atractivo relativo dos fundos de investimento para os aforradores.

Adicionalmente, e no caso da Rede Santander, o lançamento dos Valores Santander, supôs uma diminuição adicional de fundos de investimento que se dirigiram ao novo produto.

Em relação aos fundos de pensões em Espanha, viram reduzido o seu crescimento tanto no Grupo como a nível de mercado, depois da modificação da fiscalidade para as contribuições do exercício. No fecho de 2007, o Santander Asset Management gere 10.500 milhões de euros (+5% no ano), 87% dos quais

correspondem a planos individuais.

Em Portugal, a gestão de fundos de investimento e pensões continua com a sua política de melhoramento do mix de produtos, o que permite continuar a aumentar a comissão média. Os seus activos sob gestão situam-se em 7.200 milhões de euros no fecho de 2007.

O Reino Unido beneficiou da reestruturação da sua gestão dentro do modelo global e do impulso comercial do Abbey aos produtos estruturados para apresentar uma evolução muito boa. Os seus activos sob gestão situam-se acima dos 10.000 milhões de euros, depois de aumentar 34% em libras.

Na América Latina continua a boa evolução dos fundos de investimento com um crescimento anual no conjunto da região de 29%, sem considerar o impacto da taxa de câmbio, situando o volume gerido em 36.000 milhões de euros.

O Brasil, que representa 57% dos activos da região, finaliza o exercício com quase 21.000 milhões de euros sob gestão, depois de aumentar 36% no ano em moeda local. Também uma boa evolução no México, onde já somos a segunda gestora local, e no Chile, com crescimentos dos seus activos sob gestão de 24% em ambos os mercados na sua moeda local, e

melhoramentos sensíveis em ambas as suas comissões médias pelo melhor mix de produtos.

No negócio de pensões, e depois da venda das gestoras de pensões obrigatórias latino-americanas, o Santander Asset Management continuará a desenvolver o negócio previsional na região focado no segmento de pensões voluntárias. Para isso irá apoiar-se nas capacidades das suas redes de distribuição e das suas gestoras de fundos.

Gestão alternativa

Paralelamente, o Santander Asset Management reforçou em 2007 a sua presença nos vários segmentos que compõem a gestão alternativa, onde contabiliza em conjunto mais de 11.000 milhões de euros. Destaca-se aqui:

• Na gestão de fundos de investimento livre destaca-se a evolução sólida da Optimal no negócio internacional tanto por volume gerido, que já se aproxima aos 6.000 milhões de euros (depois de aumentar 16% em relação ao exercício de 2006 em bases homogéneas e sem taxa de câmbio) como por rentabilidade.

Em Espanha a Optimal Alternative Investment colocou em marcha em 2007 os seus primeiros fundos embora apresentem ainda volumes muito reduzidos.

• Na gestão de fundos e sociedades de investimento imobiliário o Santander Asset Management também teve um bom desempenho. Completa o exercício com 4.700 milhões de activos sob gestão e líderes do mercado nacional com uma quota de 47% em fundos, segundo o Inverco. Para isso contribuíram novas iniciativas que ampliaram a gama dos seus produtos (basicamente dirigidos a mercados imobiliários europeus) e impulsionaram a criação e gestão de sociedades de investimento imobiliário para clientes da banca privada espanhola.

• Por último, merece ser destacado o impulso dado à gestão de fundos de capital de risco com o lançamento no ano de um novo fundo de infra-estruturas que se acrescenta aos

existentes. Com tudo isso, o Santander Private Equity gere um património de 317 milhões de euros.

ADESÕES TOTAIS GRUPO

Milhões de euros

GESTÃO DE ACTIVOS E SEGUROS

3.223 +6% +7% +22% +13% 3.643 1.751 2006 2007 Comissões seguros + actividade de seguros F. pensões Total F. investimento 161 1.731

117 Seguros

O negócio global do Santander Insurance gerou durante o exercício de 2007 um total de adesões, como soma de comissões e actividade de seguros, de 1.751 milhões de euros (+21,8% sobre o exercício de 2006), o que representa 6,5% do produto bancário total das áreas operacionais. A sua contribuição total para os resultados do Grupo, que soma o resultado antes de impostos de seguradoras e correctoras (294 milhões) e as comissões recebidas pelas redes, ascende a 1.674 milhões de euros, com um aumento de 21,5% no ano.

Durante o ano de 2007 o Santander Insurance avançou na implantação do seu modelo de negocio global em todas as unidades de seguros do Grupo.

Entre elas destaca-se a colocação em marcha de uma nova estrutura comercial que integra as várias geografias e canais de distribuição. O seu objectivo é conseguir uma gestão global do negócio tanto a nível de desenvolvimento de produtos e da sua vinculação (a produtos de crédito, a estruturados de poupança…) como de desenvolvimento de competências básicas (marketing - CRM, retenção de clientes, transferências e aplicação local de melhores práticas em processos e em canais de distribuição…).

Um bom exemplo dos seus primeiros resultados é o forte impulso alcançado pelo canal de telemarketing, que no fecho de 2007 tinha conseguido vender mais de 1,6 milhões de apólices no conjunto dos nossos mercados, situando-se como o primeiro canal no Brasil por número de apólices (60% da nova produção) e tornando a nossa seguradora no México o líder neste canal.

Para isso contribuiu decisivamente a passagem de melhores práticas, que se traduz em importantes melhoramentos na colocação em marcha (time to market) de canais e produtos. Assim, a implantação do telemarketing no Brasil foi conseguida em dois meses, aproveitando a experiência mexicana (doze meses). Um melhoramento semelhante em time to market foi verificado no lançamento dos produtos de poupança em Portugal em relação ao completado em Espanha.

Todos estes desenvolvimentos contribuíram para o bom desempenho em 2007 das várias unidades. Estas ajudaram a reforçar a competitividade das redes comerciais do Grupo, gerando fortes aumentos de adesões comerciais que absorveram os maiores custos para a construção da plataforma global de

seguros. Por geografias: Europa Continental que contribui com 57% da contribuição total, oferece um forte crescimento em todas as suas unidades.

Espanha aumentou a sua contribuição para os 465 milhões de euros (+24,6% sobre 2006), devido à ampliação e

melhoramento da gama de produtos ligados a uma intensiva comercialização. Destaca-se o bom comportamento dos novos produtos, em especial dos seguros de poupança da Rede Santander, e da extensão de coberturas de falecimento, invalidez e desemprego a produtos que não incluíam, tais como as domiciliações de ordenados e recebimentos. Tudo isto permitiu elevar fortemente o volume de prémios para cerca de 2.900 milhões.

Em Portugal, a actividade seguradora ofereceu também elevados crescimentos nos seguros de risco relacionados com créditos e nos produtos de capitalização-poupança, o que se traduziu num aumento de 32,8% no ano da sua contribuição total para os 102 milhões de euros.

Pelo seu lado, o Santander Consumer Finance manteve um bom ritmo na comercialização de seguros ligados a operações de crédito, situando a sua contribuição em 381 milhões de euros, mais 21,0% do que em 2006.

A contribuição total do Reino Unido aumentou 286 milhões de euros, praticamente estável em moeda local sobre 2006. 2006. O abrandamento do negócio na parte final do ano junta-se ao cancelamento do acordo de distribuição com intermediários, que contrariou o impacto positivo dos novos produtos de vida- protecção vendidos através das sucursais do Abbey.

A América Latina regista o maior crescimento da área, 40,8% sem o impacto da taxa de câmbio, depois de alcançar uma contribuição de 441 milhões de euros e um peso de 26% sobre o total. A maior comercialização através das redes bancárias e outros canais como o telemarketing, em conjunto com o

desenvolvimento de produtos de vida-risco simples e transparentes permitiram elevar o resultado nos cinco países da região acima de 30%. Destaca-se a aceleração do México, que duplica a sua contribuição, embora estejam ainda longe do seu potencial, e o Brasil, que contribuiu com quase metade do total da região, apresenta sólidos crescimentos baseados na maior penetração de produtos na sua base de clientes e num desenvolvimento acertado do canal telefónico.