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Capítulo 1: Educação Histórica e Passados Dolorosos

1.1. Conceitos Relevantes para a Investigação

1.1.4. Memória, Ressentimento e Reconciliação

“Only sheer violence is mute, and for this reason violence alone can never be great.” Arendt, 1998, p. 26.

A memória humana é de facto formidável, apresentando-se em muitos casos como a única alternativa ao conhecimento histórico, uma vez que nem sempre é possível encontrar e

utilizar fontes escritas. Se os historiadores rejeitassem esta fonte por completo, certa- mente que não possuíamos informações relativas, por exemplo, à vida num campo de concentração nazi. Assim, a memória ou lembrança “é em larga medida uma reconstrução do passado com a ajuda de dados emprestados do presente, e além disso, preparada por outras reconstruções feitas em épocas anteriores e de onde a imagem de outrora manifes- tou-se já bem alterada”. (Halbwachs, 1990, p. 71).

Zilda Kessel (s/d) diz-nos que o conceito de memória e a forma como a memória funciona são questões há muito debatidas por filósofos e cientistas. Deste modo, o conceito de memória tem-se vindo a adaptar às funções e utilizações sociais, bem como à importância que recebe nas várias sociedades humanas. A mesma autora refere que na Grécia Antiga a memória era tida como algo sobrenatural e um dom a ser exercitado, que a deusa Mne- mosine, a deusa da memória, tinha o poder de dar aos poetas a capacidade de lembrar o passado e assim de o transmitir aos mortais. Já na Roma Antiga, a memória era algo essencial à arte Retórica. No período medieval, Kessel afirma que a memória litúrgica ganhou importância, uma vez que estava associada à memória dos santos, isto é, no cris- tianismo e no judaísmo a memória era usada para trazer ao presente os acontecimentos e os milagres do passado. Numa perspetiva mais contemporânea, a memória ganha impor- tância no campo das Ciências Físicas, Biológicas, Ciências Sociais e Psicologia. Segundo a mesma autora, os estudos conduzidos nestas áreas contemplam “(…) os conceitos de retenção, esquecimento, seleção. Como elaboração a partir de variadíssimos estímulos, a memória é sempre uma construção feita no presente a partir de vivências/experiências ocorridas no passado” (Kessel, s/d, p. 2).

Segundo Halbwachs, muitas das lembranças que possuímos surgem porque outras pes- soas falam-nos acerca dessas mesmas lembranças. Assim:

“conceder-nos-ão mesmo que, quando esses homens não estão materialmente presentes, se possa falar de memória coletiva quando evocamos um acontecimento que teve lugar na vida de nosso grupo e que considerávamos; e que consideramos ainda agora, no momento em que nos lembramos, do ponto de vista desse grupo.” (Halbwachs, 1990, p. 36)

Relativamente à memória ou lembrança individual, Halbwachs refere que “acontece com muita frequência que nos atribuímos a nós mesmos, como se elas não tivessem sua origem em parte alguma, senão em nós, ideias e reflexões, ou sentimentos e paixões, que nos foram inspirados por nosso grupo.” (Halbwachs, 1990, p. 47). Este autor fala ainda de uma memória autobiográfica e numa memória histórica, em que “a primeira se apoiaria

na segunda, pois toda história de nossa vida faz parte da história em geral.” (Halbwachs, 1990, p. 55). Esta relação entre a nossa própria memória, a memória autobiográfica e a memória histórica, acontece uma vez que nós, seres humanos, somos o resultado do que nos rodeia, da sociedade, cultura e região onde nos inserimos. Nós pertencemos a um grupo, e mesmo que não queiramos ou que não nos demos conta, acabamos por ser influ- enciados pelo mesmo. O ambiente e as pessoas que nos rodeiam contribuem voluntaria ou involuntariamente para a criação das nossas memórias. Ou seja, a realidade em que vivemos está repleta de influências que, mesmo que impercetíveis, acabam por se instalar no nosso subconsciente e assim construir a nossa memória coletiva. Como Zilda Kessel afirma, “as lembranças se alimentam das diversas memórias oferecidas pelo grupo” (s/d, p. 3). E esta memória de grupo tem um papel importantíssimo ao contribuir para o senti- mento de pertença a um grupo cujo passado é comum e que partilha as mesmas memórias. Esta memória coletiva “garante o sentimento de identidade do indivíduo calcado numa memória compartilhada não só no campo histórico, do real, mas sobretudo no campo simbólico” (Kessel, s/d, p. 3). De salientar ainda que esta autora defende que a memória individual se alimenta da memória coletiva e da memória histórica, incluindo elementos mais amplos do que a memória construída pelo indivíduo e seu grupo (Kessel, s/d).

Relativamente ao imaginário da memória coletiva, M. Selau refere:

“(…) os acontecimentos vividos pela pessoa entrevistada estão em primeiro lugar. Em segundo estão os acontecimentos vividos pelo grupo ou pela coletividade à qual a pessoa se sente pertencer, dos quais ela nem sempre participou, mas que no imaginário tomaram tamanho relevo que é quase impos- sível ela distinguir se participou ou não” (Selau, s/d, p. 220).

Já segundo Michael Pollak (1989), quando membros de uma sociedade (grupos sociais e instituições), fazem certas referências ao passado, estão a reforçar a sua ligação. Ou seja, segundo esta visão de Pollak, a referência a um passado comum faz com que a população sinta que faz parte de uma memória coletiva, de uma mesma história. Esta realidade é extremamente visível na Irlanda do Norte, uma vez que os vários grupos rivais recontam as suas memórias, as suas narrativas, de forma a continuar a incluir novas gerações, nas mesmas e, desta forma, prolongar a divisão político e religiosa. Neste sentido, Pollak afirma:

“A memória, essa operação coletiva dos acontecimentos e das interpretações do passado que se quer salvaguardar, se integra (…) em tentativas mais ou menos conscientes de definir e de reforçar senti- mentos de pertencimento e fronteiras sociais entre coletividades de tamanhos diferentes: partidos, sindicatos, igrejas, aldeias, regiões, clãs, famílias, nações, etc.” (Pollak, 1989, p. 9).

Para o mesmo autor, a memória tem um papel importantíssimo na manutenção e na pre- servação do sentimento de pertença a um grupo, mas também na identidade de um ser individual (Pollak, 1989).

Neste sentido, também a memória é, por vezes, usada para eternizar vítimas e assim servir determinadas visões políticas:

“Les effets politiques du devoir de mémoire ne sont pas à négliger quand ils affaiblissement le lien social dans une nation. C’est le cas lorsque, dans certain discours, l’argument des crimes du passé est utilisé pour conforter la posture de la « victime éternelle »” (p. 16)36.

Ainda sobre a memória e sobre as personagens que compõem as nossas lembranças, M. Selau referiu:

“As personagens também são entendidas desta forma, existindo as que foram encontradas pessoal- mente, as que foram conhecidas indiretamente, mas que se tornaram quase que conhecidas e ainda as que não pertencem ao espaço-tempo da pessoa. Por último os lugares. Existem lugares da memória, lugares ligados a uma lembrança, que pode ser pessoal ou não ter apoio no tempo cronológico. Na memória mais pública, nos aspetos mais públicos da pessoa, pode haver lugares de apoio da memória, que são lugares de comemoração. Locais muito longínquos fora do espaço-tempo da vida de uma pessoa, podem constituir lugares importante para a memória do grupo e por conseguinte da própria pessoa, seja por tabela, seja por pertencimento a este grupo” (Selau, s/d, p. 220).

Um outro conceito que está estritamente relacionado com a memória é o conceito de res- sentimento, especialmente no que diz respeito à História da Irlanda do Norte.

Para Mónica Grin, o ressentimento é “uma emoção coletiva, ditada pela memória coletiva e com impacto desestabilizador para a vida pública” (Grin, 2013, p. 4). A autora defende ainda que este conceito encerra em si uma conotação negativa, de um ponto de vista mo- ral. Assim, o ressentimento é um sentimento com uma má conotação que pressupõe a ausência de perdão, a incapacidade de esquecer algo que um indivíduo ou um grupo de indivíduos sofreu, desde violência física a psicológica e que está associada a algo infligido por terceiros.

36 AAVV (2011). L'enseignement des passés douloureux en France: état des lieux, présentation des deux

Friedrich Nietzsche descreve na sua obra “ECCE HOMO: como se chega a ser o que é?”, o que é o ressentimento e como este sentimento corrói o Homem. Nesta obra, F. Nietzsche (2008) refere que o ressentimento surge com a fraqueza de um qualquer ser humano e que a pessoa mais prejudicada com este sentimento é o próprio ser fraco. Este autor escreveu o seguinte sobre o ressentimento:

“Porque o homem se esgotaria demasiado depressa, se em geral reagisse, então não reage: eis a lógica. E com nada mais ele se consome a não ser com os afectos do ressentimento. O despeito, a susceptibi- lidade mórbida, a impotência para reabilitação, a inveja, a sede de vingança, o que há de venenoso em cada sentido.” (Nietzsche, 2008, p. 19).

Ou seja, o ressentimento é um sentimento que surge nas pessoas com espírito fraco, pro- veniente de sentimentos associados à vingança, despeito ou à inveja. O ressentimento é um sentimento mau, que prejudica apenas quem o sente, segundo a teoria de Nietzsche (2008).

Paralelamente, Simone Brito fala do ressentimento como “chagas que se alastram e des- troem a beleza e o corpo sadio” (Brito, s/d, p. 1). A mesma autora afirma ainda que este sentimento requer sempre duas pessoas, ela explica que não é pelo escravo se sentir mal que o sentimento de ressentimento surge, é sim porque o escravo se sente pior que o senhor que este serve e assim surge um sentimento de vingança. Paralelamente, Mónica Grin cita a experiência de Jean Amérg, um dos sobrevivente do Holocausto, que vai ao encontro do que aqui já foi referido; o ressentimento como um sentimento de vingança, um sentimento dos fracos e carregado de ódio: a “(…) experiência de ressentimento as- sumido e cultivado em relação à Alemanha foi compreendida como uma fraqueza moral, uma vontade de imputar culpa coletiva aos alemães, um sentimento doentio de vingança, ocioso, egoísta e autodestrutivo (…)” (Grin, 2013, p. 12).

Ou seja, o ressentimento surge associado a sentimentos negativos provenientes daqueles que se encontram em desvantagem social, em inferioridade, em desigualdade ou em so- frimento. O ressentimento é algo intrínseco ao ser humano e tem estado presente em todas as sociedades, desde a sociedade do período Moderno, em que pessoas de raça negra eram tratadas como animais e usadas para trabalho forçado, ou mesmo no período Contempo- râneo, com a violência exercida sobre a comunidade judaica durante a Segunda Guerra Mundial, ou mais recentemente, o ressentimento que a população ocidental possui em relação ao mundo islâmico devido aos ataques terroristas levados a cabo por grupos ex- tremistas. Seja em que período se esteja a falar, o ressentimento é intrínseco às sociedades

e está diretamente relacionado com a memória coletiva, pois como Kessel diz, a “(…) memória é um objeto de luta pelo poder travada entre classes, grupos e indivíduos. Deci- dir sobre o que deve ser lembrado e também sobre o que deve ser esquecido integra os mecanismos de controle de um grupo sobre o outro” (Kessel, s/d, p4). Prolongar o res- sentimento através da memória coletiva é algo que muitas sociedades continuam a ali- mentar, por motivos vários. Esta é ainda a realidade vivida em muitas áreas da Irlanda do Norte. Uma vez que o seu passado é ainda muito recente, o que faz com que os cidadãos ainda vivam muito o seu passado doloroso, prolongando o ressentimento em relação ao outro. Mesmo aqueles que não estiverem diretamente envolvidos nos The Troubles, repe- tem continuamente histórias passadas, as memórias de outros, descrevem eventos como se os tivessem vivido na primeira pessoa. Assim, a memória coletiva e o ressentimento não podem ser ignorados, uma vez que, em determinadas situações, a memória coletiva, (onde o ressentimento se inclui), tem tanta importância como a memória individual e não é possível separar uma da outra, já que muitas vezes, essa memória coletiva é uma me- mória herdada e que se incorpora na memória individual como se fossem uma só. Há, assim, na História da Irlanda do Norte uma memória ainda muito presente na sociedade, reavivada, em grande parte, pelo ressentimento e rancor que ainda perdura.

Assim, o ressentimento é o sentimento que fica quando o ser humana experimenta dor física ou emocional, provocada de forma intencional ou não, por outra pessoa. Este sen- timento pressupõe que não fomos capazes de perdoar e de esquecer a dor a que fomos sujeitos em algum ponto da nossa vida. Na Irlanda do Norte este é um sentimento ainda muito presente na sociedade, e como já foi explicado anteriormente, é um sentimento que não remonta apenas aos acontecimentos que marcaram a segunda metade do século XX e início do século XXI. O ressentimento que é sentido por ambas as comunidades da Irlanda do Norte tem por base acontecimentos que ocorreram, por exemplo, no século XII, (aquando da invasão Normanda da Irlanda), século XVII, (com as Plantações de Ul- ster; o assassínio dos colonos britânicos instalados em Ulster e ainda a ação de O. Cro- mwell, que esmagou a revolta Irlandesa), ou também o século XIX, (com a grande fome da Irlanda). Ora estes acontecimentos tão longínquos em tempo, encontram-se ainda bem presentes na memória e nos corações dos habitantes da Irlanda do Norte. Marc Ferro des- creve na sua obra “O Ressentimento na História” (2009), vários exemplos de ressenti- mento ao longo da História da humanidade. Este autor usa palavras como “ferida”, “hu- milhação” (p.5) para falar desta emoção, que descreve como: “Fenómeno individual ou

colectivo que afecta tanto grupos como nações ou comunidades inteiras, é mais difícil de aprender do que, digamos, a luta de classes ou o racismo. Entre outras razões, porque se manteve latente e pode interferir, tanto com a luta de classes e o racismo, como com o nacionalismo ou outros fenómenos (…)” (Ferro, 2009, p.7). Vários são os exemplos de acontecimentos históricos onde o ressentimento está bem enraizado na nossa sociedade. Marc Ferro faz referência, aos atentados bombistas de Madrid (2004), à Revolução Fran- cesa do século XVIII ou à revolução Russa do início do século XX (Ferro, 2009), por exemplo. Estes são alguns dos acontecimentos históricos que surgem em consequência de um sentimento muito forte, um sentimento que impulsionou conflitos violentos e cujas consequências impregnaram a nossa sociedade de mudanças drásticas, a longo prazo. Este sentimento é, sem dúvida, o ressentimento. O rancor que um ou mais seres humanos po- dem guardar e transformar em energia para tomar atitudes revolucionárias. Foi, sem dú- vida, o ressentimento que catapultou a Irlanda do Norte para o conflito que a assombrou durante décadas.

Assim, tendo em conta que o ressentimento é um sentimento que alimenta o ódio, convêm aqui referir o conceito de Reconciliação, processo essencial para contornar a inimizade que aterroriza tantas nações.

Segundo Gustavo Miranda Antonio (2013), nas últimas décadas, tem-se verificado, que existe uma grande curiosidade em perceber como é que a população lida com questões controversas relativas ao seu passado doloroso, como a “(…) violência coletiva, (…) vi- olações generalizadas dos Direitos Humanos e (…) guerras civis (…)” (p. 72). É neste sentido que é importante referir o conceito de reconciliação, uma vez que este é o processo pela qual qualquer sociedade, a sair de um conflito violento, tem de passar, de forma a ultrapassar os fantasmas do seu passado.

Neste sentido, para David Bloomfield, o conceito de reconciliação apresenta-se complexo e não possui muito consenso no meio académico, uma vez que os investigadores não conseguem concordar com uma definição. Segundo Bloomfield, esta pluralidade deve-se ao facto de a reconciliação ser, ao mesmo tempo, um “(…) goal – something to achieve – and a process – a means to achieve that goal.” (Bloomfield, 2003, p. 12). Assim, o objetivo da reconciliação, o “goal” é algo que se deseja para o futuro, algo que as pessoas trabalham para conquistar, enquanto o processo apresenta-se como algo onde temos “(…) to work effectively and practically, towards that final goal – and is invaluable in itself.” (Bloomfield, 2003, p. 12).

Já para Elizabeth Coyle (2007), em sociedades altamente divididas, o retorno à normali- dade é um processo denominado de reconciliação37, onde vários conceitos são, normal- mente associados a este, tais como: “(…) justice, apology, forgiveness, individual hea- ling, commemoration, and reform of education (…)” (Cole, 2007, p. 1).

Paralelamente, Luc Huyse (2003), refere que, idealisticamente pensando, a reconciliação previne, de forma definitiva, o uso do passado como “(…) the seed of renewed conflict.” (p.19). Assim, a reconciliação permite consolidar a paz e quebra com o ciclo da violência, como afirma o mesmo autor. Paralelamente, a reconciliação permite:

“(…) the personal healing of survivors, the reparation of the past injustices, the building or rebuilding of non-violent relationships between individuals and communities, and the acceptance by the former parties to a conflict of a common vision and understanding of the past.” (Huyse, 2003, p.19). Assim, a reconciliação permite que a população viva lado a lado com os seus ex-inimigos, não para os amar, perdoar ou esquecer o passado, como afirma David Bloomfield (2003), mas sim para coabitarem em paz e assim “(…) develop the degree of cooperation neces- sary to share our society with them, so that we all have better lives together than we have had separately.” (Bloomfield, 2003, p. 12). No entanto, esta é uma questão que pode ser ignorada quando as novas estruturas políticas estão a reorganizar um país, a sair de um conflito armado. Isto acontece porque muitos políticos não sabem como incluir a questão da reconciliação no processo de reconstrução de uma nação, como nos diz David Bloom- field (2003). O mesmo autor refere ainda:

“Thus reconciliation can be delayed until other priorities are completed, or can be reduced to a quick commission or enquire which will acknowledge the painful past and rapidly move on. Everyone wants to get on, to move fast, to get away from the past as quickly as possible” (Bloomfield, 2003, p.15). Ainda segundo David Bloomfield (2003), é, no entanto, importante refletir sobre o pas- sado, mesmo que este seja doloroso, uma vez que “(…) a divided society can only build its shared future out of its divided past.” (p.15). Esta afirmação é especialmente impor- tante no contexto da Irlanda do Norte, uma nação a viver ainda no rescaldo de um conflito interno extremamente violento. Embora a vontade de muitos seja de não falar sobre este passado doloroso, de não acordar os fantasmas do passado, a verdade é que a ignorância nunca é a solução. O facto de a população evitar falar abertamente sobre o seu passado

37 Segundo Elizabeth Coyle, “Reconciliation is the broader and more complex concept: It refers to far more than a period when a state and its institutions are – in theory at least – on the road to a more stable and just social order, and that period’s peculiar needs.” (Cole, 2007, p.1).

doloroso, sobre os The Troubles, faz apenas com que não seja possível iniciar o processo que vai permitir, a longo prazo, sarar as feridas do passado. O processo de reconciliação é importante para que a população aprenda a conviver com o outro, mas para tal, é neces- sário iniciar um processo de aceitação, um processo onde a população fala abertamente sobre o seu passado doloroso, onde as gerações mais novas aprendem, de forma justa e não sectária, o seu próprio passado. O processo de reconciliação é essencial para que a violência não seja encarada, novamente, como a solução, para qualquer conflito que possa surgir, no futuro.