• Nenhum resultado encontrado

1 INTRODUÇÃO

A educação brasileira, em especial o ensino superior em instituições privadas, vive uma situação única na atualidade. Se por um lado as instituições públicas sofrem com a falta de investimento, nas privadas presenciamos o aumento de investimento em pesquisa. Toda pesquisa tem como foco investigar um determinado pressuposto; para determinar a metodologia de pesquisa se faz mister possuir um pensamento crítico. Na graduação, o acadêmico tem a oportunidade de despertar e refinar esse pensamento crítico, uma ferramenta vital para

realização de pesquisa como para sua formação como cidadão. Neste cenário, o docente desempenha um papel crucial – motivar os acadêmicos para o desenvolvimento de pensamento crítico – ao mesmo que forma profissionais para o mercado de trabalho.

Este trabalho versa sobre o papel do docente na motivação e formação do pensamento crítico do acadêmico, e como isso influencia no seu papel na sociedade. Foi realizada busca em base de dados para embasar a reflexão do objetivo.

2 DESENVOLVIMENTO

Vivemos uma época de grandes transformações socioeconômicas. As relações sociais que moldam a nossa civilização estão ganhando novos contornos devido aos avanços tecnológicos. A rapidez de acesso à informação nos levou a mudar certas formas de comunicar, ninguém pode pensar em adquirir um repertório inicial de conhecimentos que lhe baste para toda a vida, porque a evolução rápida do mundo exige atualização contínua de saberes. O ambiente

acadêmico não ficou imune aos reflexos destas transformações; a relação docente e acadêmico, apesar de ter uma hierarquia pré-definida, precisa incorporar essas mudanças na busca de informações (CORRADINI; MIZUKAMI, 2017).

O acesso à informação é um assunto complexo. A nossa civilização tende valorizar a objetividade, relegando a subjetividade a algo desnecessário e ser pensada ou discutida em vários níveis, entre eles o ambiente acadêmico. A busca

da objetividade perante os problemas humanos precisa alimentar-se da subjetividade, contudo, o processo da busca do conhecimento não pode ser mecânico. No pensamento crítico a emoção passa a ser elemento central e importante para as mudanças necessárias (SALLES FILHO, 2016).

Em um mundo cada vez mais interconectado e interdependente, segundo a UNESCO (United Nations Educational, Scientific

and Cultural Organization), o grande desafio da

educação é formar indivíduos desde cedo e por toda a vida, com conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos de que necessitam para serem cidadãos informados, engajados e com empatia para a sociedade atual. Para isso, se faz mister uma pedagogia transformadora que os capacite para solucionar desafios persistentes que envolvem toda a humanidade, relacionados ao desenvolvimento sustentável e à paz (UNESCO, 2013).

Para Morin (2015) a crise da educação é uma crise de civilização. Ela é um componente da degradação das solidariedades tradicionais (grande família, vizinhança, trabalho), perda ou degradação do supereu de pertencimento a uma nação; ausência de um supereu de pertencimento à humanidade. O exposto, resulta num individualismo egocêntrico com uma generalização dos comportamentos incivis.

O bom funcionamento das sociedades democratas exige cidadãos responsáveis e engajados com o desenvolvimento sustentável, capacitados para se envolverem e assumirem papéis ativos, local e globalmente, para enfrentar e resolver desafios comuns, equipados com

valores, conhecimento e competências, contribuindo proativamente para um ambiente mais justo, pacífico, tolerante, inclusivo, seguro com respeito pela democracia e sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, o docente tem papel fundamental na formação do pensamento crítico, pois a educação pode ajudar a criar condições conducentes à paz cultivando o respeito pelos outros e promover a cidadania global (BALASOORIYA, 2001).

Desenvolver competências e habilidades sempre foi objetivo da educação e pensar criticamente tem uma importância fundamental diante da natureza dinâmica dos cuidados de saúde. A garantia de ter desenvolvido a habilidade do pensamento crítico auxilia no processo de construção da confiança em alcançar seu potencial como profissional. Pensar criticamente pode ampliar a possibilidade de construir um novo modo de praticar a atenção à saúde, mas para isso é preciso refletir sobre o atual perfil de trabalho e de trabalhadores. O pensamento crítico pode proporcionar mudanças nas práticas profissionais que tenham impacto direto na assistência e cuidado em saúde geral e saúde bucal (FARIAS et al, 2016).

Necessitamos de uma educação superior que forme cidadãos capazes de desenvolver as habilidades não só na sua área de conhecimento, mas capaz de pensar sobre si mesmos, sobre sua práxis e sobre a sociedade em que estão inseridos, estabelecendo complexas relações de interdependência com o mundo (AMEM; NUNES, 2006).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As grandes transformações sociais mudaram o acesso às informações. Precisamos nos atualizar diariamente, isso porque a evolução é rápida. Essa rapidez na disseminação de informação mudou nossa formar de adquirir conhecimento. O ambiente acadêmico também é afetado e caso não se atualizar pode gerar uma crise da educação que resulta numa crise de civilização, levando a um individualismo egocêntrico, com uma generalização dos

comportamentos incivis, tornando a sociedade mais violenta.

Assimilar essas transformações é o grande desafio da educação, a qual compete formar indivíduos, desde cedo e por toda a vida, com pensamento crítico para solucionar desafios persistentes que envolvem toda a humanidade. A natureza dinâmica dos cuidados de saúde, em especial na Odontologia, pensar criticamente tem uma importância fundamental, possibilita o futuro

ao acadêmico refletir sobre atual perfil de trabalho e de trabalhadores e, dessa forma, construir um novo modo de praticar a atenção à saúde.

O processo da busca do conhecimento não pode ser mecânico. A emoção é elemento indispensável para o pensamento crítico. Para o futuro profissional estabelecer complexas relações de interdependência com o mundo é preciso desenvolver as habilidades além da área de formação, percebendo-se como uma parte importante da sociedade.

Ter um pensamento crítico diante das situações diárias, além de gerar mudanças nas práticas profissionais que influenciam tanto assistência quanto o cuidado em saúde geral como

saúde bucal, também contribuem

desenvolvimento sustentável e à paz na sociedade. O docente é responsável pela formação não somente de futuros profissionais de Odontologia, mas de formadores de opinião que vão influenciar a sociedade em que estão inseridos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS