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Kaivalya à brasileira

No documento DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO (páginas 160-175)

Capitulo 5. A REFORMULAÇÃO DA PROPOSTA SOTERIOLÓGICA DO IOGA NA

5.9. Kaivalya à brasileira

No Brasil, segundo a tese de Dunker, impera-se duas forças contrárias que convivem em harmonia ao espírito dos brasileiros, por assim dizer: uma que o percebe como “cordial” e outra como “intolerante”. A perspectiva cordial, retomada a partir de intérpretes clássicos como Silvio Romero, Afonso Celso, Paulo Prado, Manuel Bonfim e Cassiano Ricardo enfatiza o problema da ausência do Estado nas resoluções particulares que autorizam os brasileiros a burlar normas e ordens vigentes. É o exemplo, segundo a interpretação psicanalítica do autor, do caráter brasileiro ser classificado como o “malandro”, pois na ausência da figura paterna, simbolizada pelo Estado que o abandona e, percebida como explorador e ausente ao mesmo tempo, legitima-o a resolução das suas angústias do seu jeito. Sob o ponto de vista da intolerância, o que se sublinha é o excesso de Estado que dificulta a individualização necessária para que o brasileiro realize as funções que se destina, como no caso do massacre em Canudos, gesto exemplar contra uma comunidade que desafia a autonomia do Estado – do pai – e este age com força desmesurada e violenta aos seus que desafiam a sua autoridade (Ibid., p.137). O primeiro aspecto do caráter nacional lhe permite certa alteridade, do “jeitinho brasileiro”; mas o segundo, funciona como mecanismo de alienação, do “não adianta fazer nada mesmo”. Esse jogo de forças contrárias e ambivalentes é o que define o problema da identidade do brasileiro e a causa do seu mal-estar e sofrimento. A solução encontrada, conclui o autor, é a “união dos contrários” com a persistente sensação de estar num “estado de exílio permanente” (Ibid., p.171).

Talvez ser essa sensação de não-lugar que o estado de exílio representa, que os iogues brasileiros não tenham podido identificar os obstáculos espirituais que os impedem à kaivalya quando das entrevistas. Nenhum iogue brasileiro conseguiu definir com clareza ou identificar a causa específica do sofrimento no ioga a partir dos

poderia representar falta de conhecimento, mas não é esse o caso. Os iogues brasileiros são muito claros e possuem um discernimento e compreensão bem definida da espiritualidade do ioga. Muitos dos líderes entrevistados inclusive, possuem seus próprios gurus indianos e estabelecem contato periódico com a cultura indiana e acadêmica. Essa falta sobre os klesas pode refletir que os obstáculos espirituais ao iogue brasileiro, globalizado e secular, não tenham mais contornos tão definidos como na sociedade de Patanjali. Ou, essa não clareza da natureza dos klesas possa estar relacionada na ambivalência da “alma antropofágica” do brasileiro esclarecida por Dunker.

A ambiguidade e paradoxalidade característica do brasileiro é diferente de puro e simples sincretismo que somam duas características e criam uma terceira totalmente diferentes das duas anteriores. A antropofagia da alma brasileira, estaria mais relacionada com a convivência dos contrários e uma “nova forma de vida” (DUNKER, 2015, p.273-320). Enquanto DeRose, por exemplo, se posiciona oficialmente como um tradicionalista, alguém que foi buscar a mais pura essência do ioga em sua origem pré-védica, a sua tradição de ioga é obscura e legitimada, como ele mesmo descreve, por um espírito de luz indiano desencarnado (Bhajavananda) que o auxilia na decodificação de seu método e que aparece a ele num terreiro de candomblé no Rio de Janeiro, como comenta em entrevista e na própria autobiografia. É nessa gira, por intermediação de preto-velho que DeRose percebe “que está no caminho certo para trabalhar com o ioga”. Por outro lado, a característica híbrida de Hermógenes é ao mesmo tempo marcada por um respeito de reverência ímpar aos princípios de seu guru, Sai Baba, digno de um iogue ortodoxo brâmane. A classificação realizada aqui – tradicionais e híbridos - foi puramente ideal e por questões metodológicas, como ressaltamos desde o início. Rotular o ioga brasileiro é tarefa difícil, senão inclassificável, mas foi necessária para agora mostrar a sua própria indefinição de “alma”. E é nesse ponto que retomo o cerne da tese aqui apresentada: O que liberta os iogues brasileiros do seu sofrimento? Ou de outra forma, do que os brasileiros dedicados à espiritualidade do ioga querem se libertar/salvar?

Entre as narrativas dos iogues brasileiros entrevistados, pode-se perceber certa indefinição da causa do sofrimento humano. Os klesas ou equivalentes, não puderam ser identificados com clareza. Talvez pelo número reduzido de entrevistados, mas

mesmo que assim o fosse, os dez entrevistados líderes de ioga são os responsáveis por uma parcela expressiva de novos professores que adentram ao microuniverso ioguico brasileiro e difundem o que aprenderam com estes líderes aos seus alunos. Dessa forma, é lícíto supor que, mesmo restrito o número de entrevistas, elas puderam revelar que a salvação/libertação espiritual do ioga brasileiro, possa estar inserida na resolução dos problemas da sociedade, no mundo fenomênico e não em outro. O brasileiro se preocupa com esse mundo. O obstáculo à salvação/libertação espiritual proposta pelo ioga no Brasil pode ainda estar indefinida, não possuindo um lugar, uma resposta orgânica específica ou uma emoção singular, como vimos elencada por nossos colegas em outras instâncias. No Brasil, pelo contrário, os klesas podem residir num jogo de polaridades permanente.

Ravi: Vivemos papéis que são falsos (pai, cientista, professor). Antes de nascer já éramos alguma coisa e depois de morrer continuaremos ser. O que somos então? São as identificações dos papéis [que ocupamos] que originam o sofrimento humano.

Hermes: O personagem constrói a realidade física da pessoa. Há um eu por trás que você já é.

Ganesh: O estresse existe, mas não tem razão de se deixar manifestá-lo físico e mentalmente, pois o estresse é fruto da ignorância de não se perceber dentro de uma ordem [cósmica]. Todos nós somos parte dela. As causas do sofrimento humano está em não se compreender que você não é o papel que ocupa [na sociedade ou família]. O ioga lhe dá a possibilidade de você perceber-se algo que você já é, mas que você não percebe plenamente.

Vishnu: Os obstáculos do ioga são nossas próprias máscaras. Rudá: Os obstáculos sou eu mesmo que construo.

Shanti: Isvara é a consciência que permeia tudo. Estamos imersos em

Isvara. Não temos consciência Dele, mas o ioga ajuda na conexão

com Deus que está dentro de nós. Eu me conecto comigo, eu me conecto com o universo. Há um plano maior de Isvara.

Andurá: A meditação nos ajuda a contar menos histórias sobre nós mesmos.

Em todos os discursos acima está implícito uma insatisfação e anomia do seu desempenho social ou na ordem cósmica, por assim dizer. Os iogues brasileiros, habitantes da classe média, em geral profissionais liberais ou microempresários, descrevem os klesas indefinidamente como algo que os alienam e responsaveis por afastar os indivíduos da “harmonia”, ordem cósmica, portanto, da homeostase

espiritual que kaivalya promete e está representado no corpo. Kaivalya no Brasil, parece manifestar-se dentro de uma lógica dinâmica, assim, de difícil classificação, pois muda a todo instante à mais sutil oscilação. A sua narrativa, no entanto, pode estar obedecendo a mesma lógica na qual os klesas, o samadhi e as energias suprassensíveis correspondem e como ressaltamos ao longo de toda a tese: na ressignificação da fisiologia biomédica ocidental. Por isso, o representamos aqui nesse equilíbrio dinâmico metaforizado em homeostase, descrito no segundo capítulo, por forças internas do organismo em busca constante (eternas, por assim dizer) da manutenção da harmonia do nosso corpo-mente e o colocar em “relaxamento”: em um estado ideal que não precise fazer nenhum esforço. O objetivo último do ioga no Brasil, parece estar em adquirir as mesmas características da “união de forças contrárias” e “exílio permanente” que Dunker afirma serem as motivações do mal- estar brasileiro.

Kaivalya para o brasileiro não aparece como “estado final”, mas algo que os

“conecta novamente” ou “em equilíbrio”. Em outras palavras, há um possível “entrar e sair” do estado de ioga e não um definitivo “local salvífico/libertador”, como o céu cristão. Kaivalya está mais para o “Nosso Lar” espírita, no sentido estrito de lugar de transição ou purificação, pois logo em seguida os iogues descrevem o “desconectar” de novo num eterno retorno do estado ordinário ao sublime. Nada parece indicar um estado definitivo em kaivalya para o brasileiro.

O que o ioga, como caminho espiritual em processo, mas sobretudo como promulgador de uma nova forma de vida, propõem libertar seu devoto do estado de alienação ou klesa-mãe-Ignorância (avidya), que foi traduzido metaforicamente modernamente como estresse e outras emoções, que podem ser, na verdade, reflexos ou sintomas – para utilizar as expressões de Dunker – de um sofrimento maior advindo do mal-estar. Kaivalya poderia refletir o libertar não apenas do estresse, no sentido conservador, que o associa com o “estilo de vida agitado das grandes cidades”, mas de uma nova narrativa, uma metáfora de um estado de eterno equilíbrio de estar, portanto, com alteridade, vencendo o mal-estar de não estar. Kaivalya- homeostase não seria, talvez, o fim do sofrimento, mas o discernimento da causa espiritual do mal-estar, da angústia da alma. Estabelecer-se na Verdade de kaivalya, talvez esteja mais em tomar consciência que se sofre, mas resiste com a coragem e a fé que a cada prática ritual, o praticante ou aluno de ioga pode superá-lo mais um dia,

no constante jogo de equilíbrio do viver. O kaivalya verde-amarelo pode estar mais na impermanência, no jogo de cintura, como o próprio jeito do brasileiro, do que no alcance do estado permanente de não-sofrimento do ioga indiano.

CONCLUSÃO

O ioga é um fenômeno espiritual desde a sua definição como darsana na tradição do hinduísmo indiano. Atualmente, o enlace da espiritualidade do ioga aos conceitos da ciência fisiológica biomédica moderna ocidental, vem possibilitando a diversos autores contemporâneos o perceberem como um novo fenômeno religioso (DeMICHELIS, 2004; NEWCOMBE, 2008; JAIN, 2010). Devido a isso, a proposta soteriológica do ioga moderno possui estreitos laços com as suas aplicações terapêuticas, ao mesmo tempo que a ciência também tem se utilizado das suas práticas como terapia de baixo custo em muitos indivíduos, sobretudo no Brasil (SIEGEL, 2010). Essa ponte ciência-religião estabelecendo-se entre setores da saúde brasileiros e o ioga, muitos médicos, fisioterapeutas, psicólogos e profissionais de educação física têm se utilizado das práticas corporais ioguicas. No entanto, essa aproximação com a ciência não o secularizou, pelo contrário, a ciência se tornou sua via explicativa religiosa em busca da salvação/libertação para o ioga moderno.

Os klesas, os grandes responsáveis pelo sofrimento ou mal-estar humano na

perspectiva ioguica clássica, foram sendo ressignificados, assim como todas as escrituras modernas do ioga, à luz da ciência fisiológica biomédica (SIMÕES, 2011). Assim, o klesa-Ignorância recebeu contornos de estresse, o klesa-Apego de sentimento de desejo, o klesa-Aversão de ódio, o klesa-Medo de Morte de medo como gatilho responsivo ao estresse, e o klesa-Orgulho de egoísmo. No Brasil em específico, por causa ao insulamento que o ioga sofreu por mais de cinquenta anos sem a presença de líderes indianos do ioga que o legitimassem como religiosidade, o ioga verde-amarelo desenvolveu particularidades que o pudemos classificar idealmente em duas grandes perspectivas: os iogues híbridos, na figura do Prof. Hermógenes, muito mais permissivos a sincretismos com religiões nativas e do cristianismo primitivo; e os iogues tradicionalistas, inspirados pelo Mestre DeRose, que buscam primar pela “essência” e “purismo” do ioga ortodoxo da Índia.

Pelos dados coletados das entrevistas com dez líderes de ioga e mais três cientistas que investigam os aspectos terapêuticos do ioga, identificamos cinco características: 1) A ausência da presença dos klesas em suas narrativas como obstáculos espirituais, assim como uma definição específica de algo similar; 2) Houve

uma distinção muito clara entre prática ou método de ioga, de estado ou experiência/vivência de ioga. O primeiro parece se referir a qualquer prática, mesmo secular; e o segundo ao foco de quem se devota religiosamente as práticas e compreensão das suas escrituras. 3) Todos se referem ao momento atual como uma “fase de transição” do ioga brasileiro do hibridismo ao tradicionalismo; 4) Duas crenças permanecem de seus períodos históricos anteriores, numa Ordem Cósmica que rege o mundo e o corpo, e em energias transfisiológicas; 5) Parece haver uma relação estabelecida entre relaxamento e os conceitos espirituais de samadhi e

kaivalya.

Dentro desse quadro investigativo e de nossos marcos teóricos, mostramos que as práticas corporais do ioga se transformaram em rituais corporais de cura (DeMICHELIS, 2004; JAIN, 2010). A partir da descrição de processo ritual em Victor Turner desenvolvido por DeMichelis (2004), Liberman (2008), Sarbacker (2008) e Andrea Jain (2010), o conceito de samadhi no ioga nos permite estabelecer correlação com o espaço liminar ou liminaridade elevando o relaxamento, como terceira fase das práticas rituais corporais do ioga, em espiritual e responsável pelo ritual de passagem do estresse cotidiano do ambiente das grandes cidades ocidentais ao conhecimento (gnosis) advindo da liminaridade (TURNER, 2005). Essa gnosis, ou discernimento espiritual do ioga (viveka), ficou estabelecido que empossa o praticante de ioga de certa “alteridade espiritual” que remove a alienação ou ignorância e o põe em processo de “crescimento pessoal”, que segundo Hanegraaff (1998) pode ser considerado similar ao conceito de salvação/libertação religiosa, portanto, kaivalya. Os klesas-estresse e emoções equivalentes na relação com a resposta do estresse, como indicamos, seriam os empecilhos para que o relaxamento espiritual propiciasse a vivencia do samadhi.

Os conceitos de klesa metaforizados em estresse, como apresentados por Bhavanani e Rao no segundo capítulo e/ou emoções em Balsev, assim como a sua ausência no microuniverso do ioga brasileiro investigado, necessitam de pesquisas com maior abrangência, mas ainda assim, podem revelar uma nova concepção das causas do mal ioguico moderno. Nossa investigação nos permite supor que esses fatos podem revelar uma nova concepção para os klesas, dessa forma, alertar o ioga como um novo movimento religioso em processo. No Brasil, particularmente, os klesas parecem estar relacionados com a carência do iogue brasileiro conseguir firmar a sua

alteridade na sociedade, sobretudo nas narrativas de que vivem em “máscaras” e “papéis sociais” que precisam desempenhar. Isso pode corroborar com a análise de Dunker sobre a sociedade brasileira que foge de seu sofrimento com a fantasia da vida em forma de condomínio. Aquela que imaginamos poder nos isolar do mundo estressante que nos alfige por meio dos excessivos ruídos, violência, trânsito e etc. atrás dos muros, catracas e grades dos condomínios. Associei essa configuração com os papés que precisamos sustentar dentro dessa lógica que Dunker descreveu com alienante do indivíduo. Pareceu-me bastante similar com a proposta do ioga brasileiro em criar rituais coporais de relaxamento espiritual como via de salvação/libertação desta “lógica dos muros” do condomínio. Os obstáculos espirituais ao ioga no Brasil parece ser mais “concreto” do que o estresse e emoções específicas. O iogue brasileiro parece ainda não conseguir nomear a causa. Talvez tenha muitas causas, ou vise de forma mais urgente certa alteridade espirtitual, como mostramos.

No Brasil em específico, essa alteridade espiritual indicado por Sarbacker (2008), indicaria o kaivalya ao estado de ioga descrito pelos entrevistados, obedecendo a ressignificação que passa o ioga pela linguagem metaforizada pela fisiologia ocidental, um caráter de “homeostase divina”. Escolhemos o termo homeostase para representar uma metáfora em fisiologia, pois kaivalya ao iogue brasileiro parece não representar, como no caso do seu conceito clássico indiano, o “fim do sofrimento”, mas um equilíbrio dinâmico, assim como o conceito utilizado pela fisiologia científica e caracterizado pelos iogues entrevistados. A não identificação dos klesas no discurso ioguico nacional pode relevar não haver, portanto, para este contexto sócio-religioso, um ou demais “obstáculos espirituais” à salvação/libertação final, definição clássica à kaivalya. No Brasil, como sugerimos pelo estudo psicanalítico e histórico do mal-estar e causas do sofrimento brasileiro, pode ser algo que não não tenha definição clara. O mal-estar que assola os brasileiro modernos, segundo Dunker (2015), residiria na sensação de “exílio permanente” que faz com os brasileiros talvez sintam o seu mal-estar ou sofrimento existencial em um “não-estar” presente. Desse modo, é lícito supor kaivalya, ao microuniverso ioguico verde-amarelo, como buscando espiritualmente certa “harmonia” e “equilíbrio” reiteradamente citada nas narrativas dos iogues nacionais. Ambivalentemente, o

kaivalya brasileiro não está compreendido como um estado ou local geográfico

própria existência. Kaivalya à brasileira, portanto, estaria mais para um eterno jogo dinâmico de equilíbrio de forças contrárias do aqui-e-agora e não em um mundo vindouro ou “supramental”, mas similar ao conceito fisiológico de homeostase, como propomos, um estado de bem-aventurança mas sujeito a mudança por qualquer sutil oscilação corpo-mente-ambiente, que caracterizaria, em nossa comparação pela análise de Dunker (2015), a forma de viver do brasileiro.

Como pano-de-fundo da discussão acima, reside o valor da “fisiologia da religião” (USARSKI, 2007, p.13) como uma possível subdisciplina auxiliar em processo na ciência da religião no Brasil. Em outras instâncias, o seu valor heurístico pode ser já percebido (LAKOFF & JOHNNSON, 1999; FULLER, 2008; WINKELMAN & BAKER, 2010), mas no Brasil ainda bastante incipiente as pesquisas que consideram o corpo como parte importante na compreensão de um fenômeno religioso. Outro ponto que levantamos, está na ciência funcionando como legitimadora de discursos religiosos ao invés de responsável pela secularização de narrativas religiosas. Com o ioga percebeu-se aqui que ela é uma das mais importantes responsáveis por fomentar o surgir de seus novos bens de salvação (klesas, samadhi e kaivalya).

A investigação do ioga, fora dos muros que o cercam como terapêutica espiritual ou secular de cura e profilaxia de doenças, pode ampliar o espectro de sua religiosidade na compreensão das mais profundas angústias existenciais de uma parcela determinada das sociedades urbanas no Brasil, que o praticam não apenas para aquisição de uma boa saúde, mas como uma nova forma de viver e sofrer.

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