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Objecto de protecção Tipo de Cobertura / Categoria BIS II Coberta Apólice

Protecção à actividade Financeiros / I Fraude interna e II Fraude externa Apólice integral Bancária (BBB Efectivo e valores

Caixas de segurança Patrimoniais / V Danos em Activos Físicos

Responsabilidade Civil

IV Práticas com clientes, produtos e de negócio e V danos em Activos Físicos

Protecção de empregados Empregados / III Práticas de emprego, saúde Vida e acidentes pessoais e segurança no trabalho Saúde

Apoio a produtos Produtos / I Fraude Interna e II Fraude Externa Cartões

Contas correntes Danos Patrimoniais Automóveis

Responsabilidade Civil Indemnização Profissional Directores & Oficiais

5. PROJECTO CORPORATIVO BASILEA II

O Santander mantém desde o primeiro momento um decidido compromisso com os princípios que inspiram o “Modelo revisto de convergência internacional de medidas e normas de capital” (Basilea II). Este modelo vai permitir que as entidades possam realizar estimativas internas de capital que devem dispor para assegurar a solvência face a eventos causados por vários tipos de risco. Devido a este compromisso, o Grupo Santander vem dedicando todos os meios humanos e materiais necessários para que o plano de implementação de Basilea II seja cumprido com êxito. Por tudo isso, foi configurada há algum tempo uma equipa Basilea II formada por pessoas qualificadas na matéria e procedentes de diversas áreas do Grupo

(principalmente Riscos, Tecnologia, Intervenção Geral, Operações, Financeira, Auditoria Interna - verificando todo o processo, como último nível de controlo da entidade - e Negócio - sobretudo, em tudo o que se relaciona com a integração avançada dos modelos internos de gestão). Além disso, foram configuradas equipas específicas de trabalho com o objectivo de que os aspectos mais complexos do Projecto sejam geridos adequadamente.

Para além desta equipa operacional de Basilea II, o

envolvimento da Alta Direcção do Grupo Santander foi máxima desde o primeiro momento. O Comité de Supervisão

Corporativa, a que preside o Terceiro Vice-Presidente e responsável de Riscos do Grupo Santander, supervisiona ao máximo nível o lançamento de iniciativas no projecto corporativo Basilea II, controlando o seu cumprimento, atribuindo

responsáveis e aprovando orçamentos, bem como assumindo a representação institucional do Grupo para estes efeitos. Além disso, o Comité de Direcção e o Conselho de Administração têm vindo a ser informados sobre os avanços do projecto e das implicações no Grupo Santander que implica a implementação do Novo Acordo.

No caso concreto de Risco de Crédito, a implementação de Basilea II supõe o reconhecimento, para fins de capital regulatório, dos modelos internos que se vêm a utilizar com a finalidade de gestão há algum tempo, e que foram na altura aprovados, por parte do nosso regulador, para utilizar esses modelos no cálculo de provisão estatística (conhecido como FONCEI) em determinados segmentos de risco.

O Santander propõe-se adoptar o foco avançado de modelos internos (AIRB) de Basilea II para as exposições que representam cerca de 95% do total do Grupo. As entidades que têm previsto implementar este novo sistema de cálculo do capital regulatório a partir de Janeiro de 2008 (primeiro ano permitido pelo Banco de Espanha) são: Santander Matriz, Banesto e Abbey, cujas carteiras representam, em conjunto, 70% aproximadamente da sua exposição. As restantes unidades mais significativas irão aderir ao foco AIRB de acordo com o calendário comunicado ao Banco de Espanha e aos vários reguladores locais.

Ao longo de 2007 foi levado a cabo o processo de validação

supervisora por parte tanto do Banco de Espanha como da Financial Services Authority (FSA). Em finais de 2007 foi materializada a autorização por parte da FSA de uso local dos modelos do Abbey para os segmentos solicitados (carteiras de instituições financeiras, Social Housing e retalho, incluindo a hipotecária). No caso do Santander Matriz e Banesto, a decisão - que se espera favorável - está pendente de que entre em vigor a normativa necessária que permitirá ao supervisor espanhol conceder este tipo de autorizações.

Devido ao perfil de risco médio-baixo que caracteriza os negócios onde o Santander está presente, muito focados na banca comercial (empresas PMEs e particulares), espera-se que a autorização do Banco de Espanha permita a geração de

poupanças de capital significativas no denominado ‘Pilar I’ que estabelece os requisitos de capital para a cobertura dos riscos de crédito, mercado e operacional. As poupanças globais que serão criadas para o Santander derivadas da implementação de Basilea II dependerão do resultado da Proposta de Auto-avaliação de Capital (que desenvolve o denominado Pilar II) onde se tem em conta o impacto dos riscos não considerados no Pilar I, bem como os benefícios relacionados com a diversificação entre riscos, negócios e geografias.

À margem do processo de validação supervisora, o Santander terminou durante 2007 os desenvolvimentos tecnológicos internos necessários que contemplam para todas as unidades de negócio uma estrutura comum de bases de dados e de motor de cálculo que suporta os processos de estimativa de parâmetros (PD, LGD e EAD) e cálculo de capital tanto a nível local como corporativo. Este foco permite alcançar o triplo objectivo de implementar em cada unidade os critérios corporativos estabelecidos, cobrir os requisitos locais existentes e conseguir uma sinergia nos custos ao realizar definições e

desenvolvimentos globais.

Adicionalmente, e apesar de os modelos internos de riscos estejam a ser utilizados activamente, há algum tempo, em muitos processos da Entidade (fixação de limites, admissão, acompanhamento, pricing e/ou cálculo de rentabilidades ajustadas ao risco, segundo as carteiras), continuamos a trabalhar em diversas iniciativas identificadas para avançar na integração efectiva desses modelos internos na gestão activa da Entidade, com o objectivo de estender esta prática a todas as carteiras e aprofundar as suas implicações.

Em relação aos restantes riscos contemplados explicitamente no Pilar I de Basilea II, em Risco de Mercado foram continuadas as linhas de trabalho definidas há algum tempo no Grupo para a autorização do modelo interno - baseado no cálculo de VaR - para fins regulatórios (devemos recordar que o reconhecimento do modelo interno de Risco de Mercado já estava reconhecido no Basilea I). Em relação ao Risco Operacional, o Grupo decidiu aderir ao foco standard de cálculo de capital regulatório na medida em que o objectivo de mitigação desse risco articula-se adequadamente através de todos os requisitos deste foco. Com esse objectivo, foram continuados os trabalhos relacionados com

a identificação e mitigação desse risco no Grupo, tendo-se avançado no desenvolvimento das ferramentas corporativas que suportam a realização de auto-avaliações, fixação e

acompanhamento de indicadores, captura de eventos, etc.

O Pilar II é outra linha importante de trabalho do Projecto Corporativo Basilea II. Para além de termos trabalhado na revisão da metodologia do modelo de Capital Económico, estamos a efectuar uma aproximação tecnológica com a plataforma que suporta o Pilar I, de modo a que toda a informação relacionada com Risco de Crédito proceda dessa fonte. O modelo de Capital Económico do Grupo Santander já foi apresentado aos vários reguladores europeus nos países onde o Grupo Santander desenvolve a sua actividade (“Supervisory College”), estando prevista uma reunião em profundidade do modelo por parte dos reguladores ao longo do ano de 2008.

VALIDAÇÃOINTERNADOSMODELOSDERISCO

A validação interna é um pré-requisito para o processo de validação supervisora e consiste em que uma unidade especializada da própria Entidade, com a independência suficiente, obtenha uma opinião técnica sobre a adequação dos modelos internos para os fins utilizados, internos e regulatórios, concluindo sobre a sua utilidade e efectividade. Além disso, deve avaliar se os procedimentos de gestão e controlo do risco são adequados à estratégia e ao perfil de risco da Entidade.

Para além da exigência regulatória, a função de validação interna constitui um apoio fundamental à Comissão Delegada de Riscos e aos Comités Locais de Riscos nas suas responsabilidades de autorização de utilização (gestão e regulatório) dos modelos e sua revisão periódica, uma vez que a Alta Direcção deve assegurar que a Entidade conta com procedimentos e sistemas adequados de acompanhamento e controlo do risco de crédito.

Deve ficar claro que a definição de modelo abarca os sistemas e estratégias de qualificação de clientes e operações, a estimativa de parâmetros de risco (PD, LGD e EAD), os sistemas tecnológicos que possibilitam a aplicação efectiva e, em geral, todos os aspectos relevantes na gestão avançada do risco (controlos, reporting, utilização, implicação da Alta Direcção, etc.). Portanto, o objectivo da validação interna é a revisão de aspectos

quantitativos, qualitativos, tecnológicos e os relacionados com o governo societário.

A função de Validação Interna está localizada, a nível corporativo, dentro da Área de Controlo Integral e Validação Interna do Risco (CIVIR), com dependência directa do Terceiro Vice-presidente do Grupo e Presidente da Comissão Delegada de Riscos. Esta função global no Grupo exige a validação interna de aproximadamente 160 modelos internos de Risco de Crédito, implementados em 13 unidades distintas e com 9 reguladores locais diferentes. Isto torna necessário aplicar uma metodologia comum de validação interna, assegurando uma coerência e consistência da utilização dos modelos IRB para o cálculo de capital, tanto da perspectiva interna como face ao Banco de

Espanha, independentemente do grau de descentralização da sua execução, de resposta à cobertura de requisitos de reguladores locais ou pela própria natureza das provas.

6. CAPITAL ECONÓMICO

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Tradicionalmente, o conceito de capital económico (CE) foi-se opondo ao de capital regulatório, sendo este o exigido pela regulação de solvência e que, até à adopção formal da nova normativa de capital Basilea II, tem vindo a sofrer de uma sensibilidade insuficiente ao risco. O novo modelo de capital Basilea II vai abarcar sem dúvida ambos os conceitos.

No cálculo do capital económico o Banco deve decidir o nível de perdas que pretende cobrir, ou seja, com que nível confiança pretende assegurar a continuidade do seu negócio. No caso do Grupo Santander, o nível de confiança que pretendemos alcançar com capital económico é de 99,97%, acima dos 99,90%

assumidos pelas fórmulas de capital regulatório propostas no Novo Acordo de Capital de Basilea. A diferença entre ambos os níveis supõe assumir uma probabilidade de falha para o Grupo de 0,03%, em vez de 0,1%, ou seja, 3 vezes inferior à proposta do BIS II.

Em termos de rating externo, um nível de confiança de 99,97% exige dotar capital suficiente para alcançar um nível de solvência equivalente a AA, enquanto que 99,90% apenas permitiria uma qualificação de A-, devido à maior probabilidade de quebra associada.

O modelo de capital económico do Grupo permite quantificar o perfil de risco consolidado considerando todos os riscos significativos da actividade, bem como o efeito de diversificação consubstancial a um grupo multinacional e multinegócio como o Santander. Este modelo está a servir de base ao Grupo para preparar a sua proposta no Processo de Auto-avaliação de Capital de acordo com a normativa do Banco de Espanha no modelo do Pilar II de Basilea II.

Dentro do modelo de medição e agregação de capital económico considera-se especialmente o risco de concentração para as carteiras de carácter de investimento (grandes empresas, bancos e soberanos).

ANÁLISE DO PERFIL GLOBAL DE RISCO

Em 31 de Dezembro de 2007 o perfil global de risco do Grupo, medido em termos de capital económico, distribuía-se por tipos de risco e principais unidades de negócio, como está reflectido: nos gráficos seguintes.

A actividade de crédito, que exige 48% do capital económico do Grupo, continua a ser a principal fonte de risco. Segue-se em importância o risco de mercado da carteira de rendimento variável, acentuado no fecho de 2007 pelo tratamento que como tal se proporciona no modelo de capital na participação no RFS Holdings (Banco Real).

A distribuição de capital económico entre as principais unidades reflecte a diversificação do negócio do Grupo. A América Latina, com 25,5%, diminui o seu peso relativo em relação a 2006.

A diversificação geográfica do grupo representa um resultado de 23% sobre o capital económico consolidado e 18% de diversificação entre diferentes tipos de risco.

A rentabilidade ajustada ao risco do Grupo em 2007 foi de 28,9%. Ao longo deste ano foram levadas a cabo revisões em alguns aspectos metodológicos do modelo interno de capital económico. Tendo em conta estas modificações, a variação líquida em relação ao ano anterior no RORAC global foi de +4,6 pontos percentuais.

O Grupo avalia de forma periódica o nível e a evolução da criação de valor (CV) e a rentabilidade ajustada ao risco (RORAC) das suas principais unidades de negócio. A CV é o resultado gerado acima do custo do capital empregado, e calcula-se de acordo com a seguinte fórmula:

Criação de valor = Bº económico - (CE médio x custo de capital).

O resultado económico é obtido realizando no resultado atribuído os ajustes necessários para agrupar unicamente resultado recorrente que cada unidade obtém no exercício da sua actividade. O custo de capital, que é a remuneração mínima exigida pelos seus accionistas, pode ser calculado de modo objectivo acrescentando à rentabilidade livre de risco o prémio que o accionista exige por investir no Grupo Santander. Este prémio dependerá

essencialmente da maior ou menor volatilidade na cotação das acções do Santander em relação à evolução do mercado. O custo do capital calculado para 2007 é de 9,7%.

Todas as principais unidades de negócio obtiveram em 2007 um RORAC acima do custo de capital. É apresentado de seguida o peso relativo de cada unidade de negócio sobre o valor total criado (como foi definido anteriormente no valor criado representa o resultado económico que excede o custo de capital) pelo Grupo ao longo do ano de 2007: