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1 INTRODUÇÃO

Com este trabalho pretende-se analisar a relevância de discussão sobre a educação nutricional nas escolas; identificar a necessidade de exposição dos conhecimentos nutricionais aos estudantes; e verificar se existem didáticas que apliquem essa instrução nas entidades básicas de ensino no município de Balneário Camboriú (SC). A metodologia utilizada para auxiliar na identificação da problemática foram revisões bibliográficas, análise do cardápio preparado para

as instituições do município, verificar se o tema é abordado corretamente e a apresentação de propostas de intervenção para a discussão.

Muito se discute sobre a educação e o que essa pode trazer. Nesse sentido, a perspectiva da pesquisa é promover medidas educacionais que venham a estimular a ascensão da paz e da saúde na vida dos alunos, bem como proporcionar a excelência educacional.

2 DISCUSSÕES

É de fundamental importância discutir a abordagem da educação nutricional no ambiente de ensino, sendo este o local onde os estudantes passam a maior parte do seu dia e realizam refeições extremamente necessárias. Para Yokota et. al (2010, p. 39): “escola é um espaço privilegiado para a construção e a consolidação de práticas alimentares saudáveis em crianças, pois é um ambiente no qual atividades voltadas à educação em saúde podem apresentar grande repercussão”. Entretanto, é papel fundamental da família auxiliar nesse processo, visto que a educação se inicia em casa.

Distúrbios alimentares nos estudantes mais jovens estão cada vez mais frequentes. Muitas vezes estão relacionados aos maus hábitos

alimentares e ao sedentarismo. Conforme Linhares et. al (2016, p. 468):

[...] nos últimos anos percebe-se o significativo aumento da obesidade em todas as idades, porém o que nos chama a atenção é o fato de que a obesidade entre crianças está crescendo em proporções maiores, fato este que nos faz pensar em medidas que possibilitem a redução deste problema e acima de tudo contribuir para a qualidade de vida destas crianças e de seus familiares.

Esses resultados intensificam-se devido à falta de informações fornecidas aos alunos sobre os benefícios de se optar por uma alimentação saudável e por influência dos hábitos familiares.

Constata-se a importância de iniciar diálogos dentro de casa sobre o tema, também na escola, espaço dedicado à educação.

No município de Balneário Camboriú (BC), onde o estudo foi realizado, nutricionistas prepararam em conjunto as refeições dos níveis de educação infantil, fundamental, Ciep e Enceja das unidades municipais. O escolhido para análise foi o do nível fundamental, que contempla as crianças com idade de 6 a 14 anos. Os lanches são ofertados na parte da manhã às 09h40min para os anos iniciais e às 10h para os finais. No período

vespertino é servido às 15h25min e 15h45min, respectivamente.

Dentre os alimentos oferecidos aos alunos temos: salada, macarrão, arroz, feijão preto e carioca, sobrecoxa de frango, legumes, frango ensopado, kibe assado, iogurte, aveia, frutas, torta de bolacha, polenta, massinha, peixe, iscas aceboladas, leite com achocolatado e biscoito, os quais são divididos entre os dias da semana e para garantir que este seja um cardápio variado, são divididos em semanas 1, 2, 3 e 4, conforme se observa na Figura 1.

Figura 1: Cardápio Fonte: Balneário Camboriú, 2018.

Verificou-se um cardápio diversificado, porém, que apresenta divergências, pois um dia é ofertado salada, polenta, sobrecoxa ensopada e fruta; em outro oferece-se iogurte, aveia e salada de frutas. Sobre as refeições consideradas fora do habitual dos alunos poder-se-ia inferir uma possível causa de rejeição por parte eles, pois, como afirmam Freitas et. al (2013, p. 981) “[...] são alimentos familiarizados, mas ao mesmo

tempo estranhados, pois, encontram-se fora-do- lugar da tradição do hábito”. Além, também, de não existir um diálogo intensificado por parte da escola com os estudantes sobre temáticas como a escolha dos alimentos, os benefícios que esses causam e a forma que eles são produzidos e chegam até a mesa. Somente é introduzido o conhecimento, caso o professor opte por trazer à tona ou promover horta educacional em horário de

aula.

Essa falta de informação, juntamente com hábitos já adquiridos, pode causar aos estudantes dificuldades para apreciarem as refeições que são ofertadas a eles, como analisado pelos autores:

Do ponto de vista dos escolares, existe uma força na dualidade entre bom ou ruim de comer. Nas narrativas, surge a intertextualidade que se associa a lugares, aparências, gosto, sociabilidade, familiaridade e estranhamento. Colocam-se em jogo termos contraditórios, em que o familiar se torna estranho e vice-versa. É considerado estranho a associação banana e biscoito; laranja e pão; mingau de tapioca com gosto de remédio; feijão ou sopa no meio da manhã ou no meio da tarde, ou no lugar do recreio. São alimentos familiarizados, mas ao mesmo tempo estranhados, pois, encontram-se fora-do- lugar da tradição, do hábito. Para a cultura da região, sopa é jantar, e se oferecida fora desse lugar torna-se comida de doente ou de idoso. Para os escolares tomar sopa no recreio está

errado ou não é saudável. (FREITAS et.

al, 2013, p. 981).

Frente o exposto, faz-se necessária a criação de didáticas que visam instruir os alunos sobre a alimentação saudável, trazendo a perspectiva dos aspectos nutricionais e dos benefícios e malefícios que cada tipo de alimento pode trazer à saúde.

O espaço escolar apresenta-se como importante local para o desenvolvimento de programas de educação e saúde, incluindo a educação nutricional, pois é dentro da escola que o estudante permanece por um grande período, estabelecendo suas primeiras interações e relações sociais, participando de experiências que possam influenciar seus hábitos alimentares. E os processos educacionais precisam ser ativos, lúdicos e interativos, favorecendo mudanças de atitudes e das práticas alimentares. Além disso, a implementação de ações nos hábitos alimentares deve ser ampla à família e à comunidade escolar, para que os resultados sejam atingidos e perdurem por longo tempo. (MICHALICHEN et. al, 2017, p. 18)

Dessa forma, possíveis medidas a serem tomadas para atender às necessidades de disseminação do conhecimento seriam a promoção de diálogos com os estudantes, apresentação da pirâmide e os grupos alimentares, e o desenvolvimento de atividades práticas, como a promoção de hortas educacionais juntamente com a informação nutricional dos alimentos que são fornecidas a eles no refeitório, pois, como visto por Michalichen et. al (2017, p. 15): “O envolvimento das crianças na horta é um tipo de intervenção que possui como potencial aumentar a ingestão desse grupo alimentar, contribuindo para a adesão de uma rotina adequada em relação à alimentação”.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs a analisar a importância do porquê se faz necessário desenvolver o senso da educação nutricional nos alunos. Foi identificado que não existe uma presença ativa de atividades que venham a estimular esse pensamento neles, e isso é causado por falta de ações, que inexistem em decorrência de não ser exigido tal aplicação no ambiente escolar.

As metodologias utilizadas auxiliaram na compreensão da imprescindibilidade de um equilíbrio entre escola e família, sendo estes os

pilares da educação do aluno. Dessa forma, faz-se necessária a criação de diretrizes que venham a fortalecer a estipulação da educação nutricional nas escolas.

Levando em consideração os aspectos mencionados, com uma base educacional e o apoio familiar, é possível realizar a promoção da saúde gerando conhecimento e auxiliando na redução de incidências de doenças ocasionadas por uma alimentação inadequada.

Tendo em vista os pontos mencionados com a realização de práticas que venham a atender

à necessidade apresentada, é possível desenvolver uma excelência educativa formando alunos com

maior caráter crítico e informativo desde o início de sua formação escolar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDÁPIO Escola 2018. Disponível em: <https://www.bc.sc.gov.br/cardapio-escolar.cfm>.

Acesso em: 29 ago. 2018.