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Saber realizar produções artísticas nas linguagens da arte (artes visuais, audiovisuais, dança, música, teatro), individual ou coletivamente, requer do aluno:

• dominar aspectos relativos à construção e execução prática das produções artísticas, considerando as categorias materiais, ideais e virtuais;

• identificar formas da natureza e da cultura, integrando-as às práticas artísticas e estéticas;

• comunicar, receber e difundir as produções artísticas por várias mídias e tecnologias;

• compreender e saber articular a arte a outros componentes do currículo escolar.

2. Ler e interpretar

Saber ler e interpretar produções artísticas e culturais requer do aluno: • apurar a observação e percepção sensíveis e reflexivas;

• conhecer práticas e teorias das linguagens artísticas, bem como familiarizar-se com seus códigos e articulações formais, aspectos expressivos, técnicas, materiais, contextualizando-os em diversos âmbitos – geográfico, social, histórico, cultural, psicológico;

• compreender as linguagens artísticas como manifestações sensíveis, cognitivas e integradoras da identidade. Em outras palavras, saber ler produções artísticas significa fazer apreciações críticas de trabalhos de arte, com atribuição de significados e estabelecimento de relações com variados conhecimentos. Como afirma Manguel, “quando lemos imagens – de qualquer tipo, sejam pintadas, esculpidas, fotografadas, edificadas ou encenadas –, atribuímos a elas o caráter temporal da narrativa”. (2001, p. 27)

Exemplos de atividades relacionadas a estas competências: a apreciação crítica e a discussão sobre os trabalhos dos próprios alunos, em várias linguagens artísticas; observação do mundo natural em suas correlações com o universo da arte.

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3. Colocar-se como protagonista na produção e recepção

Para o aluno que se situe como protagonista na produção e apreciação crítica de trabalhos de arte nas diversas linguagens pressupõe-se que saiba:

• expressar e comunicar idéias e sentimentos por meio de linguagens artísticas; • articular os elementos constitutivos das linguagens da arte, tanto na produção

como na fruição de obras, produtos ou objetos;

• fazer trabalhos artísticos individuais ou coletivos, criando, improvisando, compondo, experimentando, atuando, interpretando com diferentes materiais, meios e técnicas;

• concretizar apresentações, obras, produtos e espetáculos, considerando as perspectivas estéticas e comunicacionais;

• selecionar e produzir trabalhos de arte em diferentes meios e tecnologias, como processos fotográficos, informatizados e outras mídias, entre as quais o vídeo, o cinema, o CD-ROM, entre outros;

• trabalhar com imagens e sons disponíveis nas redes informatizadas, reconstruindo-os ou integrando-os em textos criados no espaço virtual ou dele recortados.

4. Aplicar tecnologias da informação em situações relevantes

Trata-se aqui de integrar à arte o uso das novas tecnologias da comunicação e de informação (NTCI), analisando as possibilidades de criação, apreciação e documentação que os novos meios oferecem. Para isso, cabe estimular o aluno a refletir sobre a produção de poéticas que se valem de meios como rádio, vídeo, gravador, instrumentos acústicos, eletrônicos, filmadoras, telas informáticas, assim como outras tecnologias integrantes das artes visuais, audiovisuais, música, dança e teatro.

Investigação e Compreensão

Conceitos

1. Análise e síntese

Formas, sons, movimentos e gestos produzidos ou observados na natureza, assim como aqueles presentes nas manifestações artísticas de diversas culturas e na vida cotidiana são objeto de análise estética e artística em nossa disciplina. Objetiva-se assim a percepção sensível e reflexiva do universo cultural (de obras, produtos artísticos e objetos) e do meio ambiente natural.

O aluno também deve ser instado a analisar sua própria produção artística e sua fruição de arte, ações vinculadas à experiência de investigação sistemática. Quando direcionado à investigação sensível e reflexiva, o trabalho de Arte possibilita aos jovens e adultos tornarem-se mais atentos e conscientes de suas relações com a natureza e a cultura. Além disso, pode ajudá-los a reconhecer possibilidades de articulação da produção artística com seu trabalho pessoal, bem como refletir sobre o compromisso de cada um com as mudanças e transformações que possam ocorrer nas práticas sociais, culturais e artísticas.

2. Correlação

Conceito cuja construção e aprofundamento exige comparações de formas, expressões e conteúdos de manifestações artísticas de variadas culturas e épocas, assim como de temas e sistemas simbólicos das diferentes linguagens da arte.

A busca das relações de forma, expressão, conteúdo, assunto e tema presentes na produção pessoal e em outras manifestações artísticas possibilita aos alunos fazer distinções sobre as características individuais e culturais e obter melhor conhecimento do próprio trabalho e de sua relação com a sociedade em que vivem.

Um exemplo de objeto de trabalho: a produção artística de Frans Krajcberg (pintor, gravador, escultor e fotógrafo nascido na Polônia, em 1921, que se transferiu para o Brasil em 1948) é profundamente comprometida com a denúncia à destruição do meio ambiente. Krajcberg acompanhou a devastação das florestas brasileiras e sua obra tem essa característica estética, que revela suas intenções poéticas pessoais, s u a e s c o l h a é t i c a e m o r a l e m d e f e s a d a q u e s t ã o a m b i e n t a l n a s o c i e d a d e contemporânea.

3. Identidade

• Singularidade e diversidade: conceitos fundamentais para a pesquisa, o reconhecimento e a análise dos fatores responsáveis pela diversidade e pela individualidade de manifestações artísticas e concepções estéticas de diferentes culturas, épocas e regiões. O estudo e a valorização da produção cultural de cada região favorece a conscientização sobre o patrimônio natural e o construído, além de propiciar a fruição desse patrimônio e o respeito a ele.

Por exemplo: Mestre Cardoso, ceramista nascido em Vigia, no Pará, em 1930, aprendeu os segredos da argila com sua mãe, descendente dos Aruã, povo marajoara. Ele passou dois anos pesquisando no Museu Goeldi para elaborar réplicas das cerâmicas indígenas marajoara e tapajônica. Com sua obra, Mestre Cardoso despertou o interesse pela recuperação das culturas amazônicas da cerâmica.

• Gosto e preferência pessoal: no âmbito estético, ressalta-se a importância de discutir as transformações de valores, hábitos e gostos em relação à arte, no tempo e nas diversas localidades. Isto permite aos estudantes compreender melhor e refletir sobre suas preferências pessoais e as de outras pessoas e culturas.

Os estudantes do ensino médio devem ter clareza de que a formação do gosto pessoal relaciona-se às experiências de vida familiar e cultural, aos meios de comunicação de massa, à escola e outros aprendizados, assim como às relações de cada um com a arte. Enfim, que o gosto pessoal é construído e está sempre em construção.

A freqüentação a espaços de apreciação de arte (museu, teatro, cinema, casa de espetáculos, show, feira, mostra etc.) desenvolve no estudante o hábito de participar das manifestações artísticas e culturais da própria comunidade e de outras, de âmbito nacional e internacional, valorizando-as.

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4. Integração

• O conceito tem grande pertinência na rede conceitual que implica conceitos como a observação (vista como ato de investigação artística, estética e pedagógica); a escuta (como processo de apreciação crítica e conhecimento do outro) e a investigação (como postura nas diversas ações do aluno em arte: fazer, apreciar, contextualizar, sempre na sua interface com as demais áreas do conhecimento).

• Nessa mesma rede conceitual, a atribuição de sentido e valor a produções artísticas de diferentes épocas e lugares visa a práticas sociais inclusivas.

5. Classificação

A aquisição desse conceito, estruturante no desenvolvimento de uma das macrocompetências fundamentais do ensino médio, implica vários procedimentos específicos em Arte:

• organização de registros artísticos e estéticos segundo as diversas linguagens e mídias, com a finalidade de subsidiar conhecimentos na área;

• organização de produções artísticas e proposições estéticas em termos de linguagens, épocas, espaços geográficos e meios socioculturais, com a finalidade de subsidiar conhecimentos na área;

• reconhecimento e valorização de diferentes formas de arte, conteúdos, expressões e estilos;

• reflexão e reconstrução crítica de significados na utilização de novos meios e multimeios.

6. Hipertexto

Diretamente relacionada ao conceito de hipertexto está a experimentação com projetos artísticos hipermidiáticos que integrem signos e textos verbais e não-verbais. Isso permite ao aluno descobrir, inventar, mover-se no ambiente virtual, percebendo a interatividade e o jogo como formas de apropriação de um novo espaço de arte e de participação conjunta.

Competências e habilidades

1. Analisar e interpretar no contexto de interlocução

Analisar e sintetizar as produções artísticas e saberes relativos à arte são requisitos básicos para o aluno compreender o processo artístico e estético e participar criticamente dele. Na apreciação e interpretação de produtos de arte, espera-se que o aluno desenvolva estas competências:

• identificar os sistemas de representação e as categorias estéticas da obra; • definir as formas de articulação dos elementos básicos de cada linguagem; • refletir sobre as relações que envolvem o processo de construção e fruição da arte. Para tanto, é necessário dominar conceitos da área, saber relacioná-los entre si, assim como aos de outras áreas. O conceito de equilíbrio, por exemplo, pode ser compreendido tanto nas artes visuais, na dança ou na música como ser relacionado ao conceito utilizado na Física, na Matemática, na Educação Física.

informações sobre arte permitirá ao aluno transformar essas informações em novos conhecimentos, pela articulação significativa com o repertório que já possui.

2. Reconhecer recursos expressivos das linguagens

A aquisição e o desenvolvimento desta competência implicam, além do conhecimento de conceitos da disciplina, o exercício de outras competências e habilidades, como:

• buscar soluções nos momentos de criação em arte;

• relacionar processos e produtos em arte no trabalho pessoal e de outros indivíduos ou artistas;

• identificar, reunir ou separar aspectos relativos à identidade pessoal e grupal e à diversidade que se expressam nas produções artísticas.

Sempre é bom lembrar que competências e habilidades são mobilizadas e se constroem em rede, não isoladamente.

3. Identificar manifestações culturais no eixo temporal, reconhecendo

os momentos de tradição e os de ruptura

A competência de estabelecer diferenciações e identificações entre obras oriundas de diferentes culturas e em diversas épocas exige que o aluno:

• valendo-se de conceitos anteriormente listados, possa operar com a unicidade e a multiplicidade que compõem o conjunto das produções artísticas, considerando as questões de tempo e lugar no tratamento de conteúdos e temas;

• pesquise e relacione arte e artefato em seus vários contextos;

• seja capaz de identificar épocas e movimentos artísticos em suas correlações com a produção pessoal, social e cultural em arte, observando preservações e transformações. O reconhecimento dos momentos de tradição e ruptura, num estudo de natureza estilística, relaciona-se aos conceitos de informação e redundância, no sentido em que estão sendo utilizados neste texto.

4. Emitir juízo crítico sobre essas manifestações

Trata-se aqui de dialogar e emitir juízo crítico sobre diversas manifestações artísticas e culturais, o que implica:

• emitir juízo crítico sobre o trabalho pessoal e de outros, raciocinando em termos éticos e estéticos;

• distinguir e contextualizar idéias e poéticas na produção de arte material e virtual.

5. Identificar-se como usuário e interlocutor de linguagens