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A realidade dos municípios de Santa Maria e Santa Cruz do Sul

Silvia C. AREOSA1; Miriam C. DELBONI1; Rosane B. KIST1; Carine G. CARDOSO1; Deise G. FRANTZ1; Vanessa M. GIEHL1; Juliana ROHDE1;

Alice R. PIOVESAN1

1Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional

da Universidade de Santa Cruz do Sul- PPGDR/UNISC sareosa@unisc.br

Palavras chave: Instituição de Longa Permanência para Idosos, Envelhecimento da população, Regionalização

Introdução

A longevidade tem sido uma das maiores conquistas dos séculos XX e XXI. Com o aumento da esperança de vida surgiram consequências inesperadas para o país, trazendo a tona, novas questões e demandas relacionadas com a saúde, a moradia, a previdência social, o trabalho, a dependência funcional, o declínio cognitivo, os cuidados de longa duração, entre outros.

Atualmente no Brasil a pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde para países em desenvolvimento [1]. Em 2001 a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais era de 10,7 milhões de pessoas, aumentando para 23,5 milhões em 2010, o que revela que em uma década a popula- ção de idosos mais que dobrou. Ao mesmo tempo, o número de crianças de até quatro anos no país caiu de 16,3 milhões em 1991 para 13,3 milhões em 2010 [2].

A transição demográfica que vem acontecendo é um dos fenômenos estruturais mais importantes que tem impactado a economia e a sociedade brasileira a partir da segunda metade do século XX. Salienta-se a originalidade desta questão apontando que no Brasil a transição demográfica “está definida pelas particularidades históricas onde ela se insere, permeadas pelos fortes desequilíbrios regionais e sociais” [3].

Objetivo

Este estudo busca identificar as condições de institucionalização da população idosa na região central do Estado do RS no que tange ao número de habitantes por município, idosos, gênero, número de ILPI e sua configuração.

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Este artigo apresenta algumas considerações sobre o fenômeno do envelheci- mento no Brasil e ressalta a importância da modalidade de atendimento em Insti- tuições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). O trabalho apresenta dados se- cundários dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 e 2010, que explicitam o número de idosos, gênero, população rural e população urbana dos Municípios de Santa Maria e Santa Cruz do Sul. Estes foram escolhidos por serem polos da Região Central do estado do Rio Grande do Sul. Des- tacam-se, ainda, informações sobre a quantidade de ILPI existentes nos municípios, sua configuração (pública não estatal e privada) e o perfil quanto ao gênero de moradores residentes nestas instituições.

Entende-se ILPI como uma residência coletiva que atende tanto idosos independen- tes, idosos em situação de carência de renda e/ou de família, como idosos com dificulda- des para o desempenho das atividades diárias que necessitem de cuidados prolongados.

Resultados e discussão

No censo demográfico de 2000 o Brasil apresentou 14.536.029 (8,57%) de idosos, enquanto que, em 2010, houve um acréscimo para 20.590.597 (10,78%) de idosos. O Rio Grande do Sul em 2000 contabilizou 10.187.798 habitantes, sendo 1.065.484 (10,45%) de idosos e em 2010, 1.459.597 (13,65%) de idosos em relação à população total de 10.693.929. Santa Maria conta com uma população de 261.031 habitantes e localiza-se na Região Central do estado. Santa Cruz do Sul possui uma população de 118.374 e localiza-se na mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense [2].

Santa Maria apresentou em 2000, 26.423 idosos que correspondiam a 10,85% dos habitantes do município e, em 2010 possuía 35.931 idosos que correspondiam a 13,77% da população total do município. No que se refere à questão de gênero,- neste município há predominância de mulheres (60,36%) em relação aos homens (39,63%). Em 2010, as mulheres representavam 59,63% da população, enquanto que os homens representavam 40,37% [2]. Em termos de situação de domicílio dos

idosos (urbano e rural), Santa Maria apresentou em 2000 36,2% de homens resi- dentes no meio urbano, enquanto que as mulheres representaram 56,99%, e, no meio rural viviam 3,43% dos homens e 3,36% de mulheres. No censo demográfico de 2010, os homens residentes no meio urbano representaram 37,69%, sendo que as mulheres representaram 56,47%. No meio rural os homens contabilizaram 3,24% e as mulheres 3,15%. Identifica-se neste município que a população idosa reside predominantemente no meio urbano e que há um processo de feminilização da velhice neste meio.

Santa Cruz do Sul contabilizou no censo de 2000 um total de 11.133 (10,33%) idosos, sendo que, em 2010, este número subiu para 15.559 (13,15%). A popula- ção idosa do município em 2000 possuía uma predominância de mulheres (60,59%) em relação aos homens (39,41%), o que se manteve no ano de 2010, período em que as mulheres representam um percentual de 59,83%, enquanto que os homens representam um total de 40,16% da população idosa. No que se refere à situação de domicílio no meio urbano, tanto no ano de 2000 como em 2010 observa-se a predominância de mulheres em relação aos homens. Por outro lado, quando se

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analisa a população idosa do meio rural, identifica-se que tanto no ano de 2000 como em 2010 não se apresentam grandes diferenças quanto ao total de homens e de mulheres. Embora em termos percentuais essa população seja pouco expres- siva, correspondendo a 8,13% de homens e 9,52% de mulheres em 2000, e 6,78% de homens e 8,26% de mulheres em 2010, salienta-se a importância de haver uma maior preocupação com essa população idosa rural tendo em vista a garantia de sua inclusão na rede de serviços socioassistenciais do município, pois houve aumento no número de idosos residindo em meio rural neste período [2].

CIDADE INSTITUIÇÃO HOMEM MULHER TOTAL

Santa Maria A (PNE) 0 193 193 B (PNE) 49 0 49 C (PNE) 19 32 51 D (PNE) 6 16 22 E (PNE) 12 19 31 F (Privada) 6 12 18 G (Privada) 0 12 12 H (Privada) 4 10 14 I (Privada) 0 13 13 J (Privada) 3 9 12 TOTAL 99 316 415

Santa Cruz do Sul

A (PNE) 26 57 83 B (Privada) 0 13 13 C (Privada) 2 14 16 D (Privada) 1 9 10 E (Privada) 5 22 27 F (Privada) 4 14 18 G (Privada) 3 8 11 H (Privada) 2 5 7 I (Privada) 2 6 8 J (Privada) 8 28 36 L (Privada) 3 13 16 M (Privada) 4 10 14 N (Privada) 10 18 28 O (Privada) 5 9 14 P (Privada) 0 11 11 Q (Privada) 12 0 12 R (Privada) 6 11 17 S (Privada) 5 13 18 TOTAL 98 261 359

Tabela 1: Idosos Institucionalizados em Santa Maria e Santa Cruz do Sul

Fonte: dados obtidos em pesquisa empírica das autoras

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Foram identificados em Santa Maria 415 idosos institucionalizados em 10 ILPI, 5 destas Pública Não Estatal (PNE) e 5 Privadas, enquanto que em Santa Cruz do Sul temos 359 idosos e apenas 1 ILPI PNE e 17 Privadas. Conforme se observa na tabela 1.

Em Santa Maria atualmente há 99 homens abrigados, 86 em ILPI públicas e 13 em particulares, número bem mais expressivo que em Santa Cruz. Já das 316 mulheres internas, há 260 em instituições públicas e 56 em particulares, somando um total de 415 (1,18%) idosos no município. Por outro lado, Santa Cruz do Sul com menor índi- ce de idosos (13,15%) em relação a população total, possui um maior percentual de institucionalizados (2,30%), com 98 homens e 261 mulheres. Em Santa Cruz do Sul há apenas uma ILPI PNE que abriga 83 pessoas, enquanto em Santa Maria esta modalidade pública abriga 346 idosos. Já nas ILPI privadas, identifica-se 69 pessoas em Santa Maria, enquanto que em Santa Cruz do Sul há 276 institucionalizados, refletindo diferenças economicas e sociais dos municípios estudados.

Assim, é importante considerar nesta análise outros aspectos como o Índice de Desenvolvimento Humano e o Produto Interno Bruto per capita da população destes municípios. Santa Cruz do Sul apresentou em 2010 PIB de R$ 40.672 per capita, e IDH 0,773, enquanto Santa Maria teve PIB de R$ 15.720 e IHD 0,784 [4].

Considerações finais

É necessário pensar na qualidade assistencial das ILPI já existentes e em ações efetivas de fiscalização que podem ser desencadeadas a partir de instâncias delibe- rativas como os conselhos de direitos, comprometendo o Estado na sua obrigação de garantia da proteção social da população idosa, contribuindo, para a melhoria da qualidade de vida e, consequentemente, o desenvolvimento das regiões.

Referências

[1] OMS (2002). Envejecimento activo: un marco político. Revista Española de Geriatría y Gerontologia, v.37, n.S2, p.74-105.

[2] IBGE (2010). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores Sociais 2000 e 2010.

[3] Brito, F. (2008). Transição demográfica e desigualdades sociais no Brasil. R. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 25, n. 1, p. 5-26, jan./jun.

[4] FEE. Fundação Econômica e Estatística (2010). PIB per capita.

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Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas

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