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(média x3,1) 26% 18% 20% <3,00 36% 3,00 - 3,49 3,50 - 3,99 >4,00

2.1 F

ERRAMENTAS DE RATING

O Grupo emprega desde 1993 modelos próprios de

atribuição de qualificações de solvência ou ratings internos, com os quais mede o grau de risco que comporta um cliente ou uma operação. Cada rating corresponde a uma probabilidade de incumprimento ou não pagamento, determinada a partir da experiência histórica da Entidade, com a excepção de algumas carteiras conceituadas como “low default portfolios”. No Grupo existem cerca de 200 modelos de qualificação interna utilizados no processo de admissão e acompanhamento do risco.

As ferramentas de qualificação globais são as aplicadas aos segmentos de risco Estatal, Entidades Financeiras e Banca de Investimento, que têm uma gestão centralizada no Grupo, tanto na determinação do seu rating como no

acompanhamento do risco. Estas ferramentas atribuem um rating a cada cliente como combinação dos resultados dados por um módulo quantitativo ou automático, um módulo qualitativo ou de ajuste especializado por um analista, e um conjunto de ajustes finais.

•O rating quantitativo é calibrado com a cotação de mercado de derivados de crédito, concretamente credit default swaps, e com a informação do balanço, dando lugar a um modelo estatístico baseado nos estados financeiros que podem ser utilizados também pelas entidades que não dispõem de uma cotação líquida nesses instrumentos.

•Posteriormente há uma revisão desta pontuação, que foi calculada automaticamente, por parte do analista, ajustando- se a um rating final.

•Finalmente, para o caso da banca de investimento, é efectuado um ajuste de rating nos casos em que o cliente avaliado pertença a um grupo do qual receba apoio explícito.

No caso do rating das Entidades Financeiras e Banca de Investimento, existem transformações de rating do cliente considerando o país onde a operação é efectuada, de forma a que exista um rating local e uma rating “cross-border” para cada cliente.

No caso de Empresas e Instituições Privadas em Carteira, a partir da Matriz do Grupo Santander foi definida uma metodologia única para a construção de um rating em cada país, baseada nos mesmos módulos que os ratings anteriores: quantitativo ou automático (neste caso analisando o

comportamento de crédito de uma amostra de clientes e a correlação com os seus estados financeiros), qualitativo ou revisão do analista e ajustes finais. Cada unidade contribui com os seus próprios dados de clientes, os estados financeiros desses clientes, e estuda os rácios que são mais representativos estatisticamente. Uma vez criado este rating específico para o país, a sua aplicação está descentralizada, existindo distintos grupos de analistas dispersos para assegurar a sua proximidade ao cliente.

Em todos os casos, durante a fase de acompanhamento, as qualificações dadas ao cliente são revistas periodicamente, pelo menos de forma anual, incorporando a nova informação financeira disponível e a experiência no desenvolvimento da relação bancária. A periodicidade das revisões aumenta no caso de clientes que alcancem determinados níveis nos sistemas automáticos de alerta e * Loan to value: Relação entre o valor do empréstimo e o valor de taxação do bem

hipotecado.

* Rendimento múltiplo: Relação entre as provisões líquidas de créditos sem garantia do cliente e as quotas anuais do empréstimo.

ESTADO

nos qualificados como de acompanhamento especial. De igual modo, também são revistas as próprias ferramentas de qualificação para poder ir ajustando a precisão da qualificação que outorgam.

Para as carteiras de Riscos Normalizados, tanto para operações com pessoas jurídicas (micro empresas, negócios) como com pessoas físicas, existem no Grupo diversos sistemas de scoring, que valorizam automaticamente as propostas em função do segmento, produto e canal.

Estes sistemas de admissão para as novas operações são complementados com modelos de qualificação de comportamento, de grande poder de previsão, a partir da informação disponível no Grupo sobre o comportamento dos clientes na sua relação bancária (saldos mantidos, movimentos, cumprimento de quotas, etc.). A informação obtida destes scorings de comportamento joga um papel chave na gestão do risco, destacando a sua utilização nas campanhas comerciais de pré-autorizados.

Nos gráficos seguintes é apresentada a distribuição da exposição, em 31 de Dezembro de 2007, depois de ajustada em termos de EAD (“exposure at default”), ou seja, depois da aplicação de factores de conversão às exposições fora do balanço, segundo o rating e a perda esperada para cada uma dos principais

agrupamentos de risco de crédito: clientes, contrapartida (que inclui as posições com entidades financeiras bem como as posições de rendimento fixo, derivados e recompra com todo o tipo de contrapartidas) e soberanos.

A distribuição de rating na carteira de clientes corresponde a um perfil típico de predomínio da banca comercial. Nos lotes de rating sob o BBB, têm um peso maioritário as carteiras de PMEs, consumo, cartões e parte das carteiras hipotecárias do Grupo. Trata-se de exposições caracterizadas por um alto grau de atomização, menor consumo proporcional de capital e níveis de perda esperada amplamente cobertos com a margem das operações.

AAA* AA A BBB BB B CCC 0,1 0,1 0,0 3,31% AAA AA A BBB BB B CCC 11,0 20,1 22,4 16,8 7,7 0,2 21,7 0,004% 0,02% 0,06% 0,21% 0,90%5,26% 26,93%

TOTAL

AAA AA A BBB BB B CCC 8,7 22,8 26,4 19,7 9,3 0,2 12,8 0,02% 0,06% 0,21% 0,90% 5,26% 27,00%

CLIENTES

AAA AA A BBB BB B CCC 39,8 12,7 4,7 5,3 0,1 0,0 37,4 0,004% 0,02% 0,22% 0,80% 4,41%

CONTRAPARTIDA

0,004% Perda esperada

Peso na exposição total (% s/EAD) 18,58%

0,05%

99,7

0,004% 0,32% 2,08%

* Inclui posições soberanas em moedas locais

Perda esperada

Peso na exposição total (% s/EAD)

Perda esperada

Peso na exposição total (% s/EAD)

Perda esperada

CONCEITODEPERDAESPERADA

Para além da valorização do cliente, a análise das operações considera outros aspectos como o prazo, o tipo de produto e as garantias existentes, que servem para ajustar o rating inicial do cliente. Deste modo não se tem apenas em conta a probabilidade de que o cliente não cumpra as suas obrigações contratuais

(“Probability of Default” ou PD na terminologia de Basilea), como também a estimativa da exposição no momento do incumprimento (“Exposure at Default” o EAD) e a percentagem que se estima não poderá ser recuperada sobre o montante não pago (“Loss Given Default” o LGD).

A estimativa dos três factores mencionados permite o cálculo antecipado da perda provável em cada operação ou perda esperada (PE). O seu cálculo correcto é fundamental para que o preço agrupe adequadamente a apólice de risco resultante, de modo a que a perda esperada seja repercutida como um custo mais da actividade.

Os gráficos seguintes, elaborados a partir da base de dados de incumprimentos em Espanha, agrupam a distribuição das operações de consumo e hipotecárias incumpridas desde 2001, de acordo com a sua percentagem recuperada, depois de descontar todos os custos - incluindo o financeiro ou de oportunidade - incorridos no processo de recuperação.

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