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Rapsódia XXIV Na morada de Hades A paz: Ulisses vai ao campo, onde

COMEÇAREI A DECLARAR MEU NOME PARA QUE CONTINUE A SER SEU HÓSPEDE

4 AS PARADAS DA VIAGEM EM IMAGENS MONADOLÓGICAS NARRATIVAS DE HISTÓRIA DE VIDA

4.7 MÔNADAS PRODUZIDAS DAS NARRATIVAS DE ALICE

Minha família

Sou a filha mais velha de Solange e Celso. Eles se casaram em março de 1988 e eu nasci em janeiro de 1989. Minha mãe estava terminando a residência em Pediatria e meu pai depois que eu nasci começou a faculdade de Engenharia Civil.

Minha mãe é filha de Admar e Mercedes. Meu avô era contador e minha avó trabalhava nos correios. Meu avô é de uma cidadezinha em Minas Gerais chamada Senador Firmino, a visitei em 2013. Minha vó é do interior de São Paulo, Pongaí (coincidentemente, cidade vizinha da cidade do meu marido – minha vó SEMPRE fala sobre isso quando o vê). A família da minha vó é da Espanha, chegaram aqui no início do século XX.

Em algum momento, a família dos meus avós foram para a cidade de Jaguapitã e lá meu avô e avó se conheceram. Lá eles tiveram 5 filhos, inclusive minha mãe, a do meio. Todos vieram até Londrina fazer faculdade e todos seguiram a área da saúde.

Meu pai é filho de Moacyr e Ivone, mais conhecida como Vó Vanda. Meu avô paterno é filho de italianos que também vieram para o interior de São Paulo no início do século XX. Eles eram agricultores. Em algum momento eles vieram para o Norte do Paraná e aqui meu avô conheceu minha vó, que nascera em Londrina (elas têm quase a mesma idade). Meu bisavô, pai da minha vó Vanda era filho de escrava com um holandês e foi um dos primeiros a se instalar na região do Patrimônio Regina, inclusive tem uma rua com o nome dele. A escola da região também tem o nome do meu bisavô, pai do meu avô a paterno, Egídio Terziotti (mudaram o z pelo c sabe-se la porquê).

Medo de ser discriminada na escola

Até a 4º série estudei em uma escola particular pequena perto de casa, a escola Educar. Lá fiz aula de dança (jazz e sapateado), de teatro, de espanhol. A que eu mais gostava era a de dança, mesmo achando que não era muito boa. Dos professores só lembro das feições, nenhum de nome. Somente um que depois eu encontrei em outra escola, o professor Joelson, de educação física. Fui inclusive colega de trabalho dele muito tempo depois. Lembro desde o início não gostar muito de matemática, mas nunca tive problemas até a 4º série. Na 5º série eu mudei de escola, fui para uma muito maior, o Universitário. Lembro que no início fiquei com medo de ser discriminada porque éramos bem simples, meu pai andava de “fusquinha” e eu tinha medo de me tratarem mal porque todos seriam super ricos e eu não. Isso aconteceu em alguns momentos sim, mas fiquei amiga das pessoas mais simples também da escola e percebi que o colégio não era feito só de ricaços.

Eu sempre quis ser professora de história

Esse foi meu primeiro amor, os Backstreet Boys, foi graças a eles que eu comecei a ouvir música, músicas em inglês, e me apaixonar pelo inglês, tinha duas paixões que era o inglês e a história, sempre amei, eu sempre quis ser professora, eu falava para meus professores da quinta série que queria ser professora de história.

[...] eu cresci ouvindo as pessoas falarem: “Mas você vai ser pobre”, a minha mãe falava para mim: “Você vai sofrer tanto”. E aí eu fui fazer história, e ao mesmo tempo eu estudava inglês.

Imagens dos professores

Acredito que o interesse pela leitura veio dos meus pais, que sempre leram bastante. Minha mãe sempre comprou livros para mim, desde cedo. E meu pai sempre discutiu muito história comigo. Meu pai principalmente deve ter sido a principal pessoa a me fazer interessar pela disciplina. Entretanto, acredito que nenhuma pessoa da família tenha me influenciado em ser professora, pois eram poucos os professores da família. Acredito que os meus próprios professores me influenciaram, pois gostava muito deles, principalmente da área de humanas. Interessante que quando eu estudava via meus professores como num pedestal, achava todos muito legais, elegantes, sempre super de bem com a vida. Porém, quando fui dar aula no mesmo colégio que eles, percebi o quanto eles eram estressados, cansados, com problemas, como qualquer outro professor. [...]

Nunca pensei no professor como alguém que não tinha capacidade de passar em outro curso, eu pelo menos não fui assim. Eu escolhi História porque era apaixonada pela disciplina e porque tive ótimos modelos de professores, que me encantaram de tal forma que me fez querer ser assim como eles. Entendo, ao contrário do que muitos acham por aí, que professor não fez voto de pobreza e que não é porque ele tem o dom de ensinar, que deve fazer isso em qualquer circunstância. Eu escolhi ser professora, porém acredito ter o direito de lutar por melhores condições de trabalho, com melhores salários e mais reconhecimento pela sociedade.

Início da carreira docente

Desde o início tinha em mente que eu seria uma professora universitária. Pensava que eu iria sim dar aula em escolas, porém que o meu objetivo era fazer mestrado, doutorado e entrar na carreira acadêmica. Por outro lado, também, nunca fui muito fã dessa obsessão do mundo universitário em escrever extensivamente, publicar, publicar, publicar. Então quando terminei a graduação ainda estava bem “cru” e achava que não estava pronta para o mestrado, fui fazer especialização na UEL mesmo. No ano de 2010

então me inscrevi no PSS e fui chamada para dar aula em setembro em uma escola na zona norte de Londrina. Foi MUITO difícil, pois nunca tinha dado aula e peguei logo 40h, inclusive aula de filosofia no ensino médio. Mesmo tendo bastante dificuldade, eu queria muito ser professora, me angustiava eu estar formada e não estar trabalhando na área, então continuei até o final do ano. No ano seguinte eu fui contratada em uma escola particular perto de casa então não me inscrevi no PSS. No meio do ano fui chamada a dar aula de inglês em uma das escolas que tinha deixado currículo e foi assim que comecei a lecionar inglês. O fato de eu ter morado fora e ter a certificação me ajudaram bastante. E no ano de 2011 passei para o curso de Mestrado da UEL.

Sempre fez parte da minha formação, mesmo querendo fugir

A minha mãe sempre fez parte de um movimento que se chama Movimento dos Focolares, [...] movimento da Igreja Católica, mas que abrange a todos. Todos podem participar, e aí eu participava quando era criança, mas eu tive um período rebelde na minha vida, que eu não queria mais participar de nada, e depois eu voltei, e participo desde então. [...] isso sempre fez parte da minha formação, mesmo eu querendo fugir dela. [...] fui participar de um projeto social em Vargem Grande Paulista.Em 2010, ligado ao movimento, me chamaram porque vem gente de várias partes do mundo para fazer tradução, e eu fui, fiquei um mês fazendo isso. Foi maravilhoso, nessa revista tem essa reportagem que eu apareço, eu gosto tanto dela.