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As Concessionárias estão obrigadas a cumprir com todos os termos e condições estipulados nos contratos de concessão, exceto em situações de caso fortuito, força maior, fato do príncipe e fato da administração. As Concessionárias devem prestar de modo adequado os serviços estabelecidos nos contratos de concessão, bem como respeitar a modicidade das tarifas. Além disso, as Concessionárias devem também assegurar o conforto e a segurança dos motoristas e adequada fluidez de tráfego.

Em termos gerais, as Concessionárias estão obrigadas a: (i) prestar garantia do cumprimento integral das obrigações nos termos dos contratos de concessão; (ii) contratar e manter as apólices de seguro obrigatórias em cada contrato; (iii) obter financiamento adequado para a execução dos serviços contemplados pelos contratos de concessão; (iv) manter atualizados os registros dos Bens da Concessão; e (v) divulgar ao Poder Concedente as informações referentes à execução e administração dos serviços contemplados pelos contratos de concessão, informações detalhadas das estatísticas de tráfego, bem como informações financeiras das Concessionárias. Em alguns casos, ainda, as Concessionárias devem pagar ao Poder Concedente uma contrapartida pela delegação do serviço público (outorga da concessão), como ocorreu no Contrato de Concessão Rodoviária do Sistema Anchieta-Imigrantes da Ecovias dos Imigrantes e da Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. – Ecopistas, por exemplo.

Além disso, os respectivos Poderes Concedentes podem declarar a utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação, para a instituição de uma servidão administrativa, ou mesmo para que sejam impostas limitações administrativas relacionadas ao uso da terra ou imóvel adjacente à rodovia. Vale notar que as Concessionárias podem também ocupar a área de uma propriedade, temporariamente, caso seja necessária, para a execução e/ou conservação de obras e serviços referentes à concessão. Caso as Concessionárias sejam obrigadas a pagar qualquer valor devido à desapropriação que seja maior que os valores estipulados no edital da respectiva concessão, elas terão o direito de reembolso para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, via de regra apontando-se previamente a forma da compensação ou contratadas as partes via aditivos aos contratos originais com as condições da alteração e revisão.

Garantia de performance e seguro

Além das obrigações mencionadas anteriormente, as Concessionárias devem providenciar e manter ao longo do prazo da concessão uma garantia cobrindo o cumprimento integral de suas obrigações nos termos dos contratos de concessão. Além disso, deve contratar e manter, durante todo o prazo de duração da concessão, apólices de seguro abrangendo os riscos relativos ao desempenho de todas as atividades compreendidas pela concessão, sujeito a quantias mínimas de cobertura especificadas nos respectivos contratos de concessão.

Atos societários

Os contratos de concessão geralmente (i) exigem que as Concessionárias mantenham um capital social mínimo, o qual é verificado anualmente pelo Poder Concedente, (ii) proíbem a transferência do controle acionário das Concessionárias, sem a aprovação prévia do Poder Concedente; (iii) proíbem a criação de ônus sobre ações das Concessionárias, a redução de seu capital social, a aquisição de ações de sua própria emissão ou a alteração de seu estatuto social, sem a autorização prévia do Poder Concedente; e (v) exigem aprovações prévias do respectivo Poder Concedente para a emissão de obrigações, debêntures ou títulos financeiros por essas Concessionárias, ou qualquer outra operação societária ou financeira que possa prejudicar a execução das condições pré-estabelecidas no edital e nos contratos de concessão.

Dividendos

Não há nenhuma restrição à distribuição de dividendos nos contratos de concessão das Concessionárias.

Descumprimento

Multas e Intervenção: Caso as Concessionárias não cumpram com as obrigações decorrentes dos contratos de concessão, o Poder Concedente tem o poder de impor sanções administrativas, que podem variar desde advertência até multas – cumuladas ou não, de acordo com a gravidade da infração e garantidas a ampla defesa e o contraditório, intervir ou, em último caso, em razão da gravidade da conduta, extinguir a concessão. Nesses casos, a competente agência reguladora ou o DER, conforme o caso, pode impor multas, de acordo com os critérios especificados no respectivo contrato de concessão, mas sempre respeitadas garantias do devido processo legal – ampla defesa e contraditório. No caso de persistência no descumprimento, o respectivo Poder Concedente poderá intervir na concessão para garantir a adequada prestação de serviços. Se, após notificação do Poder Concedente, a respectiva irregularidade não for sanada, a intervenção deverá ser formalizada por meio de um decreto assinado pelo respectivo Poder Concedente, apontando objetivamente o motivo que a determinou. No prazo de 30 dias após a data desse decreto, o representante do Poder Concedente deve iniciar um processo administrativo em conformidade com o que tiver sido determinado nesse ato administrativo. As Concessionárias têm direito a ampla defesa nesse processo. No curso do processo administrativo, será nomeado um responsável para a administração da concessão. Uma vez sanada a irregularidade pelo interventor, a intervenção se cessará e a concessionária voltará a ser titular plena da concessão. Caso o processo administrativo não seja concluído em 180 dias da data do decreto, encerrar-se-á a intervenção e a concessionária voltará a ser titular plena da concessão. Também a concessionária voltará a ser titular da concessão caso, ao final do período de intervenção, o prazo contratual da concessão não tenha expirado e tenham sido sanadas as falhas e/ou irregularidades que motivaram a intervenção.